BRUNO

Foi muita sorte a minha barraca rasgar, em qualquer outra situação eu teria ficado muito irritado, mas não agora. Essa é a chance que a vida esta me dando eu tenho que aproveitar.

–Luna, eu preciso falar com você. Peguei no ombro dela e a sacudi de leve.

–O que você quer agora?Ela respondeu sem se mover do lugar.

–Eu quero, não, na verdade eu preciso te pedir desculpas... Desculpas por tudo o que eu fiz.

Luna se levantou e agora me encarava.

–Vamos parar com essa historinha?Chega de me pedir desculpas, isso tudo não importa mais.

Cheguei mais perto dela, perto o suficiente para sentir seu hálito quente na minha pele.

–É claro que importa!Eu quero você, quero ficar com você... Eu preciso que você me perdoe.

–Eu não sei se posso te perdoar...

A voz dela era quase um sussurro.

–Claro que pode!

–Não!Eu não posso!Você nunca sabe o que quer!Ate alguns dias atrás era a Aline que você amava e agora já esta dizendo que me quer!Você é confuso demais, bruno.

Ele desviou o olhar do meu, mas eu segurei seu rosto com as mãos e a forcei a olhar para mim.

Eu tinha que dizer aquilo olhando dentro dos olhos dela, ela precisava saber o que eu sentia.

–Eu te amo Luna!Entende isso?Eu sei que fiz besteiras, fiz escolhas erradas e sei que te magoei... Eu estava iludido... Estava cego!Eu te amo... Sempre te amei.

Ficamos nos encarado em silencio, enquanto sentia meu coração disparado como nunca esteve antes. Ela tinha os olhos marejados, mas continuava em silencio, um silencio agonizante... Eu já estava à beira do desespero, precisava saber o que ela sentia.

–Diz alguma coisa, por favor!Implorei .

–Eu... Eu... Também te amo, amo você com todas as minhas forças!

Senti o alivio me invadir. Ela me ama!Me ama!

Nós dois agora estávamos chorando, mas não era um choro de tristeza, mas sim um choro de alegria. Nossas respirações se misturavam e nenhum de nós nos atrevíamos a dizer qualquer coisa, não precisávamos mais de palavras. Precisávamos um do outro. Eu precisava dela.

–Me beija. Ela pediu num sussurro, como se estivesse adivinhando meus pensamentos.

Acabei com os míseros centímetros que nos separavam e colei meus lábios nos delas. Ah!Finalmente. Aqueles lábios macios e quentes eram meus novamente.

O nosso beijo era ardente, quase fundíamos nossas bocas devido à urgência em que nos queríamos. O desejo estava impregnado em nossa pele e depois de tanto tempo não dava mais para esperar. Ela cravou as unhas na minha pele e me arrepiei inteiro, tirei sua blusa e comecei a beijar o pescoço, eu queria aproveitar cada centímetro daquela pele macia. Nossas respirações estavam descontroladas revelando a nossa pressa, mas eu não podia ser tão rápido. Parei de beija-la e me posicionei entre suas pernas, desabotoei a calça que ela vestia e comecei a tira-la lentamente e ela suspirava.

–Por favor!Ela implorava, enquanto eu beijava a sua barriga lentamente. Depois subi e ataquei aqueles lábios macios novamente. Não consegui mais resistir, tirei o resto da roupa que nos atrapalhava e finalmente o nosso amor estava consumado.

Algum tempo depois desabamos, suados e ofegantes, mas com a maior felicidade do mundo no peito.

–Eu nem acredito que isso esta realmente acontecendo.

Luna disse. Agora ela estava deitada no meu ombro, olhando para o teto colorido da barraca.

–Pode acreditar, é verdade. Beijei o alto da cabeça dela.

–Eu estou tão feliz.

–Eu tenho uma coisa para te falar... Na verdade é mais um pedido.

–Pedido?

–Eu quero saber que se você quer namorar comigo, de verdade?

–Claro que eu quero!É o que eu mais quero.

Ela disse, mas tinha alguma coisa escondida na sua voz, algum tipo de preocupação.

–O que esta passado nessa cabeçinha? Perguntei e luna se virou para me encarar apoiada nos cotovelos.

–Como você sabe que tem...

–Uma coisa te incomodando?Eu te conheço há anos, luna, sei quando algo te incomoda.

–Eu estou pensando no Manoel, eu o trai e ele não merece isso.

–Não penso assim, eu sei que o Manoel é um cara legal, mas você não o ama, então tecnicamente não é uma traição.

Ela da uma gargalhada.

–Tecnicamente?Você é inacreditável.

–Eu só estou tentando ajudar.

–Claro que sim, mas é serio eu não posso assumir nada com você ate terminar com ele.

–Tudo bem, mas você tem que terminar com ele assim que voltarmos, não quero mais ficar longe de você e quero poder dizer pra todo mundo que você é minha namorada.

–Pode deixar, assim que estivermos em casa vai ser a primeira coisa que vou fazer, eu também não quero mais me separar de você.

Acariciei o rosto dela.

–Como eu não percebi antes que te amava?Como?

–Não percebeu porque é um idiota!Um grande idiota.

–Então eu sou um idiota, né?Falei com uma voz ameaçadora.

–Sim, você é. Ela sorria de orelha a orelha.

–Eu vou te mostrar quem é o idiota. Pulei sobre ela e comecei a beija-la.

E era assim que eu queria passar o resto da vida: beijando a Luna.

O domingo passou rápido e quando vimos já estávamos no carro voltando para casa. Eu e Luna estávamos no banco de trás e nós olhávamos e sorriamos como dois bobos apaixonados. Nossas mãos estavam juntas sobre o banco e isso fazia meu coração se aquecer.

Olhei para frente e surpreendi seu Alfredo nos olhando pelo retrovisor, ele sorria e parecia feliz pela cena que via. Ele era um dos responsáveis por eu e Luna estarmos juntos outra vez.

Logo chegamos à cidade e seu Alfredo estacionou o carro na garagem. Descemos e começamos a pegar as malas. Luna me acompanhou ate o portão e os pais dela entraram em casa, mas eu tinha uma leve impressão que eles estavam espiando atrás da cortina.

–Então, você vai terminar com o Manoel hoje?

–Você esta muito apressadinho, não acha?

–É que eu não vejo a hora de nada mais nos impedir de ficar juntos, não vejo a hora de ter você só pra mim. Acaricie o rosto dela e me inclinei para beija-la.

–Vou ligar para ele e pedir para vir me ver, tenho que falar com ele logo, ele não merece ser enganado.

Ela suspirou triste, eu sabia que ela estava sofrendo com essa situação.

–Luna não fica assim, eu sei que não vai ser fácil, mas você vai se sair bem.

Ela abriu um sorriso e me abraçou.

–Obrigada por me apoiar, mas... Você me promete uma coisa?

–O que você quiser.

–Promete que nunca mais vamos nos separar?

–É claro que prometo.

Trocamos um beijo demorado e depois segui para minha casa. Não, na verdade flutuei ate em casa, isso pode parecer meio gay, mas era exatamente assim que eu me sentia. Eu estava amando com nunca pensei que fosse possível.

Abri a porta de casa com um enorme sorriso. Minha mãe estava na sala e tinha uma pessoa com ela, não reconheci de imediato, mas bastaram alguns passos para dentro e vi com perfeição quem era a pessoa.

–Oi amor, que bom que chegou! Aline se levantou e veio me abraçar.

Olhei confuso para ela e depois para minha mãe.

–O que você esta fazendo aqui? Perguntei ríspido e ela fez um biquinho.

–Porque esta falando assim com ela, meu filho?Minha mãe perguntou.

–Está vendo sogrinha?Como seu filho me trata?

O que? Minha mãe esta defendendo a Aline? E desde quando a Aline chama minha mãe de sogrinha?

–Aline, você sabe muito bem que a minha mãe não é mais sua sogra!Pare com esse teatrinho! Soltei-me dela e comecei a subir os degraus da escada rumo ao meu quarto.

–Você não pode falar assim com ela Bruno!Ainda mais no estado em que ela esta.

Parei na escada e olhei para minha mãe.

–Do que você esta falando?Que estado?

Aline veio ao meu encontro na escada, pegou minha mão e colocou sobre a barriga.

–Nós vamos ter um filho!