Melhores amigos. escrita por Lunna


Capítulo 11
Capitulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá! voltei com mais um capitulo quentinho pra minhas leitoras fofas!
obrigada pelos comentários. bjos e boa leitura.



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Tinha uma coisa me incomodando naquele domingo, e nem era o fato de ter ficado duas horas ouvindo meu pai fazer um discurso, e dizendo coisas como: “eu nunca imaginei passar por isso”, “você me envergonhou” e etc. Também não era o fato de eu ter ficado de castigo para o resto da vida.

E muito menos o fato de minha mãe ter feito a pergunta mais escabrosa dos últimos tempos:

–Você usou camisinha? Quis morrer quando ouvi isso. Demorei ate convence-la que não tinha feito nada do que estava pensando.

Tudo isso era esperando, pelo menos depois do que aconteceu.

Mas o que estava realmente me incomodando, era o fato do Bruno ter sumido. Ele não veio me visitar, não ligou e nem mandou mensagem.

Será que ele esta com raiva de mim?Mas por quê?Pela Aline?

O que ele queria que eu fizesse? Que anunciasse na radio a volta dela?Que colocasse faixas na rua?

Será que não percebe que a única coisa que eu queria era evitar que ele sofresse?

Meu deus como fui burra!Como pude me apaixonar por aquele idiota?Ele não se importou comigo nem um instante, sempre fui mais uma das suas peguetes.

Bastou a Aline voltar e ele me abandonou. Será que ele tinha esquecido tudo o que ela fez?

FLASHBACK ON.

Um ano antes.

–Você tem certeza que não quer ir à festa?Era a centésima vez que bruno me fazia àquela pergunta.

–Eu tenho certeza. Respondi também pela centésima vez.

Bruno estava todo arrumado e cheiroso pronto para ir à festa de aniversario do seu melhor amigo, Vitor, mas não era só isso que o estava animando, aquela também era a noite de aniversario de dois anos de namoro dele com a Aline.

–Não acho uma boa ideia você ficar sozinha com o Roger. Ele falou serio e eu apenas ri.

–Por que não?

–Por que, bem... Você sabe o que ele quer. Ele parecia constrangido.

–Eu sei, mas relaxa que não vou fazer nada que eu não queira. O loiro me deu um beijo na testa e saiu pela porta.

Aquela noite eu estava sozinha em casa, meus pais tinham ido viajar e aquela seria a grande noite em que eu ia finalmente perder minha virgindade.

[...]

Roger e eu estávamos no sofá, tínhamos colocado um filme para assistir, mas na verdade nem olhávamos para a tela a nossa frente. Estávamos nos beijando e eu sentia que Roger estava muito excitado, ele passava a mão pela minha coxa fazendo movimentos de vai e vem e alternava entre beijar minha boca e o meu pescoço.

–Você me deixa louco. Ele disse em meu ouvido.

Eu estava completamente sem jeito, não sabia o que falar e nem o que fazer. Pra falar a verdade não estava no clima, estava fazendo aquilo única e exclusivamente porque o Roger tinha praticamente implorado e disse que seria uma prova de amor. E eu estava convencida de que era o certo a fazer, afinal já namorávamos há seis meses. Roger continuava a me beijar e já estava com mão dentro da minha blusa, tentando abrir meu soutien, quando ouvimos um estrondo.

Era o bruno que tinha aberto a porta violentamente e estava parado no meio da sala, todo sujo de sangue. Na mesma hora empurrei o Roger para o lado e pulei do sofá e fui ao seu encontro.

–Bruno?O que aconteceu? Olhei para o loiro desesperada e percebi que seus olhos estavam vermelhos e com lagrimas.

–Luna, eu preciso de você. Ele me abraçou e começou a chorar no meu ombro.

–Mas que merda é essa? Roger resolveu gritar e eu o ignorei.

–O que aconteceu?Fala bruno!

–Aline...

Bruno disse entre um soluço e outro e senti meu coração parar.

–Vocês sofreram um acidente?Meu deu! Deduzi, pelo estado em que bruno se encontrava era a primeira coisa que veio em minha cabeça.

O loiro não respondeu, apenas afundou mais a cabeça em meu ombro, me fazendo dar alguns passos para trás com o seu peso.

–Alguém pode me explicar essa porra? Roger continuava gritando.

–Para de gritar, Roger! Eu gritei.

–Manda esse cara te largar então. Meu namorado praticamente espumava de raiva.

–Você não ta vendo que ele precisa de mim?

–E eu?Eu também preciso de você!

–Por favor, Roger, nada de drama!

–Drama?Quem esta fazendo Drama aqui é o seu amiguinho aí.

–Será que você pode ir embora?Perguntei sem pensar direito no que estava falando e vi meu namorado ficar ainda mais irado.

–Ótimo, eu vou embora! Fica aí com seu amiguinho!Mas vê se me esquece!Entendeu luna? Acabou!

Sem me dar tempo de falar nada, Roger saiu pela porta batendo-a com força.

Finalmente fiquei sozinha com bruno. Nos jogamos no sofá,bruno deitou em meu colo e continuava a chorar.

–Me diz... O que aconteceu?Perguntei fazendo carinho em seu cabelo.

–A Aline... Me traiu..com o Vitor. Meu queixo caiu quando ouvi isso.

Como assim?Aline e Vitor juntos?

Fiquei tão pasma que nem sabia o que falar. O que se diz numa hora dessas?

–Bruno eu...

–Não luna, Por favor, não diga nada... Só fique aqui comigo, pode ser?

O loiro me encarava com aqueles olhos azuis cheios de dor.

–É claro que fico. Eu vou sempre estar aqui com você.

Passamos a noite inteira sem conversar, apenas o silencio já nos preenchia.

Mais tarde descobri que o bruno tinha pegado a Aline e o Vitor na cama no dia da festa. Bruno ficou tão revoltado que partiu pra cima do Vitor e começou uma briga violenta, que só foi separada pela policia. Nas semanas seguintes há festa a especulação foi tanta não só na escola como no bairro, que Aline acabou indo embora da cidade e o Vitor mudou de escola. Bruno sofreu durante dias, sempre comigo ao lado dele e depois de meses finalmente estava conseguindo superar a dor de ter sido traído. Agora ele tinha se tornado o maior galinha da escola, pegando geral, ate mesmo a professora de educação física estava em sua lista de conquistas (mesmo não sendo verdade).

FLASHBACK OFF.

Com todas essas lembranças acabei adormecendo e claro que o loiro habitou meus sonhos a noite inteira.

Acordei de manha e olhei o relógio e por um milagre divino, eu não estava atrasada, na verdade estava bem adiantada, minha começa as oito e ainda era 06h30min. Em outros dias eu viraria para o lado e voltaria a dormir, mas hoje eu precisava levantar. Tinha que arrumar um jeito de ir pra escola, já que meu “amigo” não deu nenhum sinal de vida e eu estava sem carona.

Levantei da cama e tomei um banho rápido e desci para a cozinha, precisava comer alguma coisa. Parecia que tinha um buraco na minha barriga, já que, não tinha nada lá desde a noite anterior.

Assim que coloquei os pés na cozinha, me arrependi disso. Minha mãe estava tomando café, enquanto lia o jornal. Ela não teve muito tempo de conversar comigo antes para tentar saber o que tinha acontecido na festa e eu sabia que ela iria começar um interrogatório.

–Bom dia luna, já acordada tão cedo?Ela perguntou quando me percebeu parada na porta.

–Poisé, estava sem sono e acho que vou pra escola de ônibus. Respondi tentando fazer parecer uma coisa natural. Entrei na cozinha fui ate a geladeira procurar alguma coisa para comer.

– Ônibus?Por quê?Ela perguntou desconfiada.

Merda!Isso não é um bom sinal.

–Por que sim, mãe!Todos vão de ônibus para a escola.

–E o bruno?

–Eu não sei... Acho que vai mais tarde. Peguei uma maça na geladeira e tentei sair rápido.

–Luna! Ela me chamou e eu parei na porta. DROGA! Um pouco mais e conseguiria fugir.

–O que aconteceu naquela festa?Porque não foi o bruno quem trouxe você para casa?

–Não aconteceu nada, apenas nos perdemos no meio da multidão. Falei tentando fazer uma voz normal, o que era bem difícil. Ainda mais quando as lembranças voltaram a me invadir.

–Você e o bruno brigaram?Ela perguntou desconfiada.

–Não mãe!Esta tudo bem.

–Você tem certeza?Eu achei estranho que ele nem veio te visitar.

Senti meu estomago revirar quando ela disse isso. Não queria pensar nisso, não queria lembrar nada disso.

–Tenho que ir mãe. Sai o mais rápido que pude da cozinha, sem nem mesmo olhar para trás.

Não queria que minha mãe visse as lagrimas nos meus olhos.

Corri para a porta da sala e a abri rapidamente, mas acabei dando de cara com uma figura do outro lado. E era justamente quem eu não queria ver naquele momento. Lá estava ele, com aqueles olhos azuis perfeitos e com aquele perfume capaz de deixar qualquer uma maluca. Lá estava o meu vizinho e melhor amigo e também o cara por quem eu estava apaixonada.

Se alguém me dissesse que passaram anos enquanto eu encarava aquele par de olhos azuis, eu acreditaria. Nós estávamos ali, parados sem dizer nada, apenas nos encarado e tudo em volta parecia ter sumido. Por alguns minutos ate tinha esquecido toda raiva que sentia dele, por alguns instantes quase tive vontade de pular em seus braços e por alguns poucos segundo desejei que aquela noite idiota nunca tivesse acontecido e que tudo voltasse ao normal.

–Luna...

Bruno resolveu quebrar o silencio.

–Precisamos conversar.

Finalmente despertei do transe que me encontrava. Toda minha raiva voltou rapidamente. Fechei a porta atrás de mim com força e o empurrei da minha frente.

–Com licença, bruno.

–Luna,não foge,precisamos conversar. Ele segurou meu braço, mas eu não o olhei apenas me soltei e continuei andando rumo ao lugar onde ficava o ponto de ônibus.

–Por favor, me escuta. Bruno agora quase gritava.

Parei no meio do caminho suspirando de raiva e me virei para encara-lo. Não queria que ele começasse a fazer um escândalo ali no meio da rua.

O loiro me encarava com uma expressão triste e passava a mão pelos cabelos, sinal que estava nervoso.

–Você esta bem? Ele perguntou e eu sorri pelo nariz irônica.

–Agora você se importa comigo?Eu estou ótima, Bruno, não graças a você é claro.

–Desculpa. Ele sussurrou, olhando para o chão.

–Era só isso?Perguntei levantando a sobrancelha.

Meu deus!De onde saiu essa luna agressiva?Será que o espírito da Laura baixou em mim?

–Não... Eu quero te explicar o que aconteceu aquela noite.

Me contar do seu reencontro com a vaca da Aline?Não obrigada.

–Eu sei o que aconteceu Bruno, não precisa me exp...

–Não! você não sabe. Ele me interrompeu, dando alguns passos na minha direção.

–É claro que sei!Você me usou, usou a sua amiguinha boba e fácil de enganar, me usou ate a Aline aparecer e estalar os dedos e você ir correndo atrás dela que nem um cachorrinho!

Falei tudo de uma vez só, quase fiquei sem ar. Mas estava me sentindo ótima, tinha desabafado.

–Não foi assim, luna! Eu não te usei! Ele segurava meus ombros enquanto falava, na verdade gritava no meio da rua.

–Eu não quero mais falar com você, preciso pegar um ônibus. Soltei-me das suas mãos e girei nos calcanhares a fim de ir ao ponto de ônibus, mas antes que pudesse dar um passo, me senti sendo levantada no ar.

Bruno tinha acabado de me pegar no colo e me levava para o seu carro.

–O que isso?Ta doido?Esta todo mundo olhando! Eu gritava e esperneava, o que vez as pessoas que passavam na rua olharem mais para a cena.

–Eu não me importo, você vai ter que me ouvir.

O Loiro chegou perto do carro e abriu a porta do motorista, me colocou dentro do mesmo e entrou em seguida, sem me dar chance para fugir.

–Eu te odeio! Falei com o maior desprezo que pude na voz, mas peste do garoto apenas sorriu de canto e deu a partida no carro.


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