P.O.V Lisa

A aula teve fim. Uhu! Não tenho que aguentar mais os professores e os alunos interesseiros atrás de mim.

– Tchau Jake, vejo você amanhã. – Dei um beijo em sua bochecha. – Simbora Cat, eu quero chegar em casa logo antes que o metrô lote.

– Que tal eu dar uma carona para vocês? – Sugeriu o moreno sorrindo e trocando um olhar com a loira.

– Desculpe, mas eu ainda não quero que você vá a minha casa. – Respondi fazendo um biquinho e depois rindo. – Prometo que assim que...

– Hoje vou junto com você e a Cat para a sua casa, e se reclamar eu deduro aos professores que você colou em algumas provas.

Manipulador de merda.

– Foram apenas três! E você é um folgado. – Bufei.

– Você não negou, então vou conhecer sua mãe verdadeira hoje. – Deu ênfase na “verdadeira”. – Por falar nisso, quem é a Isabelle?

– Minha tia, mas se ela te aprovou nem precisa conversar com minha mãe. – É verdade, aposto que minha mãe vai ficar super feliz e depois de saber que ele foi aprovado pela tia vai ficar pê da vida por ser a segunda a conhecê-lo. – E você não vai lá hoje!

Os irmãos deram um sorriso sacana e vieram para cima de mim, me segurando.

–Ei, me soltem! – Comecei a espernear, mas eles não me soltavam. – Socorro, estou sendo sequestrada!

– Não tem nada para ver aqui, apenas amigos mandando ela fazer algo que não quer. – Gritou Cat rindo.

– ME SOLTEM SEUS FILHOS DUMA PUTA! – Malditos!

– Nananão, você não tem mais escolha. – Disse Jake.

Eles me jogaram dentro do carro, na parte do frente e trancaram a porta em seguida, depois entraram.

– Eu vou me vingar! – Avisei.

– Pode até tentar, mas nunca irá conseguir. – O moreno ligou o carro. – Eu falei que íamos conseguir Cat.

– Ok, eu te pago depois. – Respondeu rindo.

Legal, eles apostaram entre si sobre mim. Isso que é amizade e namoro de confiança!

...

Já falei para esse bando de desocupados que não era para irem a minha casa hoje, mas o Jake é uma “mala sem alça” e fingiu que não me escutava, então agora estamos os três no carro dele indo para a minha não tão humilde residência.

– Que tal tirar essa cara amarrada e cooperar? – Sugeriu Cat do banco de trás. – E entenda, se você não falar onde é eu mesma digo.

– Mas eu não quero falar! – Cruzei os braços.

– Fala logo Lisa. – Pediu Jake sem tirar os olhos do trânsito. – Deixa de ser um bebê.

– Não sou um bebê! –Ouvi Cat murmurando um “Ahã, ok” e revirei os olhos. – Ok, eu me rendo seu bando de manés.

– Ai, esse palavrão acabou comigo.

– Cala boca loira!

Fui explicando qual rua ele devia virar e falando as coordenas até chegar em meu bairro e em fim em minha rua. Ao olhar pela janela fui percebendo que as casas que me rodeavam também eram assustadoramente grandes, mas infelizmente não conheço nenhum de meus vizinhos.

– Uou, as casas são... Exageradamente exageradas. – O moreno constatou.

– É por que não viu a da Lisa, uma vez nos perdemos enquanto andávamos no jardim, foi engraçado. – Riu.

Comecei a mordiscar meu dedo nervosa, afinal essa é a primeira vez que meu namorado conhecerá minha mãe, e já namoramos há uns dois, quem sabe três meses. Com certeza isso é estranho até para mim / É a vida, algumas garotas são normais, outras estranhas e também tem você! / Apoio moral total vindo de você / Terá que me aguentar até o resto de sua vida, em seu casamento eu ficarei te perturbando para que esqueça à hora de dizer “Sim” e passe vergonha / Eu não preciso de você me irritar para esquecer-me das coisas Celeste / Amo você docinho

– Pode parar Jake. – Avisou minha amiga. – A Lisa se esqueceu que ela que nos guia.

– Foi mal, minha cabeça estava em outro lugar. – Desculpei-me. – Mas é aqui mesmo.

Estávamos na frente de minha casa, ou melhor, mansão. Meu namorado estacionou na frente da calçada, nunca tem nenhum carro ali mesmo então.

– Agora entendo como vocês conseguiram se perder, Lis sua casa é muito grande. – Concordou antes de sair do carro.

Abri a porta e saí calmamente, a loira saiu logo em seguida. Fui na frente e toquei a campainha para que alguém abrisse, quem atendeu foi uma das empregadas.

– Eliza... Lisa – Corrigiu, pedi para que me chamassem assim. – Vejo que trouxe convidados, sua mãe está na sala de jantar com William.

– Obrigada. – Sorri e entrei em casa. – Vocês dois, entrem de uma vez.

Cat já está acostumada, mas tive que pegar na mão de Jake para que ele entrasse na casa. Pelo visto nunca entrou em uma casa grande como essa.

– É do tamanho da nossa escola. – Falou.

– Sem exageros, por favor. – Respondi. – Vamos atrás de minha mãe, ela está com o namoradinho dela.

Levei meus amigos até a sala de jantar, onde encontrei os outros dois conversando e rindo, até que notaram minha linda presença.

– Oi mamãe, oi Will! – Acenei para eles.

– Elizabeth, olá. – Sorriu. – Oi também Catherine e...

– Mãe, Jake. Jake, mãe. –Apontei para ambos enquanto falava. – Esse é o meu namorado, sabe, aquele que a tia Belle conheceu antes de você.

Isso mesmo Lisa, fala para sua mãe que você apresentou seu namorado primeiro para a tia do que para a sua mãe. Está de parabéns! / Fica shiu!

– Isabelle o conheceu antes de mim?! Por quê?! – Questionou arqueando a sobrancelha.

– É uma longa história, que começa no meu primeiro dia de aula e terminou ontem na escola. Mas é irrelevante. – Ainda segurava a mão de Jake.

– Senhorita Houli, o que minha filha fez dessa vez? – Apelar para a Cat é sacanagem. – Que tal se sentarem para me explicarem isso?

Olhei para os dois, que estavam com a cara de “Se fudeu”.

–Viu porque eu não queria que ela te conhecesse? – Falei me sentando ao lado de Jake.

– Ninguém mandou você mentir para os outros. – Sorriu sacana.

– Então, a Catherine ou você irá me contar essa história? – Arqueou a sobrancelha com uma cara assustadora.

– A Cat!

– Lisa... – A loira olhou para mim revirando os olhos – Fala de uma vez só.

Bufei e comecei a contar a história.

– Está bem resumida, mas é o seguinte: – Comecei. – Quando chegamos em N.Y eu fiz a tia Belle fingir ser minha mãe na escola, aí depois eu fingi ser bolsista na escola, falei para todos que você era uma babá e que vim de uma cidade em Nova York, a qual não lembro o nome. Comecei a namorar o Jake e para ele não saber quem você era usei a tia como “mãe”, mas ontem umas mil pessoas foram para cima de mim na escola querendo uma entrevista por eu ser a “filha de Nicole Marie” e puff, meu disfarce foi por água a baixo. The end.

Mamãe parecia meio nervosa, pelo tique nervoso pude perceber isso.

–Nicole? – Chamou o loiro. – Respira fundo, não é grande coisa. Pelo menos ela te contou a verdade depois.

– É, eu sou uma ótima filha! – Fiz joinha.

– Você fingiu durante todos esses meses que não era minha filha? Por quê?! – Perguntou.

– Apenas não queria que as pessoas me julgassem por ser sua filha, mas eu amo você. – Mandei um beijinho no ar.

Ela respirou fundo.

– Ok, estou bem. – Falou. –Então Jake, me fale um pouco sobre você.

E agora o inferno tem início!