A Garota do Metrô escrita por Redfield


Capítulo 11
Calm your nerves


Notas iniciais do capítulo

enfim, o décimo primeiro capítulo! pra qual casal estão torcendo?



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Era inacreditável, Olivia Young estava de volta à cidade que nunca dorme. Wow, a vida de Peter virou de cabeça para baixo. Ninguém poderia imaginar que, de uma hora pra outra, as coisas dariam uma reviravolta tão grande. Peter teve a conversa que precisava com Olivia e depois foi pra casa. A manhã que se seguiu no EHS foi previsível, mas a chegada repentina de Olivia fez com que as fofocas sobre o baile de inverno cessarem. As pessoas só falavam da senhorita Young e no que poderia ter motivado a sua volta.

— Será que ela se envolveu com algum criminoso em São Francisco e resolveu voltar antes de ser morta por ele? — Especulava Max Colt, um dos membros do clube de xadrez do colégio, conhecido pelo seu vício peculiar aos jogos de rpg.

— Quem ela pensa que é? Trocou o melhor colégio do estado para ir para uma cidade cheia de hippies preocupados com o meio ambiente. Essa Olivia é uma bitch! — Brianna Hilton, líder de torcida do colégio, também jogava pedras na garota recém-chegada.

Em contrapartida, Olivia andava pelos correios com os braços em volta do pescoço de Peter como se nada tivesse acontecido. Ela agia como se nunca tivesse ido embora, parecia não se importar com todos aqueles olhares curiosos à espreita dela. Carter passou por ela junto com os outros caras do time de futebol e assobiou.

— Nossa, tá gostosa hein! São Francisco te fez muito bem — O jogador olhava para as pernas e o corpo bem definido.

— Pode ser, mas não é pro seu bico — Olivia deu de ombros e andou até seu antigo armário, que ainda possuía os adesivos da Betty Boop que colara ano passado.

No meio daquelas cabeças fofoqueiras e curiosas, Lana surgiu e viu Peter conversando muito bem à vontade com Olivia, que ainda repousava os braços firmemente no pescoço do amigo.

— Você é demais, Peter. Não sei como eu enfrentaria o colégio de novo sem você — Olivia deu um beijo na bochecha do garoto e o abraçou, quase que o esmagando.

Peter retribuiu o abraço. Pena que a harmonia daquele momento não durou muito. Logo ele percebeu que Lana o olhava de uma forma repreensiva. E ele não a culpava por isso, ela nem sabia da Olivia ainda. Quando a amiga finalmente o largou, Peter olhou para o lado e viu Lana indo embora. Ele correu atrás dela, que entrara no ginásio do colégio.

— O Peter é um idiota, eu te avisei. O seu lugar é com um cara como eu — Era a voz do Carter. A cena que Peter temia se concretizou. Lana foi buscar abrigo com aquele cretino que certamente se aproveitaria da situação. Peter interviu.

— O que o Carter tá falando não é verdade. Eu nunca faria nada pra te machucar, Lana — O skatista esbanjava confiança em sua voz.

— Pois acabou de magoar. Você estava abraçado com aquela garota e eu não quero ouvir suas explicações — Lana não conseguia olhar nos olhos de Peter, provavelmente ela teria uma recaída e correria para os braços dele, mas ela tinha que ser forte.

— Lana... — Peter tentou se explicar de qualquer jeito, mas Carter o impediu.

— Você não viu o que fez? Vai embora, aqui não é lugar para você — O tom do jogador era de pura humilhação. Ele queria deixar Peter para baixo e conseguira.

O jovem saiu do ginásio com o coração na mão, ele estava chateado porque Lana não queria ouvir o que ele tinha para dizer. Aquela garota era importante para ele, mas ele não admitia ser tratado daquele jeito, era orgulhoso demais.

As aulas deixaram Peter com dor de cabeça, tudo o fazia lembrar que estava brigado com a garota de seus sonhos. Eles não tinham nada sério, porém só de saber que ela preferiu confiar nas palavras cínicas de Carter o fazia ficar mal. Quando o sinal tocou, Paul disse que iria no Burger King com Mel e convidou Olivia e Peter que aceitaram o convite.

— Por que você tá com essa cara? — Mel perguntou. Paul estava na fila para fazer os pedidos e Olivia havia ido ao banheiro.

— Eu briguei com a Lana. Ela me viu abraçado com a sua irmã e me tratou como lixo — Peter falou baixinho.

— Como assim cara? Você e a Olivia são só amigos ué — Mel ficou indignada com a situação, afinal Peter e Olivia eram não tinham nada um com o outro.

— Eu sei, eu ia dizer isso pra ela, mas a Lana não quis me ouvir — O garoto estava abalado. Olivia voltou do banheiro e Paul, se esforçando para trazer a bandeja com a comida dos amigos, se sentou também.

Os amigos comeram em silêncio, um silêncio confortável. Paul o quebrou com uma das suas piadas inconvenientes de sempre e depois continuou conversando.

— Qual é? Vocês estão muito calados hoje — O jovem parecia incomodado com o silêncio. Não é à toa que Paul nunca foi bom no "jogo do sério".

— O Peter brigou com a Lana — Mel revirou os olhos.

— Quem é Lana? — Olivia se sentia uma extraterrestre. Ninguém havia lhe contado as novidades ainda.

— A Lana é a peguete do Peter, mas é uma longa história — Paul respondeu e voltou a atenção de volta para o seu cheeseburge.

— Obrigada, Paul. Pelo menos alguém me explica o que está acontecendo aqui — Olivia estava frustrada com tantos segredinhos que os amigos guardavam desde que ela chegou.

— Bom, tenho que ir pro ensaio de teatro e antes vou dar uma passada no cabeleireiro. Vejo vocês mais tarde — Mel levantou da mesa e deu um beijo na bochecha de cada um, exceto em Paul, que ganhou um beijo na boca.

Terminaram o lanche e foram direto para a casa da família Young. Olivia convidou os meninos para jantarem com ela naquela noite fria de segunda-feira. Peter subiu até o quarto da amiga e Paul ficara no jardim brincando com pequeno Puff, o yorkshire de estimação da família.

— Quer dizer que você conheceu alguém? — Olivia estava realmente interessada em saber o rumo que a vida amorosa de Peter tinha levado.

— É, conheci a Lana. A gente ainda tava se conhecendo, mas agora acabou — Peter falava com uma voz um pouca rouca, provavelmente porque tentava o máximo não chorar quando falava sobre Lana.

— Peter, você mereça alguém que confie em você de verdade. Alguém que te conheça e não duvide de você — A loira parecia estar dando algum tipo de indireta.

— Eu tava planejando chamar a Lana para o baile de inverno que vai acontecer nessa sexta-feira. Agora eu acho que ela vai com o idiota do Carter — O garoto sentou na cama e olhava para o chão.

— Você pode ir comigo. Como nos velhos tempos, lembra? Só eu e você contra o mundo — Olivia levantou o rosto de Peter para que ele olhasse para ela.

Ao ouvir as palavras da amiga, Peter se animou um pouco e decidiu convidá-la para o baile. Levantou-se da cama e ficou de joelhos, fingindo ser algum nobre britânico.

— Senhorita Young, você daria a este nobre cavalheiro a enorme honra de levá-la ao baile de inverno? — O sotaque do garoto deixou as raízes americana, parecia mais um senhor do sul da Inglaterra.

Olivia o empurrou e riu com a brincadeira.

— Eu aceito, mas você precisa treinar mais o seu sotaque britânico — Ela riu enquanto abraçava Peter, que retribuiu o gesto.

O abraço dos amigos foi interrompido pelo grito da senhora Young, chamando os jovens para jantar. A comida estava divina, a mãe de Olivia havia preparado risoto de camarão e cheesecake de uva para a sobremesa. Paul se empanturrou e fez questão de elogiar a comida da sogra.

— Estava muito bom, senhora Young — O rapaz não falava apenas para agradar, era um comentário sincero.

— Concordo com Paul. Essa receita é ótima! — Peter também não poupou elogios.

Peter se despediu e foi para casa. Paul decidiu ficar e dormir com a namorada. A noite estava mais fria do que nunca.

— Peter, alguém ligou pra você hoje de noite — O garoto mal abria a porta e a mãe já lhe dera o aviso.

— Você sabe quem era? — Peter ficou curioso, pois estava o tempo todo com os amigos, então a ligação não poderia ter sido deles.

— Foi uma garota, mas ela não quis se identificar ou deixar recado — A senhora Fischer voltou para as suas atividades na cozinha.

O garoto subiu as escadas e abriu a porta do quarto e, por um segundo, ele se sentia como no dia em que ele e Lana se beijaram pela primeira vez. Aquela lembrança o trazia conforto, embora ele soubesse que não o faria muito bem ficar pensando naquilo.


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Notas finais do capítulo

o que acharam? eu fiquei um pouco com pena do Peter :(



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