The Girl-Problem. escrita por giovanacanedo


Capítulo 20
Ariana Dumbledore.




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POV Kaithlyn:

Eu não queria ter aulas com um Malfoy. Afinal, quem em pleno juízo perfeito gostaria de ter aulas com uma pessoa que têm um ego que não cabe nela mesma, não suporta gente como você(Ou eu, no caso. Sangues-ruins.) e para em qualquer lugar que reflita seu reflexo loiro e ridiculamente Malfoy nele? Ninguém.

Não que Abraxas fosse apenas partes ruins. Tem boas também. Só ainda não as achei, e pra ser sincera, não faço a mínima questão de querer procurar. Na verdade, acho que seria a maior perda de tempo que eu poderia ter em minha vida: Procurar algo que some, que nunca aparece a ninguém, a algo que muitos acham que não existe. Procurar algo que não quer ser achado. Procurar pelo verdadeiro e singelo Abraxas. Não o temido Abraxas Malfoy. O sangue-puro mais amado da época. O verdadeiro e melhor herdeiro dos Malfoy. O verdadeiro. O que sente. O que ama, se apaixona. O que é, sem sobra de dúvidas, humano.

– Sinto muito. - Disse Sept prendendo o riso. - Eu sei que você estava ajudando a Hannie a se recuperar, mas tinha que se afundar em poções? Sério!

– Vai rindo... Quando for você, farei questão de rir na sua cara avermelhada e sem graça. Sua cenoura mal cozida! - Peguei o pão do prato dele e coloquei na boca. Ele deu risada, uma longa e torturante risada escandalosa. Tive vontade de fazê-lo engolir o prato. - Estou indo, deu a hora.

– Manda umas beijocas para o loiro aguado por mim! - Disse ele, se levantando. Olhei para ele com as sobrancelhas arqueadas. - Só estou tentando ajudar! - Levantou os braços em forma de rendição. - O.k, Chute-o até o inferno, onde é o seu lugar sagrado. Melhor.

– Incondicionalmente. - Respondi da forma mais rude que consegui. Sept sorriu, olhei para ele. Mesmo uma pessoa sendo incrivelmente desagradável e rude com ele, o cabeça de cenoura não abandonava-a. Ele ficava lá, apenas esperando inutilmente que um dia ela mude. Isso vale para todas as suas incríveis e sádicas namoradas. Todas elas, cada uma ao seu modo, maltratavam o coração dele e depois que sentiam que já tinham arrancado a última gota de amor próprio que ele tinha, o jogavam fora como se não fosse algo especial. Como se ele não valesse nada. Como se ele não fosse Septimus Weasley.

– Não precisa ficar na defensiva com isso, Kath. Eu sinto algo saindo de você quando falamos do Malfoy ao seu lado. - Eu ia abrir a boca para dizer "ódio" mas ele foi mais rápido e levantou os dedos para que eu me calasse. - E não diga que é ódio. Não é, eu sei disso. Eu sei que você sente algo por ele, mas eu não sei o que é, não sei nada ainda... Só Sinto. Só tome cuidado, o.k? Ele ainda é o Malfoy.

– Diz como se eu não soubesse quem ele é. - Falei e parei de andar. Sept me olhou de cima a baixo e depois balançou a cabeça. E depois, sem avisar, deu meia volta e sumiu na escuridão do corredor. - Obrigada, amigo. - Me virei e bati de frente com a porta. Definitivamente o dia não era pra mim.

E as chances de melhorar, eram zero.

POV Hanna Dumbledore:

– Charlie! O que foi? - Gritei. Charlie estava parado em frente a pia. Seu corpo musculoso devido ao Quadribol não me deixava ver nada, não me deixava sentir nada, nem pensar nada concreto. Tudo que eu tinha eram estatísticas irreais. O que poderia ser, o que devia ser, o que não era e o que era. Tudo rodava na minha cabeça. Palavras como: Poderia, era, é, não é, nunca, jamais, pode ser, será, e se rodavam minha cabeça como uma roda gigante trouxa de um parque de diversão nos E.U.A. E eu não sabia quando eu ia ver ou saber. Não sabia sequer se eu teria a chance de entender, e nem se por alguma acaso, Charlie estava bem. - Por favor, Charlie, me responde!

– Isso... Não é possível! - Ele falou, entre lágrimas. Me aproximei e coloquei a minha mão esquerda em seu ombro esquerdo. Senti vontade de vomitar, o cheiro que vinha da pia era podre, era ruim e terrível. Era cheiro de magia negra.

– Charlie, o que você está vendo...? Fale pra mim... - Falei devagar. Ele tremia.

– Eu... Estou vend... Vendo... Uma foto. - Ele engoliu a seco. E eu também.

– Pode pegar essa foto, Charlie? - Falei.

– Depende, pode cair a minha mão? - Ele respondeu, mais lucido. Olhei para a pia e ri.

– É bem provável. Mas você é bruxo, lembra? - Sugeri.

– Tá bem, vamos tentar se é assim que deseja. Winguardium Leviosa! - Ele apontou a varinha para um ponto fundo da pia, e algo começou a subir de forma violenta. Eu soltei um grito. Toda a terra, os bichos e as pragas lá contidas começaram a subir até transbordarem na pia. Charlie jogou a foto na parede em frente a nossa. Nós andamos com passos longos e desesperados até batermos contra a parede. E aquelas coisas iam ficando mais nojentas, fedorentas e intensas. O medo ia corroendo a gente mais e mais. Até formar uma mensagem no chão.

MALFOYS

GRIFS

K - MÇ

13 03 1933

Sarah Dourett

*****

22:30

– O QUE É ISSO? - Perguntei chorando. Me agarrei a Charlie e me debulhei em lágrimas. Eu não gostava daquela sensação que tinha aquele lugar, não gostava da luz, ou da falta dela. Tudo me lembrava a mim e a minha mãe depois de sua morte. Tudo me lembrava que eu havia a matado, que eu era a culpada. Não a única culpada, mas sem sobra de dúvidas, a principal. - Por favor, Charlie, faz isso parar! FAZ ISSO PARAR, EU NÃO AGUENTO MAIS!

Mas era tarde demais. A raiva e o ódio me consumiam. Eu queria explodir, não me importava com mais nada. Eu queria queimar no fogo ardente do inferno, pois eu sentia ali, que lá era o meu lugar. Eu queria ser consumida por chamas, ter uma morte fria e dolorosa. Eu queria engasgar com todo sangue inocente que eu fiz jorrar de corpos trouxas, corpos mortais. Eu queria sentir na carne toda a dor e falta de sorte que tiveram as pessoas que me aborreceram. Eu queria me arrepender. Eu devia me arrepender. A culpa me dominava e me matava, mesmo sem eu saber disso.

– Hannie, luta! Você não pode explodir aqui, por favor... - Era a voz de Charlie, mas eu sequer o via. Eu mantinha os olhos fechados e a boca lacrada. Eu não poderia dizer e nem pensar nada, por Charlie. - Droga! - Ele gritou. Senti ele levantar e falar algumas palavras. Depois, tudo ficou escuro e eu senti minhas forças voarem para longe de mim. Me senti flutuando, boiando. E como era bom boiar.

****

POV Kaithlyn:

Está meia hora atrasada. - Falou o loiro rudemente. A luz que clareava a sala iluminava o seu rosto de forma sensual, mas não me deixei levar pelos meus adoráveis pensamentos. Ele ainda era um Malfoy. Sempre seria. Não se nasce em uma família com aquela e tem privilégio da mudança. Não... Nasceu e pronto! Tem que ser como aquela família horrorosa quer.

– Eu estava tentando não ser morta. - Falei. Ele deu um riso de descaso.

– Diz como se alguém se importasse. - Ele falou.

– Adorável, ia dizer a mesma coisa sobre você! - Rebati. Ele revirou os olhos.

– Eu sou o seu professor, respeite-me.

– Ah, por favor, você não têm nem noventa anos ainda!

– Dane-se. Ainda sou o professor. - Ele rebateu.

– É um pobre diabo infeliz com a vida, com certeza. - Murmurei.

– CALA A BOCA, SANGUE-RUIM! - Ele berrou e apontou a varinha para mim.

– Ouse... - Falei, mas não deu tempo. Ele jogou um feitiço. E tudo voltou a ficar escuro. Tão escuro quanto a alma dele. A alma de um Malfoy que nunca iria mudar. Não importava o que acontecesse.

****

POV Hanna Dumbledore:

Acordei deitada em um gramado lindo. A paisagem era sem duvidas a mais bela de todas e eu me sentia feliz ali, me sentia em paz. Em plena paz. O que era estranho e idiota para mim. Eu nunca sentia paz. Não era comum isso. Eu estava sempre a me lamentar, a me xingar, a me odiar.

– Onde eu estou? - Coloquei a mão em minha cabeça. A luz da lua do lugar me fazia ficar perdida. Era linda, admirável. Mas eu não queria admirar, eu queria apenas saber onde eu estava. Saber o que estava acontecendo, saber o motivo. - Charlie, você está aqui? - Perguntei para o nada, para a escuridão. E não obtive respostas. Não obtive nada. Apenas o silêncio. O breve e desconsiderado silêncio.

Um segundo.

Um barulho.

Um medo.

Mil sensações.

– Quem está ai? - Perguntei aos berros. Tateando o chão atrás da minha varinha, que estava sumida. - Eu... Estou armada. Se apresente.

Uma risada.

Uma voz.

Uma voz de garota.

– Você é idêntica ao meu irmão. - Ela disse. Pude reconhecer seu rosto.

– Quem é você?

– Não me reconhece? Sou Ariana, Ariana Dumbledore, sua tia.


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