Os Guardiões - Reino dos Elementais escrita por Kai


Capítulo 15
Queimada na floresta


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Kathe tinha passado a melhor das suas noites com Rose. Queria não admitir, mas ela estava apaixonada pela kitsune. Como aquela garota podia ser tão sábia, bonita, misteriosa, enigmática...? Estranhamente, tinha se sentido confortável ao dormir sobre um grande punhado de folhas que pareciam estar queimadas, mas nada importa a não ser seus amigos. Como a sílfide podia ter deixado seu primo sozinho?! Ela não havia ficado irritada com Jack, e sim com Suzana. Tentou-se acostumar com a ondina, mas simplesmente ela era totalmente oposta de Suzana. Suzana era bela, responsável, o tipo de garota que sempre ganha do melhor e não conformava-se com a "atenção" que tinha. Kathe apostava que ela havia desabado de chorar depois de uma "crise" de ciúmes em relação a Klaus. Jack deveria estar se contorcendo por dentro, jamais demostrando seus sentimentos, como quase sempre fazia e Klaus em algum lugar da cidadela do conselho.

Quando a loira sílfide acordou e espiou ao redor, percebeu que estava sozinha, suas roupas estavam sujas de terra,os cabelos agora não mais tão curtos e sim crescidos (o que fazia ela odiar um pouco mais seu rosto) espalhados e os olhos desnorteados. Onde estava Rose? Será que ela havia a largado e voltado para os outros? Achou que havia sido um dormir com ela e quis fugir (como fazia constantemente com a família de Klaus) ou foi caçar? Que seja, Kathe não queria ficar parada. As copas estavam altas demais, e tudo parecia se revirar como se o mundo estivesse pulando. Estava com sede. Muita sede. Por isso, resolveu sair dali e tentar achar algum lago ou fonte de água limpa.

A floresta irlandesa que cercava a cidadela era repleta de descidas e subidas, além terrenos íngremes e secos. Se algum dia quisesse tirar férias, com toda certeza não iria para a Irlanda, a terra natal dos gnomos. Quando viu uma fonte de água cristalina, sentiu uma breve dor de cabeça afetá-la e cambaleou até cair no chão. O que estaria acontecendo com sua mente? Quando tentou se levantar agarrando-se em uma casca de árvore ouviu o choro de uma criança. Seria um ser humano comum ou um elemental? De qualquer forma tentou ouvir o choro com nitidez e seguiu o som agudo e deforme até que avistou um pequeno garotinho sentado no chão.

Ele era branco, magricelo, usava shorts curtos e camiseta preta, cabelos castanhos avermelhados e olhos claros como mel, uma cicatriz fina atravessava seu rosto como um arranhão e ele parecia ter algum sinais de violência na nuca e nos braços;

–Ei, menino!- chamou Kathe ainda cambaleando e andando com um pouco de dificuldade -Você está bem?- o garoto virou para trás e exprimiu um sorriso amarelo mesmo com os olhos ainda vermelhos de tanto chorar;

–Não... estou bem, sai daqui- Katherine tentava se aproximar e ajudá-lo;

–Tem certeza? Você não perdeu sua mãe ou algum parente seu de vista?- O garoto fitou os olhos nela com alguma sagacidade até que ela percebeu que já tinha o visto em algum lugar. Talvez fosse coincidência... ou ela simplesmente estava desnorteada;

–Na verdade, perdi minha irmã, pode me ajudar garota bonita?- Kathe franziu a testa esperando uma atitude mal educada ou gritos de ajuda, mas a criança parecia pura e inocente demais para fazer qualquer tipo de coisa do tipo. Também, ela estava tentando ajudar;

–Claro- disse a sílfide aproximando-se do garotinho até que tocou no ombro dele e um flashback bombardeou sua mente e a levou para um lugar que tinha estado há semanas atrás. Na China, no galpão, quando lutou pela primeira vez contra a tríade negra, dentre os três havia....um garoto de preto assim como os outros... mas... seria possível?

Porém era tarde demais.

O menino formou uma chama quente e azul no punho esquerdo e lançou uma rajada de fogo incrivelmente irradiadora como um soco, felizmente, Katherine havia conseguido saltar para o lado impulsionando o ar para fazê-la alcançar a árvore e retroceder ao chão. O garoto começou a fumegar até que seu corpo começou a tremeluzir e seu corpo estar agora coberto por roupas escuras e negras da tríade;

–Então a coelhinha caiu na rede- disse o menino em voz alta, Katherine não entendia o que estava acontecendo;

–O que pensa que está fazendo garoto?- perguntou Kathe - Seu grupo não está aqui, E o que fez com...- O garoto conseguia exprimir um jeito psicótico ao andar;

–Sua namoradinha? Ah, não se preocupe chapeuzinho amarela, sua amiguinha está bem longe daqui. Agora só somos eu e você- depois disso, ele começou a lançar rajadas de fogo azuis queimando e destruindo as folhas e arbustos ao redor, além de deixar chamuscando as árvores. Katherine tentou ir contra ele mas o esforço feito para se defender a enfraqueceu e agora sentia dores no corpo, a tontura aumentada e uma ligeira morbidez. O que estaria acontecendo? Onde estava Rose? Por que havia largado Jack, Suzana, Fang...

–Loirinha...cadê você...?- Kathe ouviu uma gargalhada infantil maléfica e viu que não tinha chances contra ele. Resolveu lançar uma impulso de ar contra o menino e então desatou a correr. O menino gritou ao cair de costas, porém começou a lançar tiros de fogo.

Os pés de Katherine doíam e um tiro de fogo atingiu suas costas, fazendo ela gritar de dor e sentir a pele queimar. Rastejou em busca de algum lugar para se esconder, mas o menino lançou uma bola de fogo que incendiou o lugar deixando as mãos de Kathe levemente queimadas. Não tinha como se defender, ela estava inofensiva, e iria ser morta por aquele garoto psicopata. A sílfide tentou resistir mais sentiu ma lágrima cair do olho direto e fazer doer seus olhos ainda mais. Seu corpo estava arranhado e sujo, não tinha como fugir.

O menino da tríade negra entrou no local infestado de fogo cambaleando junto com alguém...ela não conseguia visualizar bem quem era, apenas a cor indistinguível de seus cabelos. Os dois discutiam bravamente até que a pessoa bateu no garoto e depois se dirigia a Kathe, provavelmente para matá-la. Mas suas mãos macias tocaram sua testa e ela adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Obrigado