O Inverso da Dor escrita por fdar86


Capítulo 2
Capítulo 2: Anjo da Guarda




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Algumas horas depois Lucy acordou no hospital, após ser sedada para não sentir dor durante o tratamento.
O tendão do pé havia sido distendido. Por sorte, não havia afetado o osso.
Ainda parecendo confusa, Lucy olhava para uma garota sentada no sofá do quarto.

Por efeito dos remédios, ainda não conseguia ver as coisas bem.
Sentia-se tonta, e com a visão ligeiramente embaçada.

E começou a recordar o que havia acontecido, ainda sem entender bem o que aconteceu.
O que ela sentiu quando June a tocou? Por que ficara tão nervosa, a ponto de deixar cair um aparelho daqueles em seu pé?

- Você está bem?, disse a outra aparentemente nervosa.

De repente, Lucy conseguiu observar uma linda garota sentada próxima a ela, sorrindo, mas aparentemente preocupada, levantando-se imediatamente, se aproximando e pegando na sua mão. Ela era realmente linda.

June estava muito nervosa.

A verdade era que se sentiu o dia inteiro algo como se estivesse em uma maternidade, e ansiosa para a sua esposa ter o bebê.
Preocupava-se com Lucy além da conta, e passara todo o dia enchendo seu pai para deixá-la entrar, e esperar no quarto com June.

Sua reação era tão estranha que o pai havia pensado que se tratava de uma amiga íntima da filha. E ela era... Era como se fosse...
Era uma sensação que June não conseguia explicar. Aliás, como todas que havia sentido, desde que conheceu Lucy.

- Estou. V-você me trouxe aqui...? - disse envergonhada por ter importunado a garota

- Sim. Meu pai trabalha aqui. Ele cuidou de você.

- Obrigada. Você...

June aparentou, de repente, sentir uma tristeza imensa.
E uma lágrima caiu de seus olhos, repentinamente, comovendo a outra.
Abaixou a cabeça, apertou a mão de Lucy mais forte, e continuou.

- Eu queria te pedir desculpas.

- Pelo que?

- Por minha causa aquilo caiu no seu pé.

- Não diga bobagem! Claro que não foi culpa sua! - disse de forma rude... Precisava consertar o que havia dito.

Lucy parou uns instantes em silêncio encarando a garota, que agora lhe parecia um precioso anjo da guarda.
Um lindo anjo da guarda. E ela não conseguia evitar sentir como se a garota fosse o seu anjo da guarda...
Pouco depois rompeu o silêncio.

- Na verdade... Eu tive culpa... Eu estava nervosa.

- Nervosa? Entendo... - Imaginando que a outra estivesse nervosa por ser seu primeiro dia na academia, não se aprofundou no assunto.

- Você foi um anjo. Novamente obrigada.

- Hoje você está de repouso. Ordem de meu pai. Amanhã te levarei para sua casa.

- Não precisa... Eu...

- Eu te trouxe, eu vou te levar.

- É sério... não precisa.

- Eu quero.

Lucy sorriu, ao ver a decisão nos olhos brilhantes de June.
Se emocionou com o carinho da moça.

- E como é seu nome? Acho que nem nos apresentamos corretamente...

- June Macedo.

- Lucy BoaVentura. Prazer em te conhecer...

June se aproximou até Lucy, e beijou carinhosamente a sua mão. O toque novamente fez com que Lucy se estremessesse.
June não sentiu o mesmo, porque estava muito preocupada com a moça para poder sentir qualquer coisa.
Seus sentidos estavam totalmente confusos.

Após uma tarde de muita conversa, June foi para sua casa, praticamente a mando da garota com o pé-machucado.
Definitivamente não queria deixá-la sozinha. Persistia aquela sensação de uma necessidade de cuidar dela.
E não existia mais treinador, nem academia. Era apenas ela e Lucy.

- Vá pra casa, anjo. Amanhã você me pega. - disse ruborizando lentamente pela expressão que usou.

A palavra anjo confundiu June, que não esperava por um carinho tão grande.
Afinal, ela era uma estranha, embora fosse uma louca, alucinada, que sentia como se ela fosse a sua grande razão de viver, ela ainda era uma estranha.
Uma estranha linda, mas uma estranha.

- Não, melhor n...

- Eu estou bem. Não vou me sentir bem se você dormir aqui nesse sofá duro.

- Está bem... Mas só vou por que você me pede.

- Obrigada.

Lucy sorriu, aquele sorriso que June adorou desde que a conheceu.

June foi forçada para casa.
Pensou em Lucy por toda a noite.
Não esqueceria de buscá-la amanhã, de maneira alguma.

Aquela garota tinha algo que lhe atraía, e ela não entendia bem por que.
Sentia que precisava estar com ela.


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