Avatar: A Lenda de Zara - Livro 3: Fogo escrita por Evangeline


Capítulo 13
Cap 12: O Sequestro de Zara




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Sozen havia voltado à caverna onde Zara ficara dormindo depois de ir ao mundo espiritual, mas estava na hora de acordar. A criatura a acordou devagar para não assustá-la.

– Hm... Sozen? – Zara resmungou acordando devagar. O animal levantou-se e apontou para a saída da caverna com a cabeça. Zara demorou um pouco a entender, mas quando o fez logo seguiu a criatura.

Sozen guiou a menina até uma das extremidades da ilha, onde encontrou Gumo e Airon, deitados no chão. A cena era realmente estranha e um pouco engraçada.

Airon estava com as pernas virada para o mar e todo encolhido no casaco de Gumo. Tinha o cabelo solto e muito bagunçado, até um pouco molhado, mas tudo estava escuro demais para Zara ter certeza. Gumo estava simplesmente deitado de barriga para cima, com o rosto um pouco virado para Airon, à sua esquerda.

Sozen se aproximou de Airon devagar e tocou a pata na cabeça do menino. Virou-se de volta para Zara, como se quisesse que a menina fizesse o mesmo.

Foi só quando chegou mais perto dele que pôde ver o estado do rapaz. Estava com o rosto muito machucado, e ela mal podia imaginar como estava o resto do corpo.

Um apontada de raiva lhe invadiu por sentir pena dele. Zara dobrou a água do mar, que estava ali tão perto, para poder curar os ferimentos no rosto de Airon.

Não acredito que estou tendo pena desse sem coração mentiroso e egoísta. Pensava a menina irritada enquanto o curava como podia, graças a posição dele.

Quanto terminou de curar o rosto dele, ajoelhou-se diante do corpo dele e virou-o devagar para tirar-lhe o casaco, quando viu que o rapaz tremia de frio. Ele tinha a expressão de sofrimento no rosto, que era para onde a menina estava olhando, até que Zara percebeu que Gumo havia acordado.

– Deixa ele descansar... – Sussurrou Gumo com a voz embargada.

– O que houve? – Perguntou a menina ao ver que Gumo não tinha nenhum arranhão. O rapaz sorriu um pouco olhando para Sozen, mas logo voltou o olhar para a jovem Avatar.

– Você não vai acreditar quando eu contar... – Disse com um sorriso travesso.

Gumo passou mais de meia hora para contar a história inteira para a menina. Ela não acreditava no que ouvia, principalmente na parte que ele disse que Sozen falou.

Quando ele terminou de contar a história inteira, Zara contou-lhe o que havia acontecido com ela. Gumo franziu o cenho preocupado. Lá vamos nós procurar um nômade do ar, monge e dobrador... Pensou o menino.

Logo os dois ficaram calados, apenas olhando para as estrelas. Zara refletia sobre seu dever, Gumo refletia sobre a sua vida.

No outro dia pela manhã, Airon não conseguia olhar nos olhos de Zara. Ele não sabia se Gumo havia contado à Jovem Avatar tudo o que ele havia dito, mas de qualquer maneira, havia mais razões para ele ter vergonha.

Reuniram-se na praia, queriam ter algum plano antes de partirem, além de que eles não sabiam para qual templo iriam.

– De qualquer modo, acho bom passarmos na capital para pegarmos suprimentos. Quem sabe descansar por um dia ou dois... – Disse Airon já na defensiva. Estava com medo de falar qualquer besteira.

Depois que Zara entrara em Estado Avatar no subterrâneo do Templo, Airon não queria irritá-la nem um pouco.

– Eu acho uma boa ideia... – Comentou Gumo. Zara olhou para o colega e assentiu. Estava planejado então, iriam à Capital da Nação do fogo.

Não demorou mais que uma tarde para chegarem à ilha principal da Nação do Fogo. Airon conseguiu conduzi-los facilmente para uma estalagem mediana. Não podia chamar atenção graças à Avalon.

Os três ficaram no mesmo quarto e Zara tomou um bom banho antes dos outros dois. O cômodo era espaçoso e tinha quatro camas. Toda a decoração era avermelhada, até mesmo o chão. Na cama sobressalente eles colocaram as malas, e cada um deitou em sua própria cama e dormiram até a tarde do outro dia. Há muito tempo eles não dormiam tão bem, e quando acordaram Zara curou o resto dos ferimentos de Airon.

Durante a tarde, Zara e Gumo foram ao mercado local. Compraram roupas da Nação do fogo e suprimentos.

Ao voltarem para a estalagem, encontraram Airon de cabelos curtos e com um corte na orelha.

– O que você fez? – Perguntou Zara revoltada. Se tinha algo muito bonito nele eram os cabelos, e agora ele simplesmente os cortara.

– Cansei de parecer com Avalon. – Sussurrou. Zara apertou a ponte de seu nariz com o indicador e o polegar e suspirou.

– Olha, Airon. – Disse a menina colocando as mãos nos ombros do rapaz, fazendo-o encara-la. – Você não é Avalon, nem se você tentasse ser. Você é Airon, o irmão mais novo, dobrador de fogo. Não importa como é o seu rosto. – Disse ela tentando reconforta-lo.

– Diz isso porque não viu ele. – Comentou Gumo entre um riso maldoso. Tanto Airon quanto Zara estranharam o tom na voz do rapaz, mas decidiram ignorar.

– Enfim, agora já foi... – Disse Zara suspirando de novo. – Eu gostava do seu cabelo. – Completou soltando-o e indo deitar em sua própria cama.

– Agora é ponto para Gumo! – Disse o próprio levantando as mãos em punhos como se estivesse comemorando, mas estava de olhos fechados e com um sorriso parcial que chegava a ser malicioso no rosto.

– Ponto para Zara, porque agora o único cabelo bonito aqui é o meu. – Disse a menina fazendo os dois rirem um pouco.

Era final de tarde e os três comeram algo antes de apagar as velas para tentar dormir. Mas Zara tinha muitas perguntas na cabeça, agora que tudo estava quase resolvido, apenas algumas coisas ainda lhe martelavam... Quem matou as crianças? Porque Zara não acreditava que uma discursão de irmãos fosse dar na morte de tantas crianças... A princesa Litta era realmente só uma lenda? De quem era aquela voz em sua mente? O que Roku quis dizer com “Apenas um verdadeiro dobrador de fogo é capaz de dançar com as chamas” ? Onde encontraria um monge do ar, dobrador? Qual era o problema com Gumo?

A menina suspirou em silencio e ouviu a porta abrir e fechar. Airon havia saído do quarto.

Zara tentava não se importar, mas era impossível.

Sequer precisou acordar Sozen, que estava esse tempo todo escondida no quarto para nenhum nativo vê-la. Se alguém reconhecesse Sozen, as suspeitas seriam mais do levantadas, seriam gritadas aos quatro ventos.

Mas como era tarde da noite, Zara e Sozen seguiram Airon até onde puderam. Ele estava caminhando normalmente pelas ruas, apenas prestando atenção a qualquer barulho. Sozen não fazia som algum ao andar, e graças ao exame de dobra de terra, Zara também andava em silencio.

Ao chegar numa área mais nobre da capital, Airon começou a esgueirar-se pelos cantos. Estava procurando algo, sem dúvidas. Zara ainda o seguia, e quando o rapaz entrou num beco sem saída, Zara sorriu um pouco ao ver que ele havia ido apenas buscar Vivi, que havia ficado para trás na Ilha do Avatar Roku.

– Quem está aí? – Perguntou Airon desconfiado virando-se para ver se encontrava alguém. Zara se assustou junto, afinal, nem ela nem Sozen haviam feito som algum.

Antes que pudesse se virar para ver o que era, alguém a agarrou por trás, colocando um pano na frente de seu nariz. No tecido havia alguma substância que a fez ficar muito tonta, mas não ao ponto de desmaiar.

Seus olhos estavam semiabertos e seu corpo foi erguido. Tudo o que Zara via era o céu estrelado, mas para cada estrela ela via amis três, borradas, graças à tontura.

– Airon... – Sussurrou atrapalhadamente sendo levada para algum lugar que tinha o pressentimento de que não iria gostar.

Quando Airon voltou ao quarto deles não encontrou Zara em sua cama.

– Gumo! Gumo! – Chamou apressado balançando o colega pelos ombros. O menino resmungou em resposta, tentando se soltar. – Gumo, Zara sumiu! – Disse Airon desesperado.

Gumo levantou num pulo e olhou para a cama da amiga e para baixo da mesma. Não havia sinal de Zara ou Sozen.

– Ai La... – Bufou o menino se levantando com pressa e se vestindo, afinal, estava sem camisa.

Os dois saíram desesperados a procura de Zara.

– Zara. – Chamou uma voz feminina elegante em sua mente.

– Zara... – Chamou novamente.

A menina não conseguia distinguir se a voz era real ou se estava só na sua cabeça, até que reconheceu o timbre da voz. Abriu os olhos e se encontrou mais uma vez num espaço, flutuando. A pressão sob seu corpo era menor desta vez, e as estrelas brilhavam mais.

– Zara... – Chamou mais uma vez.

– Você... – Disse Zara com dificuldade. – Quem é você? – Perguntou num sussurro embaralhado que nem mesmo ela estava entendendo bem.

– Eu sou Raava. – Disse a voz, e seu nome ecoou na mente da menina.

– E o que você é? – Perguntou mais uma vez. Sentia que não se lembraria daquele diálogo por estar tão tonta e quase inconsciente, mas precisava perguntar.

– Eu sou aquilo que faz de você o Avatar. – Respondeu misteriosamente.

– Não... – Sussurrou Zara negando com a cabeça. – Você é só o Estado Avatar. – Completou.

– Está certa, mas Zara, sou aquilo que faz de você o avatar. Você precisa se lembrar. – Dizia lentamente Raava, compreensivamente.

– Lembrar o quê? – Perguntou a menina.

– Lembrar de quando você me conheceu. Lembrar de porque você é o Avatar. – Respondeu Raava.

– Por que eu sou o Avatar? – Perguntou Zara com a voz fraca e embriagada.

– Por que você quebrou meus laços com Vaatu. – Disse a voz. Ao ouvir o nome de “Vaatu”, Zara arregalou os olhos e no mesmo instante os dois começaram a brilhar.

Em sua frente, Zara viu um belo espírito branco que parecia-se com uma espécie de pipa. Tinha lindos detalhes em azul claro e coisas parecidas com fitas saíam de suas pontas inferiores. Aquela coisa flutuava magnificamente diante dos olhos de Zara.

Raava = (http://ih2.redbubble.net/image.15470787.1423/flat,550x550,075,f.u2.jpg)

Ainda de olhos arregalados, tudo parecia claro para a menina.

– Vaatu. – Zara sussurrou.

– Sim Zara... Você lembra de Vaatu? – Perguntou Raava.

– Eu... Preciso falar com Vaatu. – Disse a menina.

– O quê? Não! – Exclamou o Espirito agitando-se. – O que você falaria com Vaatu? – Perguntou. Mas a menina não respondeu. Nas pontas de seus dedos das mãos e dos pés saiam jatos de luz branca, A imagem de Raava começou a desaparecer num brilho sem fim. Até que tudo ficou escuro e Zara sentiu seu corpo pesado como nunca.

Zara não conseguia enxergar anda e nem sentir muito bem o seu corpo. Sabia que estava deitada e que o ambiente ao seu redor era quente.

Zara. – Ouviu a voz de Raava em sua mente.

– Me deixa em paz. – Disse a menina com a voz dupla.

Assim que ela disse isso, alguém que estava perto dela encheu os pulmões rapidamente, assustado.

– Quem está aí? – Perguntou Zara com a voz normal, mas com raiva.

– Ah, desculpe. – Disse a voz de Airon, quando uma luz começou a iluminar devagar o cômodo.

Zara suspirou aliviada por ver que estava tudo bem, afinal.

– Cadê Sozen? – Perguntou Zara se levantando com certa dificuldade.

– Quem é Sozen? – Perguntou com o timbre um pouco mais grave que a voz de Airon.

Zara abriu os olhos e procurou pelo dono da voz, para em seguida sair da cama onde estava deitada e arrastar-se pelo chão até o canto da parede e abraçar seu próprio corpo com as mãos na frente da boca.

A semelhança era muita, mas eles não eram iguais. Ele tinha o corpo mais largo e mais alto que Airon, tinha o cabelo mais escuro e o rosto amis marcado pelo tempo. Usava roupas nobres e os longos cabelos presos num coque alto com o emblema da Nação do Fogo em metal preso no mesmo.

Estavam num quarto luxuoso, com mesas, cadeiras todas douradas e o chão, teto e paredes vermelhos. A cama onde ela estava tinha os lençóis de algodão vermelho com detalhes em dourado.

Era tudo muito lindo, a única coisa que destoava do cômodo eram uns lençóis no chão, com um travesseiro. Era onde Ele estava sentado. Para iluminar o cômodo ele apenas havia aberto as cortinas.

– A-Avalon?


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela demora, é que estou escrevendo outra história e estou tentando desenhar a capa dela. E eu sei que ainda devo a vocês um desenho da Sozen, mas espera ela crescer um pouco, aí eu desenho ela já grande que é mais fácil. :p