O Relógio parecia que tinha parado nunca na minha vida alguns minutos demoraram tanto para passar.

16h55min faltava apenas cinco minutos e aquele castigo acabaria.

Desde que o inspetor tinha nos mandado para a direção, sob os olhares de todos os alunos da escola, inclusive o olhar de fúria da Rosana, já tinha passado uma semana e eu estava de castigo. O castigo era estudar no horário oposto aos das aulas, na realidade todos que estavam nesse castigo apenas ouviam durante quatro longas horas o professor Epitácio falar e falar sobre um monte de besteiras.

Graças aos céus hoje é sexta feira o ultimo dia do castigo!

Finalmente o relógio andou e fomos libertos daquela tortura, andei o mais rápido possível para o estacionamento, onde aquele estrupício que chamo de melhor amigo me esperava.

Ele estava encostado no carro com um sorriso de derreter continentes gelados,quando vi aquele sorriso eu comecei a entender porque a diretora o tinha liberado do castigo,ela tinha sido enfeitiçada.

–Ooi! Ele me de um beijo no rosto quando me aproximei.

–Por que toda essa alegria? Perguntei, tentando me fazer de irritada.

–Estou feliz, porque finalmente acabou o NOSSO castigo.

–Quem foi que disse que o seu castigo terminou? O bruno podia ter escapado do castigo na escola, mas levando em consideração que eu só estava nessa enrascada por causa dele, eu o obriguei a cuidar de todos os meus deveres escolares e lavar a louça do jantar, uma troca muito justa.

Entramos no carro e ele arrancou.

–Você ainda esta brava comigo?

–Claro, se você fosse obrigado a passar por esse castigo por minha causa, também estaria.

–Eu já pedi desculpas.

Resolvi ignora-lo e aumentei o volume do som e me virei para a janela.

Na realidade eu não estava tão brava com o bruno, mas ele não precisava saber que já tinha sido perdoado, afinal era ótimo o ver fazendo coisas para mim.

Ficamos num silencio total ate eu me dar conta que não estávamos no caminho de casa.

–Ei!Pra onde estamos indo?

–Você vai ver!

–Bruno! Eu tenho que ir pra casa!

–Você vai, mas antes vou tenho que te levar num lugar. Revirei os olhos pra ele e voltei a ficar olhando pela janela.

Ele pegou uma estrada que nos levou para fora da cidade e depois saiu do asfalto pegando uma estradinha de terra ate chegarmos ao topo um morro.

A vista era simplesmente perfeita, dava para ver toda a cidade.

–Que lindo bruno!

–Eu sei, sempre venho aqui. Ele saiu do carro e eu fiz o mesmo.

–Como descobriu esse lugar?

–Foi a Aline que me trouxe aqui.

Aline era a ex-namorada que magoou tanto o bruno que o transformou nesse galinha,mas mesmo assim ele ainda gostava dela e só em falar o nome dela vi um brilho estranho passar em seu olhar.

–Uau!

–Mas você não viu o melhor, aqui tem o por do sol mais lindo do mundo.

Se qualquer outra garota estivesse no meu lugar com certeza acharia que ele estava com segundas intenções, mas eu sabia que não era nada disso e também tenho certeza que ele nunca traria nenhuma mulher aqui, ele nunca mostraria esse lado romântico para ninguém.

A única pessoa que conhecia ele realmente era eu, só eu sabia que ele tinha sonho de um dia casar e ter filhos e que pensava em fazer faculdade, ser bem sucedido e que ele dormia apenas de cueca... OH!Que isso luna?Não pense nessas coisas!

Afastei aqueles pensamentos malucos da minha cabeça e tratei de prestar atenção no espetáculo lindo que acontecia a minha frente.

–É lindo mesmo, bruno.

–É maravilhoso. Ele tinha um ar de sonhador enquanto falava e seus pensamentos estavam longe e eu sabia que era na Aline que ele pensava.

–Então... Você deve ta se sentindo muito culpado pra me trazer ate aqui. Comentei tentando faze-lo esquecer da Aline e voltar a sorrir.

–E será que dessa vez você me perdoa?Ele respondeu entrando no clima da brincadeira.

–Ainda não sei...

–E se eu te der aquele chocolate que você gosta?

–Só um?To achando muito pouco.

–Dois e não se fala mais nisso, sua gulosa.

–Tudo bem, mas nem pense que você vai se livrar do seu castigo hoje, ainda tenho um trabalho de historia pra fazer.

–Você é uma pessoa horrível, não sei como te aguento! Ele disse enquanto me abraçava e beijava minha testa.

–Você não saberia viver sem mim, seu chato!

E ali senti tudo voltando ao normal e soube que a nossa amizade não se abalaria por causa de uns beijos,bom pelo menos eu achei que não.