Divergente - por Tobias Eaton escrita por Willie Mellark, Anníssima


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Bem galera, tudo que é bom acaba e como diz a Marie Lu no final de Champion, hoje estamos do lado de cá da estrada dando tchauzinho para Divergente por Tobias Eaton!

Essa fanfic é muito importante para mim porque não fosse ela eu não teria conhecido tantas pessoas queridas e, especialmente, não conheceria minha amiga Willie e nem teria o prazer de falar com ela praticamente todos os dias. Então, Willie, obrigada por me aceitar aqui e por ser esta pessoa super incrível que vc é!!!

Tem tanta gente querida para nós aqui. Leitores que estão desde o começo; leitores que surgiram quando ela estava em andamento... Cada comentário, recomendação, favorita e MP de vcs foram muito importantes para que continuássemos. Vcs são importantes para nós. Afinal, o que seria das palavras escritas sem leitores que as apreciem?!

Quem de vcs acompanham Corações Convergentes sabem que a fic está bem atrasada e pretendemos reparar isso muito em breve. Quanto à Insurgente por Tobias Eaton decidimos que só iremos postar se vcs comentarem e até recomendarem esta fanfic como se deve! :)

Pehtra Paraquett, significou muito sua recomendação agora no final da fic. Quando estamos acabando tudo desde comentários à recomendações diminuem, então, obrigada!!!

Beijos no coração de todas vcs! ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/465150/chapter/30

A adrenalina começa a dissipar do meu corpo ao mesmo tempo em que meu coração retoma o compasso normal. Passaram poucos instantes desde que despertei e é provável que o inferno esteja sobre a Terra do lado de fora, mas estar aqui com os braços rodeando os ombros de Tris, sustentando-a colada ao meu peito, basta para que eu comece a recuperar minha sanidade.

Cedo demais, entretanto, ela se afasta e noto o que chamou sua atenção. As câmeras de segurança me atualizam em tempo real sobre os corpos, o sangue, as armas e o controle. Sinto meu corpo formigando ante a constatação de que fiz parte disso.

“Eu estava controlando a simulação?” Me obrigo a perguntar.

“Não sei se você estava controlando ou monitorando.” Tris responde. “Já está concluída. Não tenho ideia de como, mas Jeanine a projetou, então pode estar funcionando por conta própria.”

Assinto e não desvio os olhos das telas. Estou hipnotizado porque é horrível, cruel, porém...

“É... incrível. Terrível, maldoso... mas incrível.”

A quase nenhuma distância que permiti entre mim e Tris faz com que eu perceba seu corpo tensionar e passo os olhos em todas as telas de forma frenética até ver seu irmão Caleb e outras pessoas cercadas por soldados do Destemor. Meu coração torna a acelerar e meus músculos enrijecem.

“Tobias.” Ouço-a dizer. “Agora!”.

Sem outra olhada para as câmeras me ocupo com a tela de controle e digito as várias senhas de comando que conheço, e nada funciona. Tenho que fazer algo. Qualquer coisa. Não posso permitir que Tris assista seu irmão ser assassinado quando ele nem deveria estar aqui. Caleb pertencia a Erudição e deveria estar em segurança. Se é assim, se está aqui é porque tal como nós, não aceita que os membros da Abnegação sejam dizimados.

Com um olhar de esguelha percebo que Tris prendeu a respiração quando o disparo irrompeu de uma das armas dos soldados do Destemor. Não paro para ver se Caleb e os outros que estão com ele conseguiram escapar ilesos. Volto para os controles porque lembro que existe uma coisa que pode funcionar. A mesma que usei na sala de monitoramento do Destemor.

“Tobias!” Ela diz angustiada.

Não olho para ela. Pressiono a última sequencia e olho para as câmeras, entoando uma prece interna. Não reprimo uma expiração de alívio quando vejo os soldados pararem e baixarem as armas. Suas expressões aturdidas de quem acabaram de sair do transe não passam despercebidas por mim. É assim que deve ter sido comigo quando Tris me despertou. Seus rostos eram pinturas de pânico e culpa e remorso pelo o que quer que tenham sido obrigados a fazer.

O alívio momentâneo em meu peito foi substituído por empatia por aquelas pessoas, agora caídas nos chão, se movendo de forma ansiosa. Eu sabia o que fui obrigado a fazer e que teria de conviver com isso, assim como eles.

Eu tinha de me certificar de que ao sairmos daqui, não seria fácil recomeçar a simulação. Não daríamos apenas uma pausa nisso. Tínhamos que acabar de vez com o programa.

O disco rígido. É um dos componentes de hardwares mais importantes dos computadores da Erudição. Sua utilidade é o armazenamento de dados, todos eles. Isto significa que quando algum arquivo é armazenado no comando central, ele não se perde com o desligamento da máquina. A não ser que...

“Preciso pegar o disco rígido com os dados.” Digo à Tris. “Ou eles podem simplesmente iniciar a simulação de novo.”

Desço as mãos lentamente no lado esquerdo da tela principal, e habilmente retiro o pequeno metal, em forma de disco do local.

“Consegui.” Eu digo e lhe entrego o disco rígido.

“Precisamos sair daqui.” Ela me diz e aponta para uma das telas. Logo o caos estará instalado e temos que estar bem longe do complexo. Não sabemos em quem podemos confiar.

“Sim, nós precisamos.” Passo os braços por seus ombros. “Vamos.” Eu a guio pelo caminho mais curto para que possamos encontrar Caleb e sairmos daqui.

Ela se encolhe em meus braços e solta um grito atormentado que me dói o coração e vejo que é Andrew Prior que jaz morto no chão. Nem consigo imaginar como ela é forte ao suportar isso e não finjo que entendo.

Ela se abaixa. Sei que o tempo é curto e que precisamos correr, mas nada consegue me fazer apressá-la porque há coisas que foram quebradas nesse dia e que nunca serão consertadas. E diante de mim está uma delas. A garota mais corajosa que conheci vendo o pai baleado mortalmente, tendo que deixa-lo para trás.

Em poucos segundos ela levanta, segura minha mão e continuamos andando. Tris não olha para trás.

+ + +

Há confusão por toda parte. Vários soldados gritando desconcertados uns para os outros. Eles não sabem o que fazer e eu entendo. Penso em meus amigos. Onde estão e como estão reagindo a esta nova realidade? É difícil imaginar uma pessoa como Zeke que é sempre tão feliz e animado acordar com uma arma nas mãos, lembrando tudo que fez com ela.

Tris caminha à frente segurando minha mão. Assim que saímos do prédio de vidro vemos Caleb correndo em nossa direção. Eu poderia prestar mais atenção ao abraço deles ou em como Tris suspirou ao se juntar ao irmão, mas minha atenção subitamente se fixou na pessoa que estava próximo à Caleb.

É como a sensação de confinamento que ele me causou. Boca seca, respiração travada e tensão muscular. Esse é o efeito imediato que a presença dele me causa. É incrível que nem o fato de tê-lo visto em sua própria casa, de ter falado com ele para alertar sobre Jeanine e Max tenha me tornado anestesiado para encontros futuros. Acho que sempre me sentirei assim em sua presença. Agora é ainda pior. Depois de tudo que passamos vê-lo, aqui, no complexo do Destemor, não se encaixa.

Ele caminha em minha direção e coloca seus braços ao meu redor. Institivamente meu corpo estremece, esperando a dor imediata. A sensação dele me tocando faz com que um fio gélido escorra por minha espinha e como se mil agulhas perfurassem minha pele nas áreas em que se encostam à sua.

“Filho.” Marcus diz baixo próximo ao meu ouvido. Sua falsidade me faz tremer de mágoa e raiva por ser impotente e não me livrar de seu aperto. Antes que possa esboçar alguma reação que o afaste, Tris se aproxima.

“Ei.” Ela diz, se colocando entre mim e Marcus. Ela o empurra. “Ei. Fique longe dele.”

As costas de Tris estão rente ao meu peito e assim consigo respirar com mais facilidade.

“Fique longe.” Ela diz friamente para ressaltar seu ponto.

“Beatrice, o que você está fazendo?” Caleb pergunta e sei que ele não entende e reprova o comportamento dela. Afinal, ele não sabe o que o virtuoso líder da Abnegação é capaz de fazer dentro de sua casa. Principalmente quando ele se comporta como se tivesse sido ferido pelas palavras de Tris.

Apesar disso, não temos tempo para dramas e explicações.

“Tris.” Eu digo por que não vale a pena discutir agora, quando ainda há tanto em jogo. Ela não me dá atenção.

“Nem todos aqueles artigos da Erudição eram cheios de mentiras.” Seus punhos estão fechados e eu sei que se ela pudesse daria um soco no rosto de Marcus e eu não impediria.

“Do que você está falando?” Marcus diz com falsa inocência. “Eu não sei o que lhe contaram Beatrice, mas...”.

“A única razão pela qual não atirei em você ainda, é porque ele é quem deveria fazer isso. Fique longe dele ou não vou me importar em fazê-lo.” Se eu não estivesse surpreso, magoado, irado eu teria sorrido porque justamente a inicianda pequena da Abnegação se colocava como uma barreira humana impedindo Marcus de me fazer mal. Mas já chega.

“Precisamos ir. O trem chegará a qualquer instante.” Eu digo.

Eu não tenho nenhum plano. Minha mente está inundada com cenas deste dia e, sobretudo, há o fato de que para onde quer que formos eu terei de suportar a companhia de Marcus.

“Me desculpe.” A voz de Tris me tira de meus pensamentos.

“Você não tem por que se desculpar.” Eu lhe digo e aperto levemente sua mão. Quero lhe dizer que não é ela quem tem que se desculpar; que se não fosse por ela eu não estaria aqui e ela não teria esse hematomas que lhe causei...

Escolho ficar em silêncio.

“Se nós pegarmos o trem que vai para a direção contrária, para longe da cidade ao invés de para dentro dela, podemos chegar à sede da Amizade. É para lá que os outros foram.” Tris nos diz.

“E quanto à Franqueza? O que você acha que eles farão?” Caleb pergunta, mas não quero pensar nisso agora. Fico repassando problemas em minha cabeça sem encontrar nenhuma solução. Não poderemos ficar muito tempo na Amizade mesmo que eles nos recebam. E quanto aos demais membros do Destemor? Aqueles que não tinham ideia do que seria feito? Não deveríamos nos juntar?

Sinto-me inútil.

Tris está visivelmente exausta. Nem sei como ela ainda está de pé com o ferimento à bala no ombro. Eu a seguro com firmeza, permitindo que seu peso fique apoiado em mim. Ela coloca a cabeça em meu ombro e sinto sua respiração contra o meu pescoço. É quente, tranquilizador. Seu calor é uma fonte de segurança num mundo de incertezas como este que o dia trouxe.

Tento me concentrar na estabilidade que Tris me traz, mas meus olhos traidores se voltam para Marcus. Para ele, representar é algo tão natural quanto respirar, por isso que tentou me abraçar quando ainda estávamos no complexo do Destemor. Ele tinha plateia e precisava manter sua postura de bom e respeitável líder, mesmo que sua facção esteja esfacelada. Chamou-me de filho e a vontade de vomitar veio forte em mim naquele momento. Meu corpo todo estremeceu como se eletricidade o atravessasse, em uma só descarga de lembranças e sensações ruins que só sua presença causa.

Sabia que enquanto Marcus existisse nesse mundo, por mais que eu tentasse protelar, em algum dia eu iria reencontrá-lo, mas, agora, estar no mesmo ambiente que ele, partilhar do mesmo ar e sentir o mal que ele irradia quase me enlouquece. Não consigo olhar em sua direção por mais de alguns segundos. Sinto vontade de correr. Fugir de novo para longe dele como fiz no Dia da Escolha, horas após ele ter me presenteado com outra rodada de espancamento estratégico em meu tronco e pernas, sabendo que tais partes estariam encobertas por minhas vestes e, portanto, invisíveis aos olhos das outras pessoas.

Eu ainda me arrependo por ter sido levado a escolher o Destemor, porém, com ele aqui perto de mim, mesmo depois de tudo o que aconteceu hoje, eu entendo que me transferir foi a melhor saída para ambos. Meu ódio por ele é quase palpável e com os anos foi crescendo. É certo supor que, se eu continuasse sob seu jugo, a morte de um de nós dois pela mão do outro seria inevitável, ainda que só a ideia disto seja terrível.

“Você é quem viverá com a sua decisão”, isto foi o que me disse Tori quando aplicou meu teste de aptidão e, por mais que cada fisgada de dor - resultado daquela que tinha sido sua mais recente agressão – me fizesse pensar que eu tinha que sair dali, nos passos que eu dava enquanto me encaminhava ao círculo central onde se dispunham os recipientes com pedra, terra, água, fogo e vidro, foram às palavras dela que me incentivaram. Eu poderia ter escolhido qualquer outra facção, mas eu sabia, eu sabia que nenhuma outra doeria tão fundo em seu ego como o Destemor e assim eu fiz.

E agora minha facção se uniu à Erudição para acabar com a Abnegação e tudo se resume a dinheiro e poder. É incrível os que as pessoas fazem para conseguir o poder absoluto. O Destemor executa; a Erudição comanda. E nós estamos como degredados, tendo que pedir e aceitar a ajuda que a Amizade e, talvez, a Franqueza estejam dispostas a nos dar. Mas também isto é incerto. Não sei quem se disporá a ir contra a Erudição, considerando que a tecnologia que detém se tornou imprescindível para nossa sociedade e, portanto, a melhor arma para controlar as demais facções.

Finalmente o trem chega. Solto Tris e todos corremos para obter impulso e saltar. Sinto que Tris tenha de se esforçar mais. Ela é a primeira a pular e eu vou em seguida. Assim que entro no trem sento ao seu lado.

Nesse momento creio que nos caçam como fugitivos porque conseguimos interromper e cancelar a simulação de ataque, mas somente isto não deterá a Erudição que há muito tempo vem planejando derrubar a Abnegação do poder e, portanto, logo iniciará seu plano de contingência.

Olho para o lado e vejo a cabeça de Tris que descansa em meu ombro. A garota que tomou um tiro para me proteger de Eric está muito debilitada. Percebi isto desde o momento em que Jeanine nos levou para aquela reunião na qual comunicou que me usaria como cobaia e que levaria Tris à execução. Ali ela já havia perdido muito sangue e não sei como ela conseguiu se salvar já que nada pude fazer para ajuda-la.

Ao contrário disso. Eu bati nela e quase a matei sob o controle da simulação. Eu a puxo para mais perto de mim.

“Meus pais.” Ela diz e engole em seco. “Eles morreram hoje.” Então ela também perdeu a mãe...

“Eles morreram por mim.” Ela reforça as razões de suas mortes e temo que a culpa se instale em seu coração.

“Eles amavam você.” Eu digo o que pode parecer óbvio, porém importante para ela entender que não havia outra maneira. “Para eles não existia uma forma melhor de provar isso.”

Ela concorda e olha em meu rosto. Seus olhos lacrimosos se tornam ainda mais brilhantes do que de costume. Lindos. Constatar isso e pensar que esse brilho quase foi extinto por mais de uma vez somente hoje me traz a sensação de um punho se fechando em torno da minha traqueia.

“Você quase morreu hoje.” Eu me forço a dizer tais palavras. “Eu quase atirei em você. Por que não atirou em mim, Tris?”

“Eu não poderia fazer isso.” Ela não hesita em responder. “Teria sido como atirar em mim mesma.”

Então, me matar seria como matar-se. Eu entendo isso porque senti o mesmo quando Jeanine disse que ela seria descartada e eu não. Sei o nome desse sentimento de querer morrer antes de causar a morte do outro. Eu o possuo. Já sabia desde que minha atenção passou a se voltar totalmente a ela e agora conheço com intensidade a origem da paz, força e alegria de estar com ela.

“Eu tenho algo para te dizer.” Eu digo seriamente. “Eu posso estar apaixonado por você”. Olho dentro de seus olhos e sorrio. “Entretanto, estou esperando até ter certeza para te contar.”

Não me surpreende que ela não seja igual às outras garotas que se derretem com uma declaração dessa. Ela somente sorri tranquila para mim.

“Isso é muito sensato da sua parte.” Tris diz. “Nós deveríamos encontrar um papel para você poder fazer uma lista, um gráfico ou alguma coisa do tipo.”

É bom saber que ela é ainda capaz de humor. Corro meu nariz por seu rosto.

“Talvez eu já tenha certeza.” Sussurro em seu ouvido. “E só não queira assustar você.”

“Você deveria me conhecer melhor.” Sua voz é divertida. Medo? Não. Afinal, ela é a Seis.

“Tudo bem. Então, eu te amo.”

Ela não diz o mesmo. Ela não diz nada. Apenas se inclina procurando meus lábios e me beija profundamente. Agora não existe tristeza, mágoa, raiva ou o divertimento de há pouco. Nossos lábios conectados conseguem se expressar melhor do que palavras. Provo do seu carinho em cada beijo dado, e não suporto pensar em um afastamento. Sinto que ela me tem por completo em suas pequenas e fortes mãos, e não me surpreendo ao pensar que é aqui que gosto de ficar. Com ela.

Depois de alguns minutos ela se recosta em meu ombro com o disco rígido à nossa vista e fecha os olhos. Enquanto ela se entrega ao sono observo conforme nos distanciamos da cidade e penso.

Tris me disse que os pais morreram por ela. Então, por mais eu queira saber como ela escapou das garras de Jeanine, não poderia questioná-la quanto a isto já que seria como revolver seu coração machucado. Ela amava a família mais do que tudo como ficou provado para mim em suas simulações. Ela não teve e nem terá tempo tão cedo para lamentar a perda deles e eu não sei como lhe servir de apoio.

Ela é a única pessoa que tenho e me angustia que sofra e eu não possa fazer nada. Só que se tem uma coisa que aprendi com a falsa morte de Evelyn é que a dor precisa ser sentida e o máximo que posso fazer é estar ao seu lado, que é mais do que eu tive quando ‘perdi’ minha mãe e me vi sozinho naquela casa com ele, livre para impingir em meu corpo as suas próprias frustrações, dizendo-me que era ‘para o meu próprio bem’.

O trem continua seu trajeto e logo estaremos próximos dos portões das fazendas da Amizade que o Destemor se encarregava de fazer a proteção. Não faço ideia do que encontraremos lá.

Caleb está recostado ao lado de Peter. Constantemente o vejo afastar lágrimas que escorrem por seu rosto. Ele também perdeu sua família e agora só lhe resta Tris. Penso que ele talvez tenha se arrependido das coisas que disse à irmã sobre não acreditar em seus pais. À minha frente vejo um garoto cuja dor o rosto expressa que, afinal, o sangue vem antes da facção.

Em meio à tamanha desgraça olho bem para nosso grupo e sorrio. Marcus e Peter apesar de pertencerem a facções que são os extremos entre si, não passam de dois malditos miseráveis e covardes. Caleb abandonou a Erudição e deve ser considerado um traidor pela facção. Tris e eu somos como os sem-facção, pelo menos enquanto não soubermos como anda a liderança do Destemor.

Com nosso destino incerto não há como negar razão às palavras quase proféticas que aquele sem-facção me disse um dia antes da Cerimônia da Escolha de que preferiria qualquer coisa a ser esmagado por uma facção. E é exatamente isto que Tris e eu estamos tentando. Não sermos esmagados e não deixar que mais pessoas o sejam também.

A velocidade diminui e Tris ainda dorme. Seu rosto está plácido e sinto ter que acordá-la porque em seu sono ela não sofre por nossos problemas e por suas perdas.

Embora a cidade tenha ficado para trás, não vamos apagar da memória o que aconteceu e nem fugir do que nos aguarda. Chicago e toda a destruição ainda está em nosso futuro, mas não temo. A garota em meu ombro me lembra que ainda há razões para sorrir e para reconstruir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ficamos por aqui e, please, tivemos o maior respeito com todos sempre, então, comentem, recomendem, mandem MP, favoritem e nos deixem saber como se sentem!
Vamos responder todos os comentários até o final de semana que vem! Bjs.
Nos deem esta alegria!!!