The Girl-Problem. escrita por giovanacanedo


Capítulo 21
The Paece.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpa não ter escrito muito. Mas ta ai. Bjos!



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POV Hanna Dumbledore:

– Não, isso não é possível! Quer dizer... Sem ofensas mas você caiu dura e morta no carpete da antiga casa da nossa família há o que? Trinta anos? Mais? Seria completamente impossível você estar aqui nesse lugar para apenas dar um "Oi" para a sua sobrinha que você nunca teve o desprazer de ver ou sentir algo pela mesma. Surreal. Isso é coisa da minha cabeça, Ariana! - Ela estava parada apenas observando o que eu falava, como eu agia. Ela me olhava com pena, como se olha um passarinho que acabou de ser ferido e caiu com suas asas machucadas bem em seu quintal. Ela era linda para uma morta envolta por rancor, ódio e dor. Seus cabelos castanhos e seus olhos azuis escuros idênticos aos de meu pai me deixavam fraca e imponente a cada olhada que eu fazia por pura insistência. Ela tinha um porte muito recatado para uma garota que aparentava ter apenas dezesseis anos. Sorria de forma doce e respirava de forma calma. Seus olhos lindos não escondiam a dor ali contida, nunca escondem, na verdade.

– Você é idêntica ao Gellert, Hanna! - Ela falou de forma tristonha deixando um ênfase no "Idêntica". O nome do meu tio saiu pronunciado de forma triste, como um remorso, como um dever incompleto que ela deixou para atrás. Saiu de tal forma que me fez pensar que talvez ela tenha o amado alguma vez na vida e que talvez ele não fosse uma pessoa tão ruim, tão hipócrita e repugnante como se fazia ser. Talvez ele fosse apenas uma vítima do tão medonho e escorregadio destino. Como eu, minha mãe, eu pai, minha tia e... Riddle.

Dizer aquele nome me machucava. Abria feridas que eu mal podia acreditar que existiam. E eu não sabia o motivo, e sequer queria procurar. Eu tinha medo do que eu poderia achar, sem dúvidas. Mas não sei se seria tão bom quanto as probabilidades de ser ruim. Que eram várias e várias, em questão. Ele me confundia, ele me deixava louca. Eu gostava daquela loucura, mas ao mesmo tempo, queria fugir dela, por quê desejar o demônio não é lá uma tarefa muito boa e nem fácil. Mas eu não o desejava, eu apenas não o entendia. Não sabia como ajuda-lo e nem tinha certeza se era exatamente isso que ele queria: Ajuda.

– Você, como ele, não acredita nas impossibilidades. Prefere o certo, o possível. Talvez por ser mais fácil, mas não é o caso de Gellert. Querer algo impossível e intocável rende várias noites em claro e várias feridas na alma. Dói, destrói, e corrói, mas quem se importa? Quando você luta pelo o que quer os resultados são ligeiramente mais satisfatórios e reais. São o que você sonha, não o que espera. São mágicos. Mas vocês não vão saber disso. Quer dizer, ele não. Mas você... Ah! Menina, têm tanto pela frente. Toda uma vida. Todas as escolhas que um dia eu pude fazer, mas o destino, como um universo que ele é, decidiu me testar, ver minha força de vontade e meus limites e eu perdi a melhor chance da minha vida e me entreguei a loucura acreditando que era o melhor caminho, mas não era. Eu perdi tudo, mas você não, você lutou contra a loucura, você a venceu e vem vencendo a cada teste que eles lhe dão para esse papel no mundo. Acredite, é grande e cansativo. Mas tudo será intensamente compensado mais tarde... - Ela tinha um brilho gelado nos olhos, como se doesse falar daquele assunto, daquela chance perdida que agora havia sido passada para mim, pelo que ela dizia.

– Está dizendo que eu...?

– Você é a chance, minha querida, a chance para dois corações de pedra. Ainda não sabe disso, ainda não espera por isso. Um deles já notou e tenta te ter ao lado com chance de melhorar, de viver realmente e intensamente, não de apenas existir como ele faz a cada dia que passa. Já o outro... Te evita, te repeli, te odeia e te ama, te deseja ao lado, mas te quer longe pois quer ativar o monstro nele contido por uma magia antiga que só você poderá quebrar. Só você têm essa força, só você têm essa chance. Mas tem que saber aproveitar de uma forma produtiva, menina. Terá tempos que terá que escolher entre o amigo e o inimigo. Entre o amor e o ódio. Entre o sonho impossível e a razão. Entre a verdade e a mentira. Entre o amor de verdade e a vida. E a sua escolha afetará milhões de vidas. Tenha certeza disso, minha jovem.

– Por quê eu? Por quê minha escolha? - Não era justo. Eu nunca teria uma vida normal, momentos bons e normais. Eu já não me lembrava de muita coisa, e agora nunca mais teria nada? Nunca mais poderia ser feliz?

– Por quê você é a vida, pobre menina. - Ela respondeu. - Sinto muito. Adeus.

E então tudo começou a rodopiar.

*****

POV Tom Riddle:

– Como foi as aulas com a Sangue-Ruim? Tédio? - Debochei. Abraxas estava começando a dar aulas particulares para Kaithlyn. Além de ser uma Gryffindor ela era uma sangue-ruim com tal vontade de aparecer jamais vista. Nenhum Sly gostava dela, e não era pra menos. Se Abraxas fosse pego dando aulas para ela, era provável que ele fosse atacado quando pisasse aqui. E isso, eu não permitiria, pois ele era meu único e melhor amigo. Eu não digo que é amor, pois esse sentimento não existe. É um sonho surreal de um pensador ridículo que acabou se espalhando. Mas enfim. Eu confio minha vida a ele.

– Cale a boca, ninguém pode ouvir isso! - Ele sussurrou de forma trágica. - E fiquei sabendo de minha adorável parente, Seler. Que feio, grávida aos dezessete anos? Ridículo! Mas... Tom, você que é o pai. - Ele perguntou. Eu que bebia água botei tudo para fora. Minha respiração ficou acelerada. Não era possível... Não era, eu só havia cedido aos encantos de Seler apenas uma vez na vida, e foi exatamente na noite em que vi Hanna Dumbledore entrar na Slytherin... E isso faz uns dois meses e cinco dias. Mas isso não é... Eu tenho certeza que ela tomou a poção.

– Sei o que está pensando, Tom. Ela não tomou a poção por quê ela é têm alergia. Você é pai, sinto muito. - Ele disse e logo após colocou a mão em um ombro meu. Meu mundo girou. Eu não tinha passe para pai, não sentia nada além de nojo pela mãe do meu filho, não queria ter uma família, nem um emprego importante comum. Eu queria ser grande, ser poderoso, ser eterno. Viver eternamente. Um herdeiro não é nada para quem tem a eternidade em mãos. E eu nunca o desejei, nem nunca fui desejado... Eu nunca o quis, eu nunca pensei. Ela o queria, ela precisava dele. Ela era a Malfoy. Eu, não. - Você terá que casar com el...

– NÃO! Nunca casaria com ela! Ela é uma vadia! - Gritei o mais alto que eu conseguia, mas ainda assim sentia que não saia som algum. Eu me sentia perdido, num buraco fundo. E eu caia dele por toda a eternidade. Eu voava para longe. Minhas forças estavam sendo tiradas de mim pouco a pouco.

– Tom! Ela quase abortou o feto! Não adianta, terá que casar, ou te caçaram. - Falou Abraxas quase chorando. Senti que eu estava chorando também. Naquele momento não me importei em ter o sangue Slytherin em minhas veias pulsantes, não me importei com nada. Nem com o bem ou o mal acima de mim. Só queria chorar até me afogar em águas minhas e morrer lentamente.

– Eu preciso de ar, Abraxas. - Eu falei. E assim me levantei e sai pela porta.

Para onde? Eu não sei.

POV Minnie:

– Eu sei que você gosta dele, Minnie! - Gritou Dory.

– Eu... Dorea... Eu não posso simplesmente me colocar na frente dos sentimentos dele! Eu não posso esquece-lo. Eu não posso ignora-lo. É a vida dele! - Gritei de volta. O salão da Gryff estava vazio, todos no salão comunal comendo e sendo felizes até um infinito de tempo. Menos nós, como sempre.

– MAS SÃO SEUS SENTIMENTOS EM JOGO! - Rebateu ela.

– DIGA ISSO PARA O CHARLIE! - Respondi, e cai no choro. O buraco do retrato se abriu e Charlie apareceu, eufórico, vermelho e suado como se tivesse corrido de um monstro enorme que queria derruba-lo e mata-lo em seguida. - Charlie o que foi?

– Eu... Não tinha entendido... Mas agora... Eu compreendi... Outra morte. As Dez e meia... Se nós não formos lá... Uma nascida trouxa vai morrer... - Ele falou.

– Têm ideia de quem seja? - Perguntei.

– "A lourinha deve ter muita sorte..." - Recitou Dory e logo em seguida pegou o caderno que ganhara de aniversário no mês passado da irmã mais nova. - Não...

– Não... - Gritei chorando. Era ela. Kath.

– NÃO! - Gritou Charlie, o único lúcido no momento. - Onde está ela? Cade a Kath? Onde ela está? Com quem? Vamos acha-la!

– Ela está... Nas masmorras. - Falou Dory sem acreditar. E sem pensar, corremos para lá.

******

POV Tom Riddle:

Hoje seria o massacre a sangue-ruim mais irritante do mundo. EU sabia que eu deveria estar lá, mas eu não conseguia pensar em nada além daquela coisa. Eu não conseguia nada, não entendia nada. Eu seria pai, eu nem queria ser pai, odiava crianças, sequer agi como uma minha infância toda. E agora, terei que cuidar de uma e casar com uma pior ainda. Eu estava perdido.

Meus pés me guiavam para os corredores frios de Hogwarts. Eu não conseguia pensar em nada além de ter uma saída. Eu estava ligeiramente sufocado e preso. E eu queria sair, voar, conhecer o mundo.

Achei uma porta branca. Não vi do que era pois ela estava mal iluminada e eu sequer entendia nada. Abri ela. Um vento libertante chegou em mim. E novamente eu estava embriagado, mas não por medo, culpa ou raiva. Mas por paz. Uma sensação que eu nunca senti em toda minha vida.

– Quem está ai? - A voz que disse aquela tão curta frase conseguiu me deixar mil vezes mais em paz. Eu não a reconhecia, sequer conseguia ver nada. Mas eu tinha certeza, eu adoraria ouvi-la todos os dias várias vezes seguidas. Eu adoraria sentir a pessoa que é dona dessa voz. Eu adoraria buscar o desconhecido com a mesma. - Riddle, é você?

E a dona da voz apareceu e me livrou de toda a culpa acomodada em mim. Ela era Hanna Dumbledore, a garota que a tanto eu evitei e tentei vencer... E foi ali que eu percebi que eu poderia fingir pra quem quisesse que a odiava, mas na verdade, eu apenas a queria para mim.

Eu me senti, pela primeira vez, completo.


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