Entre Mundos escrita por MakaSama


Capítulo 12
Capítulo 12 - Treinamento




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— Layla... Ei Layla! Acorde, Vamos acorde! Temos coisas importantes a fazer hoje!— Ele a empurrava de forma bruta

“Nossa.. ela esta mal, dormiu dois e duas noites...nesse tempo...tanta coisa aconteceu...Tenho que levá-la para conhecer o Reino, mas..será que ela irá aguentar? Desculpe Layla...me perdoe por te lhe atacado usando magia negra..mas isso faz parte do seu treinamento.. Não queria ser tão duro assim com você, mas isto é necessário para que você fique mais forte, Bem hoje vou dar uma trégua, ela merece...”.

Era isso que Merlyn adoraria dizer para Layla, mas não, ele não tinha coragem... e tinha medo de acabar deixando o treinamento fácil demais... mas, desse jeito ele iria matá-la, não torná-la mais forte.

— O quê? Ai... Todo meu corpo dói... Ai minhas costas... Ai, ai, droga... Não sei por que você me odeia tanto Merlyn... — Layla rapidamente estava de pé, a dor que ela sentia a fazia lembrar-se do que havia acontecido — Quanto tempo eu dormi? —

— Dois dias e duas noites, agora vá se alimentar, depois se arrume, vamos sair — Merlyn falava enquanto saía do quarto.

Merlyn desceu as escadas e foi em direção a porta, saiu da mansão lentamente e silenciosamente, ao chegar lá fora olhou para sua antiga companheira, logo fez o que tinha que fazer, subiu na árvore e relaxou. Desde quando ele fazia isso quando pensava em alguma coisa? Desde quatro anos provavelmente, E o que o fazia ficar ali no momento eram as perguntas em sua cabeça... Por quanto tempo iria conseguir manter Layla ali? Até a Corporação vir atrás dela? Até ela pedir para visitar o outro mundo? Jonh viria à procura dela, isso ia acontecer em pouco tempo... E Merlyn teria que arrumar um argumento rápido para impedi-la, mas ah, é mesmo... Layla odiava Jonh, mas por Merlyn ter maltratado tanto ela recentemente, ela o odiava também... ou não?

“Nossa”, ele estava mesmo pensando aquilo? Estranho, não... Não aconteceria como aconteceu com Kasumi, a empregada que foi morta pelo Rei, ela era mais velha do que ele “... mas...” Ela o havia ajudado tanto... Não, realmente não poderia acontecer com Layla o mesmo, Merlyn não iria se apegar a Layla

— Merlyn? —

Era Layla, estava em frente à árvore, ela vestia uma calça apertada meio rasgada, usava luvas pequenas, uma blusa preta simples e um casaco de tecido desconhecido (para ela).

— Está pronta? — Merlyn falou enquanto descia da arvore

— Não — Ela tentava mostrar algum bom humor

—Hm... Adoro ouvir isso — Merlyn fala enquanto pega luvas de couro de dentro do casaco e as veste, depois pega outro par e joga para Layla

— Use — Seu tom muda de sarcástico e bem humorado para frio, complexo ao extremo.

— Pra quê? — Ela realmente quer irritá-lo

— Faz parte do treinamento... agora venha!! — Ele diz enquanto se coloca em guarda

— O quê? ­—

Antes que ela reaja, Merlyn vai com um impulso e dá um murro no rosto de Layla, fazendo – a dar alguns passos pra trás.

— Espera aí!! Também não é assim não... Meu corpo todo ainda dói dos socos que você me deu!! — O tom dela é de chateação, mas ele realmente não se importava

— Continue pensando assim e você vai morrer rapidinho, você tem que estar bem forte em um mês —

 Layla se aproxima com as mãos em frente ao rosto, tenta dar um soco rápido no abdômen dele, mas como o esperado ele defende retirando a mão dela para o lado

— Lute!! — Ele fala enquanto dá um chute nas costelas de Layla

— Ai... Fácil falar, difícil fazer... — ela leva a mão ao local da dor

 Layla se mantém em pé, mas cambaleando, então usando todas as suas forças ela se aproxima novamente com certa velocidade e finalmente atinge Merlyn com um soco debaixo do queixo “Consegui!!” Layla pensa enquanto o vê indo para trás, logo ela continua e dá um cotovelada no lado esquerdo da cara dele, fazendo–o cuspir um pouco de sangue.

 Layla nunca mais esqueceria... a primeira vez que o via com aquela cara de espanto, mas sem dar tempo para contar vitória ele contra ataca e acerta o nariz dela, Layla agilmente pega o braço dele e o joga para baixo deixando – o de joelhos, ela aproveita e dá um murro em cheio no olho de Merlyn.

 Rapidamente com a mão livre, Merlyn soca o joelho de Layla fazendo-a cair também.

— Você é fraco..achei que fosse mais forte...ou seria por quê você esta cansado? Ou esta com pena de mim? ­— Layla fala enquanto levanta-se

— Eu deixei você ganhar... simples, queria ver se contra um oponente fraco, você se daria bem — O que ele dizia era verdade

— Então? ­— Ela arqueia as sobrancelhas

— Hoje á noite nós vamos para a floresta, e de dia nós iremos dar um volta por aí..Você foi mais ou menos —

— Ok, ah a propósito pra quê as luvas? — Ela indaga

— Duas coisas, nós vamos a um lugar que você vai precisar usá-las e elas também servem para usar magia ­— ele fala em um tom explicativo e autoritário.

— Luvas mágicas? — Ela fala enquanto examina-as

— Mais ou menos — Ele desvia o olhar

— Então vamos pra onde agora? —

— Me siga — Merlyn fala enquanto anda em direção á floresta.

Muitos minutos depois...

— Chegamos — Merlyn fala

  Eles estão em uma parte central da floresta, há um grande espaço e árvores os cercam ao longe, no chão quase não há plantas, nessa parte da floresta há apenas areia, nenhum gramado sequer.

  Layla chega mais perto, e analisa todo o lugar, no solo há marcas simétricas, vários símbolos totalmente desconhecidos.

— O que é isso? — Ela sussurra e não consegue esconder sua expressão de desconfiança, ela sente-se mal naquele lugar.

  Ela olha para Merlyn que está longe, ele está de olhos fechados e aparentemente muito concentrado, “O que ele ta fazendo? Tem alguma coisa estranha com esse lugar, ele me dá arrepios... Talvez eu deva olhar melhor essas marcas e tentar descobrir alguma coisa, apesar de não entender nada, mas não custa nada tentar.”

   Layla senta-se próximo ao símbolo central, e passa a mão por entre as marcas profundas no solo, um arrepio lhe corre a espinha, entre dois traços em forma de meia lua, há duas cavidades, em que cada um há dois triângulos sendo que um deles é invertido, “Era como se houvesse algum tipo de cristal... para colocar aqui...”, em baixo das duas meias luas, há mais quatro cavidades. Layla levanta e olha bem o símbolo, há seis cavidades, quatro em fileiras abaixo das duas meias luas e no meio há duas uma em cima da outra, todas profundas, ao redor há vários traços se interligando, bem simétricos.

  De repente Merlyn sai de seu “sono profundo” e levanta

— Layla? Você está pronta? — Merlyn fala e olha fixamente para ela, seu rosto tem uma expressão enigmática, demonstra medo, frieza, insegurança à medida que ele fala transparece algo diferente, mas ao final ele dá um largo sorriso — Não acredito que vou fazer isso... — Ele passa a mão nos cabelos

— Não sei se estou pronta, nem sei o que vai você fazer, só sei que esse lugar é muito estranho, ele me dá arrepios... — Layla abre bem os olhos e arqueia a sobrancelha expressando sua desconfiança — E a propósito que símbolos são esses? — Ela aponta para o chão.

—Um minuto e você saberá, afaste-se daí — Ele parece empolgado — Chame este lugar de “Campo dos Seis Horizontes”­—

  Layla afasta-se como o dito, Merlyn vai para o centro e fica de pé em cima das marcas, ele fecha os olhos e respira repetidas vezes, lentamente uma aura branca começa a envolvê-lo, ele junta as duas mãos como se estivesse rezando, e sussurra algumas palavras, Layla que assiste tudo ao longe não consegue esconder sua admiração e ao mesmo tempo espanto, ela podia sentir de alguma forma, aquele poder.

  Depois de algum tempo uma aura negra surge também, as luzes em forma de escuridão e luz, abrangem seu corpo em forma de espiral e ficam ao girando ao seu redor. É um espetáculo de luminosidade para os olhos inexperientes de Layla, era como se estivesse vendo a aurora boreal só que de duas cores.

  Em um súbito começa a ventar muito forte, logo após muita poeira começa surgir. “O que é isso?” Ela cobre a boca e continua a tentar entender se era mesmo Merlyn, o causador daquilo.

  Sem que Layla perceba começa a sair fumaça das árvores, uma fumaça negra que se espalha rapidamente com o vento, ela tosse muito e começa a ter problemas para respirar, “Fumaça? de onde está vindo? Será que é um dragão chegando por perto? Era só o que faltava, mas nesse mundo doido, eu não duvido nada... mas é estranho, Merlyn conseguiu usar magia, aumentando seu poder.. mas por que roxa? ele usa magia negra? o que são essas cores? branco e preto? Yin e Yang?” .  Inesperadamente, um calor começa a subir, Layla olha para as folhas, e elas estão pegando fogo “De onde esse fogo veio? isso é algum tipo de ritual... ? ”.

 O Fogo aumenta, e rapidamente toma conta das árvores ao redor deles, Layla olha para Merlyn e ele não está mais de mãos postas, mas continua com olhos fechados e sussurrando palavras incompreensíveis.

 Assustada, Layla se afasta das árvores e fica próxima a Merlyn, mas tentando não atrapalhá-lo ela mantêm certa distância dele e das labaredas.

 “Pergunto-me se esse é algum tipo de lugar mágico, feito para invocações de elementos.. Ai o que é isso?” Pequenas gotas começam a cair e molhá-la, a garoa pouco a pouco vai aumentando, e as labaredas diminuindo, o fogo e a fumaça vão sumindo lentamente.

 O Fogo cessa, a nuvem de poeira passa, o vento diminui e a pequena chuva deixa apenas um friozinho agradável.

 Layla achando que havia acabado o “ritual” senta-se, aparentemente cansada de tantas mudanças climáticas, de repente o chão começa a tremer, Layla vai para as árvores, as cores ao redor de Merlyn mudam, antes havia apenas preto e branco, agora está realmente colorido. Os tremores aumentam mais e mais, e logo aparecem marcas no chão em cima de um grande bloco de pedra, agora há quatro símbolos simétricos ao redor de Merlyn e a marca central. Há cinco “emblemas” agora, em cada um dos quatro símbolos há uma cor, um azul, um verde, um marrom e outro avermelhado. “São os elementos! Então é isso!”.

 Novamente, a aura de Merlyn muda para totalmente negro, e a terra para de tremer, Merlyn abre os olhos, lentamente a luz escura, diminui e diminui até desaparecer,

 — Acabou? — Layla pergunta enquanto sai de trás de uma árvore

 Sem responder, ele respira, perde o equilíbrio e cai.

 — Putz!! — Layla corre até ele, e dá algumas tapinhas no rosto dele tentando acordá-lo

 — Hey cara! Que droga foi aquela?! Acorda! Acorda! — Ela para de “bater” nele

 Ele dá um sorriso antes mesmo de abrir os olhos

 —Hahaha... — Seu riso quase não sai, mas ele parece muito feliz — Depois de tantos anos, não acredito que consegui... Hahaha — Ele lentamente abre os olhos

 — Você é muito doido! — Layla está surpresa

 — Pronta? — Ele tenta se levantar, ainda desequilibrado

 — Quer ir pra casa? — Ela fala enquanto Merlyn se apóia em seus ombros

 — É claro que não, agora que consegui fazer isso, acha mesmo que vou simplesmente embora? hahaha ! Não mesmo — O que era aquilo que o deixava tão feliz?

 — Beleza então, me explica que droga é essa, eu estou assustada, sério — Ela dá um sorriso de curiosidade, ela não está tão assustada, e sim curiosa.

 — Ok, então, aqui é seu novo campo de treinamento, guardiã, quer dizer imitação de guardiã, ou melhor, pseudoguardiã, á sua escolha hahaha— Ele senta novamente junto de Layla

 — Muito engraçado, ainda vou te dar uma surra, espere só, mas fale mais sobre isso—

 — Bem, este lugar era usado por Willian, e todos os guardiões que já existiram, aqui eram onde eles desenvolviam suas magias enquanto ainda eram novatos, quando não estava em uso por um deles, era usado livremente por elfos, e pela corporação quando ainda estava no começo, o uso resumido é esse, bem não lembro se te falei, mas há dois tipos de magia, Elemental e “Pura” digamos assim — Ele pára um pouco para tomar ar, fazer tudo aquilo havia o deixado muito cansado, mesmo ele sendo tão forte, aquela invocação tinha acabado com todas as suas forças, mas ele realmente estava feliz por ter conseguido. — Continuando, o Elemental, está um pouco obvio, não é? São os elementos de fogo, água, vento e terra, os outros dois é a magia negra e a magia sagrada, ou branca. Alguns controlam o fogo, outros a água e assim por diante, depois de muito tempo é possível controlar vários elementos.

Em relação á magia negra, você pode usá-la simplesmente atacando é claro, como por exemplo, lâminas negras cortantes, que são muito usadas por seus usuários, ou pode, invocar mortos, pode se defender e várias outras coisas que vou te falar depois.

Bom, a magia branca, é usada principalmente para curar, e para desabilitar o inimigo de alguma forma, deixando-o cego, prendendo-o ou coisas assim, raramente é usada para ataque, e sim para defesa — Ele para como se esperasse alguma manifestação de Layla

—E se juntar as duas? — Ela estava bem concentrada no que ele estava dizendo

— Bem, raramente isso é possível por meios normais, você pode fazer alguma magia para conseguir ou de outras formas, mas é estritamente proibido pelas leis do Reino, bem do antigo Reino, pois agora qualquer um pode fazê-lo. Mas quem tem magia negra e branca, pode controlar a mente das pessoas com tamanha facilidade, fazer invocações inimagináveis e muito mais. —

— E você? como conseguiu as duas? — “Tuché, peguei você!”

— Eu? ahn.. Eu tenho magia branca parcialmente, devido á um pequeno detalhe... nada que você entenda — Merlyn tenta mudar de assunto, agindo naturalmente

— Por que eu não posso entender? — Ela arqueia a sobrancelha, insistindo

— Você tem que aprender o básico sobre a magia, primeiro e depois eu te ensino mais coisas —

— Eu acho que você está escondendo alguma coisa... — Ela olha bem nos olhos dele, como em um interrogatório

— Hm.. O quê? Poupe-me, e mesmo se eu estivesse escondendo, o que você tem haver com isso? — Ele a encara e vira o jogo

— Bem, se você for me ensinar sobre esse mundo e se... , tenho que saber se tudo sobre esse mundo, não acha? Detalhe por detalhe... — “Ele não pode saber que desconfio dele, ele não vai confiar em mim também. Não estou do lado de ninguém, mas ninguém pode saber disso.” é o que Layla planeja.

— Hm.. — Ele parece acreditar no que ela diz — É mesmo, eu me esqueci de que você é burra e medrosa, perdoe-me — Ele faz um sinal de reverência

— Grrrrrr! Eu vou te matar! — Ela tenta sufocá-lo, brincando apenas

Antes que ela o toque, ele lança um olhar ameaçador, seus olhos azuis se tornam negros

— Ta, parei — Ela fala meio sem graça.

— Hahaha... Isso é apenas um pequeno truque, nada de extraordinário para quem usa magia negra — Novamente Merlyn muda seu humor, ou ele estava apenas fingindo?

— Mas, continue, por favor, antes de começarmos a treinar, me explique detalhe por detalhe, bom até agora eu entendi sobre os tipos de magia, Elemental e “Pura” — Ela faz aspas com os dedos — Entendi como são usadas, mas o que esse lugar tem de especial? —

— Morgan, quando assumiu o poder, percebeu que esse lugar era um perigo para seu trono, então, aumentou a floresta para criar uma barreira entre as criaturas que estavam contra ele, e como poucos sabiam, selou este lugar de invocação, aqui, qualquer tipo de magia se manifesta, e torna o usuário mais forte — Ele tem uma leve expressão de tristeza em seu rosto, quase imperceptível

— Entendo, mas então quando começamos? — A guardiã está muito empolgada com esse novo treinamento, talvez ela até pudesse aceitar o fato de ficar por um bom tempo nesse novo mundo.

— Hm... então, ai está o problema, você vê essas cavidades? Elas foram feitas para cristais, os quatro cristais de elemento e o cristal de energia sagrada e energia negra. Bem, depois que William morreu, Morgan criou um selo neste lugar, além de selar este lugar com uma magia forte, ele separou os cristais usados, com um acordo com o Rei dos Elfos, ele ficou com os cristais de magia negra e branca e os elfos que certamente precisariam dos cristais de elemento para manter sua cidade, ficaram com os quatro, mas em troca, tem que pagar impostos ao rei. —

— E como conseguimos os cristais? Pedimos? —

— Bem, era sobre isso que eu queria falar com você. Eu tenho que fazer um plano, mas antes vamos às opções —

— Que seriam? — Layla pergunta curiosa

— Nós poderíamos conversar com o Rei élfico primeiro para que ele nos forneça os cristais, usaríamos esses primeiro e depois iríamos atrás dos outros — Merlyn fala meio sério.

— Como convenceremos esse Rei? — Layla parece confusa

— Bom, vou pensar um pouco mais sobre isso, mas — Ele ofega um pouco — Infelizmente, não consigo mais me esforçar por hoje, me perdoe, teremos que voltar para casa — Ele fala cansativamente, respirando em pausas.

— Sim, com certeza, não há problemas em você descansar — Ela o ajuda a levantar— Vamos, para casa — Merlyn passa o braço pelo pescoço dela para que ele se equilibre.

—-------------

Eles chegam a casa, Layla o ajuda a subir as escadas, e ele vai descansar em seu quarto. Horas depois, já era de tarde, Merlyn levantou em um salto, e já estava um pouco mais disposto, então eles saíram em direção a floresta novamente.

—Merlyn? — Layla diz

—O que foi? —

— Acho que não te contei como cheguei aqui não é? ­—

— É verdade, nem lembrava mais..se quiser me contar agora seria uma boa —

— Tudo começou com um telefonema.... —

Outros minutos depois...

— Você já deve ter percebido que Jonh tinha um irmão gêmeo e que o outro que foi atrás de você, está na corporação, a parte boa é que nem Jonh, nem o Rei sabem que você está aqui, vamos fazer você se “enturmar” com as criaturas próximas e ninguém descobrirá que você é você, vai ser tempo o bastante para que você fique forte e faça sua escolha, ok? —

—Mas...eu não vou poder voltar pra casa? Ao menos visitar minha escola?­— Layla deixa seu medo transparecer em seus olhos

Pela primeira vez Merlyn havia se dado conta que aquela era uma humana, e que ela também tinha sentimentos.

— Daqui a algumas semanas providenciarei isso — Merlyn fala e tenta dar um pequeno sorriso, que não dá muito certo

—Certo... — Layla fala com uma voz baixa e triste

— Layla? Você não está bem, não é? —

— Só estou cansada, me machuquei muito nos últimos dias..e ainda estou me acostumando com tudo, é tudo novo pra mim... —

— Espera... Ouviu isso? —

— O quê? — Layla fala enquanto procura alguma coisa entres as árvores da floresta

— Shhh!! — Merlyn fala enquanto vai para de trás de uma árvore e puxa Layla junto, tampando a boca dela

— Parece que temos problemas... — Merlyn sussurra

Layla se concentra e tenta ouvir alguma coisa, até que ela percebe um ruído ao longe e que vão aumentando, são passos leves e rápidos— Merlyn sussurra

— Merlyn..o que é isso? Que passos são esses? — Layla sussurra

— Talvez seja um elfo.. Você já viu um nos filmes do seu mundo..ou não? —

— Aquelas pessoas com cor de pele estranha e orelhas pontudas? —

—Sim,e se você quiser ficar na minha casa é bom que ele não te veja, pode achar estranho, uma nova humana por aqui..—

— ok —

  Layla olha um pouco para a direção onde os passos estão vindo, não vê ninguém. “Estranho”.

  De repente um barulho entre os galhos da árvore em que eles estão, Layla e Merlyn olham pra cima, alguém salta lá de cima e para na frente deles dois

— Quem são vocês e por que estão escondidos? — Uma espada está na garganta de Layla, sim é uma elfa, pele clara, cabelos longos e brancos, orelhas pontudas, grandes olhos azuis observam Layla, aquela Elfa ela muito bela.

Mas ela não parece ser uma guerreira normal, sua roupa é verde, ela veste um casaco de mangas longas, uma saia meio frouxa, sapatos estranhos, mas muito bonitos, ela usa luvas que cobrem o antebraço, e na sua saia, há a bainha de sua espada.

Algum milésimo de segundo depois, Layla decide falar, já que Merlyn não podia bem fazer isso, pois estava atrás.

— Nos desculpe... Estávamos apenas explorando a floresta... — Layla abaixa um pouco a cabeça

— E por que se esconderam? — Ela fala e a olha com um ar desafiador

— Perdão, nós não sabíamos o que era, então nos escondemos, caso fosse alguém que pretendia nos atacar —

Layla sente suas mãos suarem frio... “Que situação, espero que ela nos deixe ir”

A Elfa abaixa a espada, e Merlyn empurra Layla como se quisesse espaço

— Ah! Mas que droga! Logrehinn sou eu Merlyn! E você sequer para ver quem estava atrás! —

— Ah! Merlyn? ­— A elfa guarda a espada e olha para Merlyn — Merlyn! Meu querido amigo! Há quanto tempo! Nem lhe reconheci... Perdoe-me!— Ela faz reverência — Você sabe que nós, Elfos nos tornamos um pouco hostis —

— Então, o que faz por aqui? — Merlyn pergunta

— Apenas treinando e caçando... E você? O que está fazendo?...Quer dizer..Quem é ela? — Logrehinn olha fixo para Layla “Drogaaaa!!! Espero que ela não saiba quem eu sou!”

— Uma aluna da corporação que se perdeu — Ele tenta arranjar um desculpa rápida

— Hm..entendo... — Logrehinn olha estranho, cheio de indiretas para Merlyn — Por que não caçamos um pouco juntos? Depois você a leva de volta... — Logrehinn fala enquanto segue em direção a floresta

— Tudo bem pra mim, Prazer meu nome é Julie, vou adorar caçar com vocês! — Layla fala

“Dissimulação é uma coisa incrível” Merlyn pensa enquanto olha para Layla

— Vamos!, Então querida como você chegou aqui? —

— Eu sou meio curiosa sabe? , eu estava treinando magia junto com meus amigos no intervalo de aula, daí eu sai um pouco, fui atrás de algumas frutas, andei tanto que cheguei aqui... — Layla dá um sorriso tentando convencer

— Hm...Então você sabe magia é? — Ela parecia ter acreditado

De repente um barulho estranho, passos pesados

— Só uma pergunta..aqui é a floresta negra? — Layla fala sussurrando

— Não, mas às vezes, criaturas vêm de lá para cá — Merlyn responde.

— Se escondam ali! — Logrehinn fala enquanto aponta para uma árvore, e vai logo atrás 

Silêncio... Layla se afasta um pouco da árvore e olha o que era que estava ali

“Caracaa!” Layla põe a mão na boca para não gritar, ela vê um homem verde, de uns 3 metros, a pele dele estava enrugada e cheia de lama, o fedor era insuportável, seus dentes era pontudos e escuros de sujeira, seu corpo era grande, seus braços mostravam bem sua força bruta principalmente segurando aquele machado, sim.. Era um Troll.

Ele andou mais um pouco e ficou bem próximo aos três, ele parou ficou olhando para os lados, e cheirando, até que ele começa a se aproximar da árvore enquanto sentia o cheiro, ele vê o grupo, e levanta seu machado em menção de atacar

— Vamos! — Gritou a elfa

“Fuuuuuuuuu” pensou Layla

Com uma força incrível, o Troll ataca Logrehinn, agilmente a elfa se esquiva... Agora que Layla prestava atenção, que criatura incrível, se movia com tal leveza e agilidade, quase dançando enquanto desviava de um ataque

— Hey! Use-a! — A Elfa fala enquanto joga uma espada para Layla

Merlyn decide atacar, pois no momento o Troll tinha apenas um alvo, ele aproveita a distração de Logrehinn e vai para frente do monstro, ele começa a saltar nas árvores aos lados enquanto tenta acertá-lo, ele usa de uma velocidade incrível, mas seus chutes não faziam sequer cócegas no Troll, depois de se defender algumas vezes, o Troll girou o seu machado, derrubando todas as árvores ao redor dele, Merlyn está em uma dessas árvores e acaba sendo jogado também

Logrehinn salta e tenta acertar o Troll com sua espada, Layla apenas olha um pouco afastada enquanto pensa no que fazer

— Você só vai ficar parada ai?! Faça alguma coisa! — A Elfa grita

Por impulso Layla corre em direção ao Troll, ele logo tenta acertá-la com golpe de machado, mas ela faz um rolamento e pára bem embaixo dele “Visão do inferno!”, Layla se concentra um pouco e usa toda a sua força, cravando na perna do Troll a espada, o monstro urra de dor, e se prepara para atacá-la, ele rapidamente tenta pega-la, Layla tira a espada e corre em direção a Merlyn, que ainda estava caído um pouco longe.

— Julie! Mantenha-o distraído! Preciso de algum tempo! — Logrehinn grita

— Falar é fácil... Fu... — Layla fala

O Troll se aproxima, Layla puxa o corpo de Merlyn para trás de uma árvore, ela sai correndo em direção ao Troll, ela passa por debaixo das pernas do Troll, e que por ser grande e lento ele leva um tempo até chegar a Layla, ela se concentra e imagina “Magia Negra! Magia Negra! Por favor! Funciona!” Ela pensa enquanto segura a espada apontando para o monstro, o Troll já está perto de mais, mas nada acontece.

—Saia! — A Elfa que está logo atrás grita, Layla corre para perto de uma árvore.

 Quando ela olha para Logrehinn, se impressiona, havia uma aura verde ao redor dela, ela corre em uma velocidade incrível, dá um salto e crava a espada no olho do Troll, o monstro urra alto, o som ecoa por toda a floresta, fazendo algumas criaturas correrem assustadas.

 Ele tenta tirar a espada de todas as formas, ficando mais atordoado, enquanto Logrehinn continua em cima do ombro da criatura, cravando mais fundo a espada, fazendo sair uma gosma azul viscosa de seu olho.

 Layla olha para uma árvore e decide agir, ela corre até a árvore, e salta, pegando impulso em um galho, ela consegue atacar o Troll, subindo nele e fazendo um grande corte no rosto do “Bicho”

— Grrrrrrrrrr!!!!!!!!!!!Ah!!! —O grito dele é gutural e monstruoso, assustando a garota e a Elfa, fazendo-os recuar um pouco e quase cair.

 A criatura está enfurecida, ele tenta tirar Layla e Logrehinn, mas acaba cravando as armas mais ainda, e aumentando sua dor, em um súbito ele começa a se mover freneticamente, seu sangue azul gosmento começa a espirrar, o Troll começa a correr, enquanto as duas  machucam mais ainda sua cabeça.

 De repente Layla sente um mau pressentimento, ela vê o Troll arrancar uma árvore, em um súbito ela pula em cima de Logrehinn fazendo as duas caírem no chão, quando olham novamente para o Troll, ele bate a cabeça no tronco da árvore, depois tropeça um pouco para trás e cai, fazendo o chão tremer e um pouco de poeira subir.

— Uff!! Caraca! Eu quero ir pra casa depois dessa, esta tudo bem aí? Logre...hinn...é vou te chamar de Hinn, que é mais fácil, ok? — Layla fala enquanto limpa a poeira da sua roupa.

Só agora Layla percebe um grande corte na perna de Logrehinn, ele vai da coxa até o joelho, e sangra muito.

— Eu estou bem.... Mas vou precisar da sua ajuda... Poderia me levar até meu clã? Por favor, é que quando vim aqui nunca imaginei que fosse encontrar um Troll, me perdoe... Eu não estava preparada...— Logrehinn tenta levantar, mas só consegue ficar sentada, então Layla rasga parte da sua blusa, e amarra na perna dela na parte em que o ferimento é mais profundo.

 — Ah!! Espere um pouco — A elfa não agüenta a dor. Layla abre mais a parte rasgada da calça e limpa o sangue, quando percebe uma ponta de madeira saindo do ferimento.

 — Hinn? Posso te chamar assim? Eu vou tirar essa farpa de madeira e depois vou amarrar um pano, para parar um pouco o sangramento, você agüenta? —

 — Sim, me perdoe por lhe incomodar de tal forma, mas ao fim disso irei recompensá-la — Ela aparenta estar sendo sincera.

 — Ah! Nem se preocupa com isso não, só ter lutado com vocês e... peraí! Merlyn! Merlyn! Ta vivo?! Vem aqui! — A voz de Layla ecoa longe, mas apenas silêncio ecoa de volta — Espera um pouco ai, eu vou ver se o Merlyn esta bem! — Layla levanta e vai até o lugar onde Merlyn havia caído

“Merlyn...Nyer.... ela o chama por esse nome? .. é parece que ela não o conhece mesmo” São os pensamentos de Logrehinn.

Chegando lá, Layla não encontra ninguém, apenas um papel enrolado em uma fitinha roxa ­— Merlyn!!! Para de frescura! Aparece! ­­­— Só o barulho do vento mexendo as folhas caídas, logo ela volta para onde a Elfa está. “Droga, vou acabar sendo descoberta desse jeito, o Merlyn sumiu e vou ter que levar a elfa, pra sei lá onde, mas de qualquer forma, boa sorte para mim!”

— Então? —

— Só achei isso daqui.. — Layla desenrola a fita, abre o papel — Esta escrita no alfabeto que eu uso, mas não entendo essa letra, desculpa — Layla entrega o papel para “Hinn”

Ela lê, e as expressões que faz enquanto isso demonstra preocupação e desconfiança...

— O que está escrito? ­­— Layla pergunta

— Depois te explico, mas não é nada bom... Bem.. Vou resumir.. Temos que salvar Merlyn, ele está em apuros —

— Continue falando — Layla pede enquanto tira a farpa (enorme) da perna dela

— Quando chegarmos ao meu clã, se eu puder vou com você a procura dele, se não mandarei alguém ir com você —

— Ok! Pronto, podemos ir? — Layla termina de amarrar o pano na perna de Logrehinn e levanta

— Você já..? Nossa, eu nem senti, muitíssimo obrigada, Layla —

— Hm...? Layla? Não meu nome é Julie — Layla tenta fingir o melhor possível “ Acho que isso tá escrito na minha testa”

— Não se preocupe só eu sei até agora e pelo jeito Merlyn também sabe... Por favor, Guardiã, me conte tudo — Logrehinn levanta e se apóia em nela

— Mas que droga.. Acho que eu só queria voltar minha vida normal... Mas já que estou aqui.. Vou ajudar vocês, mas você precisa me contar muitas coisas também, eu cheguei aqui há quatros dias, eu acho Merlyn não me contou quase nada, mas eu já fui lá ao castelo do Rei, e acho que matei o irmão gêmeo de Jonh... Por que quando eu estava no mundo humano, ele matou minha família inteira e fez um ritual meio estranho.. Eu tive que beber o sangue dele... Foi estranho, depois que cheguei aqui perdi sangue e desmaiei tantas vezes que perdi a conta, mas só uma coisa como você sabe? — Layla fala enquanto Logrehinn a guia até o seu clã.

— Nossa... Parece que temos muito a falar.. Mas me diga o que você sabe e depois conto o que eu sei... Sei devido á carta —

— Isso está me parecendo meio injusto... —

— Confie em mim, Layla, posso te chamar assim? —

Meia hora depois

— Bem, Layla acho que você sabe pouca coisa, então é minha vez... — [Pausa] ­— Por onde eu começo... Já sei. O Titulo de guardião é algo passado de sangue para sangue, mas há modos de passar o titulo ou o poder que só os guardiões têm e adquirir o poder por meio de rituais proibidos. Eles guardam o mundo mágico, são diferentes das outras raças, podem ser chamados de magos alados, pois são raças únicas e especiais, ou outros nomes, pois todos têm asas de pássaro, ou demônio se o poder for adquirido por meio de rituais proibidos, ou se for um usuário de magia negra. Os poderes que variam com a força e a magia de cada um, nós Elfos, usamos mais a magia Elemental, que é tirada dos elementos do mundo mágico, que são Terra, Água, Ar, Fogo e temos também magia negra ou branca. —

— Hm... Por que eu fui escolhida? —

— Isso eu ainda não tenho certeza, mas você deve ter alguma ligação com Willian, a propósito, a escolha é feita pela maga anciã do reino, ela sabe de tudo, quem achá-la terá uma grande fonte de poder e sabedoria, MAS achá-la é quase impossível, pois ela vive escondida em um lugar que só os Deuses sabem, então ela só aparece para o rei e para o guardião, quando é a hora certa de escolher o próximo protetor do reino. Há casos em que o próximo Guardião é indicado pelo Guardião atual, o que tenho quase certeza que foi o que aconteceu com você ­—

— Deuses? Tipo os que criaram esse mundo? —

— Não os que criaram esse mundo, mas são simplesmente as criaturas mais poderosas e lendárias de TODO o reino, existem os anciões que existem desde o primeiro rei, e desde o começo de todo o mundo mágico, que foi criado junto com os humanos, mas em lugares diferentes e de modos diferentes. Existem os que foram guardiões lendários, devido á algum ato extremamente heróico ou por que eram muito fortes e contribuíram para alguma coisa, ou então devido á algum tipo de sabedoria incomum ­—

— Caraca... Agora eu tenho algumas perguntas... Estamos chegando? — Layla pergunta

— Sim é logo ali — Logrehinn aponta para um grande portão de madeira, o lugar parecia mais um forte... Havia quatro elfos arqueiros lá em cima dos muros, e dois espadachins em frente ao portão.

 Layla ficou maravilhada, era tudo tão novo, era de certa forma tão acolhedor, melhor do que seu mundo cheio de ladrões a cada esquina.

 Os elfos se aproximam, e um deles pega Logrehinn nos braços

— O que aconteceu? — O elfo que estava com Logrehinn nos braços entra, e outro que fica, vai conversar com Layla, eles pareciam muito desconfiados, os arqueiros apontavam para Layla, lá de cima, qualquer movimento errado e ela estaria acabada.

— Eu estava na floresta, então eu encontrei Logrehinn, depois um Troll apareceu e tivemos que derrotá-lo, infelizmente ela se machucou um pouco mais que eu — Ela tenta passar gentileza enquanto fala.

— Entendo..Entre por favor, se você o ajudou, é bem vinda aqui.. Você se machucou muito também? — Ele parece ter acreditado, então abre os portões para ela.

¤¤¤¤¤¤

   A luz forte do sol bateu no rosto de Layla assim que entrou, ela pôs a mão nos olhos e quando prestou atenção viu uma paisagem que, realmente, não conseguia descrever com palavras. Aquele mundo, apenas agora se mostrava de verdade.


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