No corredor não havia nada, era um beco sem saída. Não havia lugar para me esconder.

–Venha aqui! - Ouvi uma voz me chamar baixinho, era Gabriel.

Olhei para trás, ele estava próximo a parede. me aproximei. Ele empurrou um tijolo, abrindo uma porta logo a frente.

–Temos que correr! Lohane, dentro de todos que estão na casa, com exceção do monstro, é a mais perigosa. -Avisou Gabriel.

–Percebi...

Corremos pela porta secreta até o fim do corredor, estávamos de volta às celas.

–Esta é a única saída. Não me lembro do local, temos que encontrar uma passagem rápido. - Disse a criança.

Comecei a olhar novamente nas celas. Em uma encontrei algo que não havia visto antes, uma caixa. Porém estava trancada por uma senha.

Não tinha ideia do que fazer, então comecei a chutar as respostas. Talvez a idade das crianças?

Olhei novamente o relatório de suicídio das crianças da mansão, a senha era de dois dígitos, o que poderia ser?

–Em que mês você nasceu? - Perguntei.

–Em agosto, por quê?

–E as outras crianças?

–Também.

Talvez poderia ser aquilo. Coloquei a senha, nada.

–Quantas pessoas no prédio nasceram com este mês? - Ingagei

–Não sei, irei pegar o registro de todos os moradores, espere um pouco, já volto. - Fique escondida por mais 3 minutos. Assim você ganha o jogo. Ou melhor, nunca deixe ela te achar, ela não é do tipo que joga limpo.

Ele saiu, logo fui procurar um esconderijo. Não havia nada, o melhor lugar era me esconder na tubulação, era o único lugar. Mas eu não sabia chegar lá em cima.

Tentei subir para o topo das celas, era impossível. Havia algo em que eu não tinha visto. Mas o que era?

Afastei os esqueletos de cada cela, aos poucos. Após fazer isso na quinta cela, vi uma passagem, bem curta e estreita. Entrei lá, estava infestado de baratas e ratos. Enquanto me afastava ouvia passos se aproximando, seguidos de uma canção:

Se esta rua se esta rua fosse minha,

eu mandava eu mandava ladrilhar, c

om pedrinhas com pedrinhas de brilhante,

só pro meu, só pro meu amor passar.

Me afastava e a musica estava cada vez mais distante. Através do buraco cheguei ao jardim. O mesmo que eu havia visto quando entrei. A saída estava próxima.

A criança se aproximou:

–Melhor você sair, você irá morrer assim, olhe seu estado! - Falou o menino.

–Ele não irá me deixar se eu não concluir isso...

–Mas se você continuar assim, irá morrer. Saia agora. Você sempre poderá voltar. Este é seu lugar, pertence a você.

–O que você quis dizer com "Este é seu lugar, pertence a você." ?!

–Acabei falando demais. Isto você deve descobrir sozinha. Me responda, qual o motivo de você estar aqui?

–Eu quero me livrar do meu pesadelo.

–Errado, o que você realmente quer?

–Eu já disse... Quero me livrar deste monstro.

–O que você quer?

Eu estava ficando com raiva, fiquei em silêncio e me retirei. Aquele garoto estava começando a me irritar... Porém a me deixar confusa. Eu queria outra coisa, mas ainda não sabia o que era...