Proud escrita por garotadeontem


Capítulo 15
Capítulo 15




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/465287/chapter/15

_ Estamos aqui hoje para celebrarmos o amor de Félix e Niko... – o celebrante disse.

Félix segurava com carinho na mão de Niko, em seu peito seu coração disparava, uma felicidade que nunca tinha sentido estava ali. Ele nunca tinha entendido o sentido de um casamento, de uma festa, dos noivos. Mas agora, ele entendia tudo e conseguia entender porque uma união era tão celebrada. Ele queria gritar para os quatro ventos o quanto estava feliz, o quanto estava se sentindo em paz.

_ Félix Khoury, você aceita Nicolas Corona como seu companheiro para a vida? Para amar e respeitar, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte os separe?

_ Mas é claro, né, criatura! – ele sorriu e Niko o repreendeu por ter falado daquele jeito. – Ah, Niko, pelas contas do Rosário, para de ser bobo... – Félix olhou em seus olhos e ainda sorrindo, disse: Eu aceito.

Niko se sentia como seus ossos estivessem se derretido e também não conseguia parar de sorrir para Félix.

_ E você, Nicolas Corona... – Niko olhou atentamente para Félix. - Aceita Félix Khoury como o seu companheiro para o resto da vida? Para amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

_ Eu aceito. – ele olhou nos olhos de Félix, sorrindo. – Claro que eu aceito.

Jonathan se aproximou dos dois com a caixinha das alianças e segurou enquanto Félix pegava a aliança que pertencia a Niko e vice-versa. Félix segurou na mão esquerda de Niko com uma mão, enquanto a outra segurava a aliança.

_ Niko, eu... – ele sentiu um nó na garganta, mas não conseguia tirar o sorriso do rosto. – Quando eu ficar velho, eu quero olhar pra trás e lembrar esse momento. Eu, que nunca pensei que ia me casar de novo, que ia amar de verdade... Eu que... Fiz tanta coisa ruim, né? – Niko balançou a cabeça, os olhos marejando. – Eu que senti tanta dor. Eu não consigo me lembrar mais de como é sentir aquela dor, entende? Essa felicidade que eu to sentindo, sobrepõe tudo, tudo. Toda aquela mágoa, aquele ódio, aquela dor. Essa felicidade que foi você que trouxe na minha vida, você que me guiou para o caminho certo, você que me abraçou quando eu precisava. Você que mostrou o amor, a verdadeira felicidade... – Félix sorriu ao ver as lágrimas escorrendo pelos olhos de Niko. – Eu quero me lembrar disso, todo o tempo. Obrigado, meu carneirinho... – ele riu de leve. – Por me amar, por cuidar de mim e ter aceitado ser aquele que vai ter ficar comigo o resto da vida.

Félix colocou a aliança no dedo anelar da mão esquerda de Niko e beijou sua mão com delicadeza, enquanto Niko, depois de enxugar as lágrimas segurava na mão dele.

_ Félix, eu... Eu nem sei o que dizer... – ele riu e todos que assistiam também. – Você também me salvou, entende? Deu um rumo para a minha vida, eu tava perdido, eu tava sozinho. Eu tinha medo de me apaixonar de novo, de me entregar em uma nova relação. Mas, eu... Me apaixonei por você, por todos os seus erros, seus acertos, suas dores, mágoas. Tudo. E hoje, você me dizer que sou a razão da sua felicidade é como se eu tivesse vivendo nas nuvens. Porque tudo o que eu mais desejava era a sua felicidade. Eu te amo e vou te amar, e vou estar do seu lado até o fim. Mesmo se você virar um velhinho chato e razinza que só sabe praguejar para todos os santos. – Félix riu. – Eu não vivo sem você.

Niko beijou a aliança e colocou no dedo esquerdo de Félix. Os dois sorriam um para o outro.

_ Bom, acho que... os noivos já podem se beijar. – o celebrante disse em um tom animado.

Félix sorriu para Niko e pegou seu rosto com as mãos.

_ Eu devo ter... feito alguma coisa certa para merecer tanta felicidade, Carneirinho. Eu te amo. – a união foi selada com um beijo carinhoso entre os dois.

_ Pai, Pai!

Félix estava sentado na cama, tomando cuidado com o curativo da cirurgia e tentando comer aquela coisa horrorosa que o hospital chamava de comida. Jaiminho veio correndo e só não pulou em cima dele porque Niko o repreendeu.

_ Filho! Filho, cuidado!

_ Ah, Jaiminho, meu filho. Cuidado. – ele riu do menino que subiu uma pequena escada do lado da cama para abraça-lo sem jeito. – Meu filho. – Félix o abraçou.

_ Eu tava com saudade, papai. Que bom que você acordou.

_ Ah é? Tava mesmo?

_ Muita! Eu fiz um desenho junto com o Fabrício pra você. – o menino sentou na beira da maca e tirou o papel sulfite dobrado do bolso.

Era um desenho de bonecos de palito, dois homens e dois meninos, e Adriana ao fundo. Félix sorriu, emocionado, enquanto observava os diversos riscos que deviam ser do filho mais novo. E estava escrito: Papai, eu te amo. Com a letra de Jaiminho.

_ É lindo, Jaiminho. É lindo. Obrigado. – ele sorriu e abraçou o filho de novo, lhe dando um beijo na cabeça.

_ Filho, deixa o Félix terminar de comer. – Niko se aproximou dos dois.

_ Não, eu não quero comer essa coisa horrorosa! Eu devo ter pichado o muro das lamentações para ter que comer isso. – Niko riu, mas logo ficou sério de novo.

_ Você precisa comer.

_ Eu sei, mas essa comida é horrível, horrível, Niko. – ele olhou ao redor. – Cadê o Fabricio?

_ Ele ficou em casa com a Adriana, ele tá meio resfriadinho, sabe? Eu fiquei com medo de traze-lo em hospital.

_ Ah, você tá certo...

_ Além do mais, daqui a pouco começa o horário de visita e esse quarto vai ficar cheio.

_ Você fala como se tivesse muitas pessoas que me amem, né, criatura. – Niko riu e revirou os olhos.

_ Claro que tem. – ele pegou na mão de Félix. – Eu to tão feliz que você acordou, que está bem. Sem nenhuma sequela. Eu fiquei com tanto medo de te perder... Nunca mais faz isso, Félix. Nunca mais. – Félix beijou a mão de Niko.

_ Desculpa não ter te contado nada, eu tava com medo de perder vocês. Com medo do que ele podia fazer com vocês. Eu jamais me perdoaria, Carneirinho. Jamais. Mas quem vai vir me visitar?

_ Ah, então, acho que a Paloma e a família, sua mãe... Mas, Félix... – Niko mudou o tom de voz. – Acho que o seu pai quer te ver, ele recebeu alta do tratamento do Lutero, e pediu pra falar com você.

_ César? – Félix sentiu uma emoção diferente do peito. – Ele ficou preocupado comigo?

_ Muito. Ele perguntava sempre de você pra sua mãe, Félix. Acho que logo ele aparece assim.

_ Ah... – Félix colocou a mão no peito. – Eu não quero mais comer, perdi o apetite. Pode pedir para levarem isso daqui?

_ Claro. – Niko sorriu de forma carinhosa. – Não fique preocupado com o que o seu pai disser, Félix. Não importa. O que importa é que estamos do seu lado. – Niko apertou de leve sua mão.

_ Sim, é... Niko, eu tive um sonho muito esquisito, eu não me lembro dele. Mas lembro de ter visto meu irmão, e essa sensação que eu to sentindo, é... Esquisito. Lembra quando você me disse que queria adotar uma menina? – Niko assentiu. – Eu sonhei com uma menina, uma asiática, os olhinhos puxados, os cabelos bem lisos, tão linda, tão fofa... – Félix se derreteu. – Será que...? – ele se perdeu na pergunta, pensando na menina.

_ Quando você melhorar e estiver 100%, e se quiser realmente, vamos atrás de uma menina para ser nossa filha. Mas não necessariamente essa que você sonhou, Félix. – Félix assentiu. – Acho que foi um... sei lá, uma premonição? Eu não acredito muito nisso, mas...

_ Pode ser, pode ser.

_ Eu vou ganhar uma irmã? – Jaiminho disse, animado.

_ Talvez, filho. Talvez.

_ Deixa o seu pai melhorar primeiro, tá? – Félix disse e fez cócegas com as pontas dos dedos na barriga do menino, o fazendo rir. – Sabe o que eu vou fazer com esse desenho? Pendurar em um quadro. Eu amei, Jaiminho. – o menino sorriu e Félix também.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lembrando sempre que: em itálico é flashback :) Comentem!!