A Arma Escarlate - O Muiraquitã. escrita por NahHinanaru


Capítulo 1
Capítulo 1 - Apresentação


Notas iniciais do capítulo

:)



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Essa história começou a partir da aparição repentina dela.

Não, ela não é nada minha, somente a garota mais estranha da Korkovado.

Vocês devem estar sem entender nada, afinal, o que é essa Korkovado? E a tal garota? E eu quem sou?

Primeiro, irei começar falando um pouco sobre mim. Meu nome é Virgílio OuroPreto, e estudo na “Notre Dame du Korkovadô”, mas nós chamamos de Nossa Senhora do Korkovado ou só Korkovado mesmo, é uma escola de bruxaria que se encontra na cidade do Rio de Janeiro, logo embaixo do maior ponto turístico da cidade, o Cristo Redentor! Irônico como o maior símbolo cristão brasileiro fica logo em cima de uma escola de bruxaria! Ah, e antes que tirem conclusões precipitadas, os bruxos não são satânicos. Na verdade, devem existir bruxos satânicos, mas assim como também existem bruxos evangélicos, espíritas, ateus, wiccanos, e como no meu caso, católicos fervorosos.

Lá na Korkovado existem alunos de todos os tipos. Negros, brancos, loiros, morenos, meio centauros, meio elfos. Sim, sério. Minha melhor amiga, Caimana, ela é elfa!

Sinceramente, é um lugar muito agradável para se viver e estudar. Conheci a minha segunda família aqui, os meus irmãos de alma, Capí, Viny e Caimana, juntos nós quatro somos os pixies. Ah, e antes que me perguntem, Hugo, o garoto novo. Acham que ele é um pixie, ele pode até ser, mas para mim, ele é só um garoto um tanto egocêntrico. No começo o achava um invasor, hoje em dia entendo a visão do Capí, de que é muito mais seguro com esse garoto sob a nossa supervisão. Apesar de não o achar domável, mas pelo menos, por perto é mais fácil ficar de olho.

Nós os Pixies sempre tentamos melhorar as coisas na escola, para os alunos e professores. De acordo com o Viny, deixamos as coisas mais interessantes para todos, mas nem todos concordam com o nosso ponto de vista, há o conselho, na verdade, a Dalila. Ela não gosta nada de nossas atitudes. E nem o grupinho do filho dela, os anjos. Diga-se de passagem, que os Anjos não vão muito com a nossa cara, mas pra ser sincero, nem nós com as deles.

Mas não vim aqui para falar sobre a rivalidade entre Pixie e Anjos.

Vim-lhes contar a história do Muiraquitã carregado por minha família:

–O laço do Muiraquitã.-

Ah sim! Quase me esqueci! Eu mencionei uma garota inicialmente. A Nádia.

Sem duvidas a garota mais impertinente que eu já conheci!

É uma garota que está sempre vestida de preto como se estivesse sempre de luto, até suas roupas de verão e alegres eram pretas, mas o que ela vestia não coincidia com ela. Sabe aquele tipo de garota que está sempre no mundo da lua? Daquele tipo que está sempre sorrindo, não possuí responsabilidade com nada, sempre que pode faz piadinhas, sempre quer bancar a engraçadinha, nunca se importa com nada. Bom ela se importa com duas coisas. Mas não é necessário ser dito agora.

Essa garota com uma personalidade tão desleixada e teimosa, acredita de alma que um dia eu ainda vou namorá-la! Só que ela é justamente o tipo de garota que eu quero distancia. Essa distância que ela não me permite ter.

Para entenderem melhor do que eu estou falando, acho necessário contar-lhes o meu primeiro dia de aula na Korkovado. O dia que infelizmente a conheci.

Quando chegamos todos a escola, eu não tinha muitos amigos, mas sinceramente preferiria ficar sozinho mesmo, e como a maioria dos alunos novos, cheguei antes da hora de entrar, ao entrar na escola busquei pelo dormitório mais longe possível do quadro de D. Pedro, que sempre que alguém passava pelo portal gritava “Independência ou Morte!” Devo admitir que a ultima coisa que eu queria era acordar no meio da noite depois de ter estudado horrores para uma prova final, com o grito de um quadro.

Depois de me vestir adequadamente para o jantar de boas vindas, fui a procura de um bom lugar para poder jantar, por que depois eu iria dormir, afinal, não era por que não estava mais com a minha mãe que eu iria transgredir minha rotina.

Eu andava tranquilamente, até o salão onde seria servido o banquete, quando em um corredor, eu sou atropelado, é isso mesmo. Atropelado.

Atropelado por uma garota totalmente desarrumada, que usava roupas azêmolas, Tênis vermelho, e shorts e camisetas pretas, a garota loira totalmente descabelada, que enquanto cambaleava tentando se levantar e indo na direção donde eu vinha vindo gritando:

– Desculpa! Desculpa! Tô atrasada!!!

No começo, não dei muita importância, mas logo notei que não havia mais ninguém sem o uniforme, todos já seguiam a mesma direção que eu. Menos ela, que estava maluca correndo contra o tempo, e contra o fluxo, completamente atrasada.

–Aff, que irresponsabilidade. – eu murmurei para mim mesmo. Ela era certamente o tipo de pessoa que eu manteria distância.

Durante o discurso de aviso da conselheira Dalila, ela explicava sobre as normas da escola, apesar de as conhecer muito bem, eu a ouvia atentamente, até os breves comentários dela, rebaixando umas escolas brasileiras e exaltando outras.

Quando simplesmente a diretora Zoroastra, esta que vim descobrir futuramente, que todo inicio de ano ela faz a mesma interrupção. E logo os alunos mais velhos acompanhados de alguns mais novos gritavam fortemente um crescente:

–zô, zô, zô, Zô, Zô, Zô, Zô, ZÔ, ZÔ,ZÔ!!!

Entre os “urras” dos alunos, a garota que havia me atropelado mais cedo entrou escondida no salão, e se sentou disfarçadamente ao meu lado.

Ela batalhava para fazer o nó da gravata, ainda usava seus tênis vermelhos chamativos nos pés, porém agora estavam desamarrados, e dava pra ver claramente que ela usava o uniforme completamente amarrotado por cima das roupas que ela estava usando quando corria desesperada no momento que chegou.

–Ah! Oi! Meu nome é Nádia. – disse ela sorrindo animada pra mim, desistindo da gravata.

–Oi. Sou Virgilio. – respondi sério.

–Me desculpe, naquela hora, foi em cima de você que eu acabei caindo, certo? Desculpa. – desculpou-se novamente, tratando de emendar uma explicação. – eu tinha acabado de chegar, quase não consegui entrar! Se não fosse por um garoto lá, eu não chegaria a tempo!

–Como você consegue se atrasar no primeiro dia? – perguntei inconformado.

–Perdi o ônibus para o Rio. Você sabe né? Paulistas! Sempre correndo e atrasados! – riu ela.

–Não, não sei. – respondi seco dando a conversa por encerrada.

Eu não consigo suportar pessoas desorganizadas, e convenhamos, essa garota é o cúmulo da desorganização!

Depois de quatro anos convivendo com ela na mesma turma, não presenciei nenhum manifesto de pontualidade nela, às vezes eu acreditava que ela atrasava de propósito, mas logo descartava a opção. Afinal, quem se atrasa por vontade própria sempre?

Capí que também vivia atrasado, por motivos justificáveis, era punido por isso. Já ela que nem havia motivos para seus atrasos, muitas vezes nem era vista entrando na sala. E passava ilesa de castigos. Claro que todos notavam que ela se atrasava, mas ela sempre negava veemente. Dizendo que estava ali o tempo todo, fingia uma crise de choro declarando que era tão insignificante que nem a presença dela era notada, que os professores deixavam passar suas transgressões. Chegando ao ponto de muitas vezes fingirem que nem a viam mesmo em sala de aula.

A maioria dos alunos achava o máximo o fingimento da garota, Viny achava genial, mas eu, achava uma completa falta de responsabilidade.

Além do mais, não bastava os atrasos. Os objetos dela viviam espalhados pela mesa de forma totalmente desordenada. A ponto de algumas vezes encontrar penas, grafites e canetas azêmolas dela na minha mesa!

O pior de tudo. A garota tinha um fascínio por mim! Logo por mim!

Quando eu estava com os pixies ela me deixava em paz, mas era só eu me afastar deles, que ela vinha me perturbar com suas cantadas sem nexo!

Simplesmente irritante.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, hauahuahauhauha. Comentem.



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