Divergente - por Tobias Eaton escrita por Willie Mellark, Anníssima


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Ei, galera, sabemos que demoramos a postar os últimos capítulos, mas quem nos acompanha desde o começo sabe muito bem que quando tínhamos tempo chegávamos a postar dois capítulos por dia e mesmo quando voltamos ao trabalho e estudos nos esmerávamos para postar dois por semana.

Demoramos sim, mas não é por preguiça ou coisa do tipo. Agora, a gente constatar que dos 250 leitores que atualmente acompanham a fanfic apenas 11 comentarem o último capítulo é uma coisa que nos entristeceu enormemente.

Como dissemos, iremos até o capítulo 30 e vamos postar bem rápido porque conciliamos férias e queremos finalizá-la logo.

Obrigada à Mertriqs 1, Connie, Saris, Trinity, AlohaSheo, Izzy Eaton, Bia Prior, May Prior, Complicated, Aloenne, e Cristal Cipriano Black pelos comentários. Significou muito para nós, especialmente neste momento em que nos entristece o fim da fic!

Estamos sem palavras para a sua recomendação enorme Connie! Vc não tem noção do quanto ficamos gratas por ela!

Bem, é isto. Boa leitura!



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Enquanto caminhamos não vejo nenhum soldado comandado por Jeanine. Com certeza foram contidos e presos em seguida. Ao que parece, o prédio do Destemor foi evacuado, mas sei que o perigo ainda existe e é por isso que me designaram para interromper a simulação definitivamente. Um soldado que me acompanhou durante o trajeto de trem me informou que sou um dos poucos que possui conhecimento em informática e, por esta razão, eu deveria prestar serviço na sala de controle.

Caminho até o compartimento e um soldado me entrega uma arma. Seguro o metal gélido com bastante força e ela se torna mais pesada em minhas mãos. À minha volta percebo que nada mudou na sala que eu havia escolhido para exercer profissão junto ao Destemor. A parede é composta por várias telas de vigilância e nelas visualizo inúmeros soldados que ainda estão sob o efeito da simulação, aguardando ordens. Dirijo-me à mesa central e observo os códigos se formarem na tela principal e penso em como isto – interromper a simulação - é a única coisa que posso fazer neste momento.

Sento-me e inicio o processo ciente de que demorará algum tempo até conseguir descriptografar o programa criado e executado pela Erudição. Por mais que eu os odeie com todas as minhas forças, não posso negar que são muito bons em se tratando deste tipo de tecnologia.

Mas não posso me abalar. Estou preocupado com Tris e com o que pode tê-la acontecido durante o período em que estive desacordado. Entretanto, sei que se por algum milagre ela ainda está viva, a melhor maneira de encontra-la é cessando o ataque. E é isso que farei.

Depois de algum tempo - horas ou apenas minutos, não sei dizer - condiciono minha mente em modo automático. A sala vai se tornando cada vez mais escura e os números, dígitos, imagens ocupam integralmente o meu foco. Absorvem-me por completo.

“Tobias.”

A voz que soa atrás de minhas costas provoca um arrepio e calor em minha espinha. Sinto meu corpo reagir de forma imediata e viro-me para ver apenas uma jovem soldado do Destemor. Por instinto, tenho certeza de que não se trata de uma das que foram acordadas. Sei que ela está sob o efeito da simulação.

“Largue a arma.” Eu digo porque não tenho intenção de feri-la, mas não hesitarei se for preciso. Eu desejo salvar o maior número possível de inocentes, mas se deixasse ela me atingir, eu não poderia fazer nada para impedir mais matanças cruéis.

“Tobias.” Ela repete meu nome e não fez menção em soltar a arma que carrega em sua mão. “Você está em uma simulação.” Percebo que ela tenta me enganar. Tenta usar toda a confusão do dia para plantar a dúvida em mim. Se eu não tivesse tanta certeza de quem sou e das razões que me trouxeram a esta sala poderia acreditar. Parte de mim gostaria de confiar na pequena garota em minha frente. Afasto tais pensamentos antes que eu faça uma besteira.

“Largue a arma.” Alerto-a mais uma vez. Eu realmente não quero fazer mal à garota. Respiro fundo antes de completar. “Ou eu atiro.”

Vejo-a fazer um movimento de aproximação e minha mandíbula fica rija. Sei que é uma traidora ainda que esteja sendo controlada, mas não posso permitir que ela atire primeiro.

“Largue a arma!” Eu grito, dando-a uma última chance de salvar sua vida.

“Já soltei.” É o que ela me diz e vejo a verdade em suas palavras. Como não percebi que ela não mais segurava o revólver? Esta situação foge ao controle da minha sanidade.

Sinto minha respiração falhar quando sou surpreendido com mais um passo para perto de mim. Sua mão fria segura meu pulso e, por um segundo, o leve toque me deixa paralisado como se meu corpo a reconhecesse; o que não faz sentido.

Não me deixo levar pelo contato físico. Atiro. Mas ela consegue desviar seu corpo do trajeto da bala, fazendo-a ricochetear entre a parede e a porta. Ela enlaça os meus pulsos e chuta minhas costelas. Arfo com a dor repentina e tento me recobrar do golpe. Ela derruba a minha arma e se lança para ela. Meu subconsciente clama para que eu cesse o embate, mas não farei. É óbvio que ela quer me eliminar. Com esforço, eu domino meu pequeno surto e a impeço de alcançar a arma. Desfiro um soco brutal em sua mandíbula e a expressão de dor em seu rosto faz brotar dentro de mim uma sensação de lamento.

Minhas mãos tremem como que em sinal de repúdio à minha ação, mas não posso parar. Ela levanta as mãos protegendo seu rosto. Sua posição me remete à de um animal ferido. Talvez eu possa trancá-la em alguma sala até que eu tenha conseguido encerrar a simulação... Não tenho tempo de pensar melhor sobre o assunto, pois ela me surpreende chutando a arma para longe de mim.

Ela poderia tê-la pegado em meio à minha hesitação. Ou ela não analisou bem suas opções ou quer que seja do jeito mais difícil...

Ela chuta minha barriga. Eu a intercepto girando o seu calcanhar empurrando-a de vez para o chão. Preparo-me para chutá-la, mas ela se movimenta tornando meu golpe impossível. Abaixo e a puxo pelo cabelo levantando-a. Ela agarra o meu pulso e eu a acerto na parede.

“Tobias.”

Seu jeito caloroso de falar meu nome me deixa angustiado e quase desesperado. Sua voz grave é familiar tal qual uma lembrança remota, incrustada entre camadas de pensamentos embaralhados... Eu me esforço em encontrar uma associação e nada me vem à mente. Meu aperto vacila e ela chuta minha perna e se apressa em pegar a arma que havia esquecido por um momento. Eu me levando e volto a encará-la. Estou preparado para o que virá em seguida.

Ela não levanta. Aponta a arma para mim.

Não me importo em morrer. Apenas queria impedir o prosseguimento do ataque. Caminho até ela.

“Tobias.” Ela fica de pé ainda com a arma apontada em minha direção.

“Tobias, por favor...” Sua voz vai se tornando mais nítida para mim. Ela diz algo mais, mas toda minha atenção está voltada para sua postura e feição. Franzo o cenho e pisco tentando vê-la melhor. Meu coração salta numa batida e sei que o que estou fazendo é errado. Mas por quê?

Estico a mão para pegá-la e ela surpreendentemente pressiona a arma em minhas mãos. Isso não faz sentido. Ela me deu o instrumento para tirar sua vida...

Empurro o cano contra a sua testa e fico sem ar. Ela estica a sua mão e a pressiona em meu peito, repousando a palma junto ao meu coração. Uma onda de calor abrasa meu corpo tendo como origem aquele pequeno contato. Preciso acabar logo com isso. Eu me preparo para puxar o gatilho e sou impedido por um tremor que domina minhas mãos.

Sei que se não atirar agora, não conseguirei mais. Encaro-a em busca de resposta.

Porque me sinto assim?

Olho dentro de seus olhos e esqueço tudo ao redor. Suas íris são azuis. A mesma tonalidade pura e límpida que somente vi em uma pessoa em minha vida. É impossível que a cor tão perfeita que amo seja a coloração dos orbes desta que está diante de mim.

“Tobias.” Ela sussurra. “Sou eu.”

Seus braços me envolvem por completo.

Um abraço? Quem abraçaria o carrasco que carrega nas mãos a certeza de sua morte rápida e iminente?

Mas é exatamente disso que se trata. Braços de uma maciez cálida prendem meu corpo em uma pequena jaula da qual não desejo sair. Não retorno o abraço, mas não tenho força para me afastar. Meu coração martela com tamanha força que sinto o pulso frenético em meus ouvidos e garganta. Fecho os olhos e me rendo. Ouço o estrépito da arma ao cair no chão.

Lembranças recentes de minha tentativa desesperada de esganar Jeanine vêm à tona. Ela me drogou com um soro da nova leva de que ela mesma falou.

Eu estou sob o efeito da simulação e não garota diante de mim.

Deus. É Tris?

Desperto e agarro com força o corpo colado ao meu porque necessito ver seu rosto. Sua face está marcada por uma trilha de lágrimas, vergões e hematomas que começam a arroxear. Marcas de ferimentos que eu mesmo causei. Meu estomago se contorce com o pensamento. Encontro seus olhos e tenho a confirmação.

“Tris.”

Esmago minha boca junto à sua transformando dor e tristeza em um beijo apaixonado. Quero dizer que sinto muito, que fui um fraco em não resistir à simulação e que nunca vou me perdoar por não tê-la reconhecido e machucado ao tentar defender minha vida miserável. Contudo, só o que consigo fazer é prolongar o beijo ao máximo. Nossos lábios se movimentando em um frenesi temperado com o sal das lágrimas que ambos derramamos acalenta a agonia que me assola. É agridoce, exatamente como dizem ser o gosto do amor. Envolvo-a em meus braços em um aperto tão forte... Não aceito me separar novamente dela. Tris é meu porto seguro e me torno sombrio e perdido quando não estamos juntos.

Quero me desfazer em seus lábios; fundir-me a ela neste abraço porque durante todos os momentos em que acreditei que Jeanine pudesse tê-la matado, mantive-me lúcido porque secretamente alimentei esperanças de que isso não fosse verdade, que eu a encontraria bem. E, aqui está a concretização de meus anseios...

Coloco-a de volta no chão. Deslizo meus dedos em rosto, amando a sensação da minha pele contra a sua. Vejo novamente os ferimentos em seu rosto. Eu, que jurei que a manteria segura falhei. Machuquei Tris com as mesmas mãos que a acariciam agora.

Mais lágrimas encontram o caminho para fora de meus olhos enquanto um soluço involuntário escapa de minha garganta. Eu quase a perdi. O pensamento me faz estremecer. Inclino-me e beijo-a novamente, com mais cuidado para que em minha ânsia de tomar sua boca, eu não fique descuidado e acabe lhe causando ainda mais dor.

Nesse momento, a realidade me atinge como um potente soco. Eu amo Tris mais do que a mim mesmo. Mais do que amei qualquer coisa nesta vida.

Ela aconchega a cabeça em meu peito e chora baixinho.

Eu amo sua força e também os momentos em que me revela toques de fragilidade. A mesma garota que colocou uma arma em minha mão, em um ato de bravura, optando pela minha vida no lugar da sua, agora desmorona em meu peito.

Por duas vezes neste dia ela se sacrificou por mim...

Tenho certeza dos meus sentimentos, mas nada sei a respeito dos seus. Sei que atos devem ser mais apreciados que palavras e não posso querer perguntar ou esperar que ela revele me amar se eu mesmo não disse tais palavras.

“Como você conseguiu?” Tris sussurra com a voz rouca e abafada por conta do tecido.

“Eu não sei.” Digo e estou sendo sincero. “Apenas ouvi a sua voz.”


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Bem pessoal como todos sabemos é reta final da Fic!!!
Agora falta apenas um capítulo...
(AHHH MEU DEUS)
Comentem o que acharam desse capítulo plis, isso nos motiva muito!!!
E aceitamos de bom grado recomendações hihi :D