A um passo do fim. escrita por Evey


Capítulo 6
"E se..." ou "Eu sou!"


Notas iniciais do capítulo

Oi... :D
Aqui vai mais um capitulo... Espero que gostem e boa leitura!!



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Sai atravessa o pátio distraído enquanto Hinata o acompanha de perto, olhares desconfiados acompanham a passagem do rapaz. O grupo de amigos de Naruto estava apreensivo em relação ao moreno.

– Esse cara é mesmo estranho! – Afirma Ino passando o braço pelo ombro de Sakura.

– O Sai? – Sakura pergunta olhando em direção ao rapaz. – Você diz isso só porque ele não anda conosco. – Apesar das palavras a rosada também estava inquieta em relação ao moreno.

– Ele é amigo do Naruto, não é mesmo? – Kiba falou vendo o garoto atravessar a porta principal.

– Eles se conheceram há uns cinco anos quando estudaram juntos, eram amigos só que aqui ficaram em salas separadas e quase não tem contato. – Sakura respondeu, era a mais próxima de Naruto e Sasuke. – O Sasuke também estudou com ele, mas duvido que manteria uma amizade com alguém que não tem muito contato... – A menina deixou escapar uma pequena risada.

– Todos sabem que ele só anda conosco por causa do Naruto... – Temari afirmou acompanhando a risada de Sakura.

Sasuke passa pelo grupo sem dizer nada, havia acabado de chegar e estava irritado, não queria responder perguntas sobre a situação de Naruto e teve que ir para a escola acompanhado pelo irmão mais velho, um rapaz que segundo Sasuke era muito irritante e estava desenvolvendo um projeto na escola que estudou, era seu ultimo ano de faculdade.

– Não disse... – Temari foi a primeira a se manifestar vendo o moreno ignorar o grupo completamente.

– Não deveria falar nada. – Ino a provocou. – O seu irmão é bem esquisito fingindo que ninguém existe... – Falou do ruivo que nem se dava ao trabalho de encara-los e ignorava os irmãos completamente.

– O gênio Sabaku no Gaara sempre foi assim... – Kankuro disse revirando os olhos. – Ele não precisa de ninguém que influencie seu comportamento, vai nos ignorar e nunca pedir a ajuda de ninguém. Ele nunca teve amigos. – Terminou de falar e seguiu em direção a entrada do prédio.

Sasuke atravessava os corredores com a habitual atitude de indiferença, até que ao ver Sai em seu caminho não resistiu a vontade de pressioná-lo na tentativa de entender o que aconteceu com seu amigo, quando estava bem perto ouviu o moreno resmungar, Sasuke apenas passou a mão no cabelo enquanto sorria de canto, obviamente aquele garoto era muito estranho.

– Então Sai... – Sasuke chamou a atenção do garoto. – Não tive a oportunidade de falar com você ontem no cemitério...

– Hã... – Sai encarou o Uchiha reconhecendo o inseparável sorriso carregado de desdém que o rapaz ostentava.

– Ontem você me avisou sobre o estado do Naruto naquele cemitério... – Sasuke desviou o olhar enquanto colocava as mãos nos bolsos, não gostava de parecer preocupado ainda que Naruto fosse seu melhor amigo. – Como sabia que ele estava lá?

– Eu simplesmente sabia... – Sai deu de ombros.

– Pergunte a ele sobre o Naruto... – Hinata que permanecia ao lado de Sai começou a falar.

– Isso tem algo haver com a tal Hyuuga que ele está vendo? – Sasuke revirou os olhos enquanto perguntou bufando.

– Por que diz isso? – Sai parecia curioso quanto as perguntas do Uchiha.

– Ele disse que viu ela no corredor quando foi em sua direção... – Sasuke assumiu feições duras enquanto direcionava o olhar para o garoto extremamente pálido a sua frente.

– Se eu posso ver a Hyuuga morta sou apenas um garoto estranho que fala sozinho... – Sai soltou uma pequena risada. – Se o Naruto pode ver ele é o que?

– Não diga besteiras... – Sasuke respirou fundo como se tentasse controlar algo.

– Sai-kun... – Hinata não gostava do rumo da conversa. – Não diga essas coisas...

– Uchiha eu realmente não quero problemas... – Sai deu um passo para trás. – Pergunte ao Naruto, ele vai te explicar a situação.

– Você fala como se isso pudesse ser real... – Sasuke balançou a cabeça negativamente.

– Não me importo como me pareço para os outros, eu sei muito bem que não falo sozinho. – Sai deu de ombros e Sasuke pareceu extremamente irritado.

– Esse seu papo de espíritos pode enganar o Naruto... – Sasuke deu um passou em direção ao moreno e segurou o colarinho de sua camisa. – Mas não vai enganar a mim e eu não vou deixar meu amigo se machucar porque você fica colocando coisas na cabeça dele. – O Uchiha parecia furioso, a frase saiu firme e os braços estavam tensos, nesse momento a conversa chama a atenção de outros alunos.

– Sai... – Hinata assustou-se com a atitude. – Deixa isso pra lá, você não precisa convencer ninguém.

– Já disse que não me importo com o que pensam... – As palavras pareciam direcionadas a Sasuke, porém eram para Hinata.

Sai concentrou sua energia e restabeleceu o véu entre ele e Hinata impedindo que a morena interferisse ou falasse algo, a energia utilizada era quase imperceptível, não fosse pelo pequeno pulso de energia que se manifestava como uma pequena brisa.

– Você não está no controle de tudo Sasuke... – Sai levantou as mãos segurando forte o pulso do adversário. – Eu sei muito bem quem eu sou e já aceitei isso há muito tempo, eu não me importo com o que você acredita, pois não vai demorar para a realidade bater a sua porta.

– Já chega disso... – Kakashi chegou colocando a mão no ombro de Sasuke. – Não é permitido esse tipo de atitude no colégio.

Sai soltou os pulsos de Sasuke que relaxou os músculos e soltou a camisa do moreno, olhou em volta e percebeu que tinha chamado atenção e não gostava disso, encarou Sai e revirou os olhos bufando levemente enquanto saia dali indo para a sua sala, os amigos também tinham acompanhado uma parte da contenda ficando ainda mais apreensivos em relação a Sai que por sua vez pareceu indiferente, já estava acostumado a ser reconhecido como estranho por falar sozinho, aquela era uma situação quase rotineira para ele. Além do véu Hinata estava irritada por Sai ter restaurado o véu entre eles, a garota não conseguia parar de ponderar sobre as palavras do moreno e o modo que ele aparentava ter plena certeza sobre quem ele é, Sai esbanjava certeza em suas palavras e a menina queria ter aquela certeza também, mas é difícil chegar nesse ponto, afinal “E se” a vida dela tivesse seguido o curso, ela seria diferente e provavelmente não precisaria passar por aquelas coisas.

A manhã passava e Sai mantinha o véu erguido, Hinata nunca falava que para ela a pior sensação era a de não existir ficou na sala de Sai sentada no chão encostada à parede de trás esperando pacientemente que ele se lembrasse dela. A hora do almoço chegou e o moreno finalmente rasgou o véu.

– Sai-kun... – Hinata abriu um enorme sorriso ao perceber o rompimento. – Pensei que tinha se esquecido de mim.

– Já fui estranho o suficiente por hoje... – Disse sorrindo. – Você sempre me distrai durante a aula e eu preciso estudar mesmo esse ano.

Hinata apenas sorria aliviada pelo motivo que o fez deixa-la esperando, estava com medo de que por algum motivo o seu amigo vivo estivesse com raiva dela por pensarem que ele é estranho, o rapaz levava os estudos a sério desejava se tornar um grande artista acreditava que para isso deveria ser um dos melhores alunos o que de fato ele era, dividindo o posto de melhor aluno com Sakura. Estava aliviada também por parar de imaginar como seria sua vida se as coisas tivessem acontecido diferente, era tortura imaginar uma vida normal e feliz ao lado daqueles que ela amava.

– Vou comprar a comida no refeitório acordei tarde hoje e não tive tempo de preparar nada... – Disse saindo da sala.

Hinata apenas sorri enquanto o acompanha resolveu manter-se calada e gostava de ter companhia, seu maior medo era estar invisível e permanecer sozinha.

Naruto estava em sua casa, foi impedido de ir à escola pela mãe superprotetora, por isso ficou no quarto com a promessa de que no dia seguinte poderia voltar as suas atividades normalmente, o cômodo amplo e bem arejado estava um tanto sombrio enquanto as cortinas mantinham-se fechadas, o rapaz estava deitado sob as grossas cobertas, depois do encontro com Hyuuga no hospital estava inquieto sobre o que descobriu pensava se aquilo era ou não real, começava a pensar sobre as coisas que passou desde o dia no cemitério, durante a infância não podia brincar com as outras crianças sempre inventando desculpas quando era questionado, sua fonte de diversão era o vídeo game e o computador, na adolescência importava-se menos com suas limitações e com as outras pessoas por isso concentrava-se em seus jogos, livros, mangás e outras coisas que podia fazer entre as paredes de sua mansão, era instruído a ser agradável com seus colegas de classe, tinha uma espécie de magnetismo que atraia as pessoas e por isso era rodeado de amigos, todavia o seu laço mais forte de amizade era com Sasuke, pois se conheciam desde a infância quando o loiro ainda não era severamente afetado pela doença, ele sempre dava trabalho aos seus pais, não entendia as implicações de sua condição e com o passar do tempo não entendia o que eles sentiam por ele, não conseguia imaginar como as pessoas podiam estar dispostas a cuidar dele, quando ele próprio não entendia o que era sentir amor por alguém. Apesar de não reconhecer, Naruto tinha um medo profundo de não ser reconhecido e permanecer sozinho, por isso aprendeu a sorrir ainda que não sentisse vontade. Algumas batidas leves na porta o despertam.

– Senhor... – A porta se abre devagar. – Seus pais estão chegando para almoçar com o senhor. – A jovem empregada olha em direção ao rapaz que se mexe devagar.

– Vou descer em alguns minutos. – Responde ainda por baixo das cobertas.

– Sim. – A jovem fecha a porta devagar enquanto suspira levemente.

O rapaz levanta devagar indo até a janela, ao mover as cortinas o quarto fica parcialmente iluminado, ainda que o céu esteja coberto de nuvens pesadas, vai até o banheiro tirando a calça leve de algodão que usava, entra no banho rapidamente e deixa a água escorrer pelo corpo, enquanto respirava profundamente um pensamento terrível infiltrou-se em sua mente e com um pequeno sussurro deixou-o escapar entre os lábios.

– Talvez tivesse sido melhor se ela tivesse deixado meu tempo acabar! – Afirmou de cabeça baixa.

O almoço com seus pais passou tranquilamente, Kushina era muito amorosa e carinhosa e Minato também, o amor que sentiam pelo filho era o que se pode chamar de incondicional. Naruto se esforçava e mantinha o enorme sorriso, aquele gesto era como um sol na vida daqueles que o amavam, chega a ser triste o fato dele não entender completamente isso.

Na escola Hinata decidiu deixar Sai em paz e passou a ficar na cobertura do colégio, estava investigando as aproximações misteriosas que os inimigos faziam, por algum motivo estavam rondando aquele lugar e a missão de Hinata era descobrir o porque, a única coisa que sabiam era que aquele lugar era um alvo em potencial e os inimigos tinham interesses lá, ficar muito tempo com os vivos era perigoso, como tempo o espírito acaba se apegando e se distraindo facilmente e Hinata não era imune a isso, passava muito tempo com Sai e Haku, embora o segundo esteja fora de Tokio, e isso começava a afetá-la, enquanto estava sozinha no terraço do prédio acabou deitando no chão e fitando as nuvens carregadas que cobriam o céu, começou a divagar sorrindo sobre como seria se estivesse viva, talvez estivesse ali, talvez tivesse amigos, talvez fosse feliz, estava sorrindo imaginando a vida que teria levado, logo seu sorriso se desfez ao notar a presença de espíritos estranhos provavelmente pertencentes ao outro lado, a jovem percebeu que não existe o talvez, as coisas acontecem e não há jeitos de mudar a realidade, o “E se” é apenas uma ilusão criada por aqueles que desejam fugir da responsabilidade de suas escolha. Hinata levantou-se batendo levemente na saia, decidiu sorrir, tinha a oportunidade de deixar que as pessoas escolhessem seus destinos, tinha a oportunidade de dar aos outros o que foi negado a ela.

– Essa é a minha escolha... – Afirmou deixando o vento carregar as palavras solitárias. – Não me importo com o pensam de mim, eu sou Hyuuga Hinata a menina de olhos brancos e meu dever é impedir que alguém desequilibre o mundo espiritual. – A garota fechou a mão direita levando-a até o peito. - Não existe “E se” existe apenas o “Eu sou”. – O sorriso sincero tornou sua expressão confiante.

Dois desconhecidos apareceram em sua frente observando a face tranquila e confiante da jovem que os encarou e depois passou a sorrir de olhos fechados.


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Notas finais do capítulo

Quem gostou do capitulo levanta a mão... o É eu sei sou uma forever alone.. u.u
Obrigada por ler e você que comenta eu fico muito agradecida.. :D
Até o próximo!! :D



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