Make a Mess escrita por Captain Marie


Capítulo 1
Capítulo 1 - Começa a confusão


Notas iniciais do capítulo

Gente, pode não ter muito sobre AC no inicio da fic mas eu garanto a vocês que lá pelo meio do primeiro capítulo, a coisa vai ficando digamos... interessante. Por favor, leiam.



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Clichê? Com toda a certeza, mas não há jeito melhor de vocês, que estão ai do outro lado da tela, me conhecer e saber como tudo ficou um pouco conturbado na minha vida.

Então, vamos começar com o óbvio: meu nome é Zöe (sim, com trema), tenho 16 anos e estou no segundo ano do ensino médio. Tenho as melhores notas da turma desde o primário e sempre, sempre gostei de dançar me levando a frequentar aulas de ballet desde os seis anos. Ser uma bailarina profissional é a minha meta de vida. Eu nunca tinha pensado muito bem nisso mas, tudo ficou cristalino quando em um espetáculo em Washington (cidade natal), um olheiro da American Ballet Theatre me deu uma bolsa para estudar na academia em Nova York. Eu fiquei saltitando, correndo e gritando coisas do tipo “ai meu Deus” e “ah!” por sete minutos consecutivos depois que ele meu deu o contato da academia. Foi uma experiência única.

Logo depois de meus pais finalmente se convencerem e ligaram para a academia (o que levou um BOM tempo), eles disseram que haviam feito umas pesquisas e gentilmente nos informaram de alguns apartamentos á apenas nove quadras do lugar. Ótimo. Fui junto com a minha mãe dar uma checada no lugar e era (ainda é) perfeito! Espaçoso mas não grande demais, piso de madeira para eu poder treinar mais a minha ponta (passei no exame bem recentemente, tipo uns quatro meses) e uma ótima vista para o urbanismo da cidade.

E finalmente, me mudei para lá. Sozinha. Independência total. Tudo estava indo perfeitamente bem. Escola de manhã e academia a tarde. Treinos de ponta em casa nos finais de semana e em algumas noites em que não estava tão cansada e mais algumas tarefas para os finais de semana (cortar a grama do jardim do apartamento, levar os cachorros dos vizinhos para passear, cuidar de crianças por 15 dólares a hora...). Como eu disse antes, tudo estava indo perfeitamente bem. Até semana passada.

Eu havia acabado de pegar o ônibus para voltar para casa, cheguei na portaria do prédio, dei “olá” para o porteiro, conversei sobre os vizinhos barulhentos do prédio com o sindico no elevador e então, ganhei meu dia encontrando a Sra. King sentada em uma cadeira na porta de seu apartamento.

- Olá senhora King, como vai? – perguntei botando na frase toda a minha felicidade. Não tem como ficar bravo com a senhora King. Ela é demais. Foi a primeira pessoa a me dar as boas vindas e convidando-me para um jantar no seu apartamento quando cheguei no prédio.

- Oh! – ela exclamou abrindo um sorriso - Já disse para você parar de me chamar de “senhora King” e começar a me chamar de Maggie. Eu tenho só trinta e cinco anos, sou jovem e não preciso ser chamada de senhora. Mas eu vou bem e você?

Dei uma gargalhada. Maggie seria o apelido de Margareth. Ela se tornou meu consolo para os dias difíceis. Sempre disse que quando precisasse, poderia bater na sua porta e para variar, faço isso muitas vezes. Sem meus pais a coisa aqui ficou um pouquinho complicada, eu sinto muita falta dos abraços deles então a senho... Maggie se tornou minha mãe emprestada.

- Desculpe, Maggie. Estou bem. Cansada, com fome e suja, mas bem.

- Ainda bem que você falou em fome! – Maggie simplesmente “PUF!”, desapareceu dentro de seu apartamento e quando voltou trouxe na mão uma forma com uma divina lasanha dentro – Tome querida, você vai ter janta para várias noites.

- Não acredito! – dei um grito de alegria enquanto pegava a lasanha – Não precisava. Mesmo.

- Imagina. Eu tenho observado você um pouco e vejo que você sempre chega bem cansada, as vezes com a sapatilha por baixo do tênis mal colocado, então...

- É, talvez. Mas eu nunca estou cansada demais para cozinhar alguma coisa, não precisa se preocupar.

Maggie abriu outro sorriso e por algum motivo, ele renovou as minhas forças.

- Zöe querida, se você não ir pra casa agora a lasanha vai esfriar. Esse frio de dezembrino não ajuda muito – parei um pouco e me lembrei de como estava gelado na rua. Acho que só não percebi porque dançar esquenta bastante.

Dei um sorriso que disse “obrigada”, abracei Maggie para me despedir e fui para casa. Fiquei procurando a chave dentro da minha bolsa por uns bons dois minutos e quando a achei senti que a lasanha já começava a esfriar. Quando entrei só atirei as minhas coisas em cima do sofá.

- Ai!

- Fique calma Zöe. Você está sozinha. Ninguém mora junto com você. Foi só a sua imaginação. – disse em voz alta para mim mesma. Tomara que esse “ai” tenha sido mesmo minha imaginação.

Passado o suposto susto, fui para a cozinha, botei a lasanha em cima da mesa, peguei pratos e talheres o mais rápido que pude e me sentei já retirando o papel laminado que cobria a divindade. O cheiro estava simplesmente divino. Servi-me de um pedaço razoável, precisava guardar para as outras noites. E também porque um nutricionista fez um tipo de visita anual a academia hoje e pesou os bailarinos, mas para a minha infelicidade, disse que devo emagrecer um pouco. Estou num peso ideal mas não tão ideal assim, preciso emagrecer e... ah, vocês me entenderam. Botei o primeiro pedaço na boca.

- Crê Deus Pai Todo Poderoso Criador da Terra e do Céu... ISSO É MUITO BOM! OBRIGADO MAGGIE! – gritei. Estava muito bom mesmo. A melhor lasanha que eu já havia comido.

Saboreei mais alguns pedaços ainda no escuro quando ouvi alguém falar:

- Dio mio... Connor, você está sentindo esse cheiro?

- Caramba! – outra voz – Eu achei que fosse só o meu cérebro me enganando, mas parece que não.

Eu, completamente assustada, peguei a frigideira do fogão procurando fazer o mínimo de barulho possível e me movi silenciosamente até o primeiro invasor. Com certeza eles já haviam sacado que tinha gente mas não custava tentar algo furtivo para imobiliza-los o que significa claramente, uma “frigideirada” na cabeça de cada um. Os invasores continuaram conversando sem notar que tinha alguém se mexendo dentro do apartamento (eu espero), notei que um deles estava no sofá com os seus olhos concentrados no outro invasor. “É a minha deixa” pensei. Então quando ele menos esperava (na verdade, NÃO esperava), lhe dei uma frigideirada usando toda a força que consegui juntar. Um eco enorme correu pelo apartamento, acho que foi tão forte que... não. Nada disso. Uma frigideirada não pode matar ninguém, eu espero.

- Connor? – chamou a voz remanescente – Connor? Você está bem? – de novo.

Seus passos indicavam que se movia em minha direção e como uma pessoa sensata, me escondi um pouco entre a traseira do sofá e o corpo supostamente inconsciente do invasor numero um. Apenas esperei. Como uma cobra pronta para dar o bote e então, quando o invasor numero dois começou a sacudir o corpo do invasor numero um procurando sinais de vida... eu ataquei. Outro eco. O invasor numero dois caiu inconsciente (eu espero) por cima do invasor numero um.

Beleza. Agora, eu só preciso descobrir o que fazer com os corpos.

- Acho que é um bom momento para ligar a luz – disse para mim mesma.

Fui até o interruptor ao lado da porta de entrada, pronta para ligar a luz quando de repente, ouço o barulho de chave destrancando a porta. Decido não ligar a luz. Apenas esperar. “Então existe um invasor numero três...” pensei, “A frigideirada deve funcionar”... de novo.” Esperei por mais alguns minutos até que a maçaneta finalmente foi girada e quando a porta se abriu, como eu suspeitava, havia um invasor numero três. Frigideirada nele. E como das outras duas vezes, funcionou. Puxei o corpo inconsciente (eu espero de novo) para dentro e tranquei a porta. Bem, agora que eu tinha os invasores inconscientes, o que ia fazer? Eu pensei em três coisas:

- Chamar a polícia

- Recolher as chaves e bota-los para fora do meu apartamento

- Tortura-los até que digam o que estavam fazendo ali

Resolvi optar pela terceira opção. Óbvio que eu não ia bem tortura-los, apenas revistá-los (recolher tudo o que possa ser usado como arma e claro, as chaves) e os prender com fita isolante em cadeiras ao redor da mesa da cozinha e claro, com a lasanha bem longe deles.

Fiz tudo isso e calculei que sua inconsciência não duraria mais muito então, tomei um banho rápido e botei uma roupa mais fresca, já que dentro do apartamento estava quente apesar do frio da rua. Blusa regata, um short mais largo e sapatilhas de ponta para treinar um pouco enquanto os invasores não acordam. Fiquei andando pela casa em ponta por mais ou menos cinco minutos quando ouvi seus gemidos de dor vindos da cozinha. Corri para lá e acendi as luzes.

- Ah, a luz queima meus olhos... – gemeu um deles.

- Che mal di testa cagna è questo? – gemeu outro.

- Não. Consigo. Me. Mexer. – por fim gemeu o outro bem pausadamente.

Nenhum deles havia notado minha ilustre presença no cômodo, só se deram conta de que tinha mais alguém quando falei.

- Nome, sobrenome, idade, numero da identidade, numero da carteira de motorista e o mais importante... o que estão fazendo aqui e quais as suas intenções. – tentei soar autoritária o que não deu muito certo, eu meio que gaguejei as palavras então, brandi a frigideira.

- Au... – gemeu um deles – Por que deveríamos te falar isso?

- Porque invadiram o meu apartamento.

- Invadimos? Nós não fizemos nada, nós moramos aqui. – disse outro.

- Moram nada!

- Moramos sim – disse o terceiro.

Quando fico meio nervosa, começo a subir na ponta e andar em círculos. Foi o que fiz. Então eu pensei, filosofei sobre a vida e pensei de novo. Resolvi que iria deixa-los recobrar a consciência completamente. Não ia adiantar nada tentar ter uma conversa com três invasores grogues.

Depois de alguns minutos eles finalmente fixaram o olhar em mim. Usavam uma roupa muito esquisita, o capuz da roupa era grande o suficiente para cobrir boa parte do rosto. Suspeito. O único que não usava era um dos da ponta.

- Nomes. – disse.

Eles me olharam com uma cara de cu e se tocaram de que se não começassem a falar, não iriam sair dali.

- Connor – disse o da ponta.

- Ezio – disse o do meio.

- Altäir – disse o da outra ponta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado se sim, COMENTEM, divulguem, gritem, sei lá... Se leram, obrigado por terem lido :D
Pretendo postar o próximo capitulo em breve.