CONFIRAM O TRAILER DA FIC: http://www.youtube.com/watch?v=Bx90Rp-WWtw

–Elijah! Oi! – Clary conseguia ouvir os seus batimentos cardíacos aumentarem cada vez mais. Ela estava completamente ferrada. Não sabia o que dizer, nem como agir.

“Respire, respire...”

–Então, eu estava pensando se você poderia reconsiderar minha oferta de ontem à noite?

O coração de Clary começou a bater ainda mais rápido, se é que isso é possível.

Ela até havia esquecido dos dois primos pequenos, que olhavam para Elijah com uma expressão interrogativa quase idêntica. Como eles estavam na frente de uma sorveteria, Clary se abaixou e deu uma nota de dinheiro para Carson, dizendo para os dois comprarem um sorvete. Os dois saíram correndo, deixando Elijah e Clary sozinhos.

“Respire, respire...”

–Bem... Eu reconsiderei e ... Uh... Adoraria sair com você. – Clary se amaldiçoou por gaguejar no meio da frase. Ele deve agora acha-la uma retardada. Droga.

Mas Elijah só sorriu.

–Então, o que acha do La Pasta, as oito? Ouvi dizer que eles tem a melhor pizza da cidade.

“Eles tem a única pizza da cidade” Clary pensou em dizer, mas se conteve.

–Eu adoraria. – Clary sorriu para Elijah, que ainda estava sorrindo.

–Então te vejo a noite. – Elijah disse, começando a se virar para ir para a direção oposta.

–Até lá.

Quando perdeu Elijah de vista, Clary entrou na sorveteria. Afinal, ela também queria um sorvete.

Mais tarde no mesmo dia...

–Caroline, eu não vou com esse vestido para o meu encontro! É muito curto! – Clary reclamou para o seu computador, onde ela estava em uma vídeo conferencia pelo Skype com sua prima.

Gina estava sentada na cama, avaliando a escolha de Caroline do que seria o “vestido perfeito para um encontro”.

Clary estava usando um vestido preto que, como Clary dizia, “mal cobria a bunda”, com pequenos detalhes dourados e saltos dourados.

–Eu me sinto uma vadia. – Clary falou, irritada.

–Você está sexy, Blair. S-E-X-Y! Parece até uma puritana falando desse jeito. – Gina replicou revirando os olhos.

–Mas é tão curto! – Clary reclamou enquanto puxava a saia do vestido para baixo, tentando alongar o comprimento.

Caroline só ficou calada.

Clary já estava começando a ficar preocupada. Geralmente a loira sempre era a primeira a dar sua opinião e a ser super mandona, mas hoje ela estava muito calada.

Clary resolveu ignorar. Provavelmente era só o choque do acidente, ou pura imaginação dela.

–Mas o vestido mal cobre a bunda! – Clary reclamou pela décima vez, tentando convencer as amigas que a melhor roupa que ela podia usar era sua blusa de seda, calça jeans e sapatilhas.

–Você está claramente exagerando. Esse vestido é mais longo do que a maioria dos meus vestidos. – Caroline observou, o que fez Clary segurar um comentário do tipo “É, mas eu não era uma garota insegura que procura atenção transando com garotos aleatórios até pouco tempo atrás”. Clary podia ser uma vaca quando estava de mal humor.

–Mas então, me conte mais sobre esse cara misterioso que você se recusa a me contar o nome! – Caroline pediu, voltando ao seu estado normal de “mandona” por alguns instantes.

–Eu não te falo o nome porque, se eu falar, você vai procurar tudo o que puder sobre ele na internet. – Clary explicou, revirando os olhos enquanto procurava desesperadamente em seu guarda-roupa por algum salto que não a fizesse se sentir um Avatar de tão alta.

–Me diga pelo menos como ele é! Pooor favooor! – Caroline pediu, fazendo sua melhor cara de Gato de Botas.

Clary revirou os olhos.

–Alto, olhos castanhos, mais velho e com cabelo maneiro. Pronto. Feliz? – Clary disse rapidamente enquanto pegava um velho par de sandálias estilo gladiador douradas de salto baixo. “Bem melhor” Clary murmurou consigo mesma enquanto trocava os sapatos.

–OMG! Clary, já passou da hora de você sair! – Gina alertou Clary, que pegou sua bolsa preta para sair.

–Tchau, Care! Nos falamos amanhã! – Clary disse. Caroline respondeu um animado “Boa sorte!” e Clary fechou seu Skype.

–Tchau, Gina! Tem certeza que não tem problema cuidar da Candy e do Carson por hoje? – Clary perguntou para a amiga, que a acompanhava até a porta.

–Claro que tenho! Saia um pouco, se divirta como uma adolescente! Detesto te ver agindo como adulta.

–Qualquer problema, você sabe que é para me ligar, não importa a que horas! – Clary lembrou, preocupada em deixar os primos sozinhos com a amiga não muito responsável e sua mãe apática.

–Está bem, está bem! Agora cai fora, senão você vai se atrasar!

Clary sorriu, abraçou a amiga e saiu de casa.

Enquanto isso, em uma estrada em direção a Fells Church, em um Impala 64...

–Victoria... – Antony Vega olhou para sua esposa, que lia calmamente um livro de magia sobre a luz do brilho do seu celular. –Você tem certeza de que está na hora?

A bela afro-americana de olhos misteriosos se virou para o marido, um homem alto, louro e olhos azuis gentis.

–Já está na hora, Tony. Ela já está pronta.

–Mas Derek...

–Derek nunca vai superar Sandra. Não importa com quantas vadias ele durma, você sabe que ele sempre vai ama-la. – Victoria interrompeu o marido, que suspirou. Sabia que a mulher estava certa, mas temia que o que eles estavam prestes a fazer abalasse ainda mais o amigo a tanto tempo já abalado.

–Mas ela só tem dezesseis, Tori. Dezesseis. Como ela vai reagir? Isso pode, literalmente, acabar com a vida dela.

Victoria suspirou.

–Ela já sabe da maioria das coisas. Sabe sobre seus poderes e potencial. Mas ela precisa saber sua história para, assim, poder seguir em frente e aumentar sua força. Afinal, ela é uma Delacour.

–Você quer dizer que... – os olhos de Anthony se arregalaram. Ele suspeitava, mas nunca Victoria havia confirmado.

–Sim. Ela é como a avó de Sandra.

–Mas isso quer dizer que...

–Eu sei. Por isso eu tenho que encontra-la o mais rápido possível. Por que se ela não dominar logo sua natureza...

–Klaus irá encontrá-la. E usá-la como uma maneira de quebrar a Maldição.

Victoria assentiu. Anthony sempre foi tão compreensivo. Nunca perguntava sobre suas Visões, nem a pressionava a explicar suas motivações. Ele só... a apoiava. E isso era tudo que ela poderia pedir.

A mulher voltou seu olhar para o livro. Como marcador de página, estava uma velha foto de uma Sandra grávida abraçada com Victoria, tirada a quase 17 anos atrás, onde Derek a segurava pela cintura, a mão apoiada em seu ventre. Quem havia tirado a foto tinha sido Anthony, que sempre amou fotografia.

Victoria acariciou a fotografia, segurando as lágrimas.

“Eu vou encontrá-la, Blair. E não vou deixar nada, nem ninguém, te machucar.”