Ver a Alma escrita por Kah Almeida


Capítulo 1
Eu ainda tenho vocês




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- Estão todos bem?


 Foi a pergunta que Caroline escutou ao acordar, e quem a disse parecia estar chorando. Ela sentia sua cabeça doer muito, e algo quente escorrer dela.


- Alguém? Por favor, respondam, isso não pode estar acontecendo.


- Ai, a minha cabeça está doendo.


- Carolzinha, tu estás viva. Não se mexa, tu machucaste a cabeça, mas não se preocupe vai ficar tudo bem.


- Peter, o que aconteceu, onde estão os meus pais? E o meu irmão?


            - Querida, não se preocupe, vamos todos ficar bem. Fique parada aqui, eu já volto.


            Carol não gostou de ficar ali parada, mas resolveu obedecer, Peter sempre a ajudava. Quando ele voltou, estava com o rosto vermelho, parecia que tinha chorado muito, e trazia consigo Luigi.


            - Carol, tu estas bem?


            - Sim, só a minha cabeça ta doendo, e tu?


            - Eu só estou com um arranhão no braço.


            - Cadê o papai e a mamãe, Peter?


            - Vamos cuidar desse ferimento na sua cabeça.


            Peter abriu uma maleta e tirou dela bandagens, gaze, soro fisiológico e outras coisas para primeiros socorros, e começou a limpar os ferimentos das duas crianças.


            - Peter, tu não me respondeu ainda. Onde estão os nossos pais?


            - Querida... bem, acho melhor você descansar, perdeste algum sangue por causa do ferimento, vamos arranjar um lugar para dormir, depois conversaremos sobre isso.


            - O papai e a mamãe não vão vir junto?


            - Não, eles vão ficar aqui. Vamos logo, daqui a pouco vai escurecer.


 


            Peter, Luigi e Caroline andaram pela floresta, e encontraram em uma árvore, o abrigo que necessitavam.


            - Vamos passar a noite aqui, peguei algumas coisas do avião que podem ser úteis.


            Peter arrumou uma espécie de cama para os pequenos e logo eles estavam dormindo. Ele então resolveu parar pra pensar em tudo que havia acontecido naquele dia: A queda do avião, a morte dos pais de Luigi e Carol, a responsabilidade que agora ele, Peter, teria, afinal as duas crianças que agora dormiam passaram a ser responsabilidade dele, o que faria ali no meio do nada, numa floresta que ele sequer sabia o nome? Peter passou boa parte da noite nesses devaneios, somente quando o sol estava quase nascendo foi que ele conseguiu dormir, vencido pelo cansaço.


            - Bom dia, Peter. Eu sonhei com o papai e a mamãe.


            - Carol...


            - Onde eles estão? Eu quero saber, Peter.


            - Querida, não é o momento de você saber sobre isso.


            - Peter, tu sabes que a Caroline é teimosa, é melhor nos contar logo o que aconteceu.


            - Tudo bem... Sentem-se que eu conto, mas me prometam que não vão se desesperar.


            - Prometemos!


            - Bom, eu não sei como dizer isso, mas acho que é melhor ser direto, os pais de vocês, morreram. Quando o avião caiu, eles ficaram presos, como estavam muito machucados acabaram morrendo. Eu sinto muito, mas eu estar ao lado de vocês.


            - Como assim? Eles não podem ter morrido.


            - Eu também queria acreditar nisso, querida. Luidi, você está bem?


            - Estou ótimo, meus pais morreram, eu estou no meio do mato, não sei como voltar pra casa, tenho uma irmão de dez anos pra cuidar e a única pessoa com quem eu posso contar é um cara que me pergunta, após dizer que meus pais morreram, se eu estou bem. Claro, eu estou ótimo, não poderia estar melhor.


            - Quieto Luigi, a culpa não é dele. Peter, o que nos vamos fazer? Como vamos voltar pra casa?


            - Não sabemos onde estamos, então teremos que nos instalar por aqui. Eu vou pensar em um jeito de nos comunicarmos com o continente.


            Caroline chorou muito aquela noite, Peter percebeu e deitou-se junto dela, abraçando-a. Nos dias que se passaram eles construíram uma casa no alto de uma arvore, utilizando coisas da própria floresta e destroços do avião.


            - Lu, será que nos vamos conseguir sair daqui?


            - Não sei. Sinceramente não sei. Mas eu estou aqui com você, vai dar tudo certo.


            - Fico triste por ter perdido mamãe e papai, mas ainda tenho você e o Peter.


 


            Carol estava andando pela floresta, como fazia todos os dias, e escutou um barulho.


            - O que isso? Tem alguém aí? Que estranho. Não é a primeira vez que isso acontece.


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Notas finais do capítulo

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