Complicated - Between Red Eyes escrita por AliceCriis


Capítulo 3
2 – Inferno de vida!




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Nova York – 7 de Dezembro.

 

 A droga do despertador tocava ás 5 da manhã – e como de rotina, o joguei na parede... e lembrando disso, tenho que me lembrar de comprar mais cola para remendar os pedaços...

 Levantei de minha cama, e fui para o banheiro. Putz. Estava na hora de eu tirar um dia de folga... minha casa estava uma bagunça. Á mais de uma semana ela não recebia o tratamento que precisava. Eu devia tirar esse fim de semana para limpar ela e deixar o treinamento pra o campeonato regional de skate, para depois do trabalho... é. Eu faria isso.

 Escovei meus dentes e domei meus cabelos. Entrei no chuveiro e fui o mais rápida que pude. Enrolei-me em uma toalha, e procurei alguma roupa que não tivesse sido usada ou com suco de tomate derramado nela. Encontrei minha roupa preferida escondida em uma gaveta de conservas... prefiro não pensar o por que de tê-la guardado lá;

 Vesti o calção largo a camisa azul marinho e o casaco de moletom com meu nome bordado atrás. Complementei com meu adidas – sujo – pelo uso de toda a semana. Coloquei a bolsa com os projetos para o trabalho, materiais para a faculdade, dinheiro e algumas barras de chocolate...

 Arrastei meu skate para a cozinha e peguei a chave da casa. Conferi o que faltava mais uma vez e saí de casa.

 O sol ainda não tinha nascido. Era um ótimo horário para sair de casa. Os carros ainda não saíram de casa e as pessoas apenas começavam a circular pelas ruas. Posicionei meu skate com o pé, e deslizei rua abaixo – era uma sorte grande morar em uma ladeira.

 Cheguei ao “Cappuccino do Chowder” onde eu tomava meu café.

 - E aí Chow? – deslizei para dentro da cafeteria de meu melhor amigo.

 - Fala, Ann. – Ele sorriu e já estava com meu café servido.

 - Tu é demais, cara. – disse me jogando na cadeira e partindo para cima de meus ovos mexidos com batata frita.

 - Eu sei... mais são 17 dólares... – ele riu.

 - Como você não me lembrasse a cada manhã... – disse de boca cheia.

 - Anne, Anne, Anne, onde foram seus modos? – questionou Chow.

 - Perdi eles no orfanato. – sorri.

 - Chowder! Tome seu café... – era a mãe de Chow. – Anie! Parabéns! – disse ela chegando á minha mesa e apertando minhas bochechas.

 - Parabéns? – eu perguntei desentendida.

 - Hoje é seu aniversário... – ela comentou e colocou um pacote em cima de minha mesa.

 - Mama... deixe ela comer... – iniciou Chow, sentando em minha frente com um prato com bacon e wafles.

 - Obrigada, mama... eu nem tinha me dado conta disso... – eu sorri e abri o pacote. – Um boné, personalizado... – eu sorri e o coloquei com a aba para trás como sempre.

 - Eu paguei... – reclamou Chow.

 - Eu não pedi para ninguém... e espero que não façam o mesmo que no ano passado... me dão um presente para depois fazer uma festa e eu não desconfiar... – eu murmurei enchendo a boca.

 - Não vai ser isso... – eles riram.

 - Ok... – eu disse terminando meu café. – Vamos nos atrasar... – alcancei meu prato vazio pra Mama.

 - Isso... Chowder, não esqueça de voltar mais cedo hoje.. a Saw tem aula de pintura... – xingou mama, enquanto saíamos porta a fora.

 - Sim, mama. Estarei aqui. – ele avisou de boca cheia.

Pegou seu skate e deslizamos ladeira abaixo. Chowder, era um pouco mais alto que eu. Tenha os cabelos morenos e desarrumados. E usava o mesmo estilo de roupas que eu. Eu o conhecera no orfanato... e de lá jamais deixei dele. Ele fora adotado por Mama... mais ao invés de eu perder meu melhor amigo, eu encontrei uma quase mãe. Mama queria me adotar... mais eu neguei... apenas pedi que ela contribuísse com meus planos... mais eu não queria pensar nisto agora.

 - Dupla? – perguntou Chow, do outro lado da rua, driblando os primeiros carros que saiam ás ruas.

  - Só não me derrube hoje! – sorri e me aproximei dele. Coloquei meus dois pés paralelamente no skate e ofereci minhas mãos á ele. Ele fez o mesmo, e agora éramos um veículo duplo.

 - Direita. – gritei.

 - Ok... – e descemos a ladeira até a Livingstone Lmtd. Onde eu e Chowder trabalhávamos.

 - Bom dia Senhorita McField, Bom dia Senhor Ramires. – disse Jerry, o porteiro.

 - Bom dia Jerry. – escorregamos para dentro do bloco de escritórios.

 - Até o almoço... – eu disse indo para minha sala bagunçada e me despendi de Chow.

 - Falô! – ele correu para a sua sala de administração;

Sentei em meio ás bagunças de minha sala, e comecei a ler as correspondências... contas, oferecimento de produtos, e blá blá blá.

 As horas passavam e eu media e desenhava as novas construções que tinham feito pedido...

 10:37 da manhã:

 - Anne! – gritou Ashley, - precisamos de você na obra.

 - De novo? – perguntei mau humorada.

 - Obra 254, parede A7. – descreveu ela me entregando o relatório.

 - Ai caray. – reclamei – eu avisei! Eles teriam de medir o mais corretamente possível! – berrei e segui-a.

 - Resolva isto com eles... – ela deu de ombros.

 - Bosta. – bati na parede.

Ela me deu um passe para que eu pudesse visitar a obra, e assim fiz, deslizei meu skate até a 3º rua com a 4º avenida.

 Depois de horas de discussão, eu concluí o resultado do problema. E como sempre arranjei a solução.

 Voltei para o escritório e já estava em horário de almoço. Comi depressa, sem ao menos falar com Connor, Daisy ou Chowder.

 Depois de um almoço corrido, voltei á meus novos projetos – que por sinal, eram muitos. As horas passavam, e meus projetos eram finalizados.

6:57 da tarde.

 - Vamos! Seu expediente já acabou á duas horas... – reclamou Chow, na porta.

- É sexta feira, Chow! – eu ri. – amanhã vamos poder dormir até as 3 da tarde, muléq. – brinquei.

 - Ta, mais eu não agüento ficar mais aqui! – fingiu arrancar os cabelos.

 - Pronto... chega de ser dramático...  – levantei e peguei minha mochila.

 - Aleluia! – disse colocando seu skate no chão.

 - Sem skates aqui, projeto mirim. – disse nosso chefe passando pelo corredor.

 - Desculpe senhor John. – ele se desculpou e pegou o skate  novamente.

O chefe Jhon passou, e Chowder fez cara feia em suas costas.

 - Tcs.tsc... uma hora você é demitido... – caçoei.

 - Que seja... – ele deu de ombros.

 - Ultimo dia de faculdade... – ergui as mãos para o céu, enquanto saía do bloco de escritórios.

 - Não vai demorar... e espero que você não arranje encrenca com Alex. – ele negou com a cabeça.

 - Vadia... – pausei – eu sempre calo a boca e escuto... mais eu não sei se eu tenho humor para isso hoje... – comentei.

 - É o ultimo dia... relaxe... é seu aniversário. – ele jogou seu skate no chão e eu repeti seus movimentos.

 Eu empurrei mais algumas vezes e já estava bem á frente de Chow.

 - Ei... vá de vagar! – ele chantageou.

 - Anda mané! – eu mostrei a língua e acelerei mais.

 - Mané, é? – ele cuspiu.

 - Sim... txutuxquinho... – eu zombei e percebi que estava escurecendo.

 - Eu não estou afim de apostar corrida hoje... – ele fez cara de preguiçoso.

 - Também não... – eu sorri. – tive um dia muito estressante na obra e nos projetos... – franzi o nariz.

 - Eu também não tive um bom dia na contabilidade... – ele colocou as mãos no rosto.

 - Se ligue... antes que você caia... ;D – brinquei.

 - Falow, fiá! – ele brincou também.

Chegamos na facul. E lá estavam as garotas skate-pink. – bando de vacas vadias. Mariet, Jenny e a líder das barangas cor-de-rosa: Tinsel;

 - Mantenha a calma... – disse Chow, agarrando meu ombro – você a aturou por 5 anos inteiros... e não desabe agora. – ele sorriu.

 Caminhemos pelo estacionamento e ignoremos as garotas de minha turma, cercados pelos idiotas que estavam babando por elas...

 - E aí deserdada? Como é a vida de alguém como tu? – perguntou Tinsel, rindo com os outros olhando para mim.

 - Vagabunda... – sibilei. – você não passaria um dia na minha pele. – eu sussurrei mais uma vez com pouco som.

 - Calma... – disse Chow mais uma vez.

 Bom... as coisas funcionavam assim: As skate-pink, eram as “bam-bam-ban´s”, daqui da faculdade de design e arquitetura. E todos se dividiam em 3 grupos: quem estavam com elas, os que seguiam elas e os que eram odiados por elas... ou seja, eu fazia parte deste. E agradecia por isto.

 - Ei... como não é conseguir segurar um namorado, hã? – pediu Mariet por minhas costas, agarrando Josh – meu ex.

 - Ei... como é ser uma vadia sem respeito próprio? – retruquei, e vi o rosto dela, apresentando toda a repulsa que ela sentia, e o restante da turma cercaram-nos com muitos.. “woa” “wal” “Woohoo”.

 - Como se arrisca a dirigir uma palavra á uma das skate-pink? – indagou Jenny, a loira falsa numero 3.

 - Ah... as santinhas estão ofendidas? – eu usei todo o sarcasmo disponível em mim.

 - Eu resolvo isso... – Tinsel – ei, órfã! – ela berrou perto de mim, escorregando no skate.

 - Ah... é só disso que sabem me chamar? – fiz pouco de sua cara.

 - Anne... – repreendeu Chow.

 - Precisa que o garotinho, interfira nisto aqui? – zombou a loira oxigenada;

 - Precisa se meter tanto em minha vida? – pausei em um tempo curto – ah; sua vida

não é o suficiente para você... então tem que cuidar da minha... – ri.

 - Ao menos eu não sou pobre... – banalizou.

 - Está errada querida... – corrigi com calma. – você é pobre... quem tem dinheiro são seus pais... – tirei sarro.

 - Não mecha com esses montes de lixo... você vai ficar fedendo... – chamou Chow, me puxando para a formação de salas.

 - Tem razão... – virei, ainda rindo debochada.

 - Ei... você é uma vergonha aos skatistas... uma vergonha para os alunos daqui. Além de pobre, nem seus pais te aturaram... eles te largaram num orfanato, e nem a mãe desse aí – dela apontou para Chow – quis te ter como filha.

 Meus punhos cerraram, e meus olhos estreitaram. Minha raiva se intensificou. Essa vadia duma figa, não sabia de nem um tiquinho de minha vida, para falar todas essas MERDAS...

 Apenas deixei o skate cair de minhas mãos e num rodopio de meu corpo, ergui minha perna o máximo que pude, e no mesmo movimento, concentrei toda a raiva que eu detinha pela pessoa que havia me insultado tanto. Meu pé se chocou com seu pescoço e a arremessei para longe de mim.

 Eu percebi os olhos assustado que se referiam á mim.

 - Qualé? – eu olhei com ódio á todos – eu não sou a suburbana daqui? – perguntei

com toda a raiva que ainda estava em mim. Garotos foram ajudar a pobre patricinha, jogada no chão por um monstro.

 - Vamos... – puxou-me meu melhor amigo, para seu lado e assim peguei meu skate do chão.

 - Agora eu posso ver as notícias de amanhã: GAROTA DE ORFANATO, AGRIDE POBRE LOIRA OXIGENADA,E VAI PARA A CADEIA POR MÁ REAÇÃO Á INSULTOS... – banalizei.

 - Calma... a diretora Twisty, não vai nem ligar para isso... e se ela ligar você ganha um premio Nobel por bater nela... – ele riu.

 - É... eu adoro nossa querida diretora Twisty. – ri com ele.

Entramos na sala, e estava a diretora nela.

 - Boa noite... onde está o resto do pessoal?  - recepcionou-nos ela.

 - Eles estão acudindo a garota que eu acabei de espancar... – bocejei.

 - Quem é ela? – ela me olhou com os olhos saltados das órbitas.

 - Tinsel Morgan. – eu ri de canto.

 - Parabéns... você vai ter a formatura paga por mim mesma... – ela mandou um positivo para mim e saiu da sala.

 - Se deu bem... – Chow me chacoalhou;

 - Mesmo que eu fosse mandada a forca, eu não me arrependeria de ter o feito... – ri.

 - Eu te admiro, fiá! – ele berrou na sala vazia. – você agüenta o ano inteiro pra não bater nela e depois, espanca a guria no último dia de facul... – ele bateu a cabeça na mesa.

 - Ah, que se dane! – pausei – onde estão Connor e Day? – perguntei sentindo a falta deles.

 - Eles não vem... – ele respondeu – eles pediram para entregar os documentos... – disse revirando a mochila.

 - é... acho que é só colocar isso na mesa da minha heroína... – Srª. Twisty – e depois espirar daqui, né? – disse me levantando da sala vazia.

 - Concordo... – ele coçou o olho – e a imagem de você lançando, aquela patriçoca, devia ter sido gravada.

 - Up! – sorri. E nos dirigimos á diretoria. E lá estava a senhora Weekly.

 - Boa noite meus skatistas preferidos... – ela sorriu e se dirigiu até nós.

 - E aí, tia Week? – cumprimentei-a colocando os documentos em cima do grande balcão.

 - Week, tudo beleza? – chegou Chow.

 - Melhor depois de sabe o que meus dois queridos skatistas, fizeram com a metida da Tinsel... – ela riu de leve.

 - Na minha opinião, vocês deviam estar nulas nessa situação... – estreitei os olhos.

 - é... mais aquela garota idiota, não merece meu voto de minerva... – ela sorriu e pegou os documentos que Chow e eu a entregamos. – Bom, mudando de assunto, a formatura de vocês será na virada do ano neste local – ela entregou quatro pastas encadernadas – está tudo aí... convites, local, ingressos, enfim: tudo.

 - Obrigada... – ele pausou – entregaremos aos dois. – sorriu Chow;

 - Temos que ir agora. – eu avisei, colocando o skate no chão e deslizando para fora, e sendo seguida por Chow.

 - Até mais! – gritou a secretária pouco mais velha de mim.

Deslizamos até o estacionamento, e avistamos a revolta das skate-pink;

 - Se você tem amor á vida, não participará do regional... – incitou Tinsel.

 - Então que bom que eu não tenho... – sorri maldosa.

 - Você está avisada... agora é so esperar a punição... – gesticulou Josh;

 - Ah... sim. Se depender de você para me matar... eu vou viver eternamente, panaca! – ignorei-o e segui para fora do pátio da facul, seguida por Chow.

 Eu tive um dia muito estressante e ainda á noite, tive de aturar uma vadia falando de minha vida. Simplesmente não agüentaria mais nada.

 Bocejei.

 - Eu tôo morrendo de sono... – comentei.

 - Saw, quer te dar seu presente... e aproveite para comer lá em casa... não sei como sobrevive com sua comida de hospital... – ele riu.

- Ah é? – eu estreitei meus olhos com fúria – e quem adora comer meu estrogonofe? – ri alto.
- Eu... mais é a única comida que eu posso aprovar. – ele fez cara de deboche.
- Vou me lembrar disso quando você quiser comer na minha casa de novo... – mostrei a língua.
- Deixa de bobagem e vamos entrar. – ele abriu o portão da cafeteria, com seu nome, e estava tudo muito escuro e silencioso.
Era realmente estranho, onde estava Papa, correndo atrás de Saw e Sophie para levá-las para o banho... e mama cantarolando na cozinha.
- Está muito quieto aqui... – eu estava suspeitando do que acontecia.
- Vem... – ele pegou na minha mão e puxou.
Abriu a porta e ligou a luz.

- SURPRESA! – um grito estrondoso veio da minha frente.
- Como se eu não esperasse por isso! – eu sorri e abracei todos em retorno á suas ações.
- Você tem algum dom, para saber como as coisas acontecerão, não é? – riu Connor e me jogou para cima.
- É... mais é segredo mané ;D – zombei.
- Mesmo me chamando de mané, parabéns pequena rata de pista. – ele brincou e me virou de cabeça para baixo.
Connor era loiro escuro, e sempre usava os mesmos estilos de roupa que nós. Os olhos verdes escuro sempre alegres.
- A deixe viva Cony. – brincou Mama.
- Valeu, pelo conselho... – brinquei de cabeça para baixo.
- Coloque-a no chão. – ordenou Chow. Foi de dar medo.
- Qualé, mané? – empurrei a perna dele enquanto Connor me colocava na posição certa.
- Anie! – correu Daisy, me abraçando. Ela era tão loira quanto o namorado, Connor.
- Daisy... você poderia ter me livrado dessa... – ri.
- Ah... fui eu que meti você nessa... – zombou.
Os olhos castanhos eram brincalhões.
- Tudo bem... quando for seu aniversário eu vou comprar um bolo só pra jogar em você! – mostrei a língua.
- Anie, Anie, Anie! – gritaram as gêmeas de trás de Papa.
- Saw! Sophie! – me abaixei e peguei as duas ruivinhas no colo.
- Aqui, Anie! – me entregaram um pacote embalado á vácuo, de quilômetros se dava de ver que era uma capacete.
- Adivinha o que! – encorajou Saw.
- Hm... não faço idéia... – eu me fingi de desentendida para a felicidade das meninas.
Eu rasguei o papel com pressa, e vi o capacete personalizado.
- é pra usar no regional... – contou Sophie.
- Quem imaginaria... – riu mama.
- Valeu meninas... minhas pequenas projetos de skatistas. – sorri e me levantei.
- Abra... – disse Connor entregando um enorme pacote que era dele e de Dai.
- Tomara que não seja uma bomba... – caçoei.
- Fique tranqüila... esse ano nada de explosivos... – papa garantiu.
Abri o grande embrulho e vi um skate... não... um skate não... UM MASTER 4.9 EDIÇÃO LIMITADA.

- eu não acredito... – cheirei o skate.
- não é de se cheirar... serve para deslizar... – ensinou Cony.
- Ah... obrigada senhor sabichão... mais como? Quando? – eu arregalava os olhos.
- Temos contatos, não é Cony? – Dai.
- Muitos... – ele concordou.
- Valeu... parece que estão me dando a vitória de bandeja... – disse sem alegria.
- Não é assim... – falou a mulher morena clara: mama. – o skate é a única coisa que te faz uma pessoa... e se ficar em segundo lugar como no ano passado.. você vai morrer... – contou suplicante.
- Eu agradeço á tudo que estão me dando... mais quero que tentem mesmo ganhar... e não me dêem a vitória. – olhei-os de canto.
- Acho que posso viver com isso... – sorriu Chow.
E depois disto, ganhei um tênis novo para a competição do cara de olhos azuis e cabelos escuros: papa.
De mama, joelheiras e coto veleiras do mesmo modo do capacete. Feitos sob medida. Chow me deu uma mochila nova... ele realmente via que eu precisava de uma... e por isso ele era meu melhor amigo. As horas passavam eu brincava com eles, comemos o bolo feito e confeitado por mama e as gêmeas, contei de meu golpe da skate-pink – e todos comemoraram.
10:55 da noite.
- Acho que está tarde... – eu sorri e bocejei.
- Vai se inscrever no regional ainda hoje? – perguntou Cony.
- Sim... eu vou. – sorri e peguei meu presentes... incluindo o meu novo skate.
- Anne... – chamou mama.
- hm? – me aproximei dela.
- Você poderia dar seu skate para Sophie? – ela pausou – Saw, ganhou o velho skate de Chow... e está feliz da vida... – olhou para as gêmeas se entupindo de bolo – e Sophie está sonhando com um...
- Mama... eu posso sim dar á ela... mais prometa que ela não vai maltratá-lo... – eu fui suplicante. – esse foi meu primeiro skate... e não posso me despedir dele sem saber para onde ele vai. – sorri.
- Claro... Sophie vai cuidar muito bem dele. – ela garantiu.

Me virei e chamei:
- Sophie? – ela tirou o rosto do prato de bolo e sorriu.
- Hm? – ela estava toda lambuzada.
- Tome... – alcancei meu primeiro skate para ela. – é pra você.
Num pulo ela o pegou e já subiu-o.
- Obrigada... Obrigada... Obrigada... Obrigada...! – ela agradecia e deslizou para fora da loja.
- Ela gostou mesmo dessa coisa velha... – Brincou Cony.
- E... você que nunca trocou a sua rodinha da sorte... você ficou em 14º ano passado por causa dela... – brinquei mais uma vez e caminhei porá a fora.
- Espere... – disse Chow – eu levo você... está tarde e é perigoso sair sozinha... – ele sorriu.
- Ah, não seja imbecil. Você sabe como eu sempre fui... – percebi os olhares maliciosos que vinham de Daisy e Connor. – se alguém se meter comigo, ele estará encrencado... – sorri coloquei meu novo amor no chão e deslizei para a rua movimentada.
Ele continuou a me olhar triste, e assim eu fui para longe da cafeteria. Eu estava me dirigindo para a Sport & Skate, minha melhor loja de implementos esportivos e o local onde eu me inscrevia para todos os campeonatos da região.
A loja estava aberta – por 24 horas. Entrei-a. e vi Londrey no caixa.
- E aí Anne? Veio buscar o conjunto de proteção sob medida? – sorriu o menino baixo e ruivo.
- É... também. – sorri – e quero as inscrições para o campeonato regional. – ri torto.
- Acredito que esse anos você leve, Anne... você treina por quase 15 horas seguidas... – ele abriu uma de suas caixas e tirou meus produtos.
- Quando dá? – perguntei mexendo em minha bolsa.
- Bom... como hoje é seu aniversário, vou te fazer um super desconto... – caraca... todo mundo, menos eu, sabia que meu aniversário era hoje....
- E... – incentivei sorridente.
- 45 dólares... – o sininho da porta soou.
- Está aqui... – pausei – e a inscrição?
- Aqui... – ele me deu com uma caneta acompanhando – Pois não? – ele se referiu á pessoa que tinha entrado.

- Aqui... – ele me deu com uma caneta acompanhando – Pois não? – ele se referiu á pessoa que tinha entrado.
- Uma inscrição ao campeonato regional de skate. – ele disse sereno. Era um garoto... um... Almofadinha... hmf.
- Aqui, Lon – eu o alcancei a ficha e peguei minhas encomendas. Acenei e saí da loja movendo meus pés num ritmo.
Logo pude ouvir o sininho tocando e outro skate deslizando pela calçada.
- Olá... – soou a mesma voz que havia pedido por uma inscrição na loja.
Não respondi, apenas continuei em frente. Sem olhá-lo, nem responde-lo.
- Olá? – ele repetiu.
- O que quer? – perguntei rude.
- Hm... conversar... – ele sorriu, com a voz pacífica e continuou a deslizar seu skate á meu lado. Tinha o cabelo mais ou menos curto de cor castanho claro. Sua pele era muito branca e pálida... claro. Um almofadinha...

 - E por que? – eu disse rústica e mau humorada.

 - Am... desculpe... eu acho que te peguei em um mal dia. – ele deslizou para mais longe ainda sorrindo.

 Eu acelerei e o peguei pelo braço nu.

 - Hm... desculpe. – ele era muito gelado... sobre humanamente gelado. – eu não queria ser grossa. – ele puxou sua mão para si mas mesmo assim mesmo sorria.

 - Sem problemas... estou acostumado com este tipo de reação... – ele pausou – Alec Manford. – estendeu sua mão para um toque.

 - Anne McField. – toquei sua mão e sorri.

 - Eu sei que é muito repentino mais... – ele sorria. – você gostaria... de fazer dupla comigo na competição regional? – ele me olhava de cato de olhos com uma expressão ilegível.

 Eu sempre queria participar do regional por duplas... mais nem Chow, nem Daisy, nem Connor... aceitavam fazer dupla comigo...

 - É claro. – eu sorri e apertei sua mão, contra vontade.

 - Você não sabe o quanto me ajuda fazendo isso... – ele comemorou.

 - Você também me ajuda. – rí. – tenho que ir agora. Está um pouco tarde. – me virei de frente ao garoto almofadinha... digo, Alec.

 Um impacto me veio ao ver sua face por inteira... eu o conhecia... de uma alucinação. Á exatos nove anos atrás. Eu o vi... mais ele não era assim... não. Era de uma maneira diferente – assustadora.

 - Eu...eu te conheço... – dissemos num sussuro junto.

 - Me encontre amanhã á noite em frente á minha casa... para mais detalhes da competição. – eu disse meio perturbada com a percepção que eu acabara de ter.

 - Feito. – ele meio paralisado. Mais mesmo assim se empurrou rapidamente para a outra esquina. E assim o fiz. Em sua direção contrária.

 Eu ainda estava um pouco em choque e comecei a revirar em minha mochila entre meus novos presentes, á procura das chaves de minha casa

 Achei. Vi a guirlanda na porta de minha casa, com um bilhete amarrado nela. “Mama passou por aqui...” – aquele bilhetinho me fez sorrir.

 Abri a porta girando a chave no trinco, e assim liguei a luz.

 - Nossa... – eu babei ao ver minha casa lustrada, organizada e com um cheiro de lavanda extra-agradável.

 Outro bilhete estava na minha mesa de centro, na sala. Abri-o de imediato:

 “ Anie.. você devia arrumar sua casa uma vez ao mês... Bom. Eu e meu pequeno exército invadimos sua casa e a deixamos á ponto de bala, para que possa morar como uma pessoa de verdade. A pista de skate, está lavada e lustrada. Suas roupas, lavadas, passadas e dobradas. Sua

dispensa está cheia. E Frankie tomou banho – ele precisava; Saw, Sophie, Papa, Cony, Dai e Eu – Mama – Te desejamos um feliz aniversário. E te amamos muito.

 

Mama”

 

Terminei de ler o bilhete e sorri. Eles eram minha família. Sempre.

 - Frankie... – chamei meu porquinho da índia e ele correu para meu lado de debaixo do sofá. – Que docinho... – disse beijando meu porquinho branco e preto.

 Soltei-o no chão e joguei minhas coisas no  sofá da sala. Eram mais ou menos 11:30 da noite. E assim fui para meu banho. E a todos os segundos eu me relembrava do meu momento de DeJavú.  Aqueles olhos... aqueles demoníacos olhos... eram um pesadelo para mim... nove anos atrás... exatos... terminei o banho e caí em minha cama, na tentativa de esquecer o minuto de loucura de minha parte.


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