Complicated - Between Red Eyes escrita por AliceCriis


Capítulo 12
9 - A caçada




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9 – A caçada.

 

Alec Volturi.

 

23 de dezembro – Nova York.

 

 A noite era o momento mais maravilhoso que eu podia viver... era o tempo em que eu e Anne mais nos aproximávamos – em qualquer sentido.

A parte mais inconveniente... era que eu precisava caçar... era que eu deixava-a com a pulga atrás da orelha. Ela receava-se sobre o meu comportamento em relação ao sol. Certamente ela não o aprovaria. O clima ainda não colaborava – esta época, era acobertada por neve, ao invés de calor escaldante.

 Anne dormia em meus braços. E a veia pulsando em seu pescoço era o que mais me distraía. O cheiro gostoso e humano que emanava dela... não era um incômodo... apenas um cheiro bom... um cheiro levemente saboroso.

 - Aly? – murmurou Anne bocejando.

 - An... – respondi-a prontamente.

 - Eu sei que acha que devo estar sonhando ou coisa parecida... mais apenas agora vou criar coragem a te perguntar uma coisa... – ela ainda não conseguia abrir os olhos.

 - An? Está tudo bem com você? – sentei-a e fiz o mesmo.

 - Sim... apenas mais destemida, talvez... – ela bocejou de novo.

 - Fale... – incentivei.

 - Você aceita ir á ceia de natal na casa da Mama? – o que? Ela estava me convidando para a ceia familiar.

 - Eu não sei, An. – engoli seco. – É uma comemoração... e não quero que você tenha que brigar com Chowder, por minha causa. – respondi.

 - Eu me viro com ele... só quero que vá... e se apresente á minha família como meu namorado... é tão impossível assim? – ela parecia acordada demais para aquela altura.

 - É realmente impossível. – confirmei;

 - Vamos... por mim... por favor... – ela implorou.

 - An... não me faça sentir culpado. – pausei – por favor. – fiz o mesmo que ela.

 - Eu não valho a pena? – ela estreitou os olhos.

 - Vale mais que tudo que tenho... mais que a vida do mundo todo. – eu mudei minha expressão. – se é isso que quer... eu não posso mais negar.

 - Isso! – ela comemorou e pulou em cima de mim.

 - Mais você tem sorte por eu ser quase indestrutível... – ela se colocava sobre meu corpo despido.

 - Quase? – ela zombou.

 - Você é meu ponto fraco, skatista... – a beijei fervorosamente.

Seus braços arranhavam minha pele de pedra, e sua boca corria sobre meu ombro. Seu hálito quente me seduzia cada vez mais.

 Ela melhorara muito nisso. Tinha se tornado quase uma profissional... eu ri com o pensamento.

 - O que foi? – ela perguntou ofegante.

 - Você está se tornando uma profissional nisso... – zombei.

 - Você não está longe. – mordiscou minha orelha e puxou meus cabelos.

 - Isso é um elogio?

 - Talvez... – pausou – mais não é isso que temos que fazer agora. É comprar uma roupa que não seja larga e casual. – ela se levantou e se cobriu com o lençol.

 - Compras de novo, An? – bufei e fiquei deitado na cama, enquanto ela se vestia.

 - Sim, peladão... – ela riu – Vambora...

Vesti minha roupa e ajeitei meus cabelos. Estávamos no meu quarto de hotel. Onde An, passava a maior parte do tempo.

 - Onde está o Frank? – ela perguntou verificando debaixo da cama.

 - Ele deve estar atrás da escrivaninha... é o local preferido dele... – sorri.

 - Você acha que é uma boa idéia manter, um porquinho d índia num hotel? – ela estava temerosa.

 - Eles não iriam caçá-lo... ou eu caço eles... – mostrei a língua;

 - Você tem um jeito estranho de demonstrar sua preocupação. – ela falou pensativa.

 - É o que dizem... – eu dei de ombros. Senti que seria uma longa noite... compras e mais compras com Anne.

 - Como eu gostaria que você pudesse aproveitar esse sol... – ela olhou pela janela.

 - Eu até poderia sair... mais aposto que seria o centro das atenções... – eu murmurei indo para o banheiro.

Eu pensei seriamente no que eu diria ao sair dalí. Não seria bom, ter que contar a verdade tão logo assim. Coloquei uma roupa comum e arrumei meus cabelos. Calcei meu tênis e respirei fundo. E senti o aroma delicioso e quente... pulsante e hipnotizante, de trás da porta. Eu já não caçara a alguns dias... e a fome estava ficando chata.

 O sol estava lá fora... e a noite eu e Anne faríamos compras. Eu teria que dar um jeito de fugir dalí.

Saí do banheiro um pouco desconfortável.

 - Eu vou ir trabalhar... á noite eu passo aqui, feito? – ela estava vestida e arrumada.

 - Até, An. – ela passou pela porta e pisou para mim. Sorri em resposta e logo não podia mais vê-la.

 Seria mais simples estar com mais pessoas se eu não estivesse com tanta sede.

Bom... se eu estivesse pelas sombras... e o sol não estivesse entrando em contato com minha pele... seria fácil chegar até a reserva mais próxima daqui.

Em meio á minhas coisas procurei as roupas mais compridas e cheias de tecido.

 Encontrei uma calça solta e comprida, e uma blusa com capuz. Ambas pretas. Peguei meu skate debaixo de meu braço e o celular em outro de

 meus bolsos. Observei meu apartamento... nossa... eu  deveria mandá-los fazer uma boa faxina;

 Desci as escadas e falei com a recepcionista. Mandei-a fazerem uma faxina. E assim saí do hotel.

 

Escondi meu rosto no capuz e pela parte dos becos da cidade de NY, me escondi até chegar até a floresta... onde estaria afastado de qualquer vida humana. Percebi que já estava longe o suficiente da civilização e soltei meu skate e jaqueta ao chão. Simplesmente, fiz o que eu sempre costumara fazer.

 Limpei qualquer outro cheiro que não era desejado á meu olfato, e assim me foquei no par de... leões? Leões em NY? Mas eu não os deixaria escapar.

Verifiquei a presença humana... nenhuma. Apenas me larguei nos instintos, que tanto flagelei para separá-los de minha pessoa atual. Foi realmente difícil ser eu mesmo. Mais consegui. Minha velocidade impecável funcionou melhor do que eu realmente esperei. A função vampiresca dentro de mim, fluiu como se nunca eu a tivesse escondido em mim. Alguns quilômetros de corrida alcancei os leões os atacando por imediato. Seu pescoço fora quebrado com pouco esforço. De maneira fácil, minha boca procurou a pulsação e em poucos segundos, minha boca, se encheu dum líquido quente e maravilhoso... o líquido que matava minha sede, fome e quaisquer outra coisa que ainda me faltara.

 E mais rápido que se devia... o corpo foi drenado. O leão não reagira nada contra meu ato. Então minhas roupas estavam em boa condição. Suguei o aroma doce – novamente – e corri em busca do meu próximo alimento.

 E lá estava ele. Parado... os olhos esguios com a raiva e a tortura evidente neles; ele se preparava para o ataque. Á quase um ano eu não tivera uma presa assim... alguém que estivesse a luta por sua vida. Alguma coisa se tornaria interessante – para mim. Eu imitei os movimentos do grande animal peludo e suculento.

 - Quer brincar, gatinho?

Ele rosnou. E em alguns passos se aproximou de mim, na tentativa de me assustar. E mais que de imediato, se lançou sobre meu corpo... eu não queria mais brincar... ele se cansaria de mais...

Segurei seu pescoço com apenas um braço e uma pressão no local correto... e ponto. Ele não estava mais em vida.

 

Não sei por quantas horas permaneci caçando... apenas tenho um total de animais que chegaram ao ponto de me saciar... mais ou menos, 11 veados, 2 leões, 5 ursos – realmente divertidos e mais algumas pumas que encontrei por um acaso.

 

 Não entendo a razão de Anne, não me questionar pela cor de que meus olhos se distanciavam da cor amarelo ocre. Mais eu conseguia sentir como ela prestava atenção nesse mínimo detalhe.

 Olhei para o céu meio esfumaçado pela noite que chegava... tomei nota de que eu perdera completamente o controle de meu tempo pela mata... em busca de meu verdadeiro eu.

 Anne... ela deveria chegar á alguns minutos de seu trabalho. Eu teria de dar um jeito em chegar antes que ela em casa... e meu celular vibrou.

 Olhei o número.

 - Oi, amor... – sorri.

 - Onde você tá? – ela estava impaciente.

 - Eu... estava morrendo de fome... – não era mentira.

 - E por que não pediu comida do hotel? – ela bufou.

 - É complicado, An... – mordi o lábio.

 - Vai demorar? – ela bocejou.

 - Em alguns minutos eu estou aí... – fechei o celular e o coloquei em meu bolso novamente.

 

Voltei onde eu deixara meu skate. Voltei á civilização. O sol não me ofuscava mais... e a cidade... estava mais serena e calma. Voltei á meu caminho sombrio... e pensei: “talvez... se eu correr rápido o bastante...” não me questionei duas vezes... e ao longo da enorme vala que estava atrás dos edifícios... um vampiro corria maniacamente, em busca do encontro com sua namorada – simploriamente – humana.

 Cheguei á meu hotel. Apenas respirei fundo e caminhei a passadas calmas e tranqüilas.

 - Boa noite... – disse á recepcionista enquanto ela me olhava assustada. O que havia de errado? Peguei a chave que ela me alcançava... e assim segui pelas escadas correndo na mesma velocidade inumana de agora a pouco.

 Girei a chave na maçaneta;

 - É... foi mesmo rápido. – ela sorriu e veio ao meu encontro... Anne, minha doce Anne.

 - Vim o mais rápido que pude, amor. – sorri.

 - Cara! O que é isso em seus lábios? – ela se aproximou mais – SANGUE! – ela teve seu resultado e correu em busca de uma toalha.

Que vacilo, Alec!

 - Tá tudo bem, Anne... – pausei – Onde eu estive... é provável que eu esteja com um pouco de sangue. – tentei a tranqüilizar.

 - Você se meteu numa briga de rua? – ela riu e limpou o sangue de meus lábios com cuidado – até a sombra de seus olhos sumiram... parece que essa comida fez bem á você, mesmo! – ela sorriu.

- Você não faz idéia... – murmurei.

- Já pro banho... onde se meteu pra rasgar todas suas roupas assim? – ela arregalou os olhos, diante de meus farrapos.

 - Anne... não se preocupe! – fugi para o banheiro, diante de sua expressão horrorizada.


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