Capítulo 34

Bia

Bia acordou com a cabeça latejando. Ela logo sentiu que seus braços estavam presos atrás de suas costas e percebeu que estava em uma espécie de sala cercada por telquintes.

Seu coração disparou. Onde estavam Lara, Tomas e Tess? Onde ela estava?

– Vejo que finalmente acordou, criança - disse uma voz sombria - E bem a tempo.

Ela olhou em volta e viu uma MI. Ela não podia ver a pessoa que falava, mas não precisava, sabia muito bem quem era.

– O que você quer?! - exclamou Bia - O que nós fizemos para você!

– Você tem razão - disse o bicho se aproximando da luz - Mas outras pessoas fizeram.

Uma aranha gigantesca apareceu na tela da MI. Seu corpo era gigante e peludo, mas a parte mais medonha era a cabeça. Era uma mistura de mulher e aranha assustadora.

Bia sentiu seu lado descendente de Athena aflorar e automaticamente se encolheu. Não importava quem fosse, aquela aranha assustaria qualquer um.

– Onde estão meus amigos?! - ela indagou.

O bicho deu uma gargalhada que ecoou por todo o local.

– A neta de Afrodite e o neto de Plutão estão tendo sua própria diversão - ela disse de modo sombrio - Já seu amado, o filho daquela garota, logo logo vai conhecer algumas das minhas filhas.

" Oh, deuses!", pensou Bia. Seu pesadelo veio à tona. As aranhas cobrindo Tess e ela, a rainha, Aracne, o matando. Bia engoliu em seco. Ela precisava fazer alguma coisa.

– Por que ? - perguntou Bia tentado ganhar tempo para pensar - Por que tudo isso?

Aracne riu.

– Que melhor jeito de se vingar da mãe, se não matando seu filho? - ela perguntou e a MI se desfez.

Bia sentiu um dos Telquintes segurar seus ombros e a levantar.Só então ela percebeu que uma das paredes da sala era de vidro. Ela dava para uma das únicas partes intactas da caverna. O chão e as paredes eram de pedra bruta e o teto tão alto que ela não conseguia ve-lo.

No centro do recinto estava Tess. Ele estava de joelhos e a cabeça a baixa. As aranhas começaram a ir na direção do garoto,que entrou em choque. Quando elas o alcançaram Tess gritou. Ele não reagia, só gritava.

Bia sentia as lágrimas correrem por suas bochechas. Seu pesadelo estava se tornando realidade. Estava acontecendo de novo. Ela não podia fazer nada, ela não podia ajuda-lo.

Não. Ela " tinha" que fazer alguma coisa. Ele era seu melhor amigo, seu namorado, seu amor. Ela não podia deixa-lo morrer. Não só por ele, mas por ela própria. Não poderia viver sem ele.

Ela sentia uma raiva invadindo seu corpo. Sentia raiva de Athena por ter transformado Aracne naquele monstro. Sentia raiva de Aracne por estar descontando neles uma raiva que sentia de seus pais. Sentia raiva de Tess por não reagir. Sentia raiva de si mesma por não conseguir reagir.

Os gritos de Tess aumentaram e a raiva tomou conta de Bia. Ela sentiu um fogo subir por seu corpo. A garota rompeu as cordas que a seguravam e os Telquintes que tocavam nela viraram pó. Estava na hora de reagir.

Autora

Bia estava recoberta por uma aura vermelha. Aquela era sua descendência do deus da guerra se manifestando. Ela raramente aparecia, mas nunca esteve tão forte.

A garota rapidamente acabou com os telquintes da sala e pegou sua espada. Ela abriu a porta e correu na direção de Tess que já estava quase coberto pelas aranhas. Os bichos simplesmente evaporavam ao tocar nela. Toda aura de poder da garota estava na superfície.

Ela segurou a mão de Tess,que esteva estendida, e o puxou. Com alguma dificuldade levantou o garoto e o apoiou em si. As aranhas continuavam a vir e chegou um momento que ela já não conseguia para-las. A raiva aumentou e chegou ao seu estado máximo. Bia soltou um grito de guerra e destruiu de uma vez todos aqueles animais repugnantes.

Nesse momento ela caiu de joelhos e Tess ao seu lado. O garoto, que estava fraco, caiu no chão e ela sentou e colocou a cabeça dele em seus colo. Rapidamente colocou a mão no bolso,tirou de lá um pedaço de ambrosia e deu ao garoto.

Bia colocou a cabeça sobre o peito dele e chorou pedindo a todos os deuses que ele estivesse bem. Foi nesse momento que ouviu um "Bia" bem fraco. Ela levantou os olhos e viu o namorado com os olhos abertos, a fitando confuso.

– Você está viva? - ele indagou.

Ela sorriu e assentiu com lágrimas nos olhos.

– Sim, e você também.

Tess sorriu e a puxou para perto de si, a beijando. Bia sentiu seu corpo amolecer e finalmente o cansaço veio. Quando se separou dele, desmaiou.

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Tommy bateu na porta da cela pela décima vez. Eles a tinham levado! Eles a tinha tirado dos braços dele! Ele a abraçara e eles a tinham levado!

Ele era um inútil! Nem mesmo pode salvar a garota por quem era apaixonado!

Tommy segurou a grade da cela e encostou a cabeça nela. Ele precisava pensar. Precisava parar de se lamentar e resgata-la.

Se fosse seu irmão, Tyler, poderia simplesmente virar um rato e passar entre as barras da cela. Mas ele não tinha herdado isso do pai. Precisava pensar em outra coisa. Talvez ele pudesse abrir um túnel. Era certo que eles normalmente desmoronavam, mas precisa tentar, por Lara.

Tommy se afastou das barras e se concentrou. Na sua frente um buraco se abriu. Ele sorriu. Era o melhor que conseguiria.

Tommy pulou dentro do buraco e foi criando uma espécie de túnel na direção que achava estar Lara. Não demorou muito o túnel a acabou e ele se viu em uma cela diferente da sua.

Lara estava no centro da sala amarrada a uma cadeira enquanto duas dracaenas a interrogavam, mas pelo jeito não tinham conseguido nada.

– Diga logo, menina! - reclamou uma delas - Onde esssstão ossssss outrosssss!

Lara deu um sorriso travesso e fitou o monstro.

– Eu não sei - ela mentiu - Eu já disse que não sei.

Ela disse de uma maneira tão firme que até Tommy acreditou. Só então ele percebeu, ela estava usando charme.

– Talvezzzzz ela não sssssaiba - disse uma das dracaenas.

– Você essssstá caindo no papo da cria de Afrodite! - exclamou a segunda - Não vê que ela essssstá mentindo!

– Por que eu mentiria? - indagou Lara - Vocês vão encontra-los uma hora ou outra, não tenho porque mentir. Vocês são muito inteligentes, aposto que os encontrarão sem ajuda de ninguém.

– É verdade - disse a dracaena que estava resistindo - Nóssss podemossss encontrá-lossss sozinhasssss!

– Ssssim! Podemosssss! - disse a outra.

Tommy balançou a cabeça. Essa era Lara. Sempre conseguia virar a situação a seu favor.

Ele saiu do buraco com cuidado e Lara, que estava de frente para ele, logo o viu. Ela sorriu rapidamente e desviou os olhos para sua mão. Tommy percebeu o que ela olhava e sorriu. Ela estava com sua adaga. Esperta.

Lara controlou os ventos e levou a adaga até Tommy sem que as dracaenas percebessem.Enquanto elas se vangloriavam, Tommy as acertou pelas costas e elas se desfizeram em pó.

Rapidamente soltou Lara, que o abraçou e sussurrou um " obrigada" em seu ouvido. Aquilo foi tudo que ele queria ouvir.

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Dylan cambaleou e sentiu alguém o segurar. Ele estava frito.

Depois de encontrar a sala de armas, ele tinha percebido que não conseguiriam sair dali com todas elas. Então Dylan se ofereceu para leva-los o mais longe que conseguisse pelas sombras. Ally e James aceitaram um pouco relutantes, mas foram.

O que o Di Angelo não sabia era que transportar duas pessoas e uma dúzia de armas seria tão cansativo. Ele foi para mais longe que conseguiu, então se esgotou e tropeçou para fora das sobras, trazendo tudo com ele. Mas as mãos que o ampararam com certeza não era de nenhum de seus amigos. Ele tinha sido pego.

– Dylan? - perguntou uma voz familiar.

Dylan levantou a cabeça e viu olhos tão negros quanto os deles o encararem. O homem que o segurara tinha por volta dos trinta e cinco anos. Era branco, quase pálido, e tinha os cabelos e os olhos tão negros quanto o abismo. Era seu pai.

– Pai! - ele disse o abraçando.

Dylan sentiu uma mão em seus cabelos e rapidamente de afastou e abraçou a dona da mão, sua mãe. Mas tinha algo errado. Ele percebeu assim que a abraçou. A barriga de sua mãe estava maior, mas ela não parecia gorda, parecia....

Dylan arregalou os olhos.

– Mãe, você está.... - ele não conseguiu completar.

A filha de Zeus assentiu. Dylan sorriu. Pelo jeito ia ter um irmãozinho.

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Tess corria pelo lugar com Bia nos braços. Ele apertava sua esfera de bronze celestial chamando seus pai, seu avô, qualquer um, ele só precisava de ajuda.

Bia estava desacordada em seus braços. A espada da garota na bainha da calça dele e sua mochila nas costas. Ela o tinha salvado. Ela tinha arriscado a vida por ele. E ele faria o mesmo.

Ele apertou a garota mais um pouco contra o seu corpo. Em parte estava aliviado, ela estava viva. E se Aracne tinha mentido sobre ela provavelmente tinha mentido sobre os outros.

Tess apertou a esfera e chamou novamente " PAI!". Mas dessa vez foi respondido. Alguns segundos depois ouviu " Tess?!". Isso! Isso! " Sou eu pai" ele respondeu " Preciso da sua ajuda" . " Onde você está?" perguntou Percy. " Em algum lugar perto dos dormitórios" respondeu o garoto. " Tudo bem, preste bem atenção" pedia o Jackson mais velho " Entre um dos quartos e feche a porta. Continue falando comigo, vou te achar, é uma promessaem " . " Tudo bem" ele disse "Obrigado , pai".

Tess obedeceu o pai e depois de vinte minutos a promessa foi comprida. A essa altura Bia já estava deitada na cama de um dos dormitórios. "Estamos na porta, pode abrir" disse Percy.Tess obedeceu e deu de cara com seu pai. Ele sorriu para o filho e entrou com todos atrás. Assim que confirmou que a porta estava trancada, sorriu e abraçou Tess , sendo logo seguido por Annabeth.

– Bia - ele disse ao se separar da mãe - Ela precisa de ajuda.

Mila correu até a filha e ajoelhou ao seu lado. Ela não precisava perguntar o que aconteceu, já sabia.

– Tess - ela chamou - Você tem ambrosia?

O garoto assentiu e pegou um pouco de dentro de sua mochila. Annabeth fitou a mochila, ela lhe era familiar.

Mila pegou um pedaço minúsculo de ambrosia e colocou na boca da filha. Depois colocou a mão na testa da filha e sussurrou algo inteligível. Imediatamente a semblante da garota suavizou.

– Ela vai ficar bem - anunciou.

– O que aconteceu? - perguntou Annabeth.

Tess sentou no chão, sendo seguido por todos, e contou tudo do que se lembrava.

– Eu pensei que aquilo só acontecesse com filhos de Ares - disse Tess confuso.

– Ela é descendente de Ares - falou Mila acariciando o cabelo da filha.

Tess levantou as sobrancelhas.

– Quantas descendências ela tem, exatamente? - indagou o garoto.

– De todos os olimpianos, com exceção de Hera e Ártemis, é claro, e de Hades. Além de alguns deuses menores - explicou Mila.

Tess arregalou os olhos impressionado.Mas Annabeth não prestava atenção a isso. Ele estava observando a mochila do filho. Não podia ser..... Ou podia?

– Tess - ela chamou - Onde conseguiu essa mochila?

Tess mordeu o lábio inferior um pouco nervoso.

– Eu ganhei - ele disse - Num sonho.

Annabeth o fitou desconfiada.

– Quem te deu?

Tess suspirou, era melhor falar de uma vez.

– Uma rapaz apareceu no meu sonho, eu não sei o nome dele, mas ele disse que era um velho amigo - começou o garoto - Ele disse que a mochila era sua, e você a tinha perdido no Tártaro e pediu para que eu ficasse com ela.

Nesse momento todos do quarto já prestavam atenção a história.

– Ele disse que não via você há muito tempo,que seu estado era irremediável e me deu isso - ele disse tirando o adaga do bolso - Ele disse que te deu essa adaga da primeira vez como uma promessa e que agora estava devolvendo com um pedido de desculpas por ter falhado com a senhora.

Annabeth estava com os olhos cheios de água. Ele estendeu a mão e pegou sua adaga.

– E ele me pediu pra dizer a você, tia Thalia - ele disse se virando para Thalia - Que sente muito por ter te magoado e que ainda vai cumprir aquela promessa.

Thalia assentiu e sentiu as lá grimas descerem. Malditos hormônios! Ela pensou.

Todos ali olhavam a cena calados e sabiam de quem o garoto falava.

– Quem era ele? - perguntou Tess.

– Luke - respondeu Percy.

Só então Tess entendeu. " O herói" ele pensou.