Os Guardiões - Reino dos Elementais escrita por Kai


Capítulo 5
Despencando em rodopios


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Fang era rápida. De fato, a fênix parecia apressada e um pouco desnorteada, contudo Jack entendia sua mascote. Há alguns dias atrás eles tinham derrotado um elemental ancestral como Perunú, impedido a tríade negra de sair impune após tentar atacar o pai de Suzana e recuperado uma relíquia inestimavelmente valiosa, tudo aquilo era extremamente difícil de processar. Se alguém pudesse avistar Jack, diria que ele era apenas um garoto de 13 anos, pálido e estranho e não um garoto problemático, e com o poder de controlar o fogo. O garoto não queria admitir mas desde o Himalaia ele se sentia diferente, e ao mesmo tempo frágil, Ahura havia atacado eles pela primeira vez possuindo o próprio Yeti que inclusive tinha sumido. Jack não tinha entendido o fato dele ter simplesmente deixado de existir, talvez a função de guardar o cajado de Moisés tivesse acabado.

Quando eles pararam no mar de Cáspio para falar acerca do próximo destino deles, Klaus falou acerca do cajado de Moisés. Segundo rumores e os mitos bíblicos, o profeta utilizou o cajado para transformar o Nilo em sangue, enviar pragas ao egípcios que oprimiam os judeus e ainda fez ele abrir o mar vermelho. Era extremamente difícil acreditar que um simples pedaço de madeira poderia executar tantos eventos extraordinários, apesar disso, não era explicitamente a madeira que executava tais coisas e sim uma parte do espírito ancestral da água presente nele. O cajado parecia mudar de forma consideravelmente, certa vez quando se aproximavam da Áustria pela Eslováquia, Suzana tentou fazer o cajado funcionar mas ele se transformou numa serpente e quase fez eles despencarem das alturas.

Desde então, para evitar acidentes, eles tinham guardado o cajado em segurança. Com a velocidade de Fang, Jack guiou os amigos por meio dos conselhos direcionais de Klaus para chegar enfim a Baviera. Os céus escuros e nebulosos da Baviera eram hipnotizantes, abaixo dos pés deles e debaixo de Fang uma numerosa floresta alaranjada e cinzenta (talvez um pouco castigada) se abrigava.O frio era intenso e de longe eles podiam ver vilas com casas típicas da região mas as pessoas eram quase tão pequenas como formigas.

A fim de cortar o silêncio, Klaus explicou que sua família era uma das comunidades de gnomos mais antigas da Baviera na Alemanha. Jack pensou que Klaus tinha que sentir orgulho de ser o representante de Gaio no conselho dos leprachauns, já que representavam a união e a conciliação de todas as raças gnômicas do planeta. Kathe estavam com seus cabelos loiros curtos quase arrancados pelo vento mas nada parecia incomodá-la além do olhar distante, Jack não podia culpá-la, a garota tinha ficado meses e talvez anos da vida procurando o primo perdido, juntamente com seus pais, e no momento em que ele havia sido atacado por um espírito das trevas, ela não estava lá para ajudá-lo.

Mesmo o garoto dizendo que estava tudo bem, as coisas não estavam nada bem. Claro, eles tinham um ao outro, mas e os pais de Katherine? Estariam mortos? vivos? torturados? Os ravens eram seguidores de Ahura, eles eram cruéis, impiedosos, tudo por pura ganância e subordinação ao mestre e também os responsáveis pelo desaparecimentos dos tios de Jack. De fato, o jovem salamandra não sabia os nomes deles nem de seus pais adotivos, Kathe dizia não querer falar do assunto até que tudo tivesse terminado. Suzana estava desconfortável, talvez pela sensação de ter acabado de fazer 14 anos e sua missão juntamente com a dos outros era impedir que um ser maléfico enfiasse as garras em relíquias tão poderosas que seriam capazes de entregar todo o poder e domínio da Terra de bandeja.

Em algum momento, Klaus pediu que Jack falasse com Fang para que ela abaixasse um pouco já que estavam chegando perto da região da casa dele. Assim Jack fez mas a fênix grasniu e tremulou sua forma em chamas e então ambos sentiram uma energia sombria tocá-los ou se aproximar deles, a temperatura parecia ter baixado ainda mais, e quando passaram por um trecho acima da floresta, uma certa energia antes invisível se projetou e foi atravessada por eles. Infelizmente, aquele instante foi de pânico extremo. Fang se inflamou e em chamas voltou a sua forma pequena, como a de uma ave comum, só que algo ainda mais estranho aconteceu: eles estavam caindo. Jack, Katherine, Klaus e Suzana caíam por meio de rodopios e giros estranhos. Jack rapidamente se concentrou em meio ao frio e ao atrito, pegou Suzana com o braço direito firmemente e invocou as chamas ao seu comando fazendo seu corpo entrar em combustão mas não se queimar, a queda deles estava sendo amenizada. Klaus estavam com sua mochila, assim como os outros, presa a si já que guardava nela o diário de Paracelso e não poderia perder um bem valioso como aquele, assim como perdeu seu gorro vermelho > a desonra para um gnomo.

Katherine agarrou ele e gritou para que Klaus se acalmasse. Pensou em usar o guarda-fuga mas ele não funcionaria naquela confusão, e então quando já se aproximavam do chão e das árvores da floresta, a partir de movimento circulares desesperados com as mãos fez o ar empurrar eles para cima e caírem com as correntezas do ar amortecedoras no solo coberto de folhas e escultural da floresta. O gnomo ainda estava tremendamente assustado de medo;

–Klaus, você não morreu, pode me soltar agora- o garoto a olhou aliviada e se jogou nas folhas arfando de "paz". Ele adorava o chão, a segurança e aquilo que podia tocar, voar não era exatamente o jeito preferido de viajar dele. Minutos depois Jack chegava ao chão em chamas com Suzana nos braços, depois que a colocou no chão eles se olharam por alguns momentos;

–Suzan!- gritou Klaus. Ele veio em direção a ondina e a abraçou, ela estava encabulada, talvez desnorteada;

–O que aconteceu?- perguntou Suzana a Jack, desviando os olhos de Klaus que parou de abraçá-la;

–Não faço ideia, Fang estava voando bem, nós iríamos aterrissar! Mas algo ou alguma coisa fez a gente descer...- Katherine expressou um olhar de terror;

–Oh Meu Deus, onde está Fang?- todos se olharam nervosos e não ouviram os piados, grasnidos nem bater das asas da fênix. O que aconteceu com ela? Por que ela simplesmente caiu na forma de uma ave comum e deixou seus amigos caírem?

–Nós precisamos sair daqui- falou Klaus cortando o silêncio -Isso... isso não era para acontecer, eu conheço esse lugar desde que nasci! Precisamos no abrigar, encontrar meus pais e tentar...- antes dele terminar de falar, eles ouviram sons de passos corridos, apressados, temidos e rápidos. Jack e os outros olharam para trás e viram uma figura se mover na pequena com tamanha agilidade e velocidade que não parecia humano ou até mesmo elemental, por um momento Jack pensou ser a garota da tríade negra mas não, era alguém totalmente diferente;

–O que é aquilo?- perguntou Suzana;

–Não "o que"- corrigiu Katherine -E sim "quem"- a pessoa saltava nas árvores até que num pulo chegou perto do lugar em que estavam. Era uma garota. Uma garota extremamente estranha. Tinha cabelos vermelhos curtos, olhos verdes, uma rosa na orelha, vestido branco simples com as bordas estampadas e os pés descalços. Jack, Kathe e Suzana ficaram imóveis sem saberem exatamente o que fazer mas Klaus e a garota desconhecida se olharam como já se conhecessem e então ela olhou para Suzana acirradamente e voltou a correr;

–Klaus, quem era?- perguntou Suzana. Antes dele falar, ouviram o som de um bando, uma multidão, talvez uma manada inteira de animais ou algo parecido se aproximar. Dezenas de pássaros voaram para os céus: o perigo se aproximava. De longe os quatro avistaram criaturas estranhas, distorcidas, cabeludas, femininas, mal trajadas e cobertas de folhas além de escuras e sombrias. Elas se arrastavam e pareciam como um emaranhado de baratas e ratos cobrindo o chão e as árvores da floresta.


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Notas finais do capítulo

Obrigado