A um passo do fim. escrita por Evey


Capítulo 8
Um clube para pessoas estranhas.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. o/
Boa leitura.



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Depois das inscrições os alunos estavam ansiosos para descobrir quem seria selecionado, Naruto já havia voltado a escola e acabou cedendo a pressão de seus amigos e acabou fazendo sua inscrição no projeto, o resultado sairia no dia seguinte um dia antes da viagem e o loiro sabia que provavelmente não teria permissão dos pais para a viagem, com o passar dos anos as emoções de Naruto se esvaiam cada vez mais e no ponto em que estava elas já quase não existiam, entretanto o pouco que ele sentia impulsionava algumas de suas ações.

Na sala de aula tudo acontecia normalmente, a maioria dos alunos estava concentrada na aula de história, todavia Sasuke estava impaciente enquanto observava a costa de Naruto que agia normal demais, desde que se encontraram o loiro recusou-se a falar sobre o acontecido e disse que deveria falar com Sai para entender melhor a situação, o moreno não gostou nada e tentou argumentar dizendo que Sai inventava coisas e que não era de confiança, mas o amigo insistiu deixando Sasuke irritado e preocupado. Sem muitas opções decidiu recorrer a uma velha amiga puxou o celular e digitou a mensagem.

"Preciso da sua ajuda. Quero que mantenha o Naruto longe do Sai durante o almoço, preciso que faça isso sem que ele perceba e não diga que eu te pedi."

Digitou com agilidade e logo encaminhou a destinatária, um pouco mais a frente o celular de Sakura vibrou e com cuidado a jovem observou o nome de Sasuke na tela, a menina ficou apreensiva, afinal jamais imaginou que um dia o moreno lhe enviaria algum recado, afinal eles trocaram números apenas por cortesia e por muita insistência de Naruto, cheia de curiosidade a menina abriu a mensagem e logo entendeu a iniciativa do moreno, acabou rindo por imaginar outros motivos para essa atitude tão repentina. Pôs-se a responder.

"Tudo bem. Mas vou querer saber direitinho os seus motivos. Ok?"

Sasuke revirou os olhos ao ler a resposta e ao olhar em direção a rosada percebeu que a menina o olhava discretamente, assim ele respondeu com um leve aceno positivo.

A hora do almoço chegou e todos se apressaram para ir até o refeitório, o grupo estava reunido e Sakura cumpria perfeitamente sua parte não deixando brecha para que Naruto escapasse até que Sai entrou no refeitório e depois de comprar seu almoço dirigiu-se até uma mesa isolada.

– Eu já volto. – Naruto disse levantando-se. – Preciso falar com o Sai. – A afirmação era direcionada somente a Sakura que estava agarrada ao seu braço, mas todos ouviram e se entreolharam.

– Tem certeza que precisa falar com ele agora? – Sakura falou de um jeito manhoso tentando cumprir sua parte e superestimando sua relação com o loiro.

– Eu preciso mesmo... – Respondeu deslizando o braço entre as mãos da moça.

– Ao menos termine seu almoço... – Sugeriu sorrindo apontando a bandeja.

– Já estou satisfeito. – Rebateu indo em direção ao moreno.

Sakura voltou sua atenção a Sasuke e lhe lançou um olhar de desaprovação deixando claro que ela não cumpriu sua parte do acordo, a menina contraiu os lábios e levantou-se decidida. Naruto chegou a mesa de Sai e foi recebido com um olhar de duvida.

– Então Sai... – Disse sentando-se em um dos lugares vazios. – Foi meio estranho aquele dia, soube que você me encontrou no cemitério...

– Pois é. – Pronunciou mordendo sua refeição.

– Bem... – Naruto suspirou. – A Hinata-chan foi me visitar e me disse muitas coisas... – Revelou cheio de insegurança enquanto passava compulsivamente a mão na nuca. – Eu preciso perguntar. Isso tá acontecendo mesmo?

– Acredito que você já sabe a resposta. – Falou com simplicidade observando a reação do loiro.

– Tudo que ela disse é verdade então. – Afirmou para si. – Onde ela está?

– Ela voltou para a colônia e disse que voltaria durante o almoço, mas ainda não senti a chegada dela.

– Então você pode senti-la?

– Bem, ela te explicou mais ou menos como funciona... – Disse em tom explicativo. – Meu chamado foi fortalecido pelo de outras pessoas e o treinamento me ajudou muito a entender as mudanças espirituais o seu chamado foi individual e você não teve treinamento.

– Quer dizer que se eu treinar eu posso me fortalecer? – Perguntou com um leve sorriso.

– Sim. Algumas coisas precisam de muito tempo e outras são quase tão naturais que poderia aprender em pouquíssimo tempo. Encontre-me em quinze minutos no terraço. – Disse notando uma aproximação. – Não conte a ninguém.

– Naruto-kun... – A voz de Sakura invadiu os tímpanos do loiro enquanto os braços da garota deslizavam sobre seu peito. – O pessoal tá indo para o pátio, vamos logo só temos mais uma hora de almoço.

– Tudo bem Naruto. – Sai levantou-se. – Eu já tenho que ir mesmo.

– Vamos Sakura-chan! – Naruto tirou os braços da garota e falou um pouco irritado.

– Vamos. - Falou um tanto surpresa, pois ainda não tinha o visto assim.

Sai caminhava tranquilo pelos corredores até ter seu caminho impedido por um jovem ruivo.

– Então você é o cara estranho. – Disse parado no caminho do moreno. – Muito prazer meu nome é Gaara e digamos que temos algo em comum. – O ruivo estendeu a mão.

– Que seria? – Sai o encarava sem esboçar expressão.

– Tá vendo isso? – Perguntou levantando o cabelo revelando uma inscrição em sua testa. – Permite que minha mãe esteja comigo mesmo depois da morte. Literalmente.

– Muito prazer... – Agora Sai parecia interessado na nova amizade. – Meu nome é Sai. – Disse com um sorriso de canto estendendo a mão.

– Agora que chamei sua atenção... – Gaara apertou a mão de rapaz. – Podemos conversar.

– Claro. Vem comigo! – Falou voltando a caminhar.

Rin estava preocupada com Hinata, todos sabiam os perigos de manter-se com os vivos e o comportamento da amiga demonstrava que talvez ela estivesse começando a estabelecer laços e isso era realmente preocupante. Quando mais perto dos vivos, mais você se aproxima do banimento.

Decidida a proteger a amiga resolveu informar suas suspeitas juntamente com as descobertas que fez na escola, assim procurou Sasori o líder daquela missão. Encontrou-o em meio a um treinamento e disse que desejava relatar suas descobertas, o rapaz a guiou até uma das tendas onde pediu o relatório, assim que sentaram a mesa a menina começou a falar.

– Tem sobrenomes interessantes naquele lugar... – Disse de modo tenso e sério. – Uchiha, Hyuuga e um Uzumaki, além desses tem pessoas muito interessantes ali, tem um garoto com grande percepção espiritual apesar de não ter controle sobre o véu que o separa de nós acredito que ele tem uma ligação direta com algum anjo, só posso concluir que eles armaram algo grande.

– O único modo de planejar algo assim é ter controle sobre o véu, somente os médiuns podem estabelecer tal momento. – Ponderou de olhos fechados.

– Exatamente. – Rin mordeu o lábio. – Acredito que nosso interesse por médiuns tenha chamado a atenção deles e como resultado eles descobriram o potencial de usar essa ferramenta.

– Ainda assim é improvável que eles esperem que nós simplesmente os deixemos ceifarem almas tão importantes. Tem algo que não sabemos, eles devem ter alguma estratégia afinal está obvio que desconfiamos de seus planos. – Sasori apoiou o queixo nas mãos.

– O fato de descobrirmos seus planos não os impediu de matar a Hinata! – Falou tranquilamente enquanto tocou no ponto crucial. – Não acredito que seja adequado mantê-la nessa missão, ela pode ser um dos alvos deles, sabe muito bem que eles não aceitaram com tranquilidade a nossa interferência. – Rin tentava parecer imparcial.

– Algo mais te preocupa? – Perguntou arqueando a sobrancelha percebendo uma pequena oscilação no tom de voz da garota.

– Ela convive demais com os vivos e isso é muito perigoso. – Disse com calma.

– Ela é a mais indicada para lidar com eles, sabe muito bem que todas as decisões relacionadas à Hyuuga são tomadas com extremo cuidado. – O ruivo voltou à expressão imparcial.

– E você sabe que quanto mais perto dos vivos mais perto está de ser banido. – Afirmou um pouco exaltada enquanto encarava severamente o rapaz.

– Já notou o quanto ela é diferente? – Perguntou em tom quase divertido. – Ela morreu muito jovem é menos suscetível a convivência com eles do que nós por isso ela foi indicada...

– Ainda assim... – Rin fechou o punho. – Ela não é imune, a convivência com eles pode confundir a cabeça dela, pode começar a achar que é um deles, pode começar a tentar viver como se pudesse interagir com eles, isso nos enfraquece, nos deixa indefesos contra qualquer ataque os anjos e até mesmo demônios são autorizados a acabar com espíritos assim... O banimento acaba com a nossa existência, a destruição completa do nosso espírito é a isso que vocês estão sujeitando a Hinata.

– O que nos separa do banimento e o mesmo que separa os vivos da morte... – Sasori levantou e aumentou um pouco seu tom de voz. – Apenas um passo. Essa missão é dela e se ela fosse sucumbir já não estaria entre nós, não sabemos por quanto tempo ela ainda permanecera conosco. Entenda! Hyuuga Hinata é apenas mais uma ferramenta e devemos usa-la da melhor maneira possível, as habilidades dela são importantes nessa missão por isso ela é a mais indicada nessa guerra não devemos deixar essas emoções nos guiar, pois esse é um caminho sem volta em direção ao fracasso. Ficou claro?

– Sim. Sasori-sama! – Rin estreitou os olhos.

– Onde está a Hyuuga? – Perguntou assumindo a típica postura de indiferença.

– Está treinando.

– Diga que pode retornar, avise-a sobre as pessoas importantes que descobriu e peça que ela identifique-os e fique de olho neles, oculte o possível interesse nos Hyuugas vivos, afinal eles têm anjos com eles.

– Sim senhor. – Respondeu secamente enquanto saia da tenda.

Rin entendeu os argumentos de Sasori, mas não conseguia simplesmente deixar de se preocupar com a menina, assim que deixou a tenta encontrou Hinata.

– Eu te procurei por todos os lugares... – Hinata se aproximava ofegante.

– Tudo bem? – Perguntou assustada.

– Tá sim... – Respondeu colocando as mãos nos joelhos enquanto se abaixava um pouco. – É que eu prometi ao Sai-kun que voltaria nessa hora, mas eu queria me despedir antes de ir.

– Ah claro! – Rin sorria enquanto levava a mão até o peito. – Eu tenho que te passar umas informações. – Disse vendo a garota balançar a cabeça positivamente. – Você deve ficar de olho em alguns alunos específicos além do nosso médium. Os sobrenomes deles são Uchiha e Uzumaki, e tem um garoto ruivo com uma grande percepção espiritual o sobrenome dele é Sabaku.

– Entendido! – Proferiu animadamente enquanto levantava o polegar. – Mais alguma coisa?

– Não... – Disse baixando o olhar. – Apenas tome cuidado. Ok?

– Tudo bem. – Hinata percebeu um incomodo na jovem e mudou o tom diminuindo o sorriso. – Às vezes parece que esse lugar está cheio de segredos e isso está começando a me incomodar. – Afirmou enquanto desaparecia deixando a amiga ainda mais apreensiva.

Hinata chegou ao terraço e viu o momento em que Sai atravessava a porta e era seguido por um garoto ruivo.

– Trouxe companhia? – Disse sorrindo ao receber o rapaz.

– Digamos que temos algo em comum. – Respondeu sorrindo.

– Tem mais alguém aqui? – O ruivo perguntou curioso sobre a repentina frase do moreno.

– Sim... – Sai agia com naturalidade. – Ei Hinata-chan, você pode analisar esse cara, ele disse que tem uma inscrição que o liga a mãe morta. Isso é possível?

– Isso é muito raro! – Exclamou arregalando levemente os olhos. – Peça que ele fique parado e mostre a marca.

– Claro... – Disse Sai ainda mais interessado. – Ela disse que é pra você ficar parado e mostrar a marca pra ela.

Gaara apenas concordou e levantou o cabelo e esperou, uma leve brisa passava e o rapaz respirava devagar, Hinata se aproximou, estudou um pouco aquele tipo de coisa era realmente rara nos dias atuais, ouviu lendas de que antigamente aquele tipo de coisa era usada para assombrar lugares ou pessoas estabelecendo uma ligação direta com alguém morto, o ruivo definitivamente instigava curiosidade, quando estava bem perto colocou as mãos sobre a inscrição mantendo uma pequena distancia e liberou um pouco de chakra.

– Tem mesmo alguém aqui. – O garoto sorria. – Essa sensação é muito parecida com a que tenho quando minha mãe vem me visitar.

– Você tem uma percepção espiritual bem aguçada. – Disse Hinata vendo os olhos do garoto se arregalarem ao encara-la com as mãos brilhantes sobre a sua marca.

– O que você fez? – Perguntou assustado.

– Eu liberei um pouco de chakra na sua inscrição para que também pudesse me ver. – Respondeu se afastando. – E na oportunidade analisei seu potencial espiritual e a sua inscrição, quem fez isso tem muito conhecimento sobre os mortos. Sabe quem foi?

– Não. Minha mãe morreu devido o meu nascimento, tenho essa marca desde sempre. – Respondeu mais tranquilo e com muita tristeza.

– Qual é o seu nome? – Perguntou interessada enquanto abria um sorriso acolhedor.

– Sabaku no Gaara. – Respondeu estendendo a mão.

– Muito prazer. – A menina apertou a mão do rapaz aliviada por ter encontrado um daqueles que deveria ficar de olho. – Meu nome é Hyuuga Hinata.

– Já que todos fomos apresentados. – Sai se pronunciou. – O que você queria conversar Gaara-kun?

– Bem. – Gaara desviou o olhar e encarou o vazio. – Soube algumas coisas sobre você e pensei que talvez você pudesse me ajudar a rever minha mãe, faz um tempo que ela não vem me visitar.

Hinata estava surpresa, segundo sua analise a inscrição era perfeita e a ligação original ainda era forte era muito improvável que a mãe do garoto não tivesse feito uma visita no dia anterior. O que será que ele queria dizer? Outra coisa que a perturbava era o fato de não ter conseguido identificar a natureza do espírito da mãe do garoto, ela podia ser um anjo, um demônio, um prisioneiro, um exilado ou um aspirante.

– Eu posso investigar isso para você. – Hinata falou com calma. – Mas você vai ter que ser meu amigo. – Ofereceu sorrindo.

– Só isso? – Perguntou desconfiado.

– Eu ajudo o Sai somente em troca da amizade dele, com você não seria diferente. – Respondeu encarando os pés brincava com eles.

– Tudo bem então! – O garoto parecia receoso.

– Talvez você não possa me entender, mas para mim é muito difícil fazer amigos e é algo extremamente raro. – Hinata levantou a cabeça e o encarou com paciência. – Eu decidi que não preciso fingir que estou viva para ter amigos desde que eles me aceitem do jeito que eu sou.

– Você pode não acreditar... – Gaara abriu um sorriso. – Mas eu te entendo perfeitamente.

Naruto chegou ao terraço e ouviu o fim da conversa, de alguma maneira sentiu-se parte daquele grupo estranho, cada um tinha um jeito diferente que os outros talvez não pudessem entender e mesmo assim podiam ser amigos sem esconder quem eles eram de verdade.

– Oi pessoal! – Exclamou chamando a atenção dos outros. – Cheguei a tempo de fazer parte do clube? - Disse abrindo um enorme sorriso.


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Notas finais do capítulo

Mais um capitulo!!! Esse pessoal é mesmo bem estranho...
Já imaginam a importância que os Uchihas e os Uzumakis podem ter?? Pois é gente talvez nem tudo seja o que parece ou pode ser que tudo seja exatamente como é... o.O Confuso?? Se sim: Objetivo alcançado com sucesso, se não: eu preciso melhorar!
Espero que estejam gostando!!! Até o próximo e obrigado aqueles que estão comentando e favoritaram!! :D Obrigada também você que lê e me odeia por isso não me dá moral, eu gosto de você mesmo assim...



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