O Fogo rapidamente tomou conta da casa, os policiais aparentavam estarem nervosos, novatos, talvez. Curiosos apareciam cada vez mais, mesmo com o incêndio aumentando, eles não iam embora.

A Cena era desoladora, o fogo dava ao lugar um ar de destruição, a garota que ao longe, olhava as labaredas que consumiam sua casa, parecia estar hipnotizada, mas sua face refletia tristeza e solidão. Ela carregava uma mochila com o que tinha conseguido salvar, roupas, algum dinheiro... Coisas úteis.

De repente, outra explosão... Havia alguns policiais perto da casa, mas não foram atingidos. Eles ainda não haviam entrado na casa, pois havia risco dela desmoronar ou outras explosões acontecerem, já que eles ainda não sabiam a causa do incêndio. Depois de 40 minutos, os bombeiros chegaram, apagaram o fogo, não havia mais risco algum. A casa não havia sido totalmente destruída, mas houve um grande estrago. A perícia ainda iria chegar, e enquanto isso, os policiais tentavam coletar informações.

Os peritos tentaram falar com a garota, mas ela aparentava estar meio fora de si,seus olhos sequer piscavam, ela aparentava estar em choque e não acreditava ainda que aquilo tivesse realmente acontecido, então eles preferiram deixar para depois.

Layla estava a certa distância da casa, ela sentou em uma calçada, e rapidamente alguns de seus amigos chegaram para tentar ajudá-la, ou pelo menos dar algum apoio, uma garota que estava entre os seus amigos se aproxima dela e pergunta:

— Layla, está tudo bem? Você se machucou? Você precisa de alguma coisa? O que você quiser é só me dizer — Ela senta ao lado

— Está... Tudo bem, sim... — Ela levanta e vai andando devagar, Layla já não tinha forças, e aquilo tudo foi tão de repente, mesmo que já esperasse aquilo não poderia ter acontecido.

Layla olha para trás, o cenário era de um lar destruído, em cinzas, o luar projetava sombras entre os escombros, nesse meio tempo a perícia havia chegado e agora havia na frente da casa, seis gavetas, com alguns restos mortais, alguns ossos, cinzas, ela agora sabia que o que tinha que enfrentar era pior do que imaginara.

Um dos amigos de Layla vê os rastros de sangue deixados por onde ela passava.

— Layla! Espera você está sangrando! — ele corre a tempo de segura-la nos braços.

— Me solte! Eu não estou sangrando! Eu apenas sujei minha roupa — Ela fala enquanto sai dos braços dele.

Uma de suas amigas chega e diz:

— Deixa, ela precisa ficar um pouco só, Layla você está bem mesmo?—

— Sim... Estou... Obrigada —

Layla respondeu, mas era mentira, ela havia se ferido gravemente, enquanto estava na casa, só não lembrava direito como.

Ela anda mais um pouco, e quando já estava a uma distância daquela confusão, ela sente alguém bem próximo, próximo até demais, ela vira rapidamente para olhar e percebe que um conhecido nem um pouco agradável está perto dela, sobuma moto.

Layla vira e apressa o passo, mas os dois sabiam que aquilo não iria durar muito, o motoqueiro acelera, ela está encurralada.Ela se perguntou como ele havia passado despercebido por toda aquela gente, por que ele não passaria despercebido nem se quisesse, logo que ele parou, e retirou o capacete, Layla o reconheceu, seu cabelo ruivo, pele branca e olhos azuis, o cabelo era liso e longo, visivelmente bem cuidado, amarrado.

A roupa era uma jaqueta preta, uma blusa comum branca, uma calça jeans com alguns rasgões, e um tênis marrom, que mais parecia uma bota, ele também carregava uma mochila.

— Onde você acha que vai?— Ele pergunta, sua expressão é confusa

— Para bem longe de você, com certeza — Layla dá alguns passos para trás.

— É para o seu bem, Agora sobe na moto! — Ele fala em um tom sério

— Ou o quê? — Ela sente suas forças chegando ao fim, mas não poderia vacilar em um momento desses.

— São duas opções, ou eu te mato agora mesmo, ou dou um jeito de fazer você me obedecer — Havia uma ponta de insegurança no que ele dizia

Ela se sente fraca e tonta.

— É melhor você me matar logo... — Ela se desequilibra e não consegue terminar a frase.Ele olha para o chão e vê uma poça de sangue

— Layla!? — seu tom muda totalmente, de ameaçador para preocupado

Quando vê que Layla vai cair ele a segura, a última coisa que ela vê é o rosto dele, e depois tudo escurece.