Proud escrita por garotadeontem


Capítulo 8
Capítulo 08


Notas iniciais do capítulo

Obrigada, Ana, pela recomendação na minha fic!! Fiquei muito feliz! E quero pedir desculpas com todos que acompanham, não consigo postar durante a semana, só tenho tempo no fim de semana :(. Obrigado a todos que ainda não desistiram.



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Depois de deixar Niko no restaurante, Félix andava pelo shopping em direção a boutique da ex-mulher, ele pensava em cada pessoa que poderia ter te mandado uma mensagem daquela, e na verdade, não conseguia pensar em uma ideia plausível. Pensou na bruxa fura-olho, pensou até na lacraia do olho azul, pensou até na própria Edith, mas nada parecia se encaixar realmente, ele não estava acostumado a receber ameaças, normalmente era ele que ameaçava.

_ Edith! – ele entrou gritando pelo cômodo.

Como ainda era cedo e o shopping tinha acabado de abrir não haviam clientes, apenas a porta aberta.

_ Edith! Apareça, loira maluca! – ele gritou mais uma vez, a procurando pelos boxes dos provadores.

_ Félix? – ela apareceu. – O que você tá fazendo aqui?

_ Queridinha, eu preciso falar com você, espero que a velha múmia da sua mãe não esteja por aqui.

_ Não, mas... O que...?

Félix se aproximou da ex-mulher com a postura ameaçadora, quase avançando para pegar no pescoço dela, mas se conteve, apenas a encarou nos fundos dos olhos de cobra. Ela o olhava apreensiva.

_ O que você sabe, Edith?

_ S-sei sobre o quê?

_ Sabe que você nunca mentiu muito bem? Por que você me disse aquilo?

_ Aquilo? – ele segurou no braço dela, ele quase sentia aquele homem que odiava imergindo no seu peito, os olhos dela pareceram ficar mais claros. – Ah...

_ Ah, o quê? Por que é pra eu tomar cuidado? Hein? – ele segurou com mais força no braço dela.

_ Félix! Você tá me machucando.

_ Eu quebro o teu braço, Edith, se você falar que minha família está em perigo! Eu quebro o teu braço! – ele rosnava de raiva, só de imaginar que alguma coisa ameaçava as pessoas que ele amava.

_ Se você não me soltar, eu não te conto nada! Nada do que eu sei, Félix! Nada! E ainda grito que tem um homem me machucando, já ouviu falar da lei Maria da Penha!?

Ele soltou devagar do braço dela, mas não se afastou. Ela passava a mão onde Félix tinha deixado as marcas de seus dedos.

_ Eu não sei quem é, eu te juro! Eu não sei... Só me avisaram que estavam atrás de você, e como sabem que está de volta para São Paulo ia ficar mais fácil pra... Sei lá, te fazer algum mal. – ela contava exasperada, gesticulava com os braços. – Eu não sei quem é, e nem sei do que é capaz de fazer. Mas acho bom, você sair daqui, porque podem fazer algum mal a você... – ela o olhava com aqueles olhos melosos, o que o irritou ainda mais.

_ Não me importo de fazer algum mal a mim, quero saber se podem fazer mal a minha família, criatura!

_ Eu não sei! - ela gritou – Eu estou dando a mínima pra sua família, Félix! Eu me importo com você e com o meu filho!

_ Eu não vou ficar aqui pra ouvir as suas mesquinharias, Edith. Mas, se eu souber que você tá envolvida nisso, se alguma coisa acontecer com o Carneirinho ou com os meus filhos, e se você estiver envolvida nisso, eu ACABO COM VOCÊ, TÁ ME OUVINDO!? – ele apontou o dedo para o rosto da mulher, e saiu da loja.

Félix andou pelos corredores para se acalmar, e se sentou em uma das mesas de um café próximo ao restaurante de Niko e começou a observar o movimento, qualquer coisa estranha que chamasse sua atenção.

Lá dentro do restaurante, Niko ainda pensava no filho, e distraído quase corta o dedo com a faca que usava.

_ Senhor! – Edgar chamou sua atenção e ele soltou a faca.

_ Desculpa, Edgar, eu to com a cabeça longe... Você pode continuar esse aqui pra mim?

Niko se sentou no balcão no lugar que tantas vezes Félix já tinha sentado, pensava nos filhos, em quando voltaria para casa. Um casal entrou no restaurante, o homem trazia a filha no colo, e a menina ria.

_ Sabe, Edgar... Acho que o Félix sempre quis uma menina...

O funcionário olhou para o patrão confuso e Niko riu.

_ Não desse jeito, Edgar! – ele sorriu. – Nisso, eu me garanto. Eu to dizendo que ele sempre quis uma filha, uma menina, sabe? Ele é sempre tão carinhoso com a neta da Márcia. Não que ele não seja com os meninos, ele é, mas quem sabe, não adotamos uma menina, né? Vai ser ótimo ter uma menina... Vou propor isso a ele, quando voltarmos a Angra...

Ele amava conversar sobre qualquer coisa com o Edgar, porque o funcionário era de poucas palavras e o ouvia sem julga-lo. E Niko estava animado com a perspectiva de uma nova pessoa em sua família, uma menina para alegrar a sua vida e de Félix, que ultimamente andava tão estranha com tudo que o cercavam. Ele andava fugindo de Eron, apesar de que ele vinha atrás dele no restaurante para conversar sobre a suposta traição de seu companheiro, mas Niko não tinha mais paciência para ele.

Depois de quase duas horas sentado, Félix percebeu que ia ser uma perda de tempo ficar parado ali, ele tinha ficado bons minutos analisando o bilhete, parecia que tinha sido colado no mesmo dia, no entanto, resolveu voltar para casa e para o trabalho que o aguardava.

Félix não aguentava mais ficar preso aquela cidade, queria buscar o pai e ir embora com Niko dali, ele tinha um pressentimento ruim no peito, e qualquer que seja essa pessoa que estava tentando assusta-lo tinha conseguido, afinal, sabia qual era escola que seu filho estudava, como se não bastasse tudo que Jaiminho já estava passando.

Félix entrou no carro, a cabeça cheia, ele ligou o rádio e tocou uma música que ele conhecia, e ele se lembrou de onde tinha a ouvido, na festa de renovação de votos da sua irmã, Paloma.

Ele assistia a ela e o cunhado bofe-de-ouro anunciando os votos de amor e felicidade eterna, quando sentiu a mão de Niko em seu braço.

_ Sabe, Félix... Eu espero que sejamos muito felizes, em qualquer lugar que formos.

_ Carneirinho, eu também espero que sejamos muito felizes, mas por que me dizer isso agora?

_ Acho que é esse clima, sabe? Não te deixa emocionado?

_ Eu devo ter sambado na mesa da Santa Ceia e ter comido um pedaço do pão para você pensar que eu choro em casamentos, Niko. – Niko riu, mas logo ficou sério.

_ Félix, eu... eu amo você. – seus olhos verdes encaravam os dele com tamanha intensidade que o assustava.

Era a primeira vez que Niko pronunciava aquelas palavras para ele, e ele sentiu o coração disparar no peito, sua defesa tinha ido ao chão. Ninguém em sua vida tinha dito aquelas palavras com tamanho amor, amor verdadeiro, e Félix teve que se conter para não beija-lo no meio de todos. Ele segurou a mão de Niko que estava em seu braço.

_ Carneirinho, eu também te amo. – E Félix pode jurar que sentiu algumas lágrimas inundarem seus olhos, porque os olhos de Niko também estavam cheios d’água.

_ Você disse que não chora em casamentos...

_ Você que me faz chorar, Niko! Olha eu devo ter... – eles tentavam falar baixo para não atrapalhar a cerimônia.

_ Shiu. – Niko disse com o rosto próximo dele sorrindo. – Você deve... aliás, não... você me faz a pessoa mais feliz do mundo. – Então, encostou a cabeça no ombro dele e voltou à atenção para o casal a frente.

Félix ainda sentia o coração disparado, e não conseguiu conter uma lágrima que caiu e a secou rapidamente, e agora entendia porque a irmã, a mãe, todos que tinham alguém eram tão felizes, eles tinham alguém pra amar e para serem amados, e pela primeira vez na vida, ele se sentia amado verdadeiramente.

Logo após a cerimônia, Paloma veio com um pequeno buquê de flores e entregou para Niko.

_ Mas, Paloma, que é isso, meu doce!? – Félix olhava para ela, surpresa. Mas, ela sorria para Niko.

_ Pra te dar sorte, Niko. Eu sei que não é meu casamento, mas é como se fosse, e eu quero que você e meu irmão sejam muito felizes, assim como eu sou com o Bruno.

_ Ai, Paloma! – ele segurou o pequeno arranjo de flores, e a abraçou forte. – Félix, olha que lindo! – ele se soltou da cunhada e admirava as flores.

_ Félix, seja muito feliz, meu irmão. – ela segurou nas mãos dele. – Eu sei que o Niko vai te fazer muito feliz.

E ele percebeu que se não segurasse iria chorar pela segunda vez no mesmo dia.

– Eu devo ter salgado a Santa Ceia para ter que ver você e a mami poderosa me empurrando para casar. – todos riram.

Félix sorria sozinho no carro, apesar de todas as dificuldades que tinha passado com o Niko, é claro que o Carneirinho tinha o feito feliz, como nunca fora na vida, ele o tinha salvado daquilo que era. Ele ligou o automóvel e ia dando a ré quando um baque surdo na janela do passageiro o assustou.

_ Félix? – ele abaixou o vidro e deu de cara com a pessoa que ele pensou que nunca mais iria ver na vida.

_ Anjinho?

O rapaz lhe oferecia um sorriso, mas parecia estar nervoso.

_ Te encontrei. – Félix sentiu medo, sabia que tinha sido ele que tinha mandado a mensagem, e estava quase fugindo com o carro, quando Anjinho lhe mostrou que carregava uma pistola 38 na mão escondida. – Me dá uma carona?


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Notas finais do capítulo

Bom, coloquem todas as suas cartas na mesa. E quem quiser conversar comigo, meu twitter é @garotadeontem :D