Sleeping alone escrita por Fabiane Barbosa


Capítulo 1
Capítulo I - Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, é a minha primeira história.



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O gosto de seus lábios, todos os toques e suas sensações, sentir seus corpos juntos. Era como se precisassem disso, daquele contato desesperador, uma tentativa de consolo. Prometiam a eternidade, juravam-se, promessas e sussurros vazios. Oh, ela se lembrava bem. E quando tudo acabava, ele ia embora em todas as vezes. Se levantava e passava pela porta, em silêncio, sem ao menos olhá-la. Ele tinha medo. Medo de algo mais profundo, medo de se machucar. E ela ficava calada, apenas observando. Tinha medo também. Mas de que tudo acabasse, de não ter afago desolador, de tentar e pedir para ficar e ele se for.

Talvez o pior de tudo era a manhã seguinte. O mais difícil para ela, levantar todos os dias e agir como se nada tivesse acontecido. Lançar alguns sorrisos falsos, fazer algumas brincadeiras, aparentar estar bem. De modo gradual, o tempo que passava juntos ao dia diminuía. Tentava guardar tudo para si, esquecer o que acontecia. Os outros fingiam não notar o clima que aparecia quando os dois estavam juntos. Mesmo quando a curiosidade queimava a garganta, a vontade de perguntar o porquê.

E toda noite ela se rendia, frágil e mole. Havia tornado um pequeno círculo vicioso, com graves consequências. Não aguentava mais, isso a sufocava.

“Por favor, fique... só esta noite, te imploro” suplicante, sua voz saiu patética até para os seus ouvidos. Abraçou-o por trás, sentindo o calor de sua pele. Queria fazer este simples toque se tornar eterno, permanente, inacabável.

“Eu... eu não posso, me desculpe... eu não... arg” respondeu em um sussurro, com uma voz quebrada. E ela se sentiu fria após ele se separar, tomando caminho ao seu quarto ao lado. Tão perto, tão distante.

E os dias se passaram até completar uma semana, duas semanas, que não se viam toda noite. Desejava arduamente não ter feito aquele pedido, e já estava virando hábito não conseguir dormir a noite.

05 de Dezembro de 2013. Sentou no sofá da sala, não dando-se ao trabalho de ligar a luz. Não suportava mais olhar para as paredes de seu quarto sem se lembrar de tudo o que vinha acontecendo. Não reparou que ele também estava no mesmo cômodo, por causa do breu, e suspirou, solitária.

“Robin, você me assustou!” quase gritou quando ele se sentou ao lado dela. Seus olhos se encontraram, penetrantes. Havia tantas coisas que ambos queriam falar, tantos sentimentos querendo se expressar, mas se comunicavam apenas com o silêncio. Duas almas que se entendia no olhar, sem precisar de palavras. Como dois imãs, um negativo e um positivo, que estavam predestinados a ficar juntos.

E, com uma simples união de lábios, o ambiente se tornou mais quente, mais abafado. Eles precisavam disso, estavam enlouquecendo, perdendo suas mentes. Mais alguns segundos, que pareciam longos minutos. Mais alguns passos ao quarto, parecendo quilômetros de distância.

“Eu preciso de você” Starfire não iria reconhecer de quem era essa voz tão miserável se não estivesse o vendo, em sua frente. Não podia resistir, suas pernas não conseguiam fugir. Seus braços não se livravam do contorno da cintura do rapaz. Suas mãos não queriam se afastar de seu corpo, queria explorá-lo mais, como se não conhecesse cada centímetro daquilo.

Corpos exaustos e suados, deitados na cama, sem quererem se mexer. A ruiva olhou para seu pequeno herói, e viu seus olhos fecharem lentamente até adormecer. Olhou em seu relógio, era apenas uma hora da manhã. Ela nunca se sentiu tão destroçada em sua vida, tão usada. Tudo isso deu nojo a ela. Nojo de si mesma, nojo de deixar isso acontecer novamente. Talvez daqui à duas ou três horas ele iria se levantar, como fazia antigamente e, enquanto ela dormia, voltaria para o quarto. Não, ela não podia deixar.

Levantou e abriu o armário, pegando algumas roupas de modo mais silencioso possível e colocou dentro de sua pequena mochila, que usara quando tentara fugir da Torre por causa da Estrela Negra.

Olhou para trás mais uma vez, antes de saltar pela janela em direção ao céu a fora. Irônico, tinha medo que ele o deixasse, mas foi ela que o deixou.

⌨ ─ Você não vai dormir? Está tarde ─ ouviu o rapaz perguntar atrás de si, intrigado com a pequena mania de sua mulher olhar a janela todas as noites. A jovem moça dizia que se lembrava de seu pai, mas sabia que algo maior havia acontecido. Estava em seus olhos, principalmente. Sua voz também ficava mais amorosa, apesar de ficar mais quieta.

Caminhou vagarosamente para a cama, observando o homem que habitava sua cama. Sentiu braços fortes te rodearem ao se deitar e tentou dormir, tentando parar de pensar daquele ser do passado. Sua vida estava perfeita: um novo amor ao seu lado, outro lar.

O problema é que ela tinha se acostumado a acordar sozinha.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem por favor, eu ficaria muito feliz!