Suzana tinha concordado com Jack em sair da casa secreta e ir atrás de Klaus. Depois da briga em que ambos tiveram com Katherine e Rose, não seria uma boa ideia ir atrás delas. Jack sugeriu que as duas eram elementais experientes (Já que dentre dos filhos da Luz, apenas Kathe tina recebido treinamento na A.T.E. para sobreviver afora e Rose parecia ser mais responsável e forte do que aparentava). Suzana e Jack não planejavam voltar para a casa secreta até que encontrassem algo que indicasse para o onde o gnomo tinha ido. Como estavam no berço do povo elemental mais numeroso, os gnomos, Klaus poderia estar perdido ou sendo iludido pelo chanceler Rhal acerca do conselho. Desde as revelações de Bob acerca dos leprachauns, eles não confiavam mais no conselho e sua influência sobre a cidadela Sidh chegara a ser duvidosa.

A única saída e entrada da casa era no jardim perto de uma das passagens do primeiro freixo a qual ligavam a Baviera com a Irlanda. Suzana colocou suas coisas na mesma mochila que usava desde que saíra da Ilha Tartária, semanas atrás, e a relíquia da água por precaução além de algumas roupas de Katherine caso ela voltasse. Era sua culpa que ela tivesse fugido com a kitsune, mesmo que ainda suspeitasse de Rose. Saindo de seu quarto, olhou pela última vez para a mobília impecavelmente clássica e junto com Jack e Fang foram para o jardim. Fang, que estava no ombro de Jack, piou alegremente e saltou voando em grande altura e retornando na forma de chamas até volta ao seu tamanho grande e original, capaz de carregar grandes cargas e potências. Suzana estava com o semblante triste demais para perceber a beleza de Fang, algo que ainda não entendia era pelo fato dela ter caído na Alemanha e brevemente desaparecido;

–Pronta?- perguntou Jack. Desde o beijo que ambos tinham selado, ele parecia mais próximo dela, mesmo não entendo sua reação. Suzana sentia algo pelo salamandra, algo vivo, mas não saberia o que dizer caso Klaus soubesse;

–Já vão embora?!- exclamou Bob, o bakeneko -Resolveram deixar a água de coco e a rede para ir salvar o mundo? Ótimo, vou ficar mais um tempo sem ração...- A ondina franziu a testa;

–Na verdade, eu...eu admito que... deixei um pouco para você- Bob sorriu com seus dentes pontiagudos e seus olhos de cores diferentes brilharam após pular em uma Suzana que quase caiu;

–Eu sabia que você me amava- disse ele com na verdade com um rosto assassino -Não se preocupe, eu sempre lembrarei de você nesta minha 4ª vida... E aliás, a história de que bakenekos têm sete vidas é verdade- dizia Bob se virando para Jack -Um dia você tentará me matar, mas não vai conseguir. Só então saberá que a minha vingança é viva e mordaz- Fang em seu tamanho real rosnou para Bob, o bakeneko caiu no chão fazendo Jack rir;

–Claro,bastante ameaçador- Jack e Suzana subiram em Fang e então a ondina deu um último alerta;

–Caso Klaus...-

–O filhote dos Wellington apareça- reclamou Bob;

–Que seja, se ele aparecer eu prometo que nós vamos tentar te libertar-

–O quê?!- gritou Jack -Você só pode estar brincando!-

–Você a ouviu, salamandra- sorriu Bob -Contanto que cumpram a promessa, eu também cumprirei a minha- Suzana agradeceu com um olhar mesmo com a insatisfação de Jack. Ela segurava em sua cintura enquanto que ele se apoiava em Fang. Quando ambos estavam prontos para voar, Bob fez um sinal de adeus e então eles alçaram no ar.

A vista da cidadela de Sidh era quase que fenomenal. As grandes moradias medievais interiores que Suzana observara pelas janelas da casa secreta eram totalmente inferiores ao que podia observar dali de cima. Além das casas, existiam longínquas torres de vigia secretas e mais alguns castelos espalhados, a floresta irlandesa que cercava o lugar se estendia quase que infinitamente iludindo-a com a beleza ornamental. A medida que subiam tocando as nuvens, Suzana lembrava-se de tempos atrás quando ela e os outros filhos da luz viajavam por toda a costa chinesa para achar a relíquia da água, um cajado de madeira, e enfrentado o próprio Ahura para consegui-la.

Enquanto Fang seguia o caminho direcionado por Jack, Suzana percebia que existia um longo rio que passava pelo meio da cidadela e se desmembrava em riachos menores dentro do meio selvagem. Vias as crianças gnomos das mais variadas etnias gnômicas (duendes, rouge, niggey...) brincando na lama, ninfas e gnomos de alta posição discutiam ao ar livre, brandiam armas enquanto lutavam. A luta que muitos dos guerreiros lutavam, lembravam do torneio que existia na ilha Tartária. Suzana tinha apenas 14 anos, e só tinha presenciado um torneio. Os Leviatãs-da-Meia-Noite, equipe do chalé da água, na maioria das vezes vencia devido a quantidade de água na ilha, mesmo com a rivalidade com conselheiros como Alastair.

Quando se aproximavam da cachoeira que despencava em Sidh, viram uma grande ponte que atravessava e ligava as duas partes por meio de um templo espaçoso e bem edificado no pé do rochedo. Assim como também havia na A.E.T. , o templo do pentáculo era muito presente em regiões pacíficas e com elementais presentes. Ele representava a união dos quatro elementos da natureza e um desconhecido pela maioria dos maiores mestres, já que este tinha sido criado por Paracelso. Suzana se lembrava de todos esses fatos pois seu pai lhe contava muitas histórias, enquanto que sua mãe (uma americana arqueóloga) viajava na maior parte do tempo, em busca de artefatos escondidos. Ela nunca lhe dera atenção. Sempre tinha lhe dado broncas, e nunca estava quando realmente precisava. Os olhos de Suzana estavam perto de chorar quando lembrou do que era realmente existente.

Ela, Jack, Klaus e Kathe tinham sido escolhidos para impedir que as forças das trevas dominassem o reino dos elementais, mas tinha sido estúpida e separado todos ainda mais. Por causa de sua imaturidade, deixou que Katherine fugisse com uma desconhecida como Rose, e Klaus...aquele a qual ela tinha gostado mais do que qualquer outro rapaz que tinha acontecido, possivelmente largou-na sozinha. Se não bastasse, ela beijou Jack fazendo-o sentir um possível ódio dentro dele de Klaus, dela... de todos.

Como podia ser tão estúpida?

perguntava-se Suzana em seus pensamentos. Seu pai a prometera em casamento com um de seus melhores alunos, e ela quebrou aquela promessa. O que a faria cumprir fidelidade a Klaus, ou a Bob, o bakeneko amaldiçoado, Jack, um garoto de só treze anos mas que já se comportava como um líder, ou até mesmo Klaus, ignorado pela família e embaixador da terra?!

A ondina só sentia cada vez mais um ódio de si mesma, temendo reencontrar todos de novo. Porém seus pensamentos e angústias extinguiram-se quando ouviu o grasnido de Fang;

–Cuidado!- gritou de Suzana. Jack mergulhou no ar com Fang impedindo que uma rocha enorme o atingisse. Eles avistaram a ponta do alto rochedo e viram o que já conheciam, mas não suspeitavam. Uma quantidade e torno de 10 ou 20 golens protegiam o rochedo em que um grande castelo se estendia. O castelo dos leprachauns era como uma grande fortaleza medieval que se destacava mais do que qualquer outra construção em Sidh. Os Golens gritavam comandos enquanto lançavam mais rochas para proteger o castelo. Jack tentou falar com eles sinalizando sinal de paz, mas os golens entenderam como uma afronta e continuaram a jogar pedras. Eles usavam armaduras cinzentas rústicas e usavam clavas ou grandes lanças de aço. Jack guiava Fang pelos céus tentando fazer com que eles não fossem atingido;

–Temos que descer!- gritava Jack;

–Alguma ideia, gênio?!- respondeu Suzana, quando os golens começaram a lançar pedras com formatos de espadas ou lanças;

–Tenho!- gritou Jack quando ele se lançou no ar. Suzana quase gritou de desespero mas se lembrou de que agora lançava espadas de pedra contra ela e Fang. Tentou contar de 1 até 1000 mentalmente para se acalmar e liderou Fang para que conseguissem se desviar. De longe, indo na direção leste do rochedo, viu Jack usando o fogo que podia gerar para voar em direção ao rochedo. Aterrissando no rochedo, Jack começou a saltar usando as chamas como impulso e lançando socos na forma de fogo atingindo alguns golens, ele tentava conversar impedindo conflito mas os golens eram impacientes e tenebrosos. Totalmente diferentes de Arkadius e Cléver, que eram compassivos e amistosos.

Suzana começou a pedir a Fang para que se defendesse cuspindo fogo, o que deu certo, até que flechas de pedra começaram a voar e uma delas raspou pelo rosto de Suzana provocando um corte ensanguentado, no entanto, o pior tinha acontecido. Três flechas de pedra tinham atingido as asas de Fang e agora ambos caíam em desespero. Jack olhava de longe e começou a lançar rajadas de chamas mais quentes e furiosas, só que mais golens vinham e ele não conseguiam ver o que acontecia. A ondina e a fênix tinham caído na beira do rochedo e estavam perto de cair em uma altura com mais de 30 metros, porém Jack não conseguia ver. Aos poucos ele era encurralado pela grande quantidade de guardas golens, e logo foi atingido.