A um passo do fim. escrita por Evey


Capítulo 4
O relógio quebrado.


Notas iniciais do capítulo

Ola..
Mais um capitulo :D Espero que gostem! XD



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Hinata brincava distraída pelos túmulos daquele lugar cheio de morte, acabara de ver a família arrasada pela perda da pequena criança, não suportando mais aquela terrível situação decidiu brincar por ali na tentativa de afastar todos seus pensamentos daquele momento, decidida a esquecer que ninguém podia vê-la até que um garoto da mesma idade dirigiu-se a ela com um cumprimento simples, a menina o observou e com estranheza notou que ele também carregava um relógio sobre o peito, desde que estava a beira da estrada a garota notou que podia ver coisas que antes não percebia, todos os vivos que viu carregavam um relógio exposto sobre o peito, era transparente e aparentemente não os tocava como se fosse apenas um amontoado de números voadores, era como se flutuasse em frente a elas, o relógio tinha doze algarismos de dois dígitos que iam do zero ao onze e apenas um ponteiro era como se a cor refletisse os olhos de Hinata, os algarismos e o ponteiro eram brancos com um leve tom lilás.

O ponteiro do relógio de Naruto já havia passado pelo número onze e estava próximo ao zero, a menina não sabia ao certo o que significava até que encarou profundamente os olhos azuis e no reflexo viu uma cena que a chocou, em uma fração de segundos ela olhou o futuro e viu o que estava programado para o pequeno.

Aquilo era terrível. Ele tinha a mesma idade que ela, estavam assustados com medo e ficariam sozinhos. Neji não merecia morrer. Ele não merecia morrer. Ela não merecia morrer. Talvez pudesse fazer algo, afinal impediu que o primo morresse porque percebeu que aquele galho o atingiria agora viu com clareza como aquele garoto deveria morrer e resolveu não permitir que ele continuasse no caminho que o levaria a morte.

O afastou de seu destino sem poder toca-lo, o relógio atingiu o número zero e se partiu, permaneceu flutuando em frente ao garoto, agora a relíquia estava com uma marca que imitava um raio era uma rachadura prateada que brilhava levemente o ponteiro havia sumido. Não demorou e o rapaz foi embora sendo levado por sua mãe, Hiashi a acompanhava e secretamente invejou que aquela mulher pudesse carregar o filho em seus braços e ele não, teria abraçado e afagado o cabelo da filha se soubesse que ela estava ali a seu lado se despedindo do loiro.

Hinata olhou para o homem altivo ao seu lado esperando que estendesse a mão e tocasse em sua cabeça. Porque aquele garoto que acabará de conhecer a via e o próprio pai não? O homem suspirou e devagar limpou a lagrima que escorria pela bochecha alva olhou a costa de sua mão direita e sorrio vendo o pequeno brilho que aquela gota salgada refletia, essa era a segunda vez que via suas lagrimas, a primeira vez foi no mesmo cemitério onde deixava a filha. O homem se recompôs e começou a caminhar em direção a saída do lugar, Hinata decidiu segui-lo, afinal não tinha outro lugar para ir, não havia luz branca, não havia anjos e nem demônios, não havia nada e nem ninguém, a criança deu alguns passos em direção ao pai até ouvir a voz de algo que congelou seu sangue, todas as sensações humanas permaneciam, o medo, a angustia, a insegurança.

– Já chega de brincar fingindo que ainda está entre eles. Criança. – A voz era aguda e gélida.

Hinata estava paralisada, aquela voz vinha de algum lugar próximo e era apavorante para uma criança de cinco anos, com dificuldade virou-se tentando achar a origem da voz e logo viu, aquele ser não tentava se esconder, tinha a forma humana oculta por um sobretudo negro desgrenhado, as mangas e as bainhas pareciam que queimavam continuamente o capuz cobria o rosto deixando visível apenas um pedaço do queixo branco e liso e algumas mechas do cabelo negro que se confundiam com o tecido de sua veste sinistra, estava sentado sobre uma lapide de mármore e balançava os pés como se estivesse se divertindo.

– O que? – Foi a única coisa que escapou pelos pequenos lábios infantis.

– Não é tola... – O ser tinha uma voz indecifrável sendo impossível definir qual era o seu sexo. – Já sabe que morreu. – Como se pairasse no ar ficou de pé sobre a lápide.

– Não sou... – Hinata se encheu de coragem. – Sei muito bem o que aconteceu, quem demorou a perceber foi você que só agora veio me buscar. – Terminou de falar e engasgou.

A entidade pareceu se divertir um pouco mais com a situação deixando uma breve risada escapar, com um pequeno impulso saltou ficando de frente com a pequena, ele era alto, aos olhos de Hinata parecia um gigante, a menina pensava que estava bem melhor quando não havia nada depois da morte, o ser levou as mãos até o capuz, elas estavam cobertas por luvas, retirando-o, o rosto estava coberto por uma mascara lisa branca e a única coisa visível eram os olhos negros.

– É incrível que uma criança tão pequena tenha deduzido isso com tanta rapidez. – A voz permanecia indecifrável. – Não posso subestimar alguém de olhos brancos. – Era estranho ouvir a voz sem ver lábios se mexendo. – Os outros dois me causaram problemas assim como os do outro lado, quando percebi você não estava mais lá e para minha sorte os de olhos brancos são difíceis de rastrear.

– O quer de mim? – Perguntou encarando os olhos roxos.

– Vim buscar você. – O tom permanecia divertido. – Você morreu antes da hora e por isso está presa, vou levar você para o lugar que arrumamos para pessoas como você. – Terminou de falar e estendeu a mão.

Hinata apenas assentiu agarrando a mão que se estendeu a sua frente, a vista ficou embaçada devido o processo de transição pelo qual os espíritos viajavam de um lugar para o outro, a pequena nem percebeu o corpo dissipar, notou apenas que a vista normalizou depois de piscar algumas vezes e quando percebeu já estava em outro lugar, olhou em volta e viu muitas árvores em volta de um enorme campo aberto, muitas tendas estavam armadas e pessoas andavam de um lado para o outro, alguns carregavam espadas e armas, outros treinavam combate corpo a corpo, arco e flecha e tiros com arma de fogo. Hinata percebeu que alguns não usavam nada e treinavam de um jeito diferente, mais tarde ficou curiosa sobre o assunto percebeu que aqueles tinham habilidades especificas quando desencarnavam. Entretanto algo chamou mais a atenção da pequena criança com exceção daquele que estava bem a sua frente, todos possuíam o relógio estranho sobre o peito, a relíquia ostentava uma rachadura prateada, porém o ponteiro permanecia ali e continuava a funcionar.

– Que lugar é esse? – Perguntou esfregando os olhos.

– Chamamos esse lugar de colônia dos desabrigados. – Pronunciou deixando uma pequena risada escapar, ou era algum som parecido com risada. – Os que morrem antes do chamado são trazidos para cá. Siga-me. – Ordenou enquanto caminhava tranquilamente.

Hinata apenas caminhou atrás da figura sinistra, olhava atentamente por todos os lados, como a maioria das crianças de cinco anos a pequena também era muito curiosa, porém não era qualquer criança que se portaria com tranquilidade diante de tão inusitada e assustadora situação. Não demoraram e estavam em frente a uma enorme tenda que ficava bem no centro da colônia, de repente o mascarado fez sinal para que um jovem de cabelos vermelhos viesse ao seu encontro.

– Sasori-san. – O homem indicou a pequena. – Essa é a garota de olhos brancos preciso que fique de olho nela e treine-a, arrume um lugar onde ela possa se instalar e ensine-a a manter segredo sobre o que vê. Vou precisar dela logo por isso não perca tempo. – O estranho ser adentrou a enorme tenda enquanto o rapaz apenas assentiu.

– Ola criança. – Disse o homem abaixando. – Meu nome é Sasori. Como é o seu?

– Hinata. – A pequena encarou os enormes olhos castanhos. – O que está acontecendo? Aquele homem estranho não me disse nada...

– Bem... – O rapaz pensou com cuidado, afinal ela era apenas uma criança. – Tem algo acontecendo que está desequilibrando o mundo espiritual, todos nós temos um tempo determinado de vida, se morrermos antes que esse tempo acabe ficamos impossibilitados de sair desse mundo, por isso estamos reunindo todos que conseguimos achar aqui.

– Por que as pessoas estão morrendo antes do tempo determinado? – Perguntou estreitando o olhar.

– Não sabemos... – Suspirou tristemente. – Não sabemos quem ou o porque disso, os mais habilidosos entre nós estão investigando e as vezes conseguimos impedir a morte de alguém antes da hora, entretanto quem está por trás disso permanece oculto e esperamos que você possa ser um grande trunfo para nós.

– Porque eu? – Perguntou assustada.

– Alguns tem habilidades especificas quando desencarnam, essas habilidades são limitadas no mundo material pelo corpo, mas aqui elas se desenvolvem de maneira impressionante, os Hyuugas tem um grande poder, descobrimos que o outro lado tinha planos para você e o seu primo e conseguimos interferir, não com muito sucesso. – Sasori desviou o olhar. – Agora a família Hyuuga está sendo protegida de perto, soube que há anjos com eles.

– Anjos? – A menina parecia confusa.

– Não podemos ter contato direto com os vivos, a não ser que o véu esteja partido ou que sejam médiuns, assim também não temos ligações diretas com os anjos com exceção de casos específicos como quando o véu se parte. – O rapaz olhou para o céu. – Eles são entidades magníficas e nós deveríamos estar aprendendo com eles e quem sabe nos tornar como eles.

– Então nós vamos virar anjos? – Disse empolgada.

– Alguns espíritos são tão puros que se tornam anjos instantaneamente. – O homem sorria com a curiosidade infantil.

– Mas eu não entendo como uma criança pode ser útil para essa batalha? – Perguntou seriamente.

– Quando alguém morre ainda quando criança... – O homem encarou o doce olhar infantil curioso sobre o fato de alguém tão pequena já ter se acostumado a morte. – O espírito se desenvolve até a maturidade.

– Ver esse relógio sobre o seu peito é a minha habilidade? – Perguntou encarando a relíquia.

– Não fale sobre isso com ninguém... – Disse próximo ao ouvido da pequena. – Mantenha suas habilidades em segredo e não diga o que vê... – O homem levantou-se. – Agora vou te mostrar o lugar.

Hinata olhou o belo homem e o seguiu, levou á sério o ultimo conselho e não revelava o que via a ninguém. A menina se instalou em uma tenda destinada a jovens garotas, Hinata era a mais nova em toda a colônia e ganhou o apelido de olhos brancos, o tempo passou e a menina aprendia a manusear as armas que eles tinham e se identificou muito com uma bela espada de metal avermelhado – metal avermelhado era a única coisa que causava danos ao espírito -, aprendeu a usar a energia espiritual que chamavam de Chakra, e desenvolveu novas habilidades, aos sete anos passou a participar de algumas missões como suporte, a pequena aprendeu tudo que podia sobre aquele mundo fantástico no qual era inserida.

Aos quatorze anos foi chamada para uma missão, deveria identificar e proteger os sobreviventes de um acidente de avião, segundo um espião o outro lado pretendia aproveitar acidentes em larga escala e acabar com possíveis sobreviventes, os motivos que impulsionavam os inimigos ainda não eram claros, eles matavam pessoas antes da hora e tentavam recruta-las, a única suspeita plausível era que eram sugadores de energia, mas a informação ainda não tinha sido confirmada.

Hinata aceitou a missão e assim que identificaram o avião prestes a cair a menina foi enviada para lá juntamente com uma moça de cabelos castanhos, seu nome é Rin e chegou na colônia antes de Hinata, as duas se conheciam e eram muito amigas dividiam a tenda com outras garotas e quando a pequena de olhos brancos chegou Rin logo se apegou a ela, pois havia chegado ali aos quatorze anos de idade e achou assustador, quando Hinata chegou a jovem de cabelos castanhos estava ali a seis anos e já havia alcançado a maturidade parando de envelhecer, se tornaram grandes amigas e Rin ajudava a recém chegada a entender melhor o que acontecia cuidando dela como se fosse sua irmã mais nova.

A dupla foi transferida para o avião, quando chegaram tudo estava bem alguns passageiros se recuperavam do susto de passar por uma turbulência conturbada, as garotas não sabiam exatamente o que aconteceria e nem como e não podiam em hipótese alguma impedir a morte de alguém que deveria morrer, observaram e escolheram poltronas vazias para sentar, infelizmente o voo estava lotado e não encontraram lugares próximos por isso Hinata sentou-se ao lado de um garoto concentrado em uma prancheta de desenho, tinha os cabelos negros e a pele pálida, estava usando fones de ouvido, Hinata recostou a cabeça no apoio da poltrona e quando o avião começou a tremer sentiu o toque do garoto que instintivamente levou a mão ao braço do assento notando que havia alguém ali, achou estranho não ter notado a bela garota branca de cabelos azulados e olhos brancos, a avião continuou a tremer e a prancheta caiu. Depois da sensação de ser tocada por alguém que estava vivo Hinata voltou a raciocinar e desviou o olhar do garoto que a encarava, procurou Rin e quando seus olhares se cruzaram estava claro que os chamados haviam rasgado o véu. O evento havia começado.

Hinata estava no quarto de Sai enquanto tudo passava como um filme, decidiu dividir as lembranças com o Amigo, seus devaneios não duraram mais que alguns segundos.

– Lembra-se de quando nos conhecemos? – Perguntou escutando o som da água.

– Como poderia esquecer... – Respondeu deixando a água escorrer por seu corpo.

O rapaz levantou a cabeça enquanto Hinata deitava em sua cama com os braços abertos, os devaneios da garota continuaram enquanto as lembranças de Sai sobre como conheceu a bela menina de cabelos azulados começaram a invadir sua mente.


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Notas finais do capítulo

Então é isso!! O que tá achando?? :D
Até...



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