Eu não coseguia acreditar que estava fazendo aquilo. Eu estava entrando na escola de mãos dadas com o bruno.

Vamos voltar um pouco.

Eu estava no carro decidida a não aceitar aquela proposta insana do meu amigo, mas ele tem uma carta na manga e sabe muito bem como usar.

–Se você aceitar namorar comigo de mentirinha, alem de me livrar da louca da Rosana, ainda vai fazer ciúmes naquele babaca do Roger.

Ele tocou na ferida, Roger é meu ex-namorado, que me traiu com todas as periguetes que encontrou pela frente e quando eu descobri tudo ele teve a cara de pau de me pedir pra não deixar ele. Eu nem gosto mais do Roger, quero mais é que ele se dane, mas eu não podia perder a chance de fazê-lo achar que sempre foi um corno manso (hahaha).

Claro que aceitei a ideia, afinal talvez fosse divertido.

Mas eu já estava começando a me arrepender daquela ideia, principalmente quando vi o olhar matador das meninas da escola, eu tinha acabado de virar a inimiga numero um de todas elas.

É claro que esse olhar não era exclusividade minha, elas olhariam assim para qualquer garota que estivesse no meu lugar, mas o ar de espanto era exclusivo para mim, afinal eu era comum não era nem de longe como as outras garotas com quem o bruno tinha desfilado por esses corredores.

A Rosana, por exemplo, é a beleza em pessoa, ruiva, de olhos verdes marcantes e com um corpo perfeito, ela é linda e é esse tipo de menina que todos estão acostumados a ver ao lado do bruno. Não que eu seja feia, eu sou apenas comum, não tenho olhos claros eles são pretos, meu cabelo é liso e vive preso num rabo de cavalo e com toda certeza eu não tenho um corpo que chame atenção.

Continuamos entrado na escola sob o olhar atento de todos e aquilo já estava me deixando nervosa, serio, as pessoas podiam pelos menos tentar disfarçar.

Avistei minhas amigas paradas perto do refeitório e respirei aliviada, estava doida pra sair de perto do bruno,minha mão já estava formigando pelo contato com a dele.

–Tenho que ir. Disse tentando soltar da mão dele.

–E o meu beijo, amor? Ele perguntou alto pra todo mundo ouvir. Bruno filho da mãe!

Ele veio se abaixando com um biquinho, pronto pra me dar um selinho, mas eu desviei e dei um beijo em sua bochecha e o ouvi reclamar baixinho, ignorei aquilo e fui ao encontro das minhas amigas que agora estavam de olhos arregalados.

–Oi. Disse quando cheguei perto da Laura, vick e do Fred.

–AI MEU DEUS! Você esta namorando aquele deus do bruno? Fred me perguntou, sim ele é gay muito, muito gay.

– Eu?Estou ótima, obrigada por perguntar. Disse sarcástica.

–Luna,não enrola, conta tudo, quando foi que você resolveu assumir seu amor pelo bruno?

Perguntou a Vick, que sempre disse que eu amava o bruno e claro que eu sempre neguei.

–Serio, vamos falar de outra coisa? Eu tinha prometido o bruno que não ia contar pra ninguém sobre o nosso falso namoro, mas eu realmente não estava a fim de mentir para os meus amigos.

–Nos só estamos surpresos, você sempre disse que vocês eram apenas amigos. Falou a Laura, que parecia estranha, por um segundo cheguei a pensar que ela estava com ciúmes.

– Eu tenho que ir ao banheiro, depois a gente se fala.

Sai o mais rápido possível dali, se ficasse mais um pouco com certeza abriria o jogo pra eles.

Entrei no banheiro e lavei o rosto. Esse negocio de namoro de mentirinha, não ia dar certo.

Alguma coisa estava me dizendo que os problemas estavam apenas começando. Onde eu estava com a cabeça quando aceitei isso?

–Luna, desembucha. Era o Fred que tinha acabado de entrar no banheiro feminino.

–O que você esta fazendo aqui?

–Não muda de assunto, me conta o que esta acontecendo?

Como ele sabe que esta acontecendo alguma coisa? Será que sou tão previsível assim?

–Não esta acontecendo nada. Tentei disfarçar mesmo sabendo que não ia adiantar nada.

–Fala logo. Como eu disse, eu não tinha convencido.

–Na verdade tem uma coisa sim, mas você tem que prometer que não vai contar nada pra ninguém.

–Ok.

–É que na verdade eu e o bruno não estamos namorando...

E antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, uma das portas se abriu e a ultima pessoa que podia ser saiu de dentro da cabine.

–Eu sabia, sabia que o bruno não podia estar com você. Rosana me olhou de cima em baixo com um sorriso no rosto.

–Então você esta mal informada, pois eles estão namorando sim. Rebateu Fred, tentando me defender, já que eu estava completamente sem reação.

–Eu ouvi tudo, e acho melhor você ficar longe do meu namorado, querida.

Eu simplesmente odeio quando alguém me chama de querida e quando ela falou comigo assim, fui possuída.

–Seu EX, agora ele é MEU namorado. Gritei destacando bastante as palavras “ex e meu”

–Acorda garota, ele nunca vai ter nada serio com você, pra ele você é apenas o animalzinho de estimação.

–Cala boca sua idiota! Eu já estava pronta pra dar um soco na cara dela quando o Fred entrou no meio.

–Parem vocês duas!

–Eu tenho que ir, vou cuidar do meu namorado, ate mais perdedora.

A ruiva saiu do banheiro sorridente.

–Que vaca! Falei me remoendo de ódio.

Depois que respirei um pouco, comecei a me dar conta da merda que tinha feito. Agora a Rosana sabia que eu não estava com o bruno e com certeza logo, logo iria atrás dele, que por sua vez ficaria muito bravo comigo.

Eu tinha que fazer alguma coisa, mas o que?

Enquanto pensava o sino tocou e tive que ir pra sala.

Durante as aulas eu não conseguia pensar em mais nada, a não ser que eu teria que encarar um loiro furioso comigo.

Quando o sinal do Intervalo tocou, sai da sala acompanhada por meus colegas, que falavam alguma coisa sobre o lanche, mas eu não estava entendendo direito, por que meus olhos estavam procurando pelo bruno, e logo o encontrei, o loiro estava no meio do pátio conversando com um amigo, quando ele me viu deu uma piscadinha pra mim e começou vir em minha direção (pelo menos ele não estava com raiva de mim).

Foi nesse momento que a Rosana, surgindo deus sabe de onde, parou na frente dele e começou a acariciar seu peitoral fazendo uma cara manhosa.

Que vadia! Senti meu sangue ferver e fiquei cega de ódio. Como ela se atreve?

Sem pensar, cheguei mais perto, puxei o loiro pelo braço e tasquei um beijão nele.

No começo ele não correspondeu, acho que pelo susto, mas depois ele me abraçou forte e correspondeu meu beijo.

Primeiro ouvimos uma gritaria, mas algum tempo depois tudo ficou em silencio.

–Vocês dois, me acompanhem a diretoria. Ouvimos uma voz seria e quando olhamos, La estava o inspetor.