Em Busca da Fama escrita por fdar86
Cristal foi andando em direção ao rapaz que lhe esperava extremamente ansioso. Realmente tinha uns papéis em suas mãos e ele lhe deu uma caneta para que lesse e assinasse o contrato. Logo depois a levou para uma sala que Polly imaginou ser a do produtor do show, ou algum outro membro importante da equipe. Polly desceu, e por alguns instantes havia esquecido do convite de Cristal, mas após sair do elevador, a imagem da meiga garota lhe convidando para tomar um chá veio-lhe como um raio. "Ela é tão experiente...", pensava Polly admirada. Polly decidiu tomar um café e esperar um pouco para ver se a garota voltava. Achou estranho a sensação de estar fazendo algo que nunca fez antes. Primeiro procurou uma garota que nunca tinha visto para dizer de uma profunda admiração por sua apresentação, e agora estava sentada em uma lanchonete tomando um café que nada mais é do que uma desculpa para esperá-la. Totalmente perdida em seus pensamentos, Polly se surpreendeu ao ver uma mão tocando-lhe o ombro. Era Cristal, seus cabelos lisos e pretos pareciam ainda mais lindos, agora que ela os havia jogado para trás. - Oi... Fico feliz que tenha me esperado. - Estranho não é? Cristal sorriu como se também estivesse achando estranha a sua reação, mas logo se esquivou com uma pergunta. - O que é estranho? - Não sei, tomando café com você. Eu vim aqui para competir, e na saída venho tomar café com você. Que na verdade é uma estranha para mim. Eu não sei, mas... Isso não é costume meu, entende? Eu nunca fiz isso antes. Cristal lhe olhou como se lesse em seus olhos uma revelação que nem mesmo Polly podia perceber. Isso a intimidou. - Você tem quantos anos, Polly? - 22. E você? Polly começou a observar as suaves mudanças na expressão de Cristal. Os suaves toques na sombrancelha, o jogar dos cabelos para trás. Sinais singelos, mas que serviam para deixar seu rosto ainda mais agradável. - 25. Um silêncio repentino surgiu com as observações mútuas que elas estavam fazendo em devaneios. Mas foi logo quebrado com a curiosidade de Cristal em saber mais sobre a vida da garota misteriosa.- Então Polly, você estudou em que faculdade? - Faculdade? Ah! Não, não, eu não fiz faculdade. - Cristal sorriu, interessando-se ainda mais pela garota à sua frente. - E você queria uma vaga aqui? Não acha que está aspirando muito para uma iniciante? - Talvez. Mas... Eu sempre fui assim. Eu gosto de...Cristal levantou a sombrancelha, como se esperasse um comentário em especial, e sorriu, interrompendo completamente o pensamento da garota, que se transformou na observação de um sorriso que a modelo havia lhe dado, que a Polly deu o título do "melhor dos melhores" até então. Voltando a si, percebeu que Cristal olhava para ela fixamente, sorrindo suavemente, como se soubesse dos seus pensamentos, e se divertisse com eles. Ficou vermelha bruscamente, constrangida, enquanto a outra permanecia com a mesma expressão suave e gentil no rosto. - Correr atrás do que eu quero. Independente de ter uma chance real ou não. - E você está certa. - Eu acredito que nós só conseguimos coisas na vida se soubermos arriscar as chances, mas sabendo aceitar o que nos for dado também.Pareceu que Cristal se interessou mais por Polly nesse momento. Sem pensar, ela lhe fez uma pergunta sobre sua família, que acabou rendendo uma longa história. O tempo todo encarando a garota, Polly não percebeu um toque entediado em seu rosto, em nenhum momento. "Houve uma conexão legal entre a gente.", pensou Polly, tentando achar uma boa desculpa para o que sentia pela garota. História contada, Cristal finalmente toma a palavra. - Eu estou impressionada com você.Polly ficou meio atordoada, pensando "Engraçado, eu estou da mesma forma". Se rendendo a curiosidade, ou talvez realmente interessada na conversa, perguntou-lhe: - Impressionada com o que? - Sua vida. Sua coragem. Sua beleza. "Ela me acha bonita". De repente Polly, embora perplexa, ficou muito feliz por dentro, o que lhe rendeu um doce sorriso. A garota que tanto admirava, um exemplo de beleza e profissionalismo, tinha acabado de dizer que a achava bonita. Imediatamente ela perdeu o jogo, ficando abobada e demonstrando o seu interesse naquela palavra em especial. - Beleza? Você me acha bonita? - Sim. Na verdade achei a sua beleza muito especial. - E... Por que especial? - Não é uma beleza comum. Como a minha. - A SUA? Polly de repente se percebeu aumentando sua voz, que dificilmente é alterada. Os pais sempre lhe obrigavam a falar baixo, mas tanto foi o choque pelo que Cristal disse, que ela nem pensou. Se recuperando, falou calmamente, o que ficou totalmente percebível para a garota, pensou. - Mas eu tive uma visão diferente de você. Eu achei você muito linda. - Cristal continuou, dando um singelo sorriso. Cristal pegou o copo com refrigerante da mesa, e emborcou alguns goles em sua boca, suavemente, enquanto pensava no que dizer à garota, que se calou diante daquela visão. Era lindo. Não, era mais do que lindo. Era sexy. Totalmente sexy... E uma estranha sensação foi surgindo no corpo de Polly diante da imagem da língua de Cristal passando por sua boca, molhando-a. Uma coisa ela tinha certeza, era diferente de tudo que já havia sentido. De repente, digerida a sensação, começava a lhe assustar o fato dela estar sendo transmitida por uma garota. E antes que Cristal tivesse terminado de pensar no que mais dizer, Polly já foi se adiantando, evidentemente nervosa. - Eu tenho que ir.Cristal se levantou imediatamente da cadeira, seguindo o passo da garota. Pegou em sua mão, numa tentativa muda de pedir que ela ficasse. Estava realmente interessada por Polly, que por um certo momento percebeu em seus olhos o pedido feito em silêncio, e lhe falou.- Por que não trocamos telefones. Podemos marcar para nos ver depois. O que acha? Com mais tempo. Polly pensou "Mais tempo? Até parece que tem algo que eu queira fazer em maior tempo. O que eu estou fazendo. Deus!". Cristal, no entanto, olhava para ela de uma forma tão gentil, carinhosa, que todo o seu medo se esvaiu por alguns instantes. Polly estava tão concentrada em seu olhar, que apenas viu a boca de Cristal abrir, sem ouvir uma só palavra do que foi dito. Polly imaginou que ela tenha dito um sim, por ter aberto logo depois a bolsa e retirado um bloco de notas para anotar seus números.
"Deus! Que mico!"
Trocado os números, as duas foram para suas casas com a única missão e desejo de receber uma ligação.
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