Avatar: A Lenda de Zara - Livro 3: Fogo escrita por Evangeline


Capítulo 15
Cap 14: Cicatriz




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Agora que tinha o rosto muito mais limpo, Zara não conseguia encará-lo. Era como um “Airon mais velho”.

– O que foi? – Perguntou ele grosseiramente sentando na cama e colocando a toalha pendurada no pescoço.

– N-nada. – Disse desviando o olhar e voltando para o canto do quarto que estava antes.

Ele franziu o cenho e resmungou algo antes de suspirar impaciente.

– Eu te trouxe aqui por que posso te ajudar muito mais do que aquele retardado do meu irmão. – Disse sem olhar para ela.

– Como assim? – Perguntou quase num sussurro a jovem Avatar, fazendo-o suspirar.

– Zara, os desaparecimentos não foram causados por Airon. – Explicou tentando não se estressar. – Ele pode ter algumas ideias loucas, mas ele não pode sumir com quase todo o exercito da Nação do Fogo. – Disse. Zara nunca havia se sentido tão burra por achar que Airon havia feito experiências em pessoas de todas as idades e de todas as partes da Nação.

– Então...? – Zara o encorajou a continuar e ele suspirou impaciente de novo.

– De acordo com as investigações da própria Nação do Fogo, não são apenas os dobradores que somem. Outros membros específicos do exercito também. – Começou a explicar. – Na Ilha do Avatar Roku estão as experiências absurdas do meu irmão, mas aqueles são desaparecimentos que encontramos ao menos o corpo. Ah, nenhum de meus homens matou aquelas crianças, Zara. – Ele esclareceu antes que ela o acusasse de novo. – Os desaparecimentos são piores.

“As pessoas simplesmente desaparecem sem deixar rastro nenhum. Mas por ter essa má fama, a Nação do Fogo não é autorizada a procurar pelos desaparecidos em nenhum outro continente. E não pretendemos atacar ninguém.”

Zara pensou um pouco sobre o que ele disse.

– Quer fazer o favor de se levantar? – perguntou impaciente por estar vendo a menina sentada num cantinho como se estivesse prestes a ser apedrejada. Zara o olhou confusa. – Senta na poltrona ou na cadeira da escrivaninha, sei lá. – Falou irritado.

Zara se levantou e sentou na poltrona, um tanto desconfiada.

– Tudo bem, indo direto ao ponto. Eu vou te levar para o Templo do Ar do Sul. – Falou surpreendendo a menina. – Posso te proteger de quem quer que estja se livrando de dobradores e pessoas importantes, e sei de um dobrador de ar que pode te ajudar com... você sabe. – Ele disse gestuando de um jeito estranho com as mãos. – Dobra de ar. – Finalizou.

Zara o olhou confusa e surpresa.

– Quer parar de fazer essa cara? – Perguntou irritado Avalon.

– Qual cara? – Retrucou Zara, já ficando irritada. – É a única que eu tenho. – Disse impaciente.

– Essa cara de quem nunca entende nada do que eu digo! – Falou ele e em seguida suspirou. Zara ficou calada e chateada. O cara me sequestra e ainda quer mandar na minha cara? Pensou estressada.

– Enfim... Eu também posso tentar te ensinar dobra de fogo, se quiser. – Ofereceu. Zara se controlou para não o olhar com a expressão confusa de novo, mas ele percebeu. – Você realmente acha que eu sou ruim? – Perguntou ele se exaltando e bufando. – Quer saber, esquece. Pensa um pouco aí sobre qual caminho você acha melhor e depois me avisa. Se quiser voltar a sair dobrando água pra se locomover, à vontade. – Falou com raiva e saiu do quarto.

Zara ficou encarando a porta por onde ele havia saído. Estava confusa e ao mesmo tempo certa de si.

Meu objetivo é dobrar fogo e ar, e aprender sobre os espíritos... E encontrar Vaatu. Pensava Zara. Se eu for com Airon e Gumo, vamos procurar um monge e sequer sabemos aonde, para depois ver se ele serve e para depois eu aprender... Só depois disso tudo eu aprenderia a dobra de fogo. Mas Avalon parece muito mais informado e pode me levar em segurança direto para um monge bom.

Ela ficou mais pensativa por um tempo.

Passou toda a tarde pensando sobre o que escolheria, passou toda a tarde naquela poltrona. Quando Avalon voltou para o quarto já era noite e Zara estava Deitada na cama, sem se cobrir por causa do calor.

Ele se aproximou um pouco dela e tirou algumas mechas de seu cabelo desregular do rosto. Suspirou desistindo de se livrar dela e pegou uma muda de roupas para tomar banho.

Quando entrou no banheiro foi direto para baixo do chuveiro. Sequer chegou a se olhar no espelho. Tomou um banho demorado e quando saiu do chuveiro vestiu apenas as calças antes de tomar um susto com o seu reflexo no espelho.

Correu para o quarto prestes a berrar quando olhou mais uma vez para a menina adormecida. Estava de olhos arregalados, algumas lágrimas lhe escorriam. Aquela cicatriz não era ao todo de Airon.

Era de todas as vezes que errou ao dobrar fogo, ao enfrentar as pessoas erradas nas horas erradas. Era tudo o que ele sempre foi. Aquela e todas as outras queimaduras em seu corpo eram marcas de sua vida.

E agora estava tudo limpo. Ou ao menos quase tudo, mas a sensação de ter o rosto normal de novo era arrebatadora. Ele se sentou na poltrona e abraçou o lençol.

Era possível apagar todas aquelas marcas?

Olhou para a menina que dormia e ficou encarando-a com o olhar confuso. Logo um toque lhe atingiu por pensamento. Ela devia estar com fome. Passou o dia inteiro sem comer nada.

Avalon foi até a cozinha ignorando as empregadas que o olhavam diferente por estar sem camisa. Ele pegou uma bandeja e logo se viu montando-a cuidadosamente para levar para Zara. Mesmo as empregadas o estranhavam, ele nunca ia a cozinha nem mesmo quando era ele quem estava com fome.

Mas ele não estava pensando nisso, estava com a mente ocupada entre levar uma maçã ou pães. Acabou escolhendo os dois. Levou a bandeja para o quarto e colocou e cima da cabeceira ao lado da cama, para então se sentar diante da escrivaninha e deitar na mesa, com a cabeça em cima dos braços cruzados.

Quando Zara acordou, mal imaginava o quão eufórico seu sequestrador estava. Olhou para os lados na escuridão da noite e pôde ver apenas as coisas que estavam iluminadas pela lua e pelos postes da rua, a luz que entrava pela única janela aberta do quarto.

Encontrou ao seu lado direito, na cabeceira da cama, uma bandeja farta. Havia frutas, pães, sucos e água. Ela não entendeu se era para ela ou para Avalon, mas não resistiu e pegou uma maçã.

Olhou para o rapaz que dormia deitado sob a mesa e ficou um pouco irritada. Devia ter me acordado pra dormir na sua cama, retardado. Pensou ela. Avalon estava no décimo sono, deveria estar até mesmo sonhando. Zara até ficou impressionada por ele não roncar.

Se aproximou de Avalon com cuidado e o levantou da cadeira, apoiando o corpo do maior sob o seu, para então deitá-lo na cama. Após coloca-lo numa posição que a menina achou que estava confortável, ela o cobriu brevemente para então voltar para a poltrona tão confortável.

O que Zara não sabia é que Avalon estava acordado.


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Notas finais do capítulo

Estou desanimada para escrever, então vou ficar de mimimi até eu achar que tem mais que apenas duas pessoas lendo. ):
É uma fic muito grande, ficar escrevendo ela sem ninguém reconhecer é realmente desanimador.