You Changed My Life - Katniss e Peeta escrita por Lih


Capítulo 26
A pequena grande ideia!


Notas iniciais do capítulo

Que saudades, caramba! Bom, como vocês perceberam, o Nyah! teve alguns probleminhas mas agora voltou e eu vim postar (só um dia depois que voltou, mas okay) =D
Antes alguns avisos:
—Esse capítulo concentra mais a atenção no bebê, porém antes tem pensamentos importantes, então tenham paciência para terminar.
—Fiz esse capítulo todo narrado pela Katniss porque o próximo pretendo fazer todo pelo Peeta. Os pensamentos e reações dos dois são muito importantes.
—A fic não está exatamente em reta final, porém, como vocês podem ver pelo decorrer das coisas, já se passou uma boa parte. Mas não se chateiem porque ainda tem muits coisa para acontecer =D
—Desculpem se estiver muito meloso, mas esses momentos são assim :s
—Não respondi os comentários ainda por falta de tempo, mas vou responder!
PS: Estou planejando uma coisa boa para fazer depois que acabar essa fic ;D
Bom, boa leitura, :*:*



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–--(Katniss)---

Cinco meses. Já se passaram cinco meses, um pouco mais, e ainda é estranho me olhar no espelho como estou fazendo agora. A sensação de ter um ser vivo crescendo dentro de mim é incomparável a qualquer coisa que já senti, e é estranho ver o quanto minha barriga cresceu considerando que eu nunca me imaginei nessa situação, não no mundo em que vivíamos. Nunca. Sempre me lembro de uma conversa que tive com Gale.

“-Eu nunca quero ter filhos -eu digo.

–Eu poderia. Se eu não vivesse aqui - diz Gale.

–Mas você vive -eu digo, irritada.

–Esqueça - ele rebate de volta.”

E percebo que agora tudo faz sentido. Eu nunca queria ter filhos para que não sofressem, para que não corressem o risco de terem seus nomes sorteados na Colheita e de se tornarem mais uma peça de mais uma edição dos Jogos Vorazes. Eu não me perdoaria se fizesse uma coisa dessas, jamais. Mas agora, não vivemos mais naquelas regras de anos atrás, não existem mais Jogos Vorazes e o sofrimento acabou, tudo acabou. Os distritos se reergueram, se ajudaram, se reconstruíram ao passar dos anos para que pudéssemos dar seguimento a uma vida nova, uma vida que conquistamos com o fim da revolução. Porém, tudo é muito novo para mim, e só porque tudo mudou não significa que não há mais riscos. Ninguém sabe ao certo como funciona a maldade nas pessoas. A maldade que matou a maior parte das pessoas que eu amava não vai ser fácil de esquecer.

Prim sempre me vem à cabeça. Como ela estaria se estivesse aqui comigo, agora. Estaria crescida, por volta dos seus dezenove/vinte anos, poderia estar em um relacionamento com alguém, trabalhando firmemente no hospital do 12 ou em outros hospitais ao decorrer dos distritos. Poderia estar feliz, vendo a família aumentar e vendo nossa mãe se reerguer tanto quanto os distritos se reergueram. Mas não está.

Penso em minha mãe. Achava que ela nunca se recuperaria, não ficando do jeito que está. Me lembro de como ela ficou com a morte do meu pai e como ficou muito pior quando foi Prim. Ela tinha entrado em depressão de novo e levou um tempo para voltar a querer viver. Mas voltar a trabalhar fez bem a ela, conhecer Rrobert fez melhor ainda e penso que me ver feliz com Peeta também ajudou. Ela estava feliz me vendo casar e ficou mais feliz ainda quando se deu conta de que ia ser avó, depois que me reconciliei com Peeta. Espero que continue feliz.

Penso em Gale e em como estávamos afastados desde o começo, ou melhor, o fim de tudo. Me perguntei várias vezes se ele deixou de sentir o que sentia por mim ou o que ele pensou quando soube que eu ia me casar. Imaginei que ele ficaria com Madge, mas depois de tudo o que aconteceu, nunca mais a vi. Nenhuma notícia. Mas fiquei feliz quando soube que ele estava feliz com Delly e que estava reconstruindo sua vida no D2, e que ainda me visitaria de vez em quando, como já fez.

Penso em Peeta desde o começo. Sempre soube que seu sonho era construir sua própria família e ter seus próprios filhos e por mais que ele me incluísse, eu não me incluía, não no início. Eu tinha medo de não poder dar à Peeta o que ele desejava.

Mas as coisas mudaram.

Me lembro de quando Peeta voltou da Capital, frágil e confuso, em um estado de recuperação lenta e parcialmente dolorosa. Levou um tempo para voltarmos a nos falar, o que só pôde ocorrer quando ele esteve em um estado melhor, e podermos nos ver diariamente. Cada um tinha seus próprios problemas, ele com seus Flashbacks e ambos sofrendo com os pesadelos, mas conseguimos superar isso juntos. Lembro-me de quando eu o beijei pela primeira vez depois que ele voltou. Eu sabia que era arriscado por causa de seu estado de fragilidade mas também sabia que não podia esperar isso dele. Ele estava incerto sobre meus sentimentos, assim como eu estaria se estivesse em seu lugar. O tempo passou e tudo foi acontecendo rápido, porém eu acho que foi o tempo certo.

Aconteceu tudo o que aconteceu e agora estamos onde estamos.

Por mais que essa gravidez não tenha sido planejada, estou mais feliz do que imaginei que poderia ficar. No começo achei que não conseguiria mudar minha rotina tão facilmente, parar de caçar de repente, ou que minha pele remendada não suportaria algo assim, mas tudo é diferente de como pensei. As vezes passa pela minha cabeça que as pessoas só podem julgar as ações quando passam por elas, e eu aprendi isso. No início, eu estava com medo de cada dificuldade que eu teria de enfrentar: os enjôos, as dores, o desconforto, a atenção das pessoas. Mas mesmo estando afastada de Peeta quando descobri, no fundo eu sabia que não estava sozinha. Sabia também que se dependesse de Peeta, independente de onde estivesse, amaria muito essa criança assim como ama agora, mesmo antes de nascer.

Percebo que lágrimas se acumulam em meus olhos mas apenas uma caiu, o que é impressionante considerando que ultimamente meus hormônios me alteraram muito. Peeta aparece na porta do quarto antes que eu possa enxugar meu rosto. Em suas mãos estão dois pratinhos, ambos com fatias de bolo de chocolate. Seu grande sorriso quase se desfaz por completo quando me vê limpando minha bochecha.

–Kat? Aconteceu alguma coisa? -pergunta sentando-se ao meu lado da cama e me entrega o maior pedaço do bolo. Balanço a cabeça em negativa.

–Só estava pensando -respondo levando a primeira garfada de bolo até a boca -Em tudo, mais uma vez.

Eu poderia mentir, dizer que tinha acabado de vomitar, coisa que sempre me faz chorar logo depois, ou que estava com vontade de chorar por conta dos hormônios, mas não tenho porque mentir. Não preciso esconder dele que ando pensando no passado. Que ando pensando naqueles que perdi, naqueles que amava.

Ele apenas me observa por alguns segundos antes de começar a dar garfadas em seu bolo. Sei que ele está se segurando para não me abraçar agora, assim como estou me segurando para não cair no conforto de seus braços e me permitir chorar mais, mas é justamente isso que quero evitar. Chorar mais por motivos irresolúveis. Um silêncio se estende por alguns minutos mas decido quebra-lo mudando de assunto.

–Você está ansioso?

Pelo canto do olho percebo que ele sorri mas não me encara. Em vez disso, ele encosta a cabeça na cabeceira da cama sorrindo ainda mais, um sorriso bobo.

–Muito. Com certeza... E você? -seus olhos encontram os meus e não consigo deixar de sorrir.

–Também, mesmo sabendo que podemos sair sem um resultado concreto. -amanhã será minha quinta consulta mensal na qual, supostamente, possamos descobrir o sexo do bebê se tivermos mais sorte que o mês passado.

Ele coloca o prato no criado-mudo e percorre a extensão do meu braço com os dedos, entrelaçando-os nos meus. Sua mão leva a minha até sua boca e ele beija cada um dos meus dedos delicadamente.

–Você tem algum... pressentimento, alguma suspeita, sente o que pode ser? - ele pergunta. Tento não sorrir demais e apenas balanço a cabeça em negativa. -O que.. Porque está rindo? Ahhh você tem sim e não quer me contar! Porque? -não respondo, apenas tento evitar dar mais risada. -Katniss!

–Não, não vou contar! E se eu estiver errada?

–E se estiver certa?

–Bom.. Isso talvez eu descubra amanhã de manhã! -respondo rindo e me levantando o mais rápido possível.

–Ei, volta aqui! Onde você vai? -pergunta quando já estou na porta do quarto.

–Pegar mais um pedaço de bolo! -grito já descendo as escadas em direção à cozinha.

–--

Sinto algo tocando meu rosto, acho que em minha bochecha, e ouço um murmúrio em meu ouvido. À medida que presto mais atenção nos toques e nos sussurros, entendo-os e percebo que é a pressão dos lábios de Peeta. São beijos, e ele está me chamando.

–Kat...

Assim que abro os olhos, percebo seu corpo desabar na cama do meu lado, mas seus lábios continuam perto de meu ouvido.

–Odeio ter que fazer isso, te acordar cedo, mas achei melhor para que você possa se arrumar com calma -sussurra. Espanto a visão embaçada focando os olhos em sua mão sobre a minha, sobre minha barriga.

–Por que odeia? -pergunto em um meio sorriso, encontrando seus olhos.

–Porque gosto de observar você dormir -ele sorri. Desvio meus olhos quando sinto minha pele esquentar. Me lembro de ele já ter dito isso outras vezes, e de ter corado em todas elas.

–Bom, mas eu gosto de acordar assim -dou de ombros sem segurar um sorriso tímido.

–E eu gosto de te ver assim -ele diz tocando minha bochecha de leve. -Vou preparar nosso café. Algum desejo específico? -pergunta se levantando.

–Humm, bom, sabe aquele bolo de ontem? -pergunto já prevendo sua reação. Ele ri e revira os olhos ao mesmo tempo enquanto sai do quarto a caminho da cozinha.

Olho para o relógio e decido me levantar quando vejo que são 7:15. A consulta está marcada para 9:00 mas não posso me dar ao luxo de demorar e simplesmente me atrasar. Pego meu roupão, sigo para o banheiro e ligo a água morna. Quando termino, visto uma calça, uma blusa de lã não muito grossa, minhas botas e desço para tomar café com Peeta. Assim que acabamos, fico na porta de casa, esperando ele colocar ração para Thor para podermos saír. Acabo observando as flores que estão plantadas em nosso jardim, até que Peeta aparece tirando minha atenção, então rumamos ao hospital.

–--

O ar frio e os corredores brancos, assim como os jalecos de todos os médicos, não me agradam nem um pouco. Não sou muito de hospitais e Peeta muito menos, mas pelo menos estamos aqui juntos e pelo nosso filho.

Enquanto andamos por um longo corredor inteiramente branco, tento não me incomodar com o olhar das pessoas porque são olhares felizes. Quando chegamos na da sala da Dra. Emilly, médica que vem acompanhando minha gravidez, vejo-a sentada em sua mesa com os longos cabelos castanhos lisos presos em um coque, escrevendo algo em alguns papéis. Peeta da três batidinhas na porta mesmo estando aberta. A Dra. sorri assim que nos vê e se levanta.

–Sr. e Sra. Mellark! É um prazer revê-los, podem entrar e fiquem à vontade -diz nos cumprimentando.

–Dra. Emilly, por favor, só Peeta e Katniss.

–Bom, nesse caso, por favor, só Emilly. -ela sorri -Podem se sentar.

Emilly trabalhou junto de minha mãe um tempo e o fato de já me conhecer, além de ser muito simpática, me deixa um pouco mais segura, eu acho. Peeta e eu nos sentamos nas cadeiras em frente à sua mesa enquanto Emilly volta a escrever nos papéis.

–Eu estava justamente preenchendo sua ficha de hoje, Katniss. Parece que hoje, com sorte, descobriremos se é um anjinho ou uma anjinha. Já tem alguma suspeita? -ela pergunta e eu rio, o que faz Peeta suspirar de irritação.

–Sim -digo me levantando e peço a ela que se levante também para que eu possa sussurrar em seu ouvido. Levo apenas dois segundos mas que são o suficiente para deixar Peeta ainda mais frustrado a ponto de faze-lo revirar os olhos. Emilly sorri antes de responder.

–Vamos lá então!

Ela se encaminha para a área da consulta e pede para que a acompanhemos. Peeta pega minha mão e seu enorme sorriso volta, parecendo que já não está mais irritado. Me sento na maca enquanto a Dra. mexe em alguns aparelhos e os conecta a um monitor. Quando tudo está ligado, levanto minha blusa e ela passa um gel em mim que me faz arrepiar de tão gelado. Alguns instantes depois, ela ajusta a imagem e sorri.

–Suspeita confirmada! -ela diz sorrindo. -Parabéns pela anjinha, é uma menina!

Olho para Peeta que tem um sorriso que mal cabe em seu rosto. Seus olhos encontram os meus e ele me beija sem hesitar.

–Viu?! Podia ter me contado, suspeita correta -ele sussurra em meio ao beijo.

–Não queria arriscar.

–Vocês já pensaram em um nome? -a Dra. pergunta desligando o monitor assim que nos soltamos.

Peeta me encara assim como eu o encaro. Havíamos combinado de pensar no nome só depois de descobrirmos o sexo, mas eu estava com uma ideia na cabeça desde que saímos de casa, quando estava observando no jardim as flores que deram o nome de minha irmã.

–Prim -sussurro levantando o olhar para eles. -Primrose.


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Notas finais do capítulo

Ohhhhhhhhhh *-*
Bom, acho que para quem terminou de ler A Esperança não era novidade que era uma menina! Não sei qual o nível de melosidade que esse capítulo tem, me desculpem.
Pessoal, quero dar um recadinho: A ideia de ela dar o nome da irmã dela, não fui eu quem pensei, foi minha amiga que estuda comigo, senta atrás de mim e também é tributo. Eu não ia colocar porque eu já li uma fic que quase fez isso e eu tinha medo de ser cópia mas a menina excluiu a fic e minha amiga me convenceu. Eu achei a ideia muito linda e boa, uma homenagem divina. E os créditos dela vão para minha amiga :3 Me desculpem se há alguma história assim também, eu não vi mais nenhuma e nunca foi minha intenção copiar nada de ninguém.
Um beijo :* e não deixem de comentar, não tenham medo de deixar suas opiniões!