Estávamos estudando durante a aula de educação física, as provas para avaliar o ensino começariam em menos de uma semana, e infelizmente eu tinha que lidar com um pequeno problema. As provas que eu e Happy iriamos nos submeter foram adiadas, sem nem ao menos explicarem o motivo. Então eu fico na expectativa para algo que pode nunca acontecer.

– Nana você deveria prestar mais atenção – resmunga Aline, tenho tido devaneios frequentes, sempre com a cena dos meus sonhos, as vezes recrio-a como eu e Itachi, e isso chega a me incomodar profundamente, balancei a cabeça tentando prestar atenção na explicação de Aline.

Já tinha mais ou menos um mês que as aulas se iniciaram, e mais ou menos quinze dias que eu havia declarado guerra pelo amor do Dan, ele não sabe, ao menos eu não contei para ele. Porém sofro ao ver aquele projeto de vadia agarrar o meu Dan sem nem ao menos ter o direito de reclamar porque o infeliz ainda não se deu o trabalho de me pedir em namoro. Tenho certeza, nós mulheres somos muito complicadas.

Voltei minha atenção ao meu celular, ele havia vibrado era uma mensagem, meu coração palpitou quando li o nome em minha tela.

– É o Dan? – Pergunta Haruka, dei um sorriso pra ela tão largo que sequer precisou de uma resposta.

Dan:

Eu queria te dar bom dia... Então bom dia pequena. ♥ 10:23

Na verdade eu queria era te beijar, mas não posso. Não agora. 10:24

Minhas bochechas estavam quentes, e eu não conseguia parar de sorrir, os sms de Dan era frequentes, eu acordava com alguns todos os dias, porém sempre que eu lia seu nome em meu celular meu coração só faltava sair pela boca. Eu uma espécie de tortura, apesar de não me importar de ser torturada assim.

O sinal para voltarmos à sala havia tocado, respondi o sms rapidamente e acompanhei as meninas, os corredores do Mary Ann não são estreitos, e normalmente não há muitas pessoas vagando por ele, até porque a diretoria aqui é rígida, porém isso não impediu que Kim passasse por mim esbarrando bruscamente entre eu e Amaya.

– Qual seu problema? – Esbravejou a mesma, Kim a encarou dando um leve sorriso de canto, cínico e vitorioso fazendo meu estomago embrulhar só de ver.

Amaya não deixou barato quando a vadia loira estava para passar pela porta, Amaya apertou o passo e deu um empurrão na mesma. Aquilo foi o suficiente para fazer Kim desfazer sua alegria.

– Algum problema, em sabe... Passar pelo outro lado – Ironizou com um semblante furioso, Amaya riu e então a fuzilou com o olhar.

– Engraçado, eu que devia fazer essa pergunta pra você, o que foi? Ciúmes, inveja... Pode falar é recalque? – Verbalizou, dando um sorriso para Kim.

Ela não falou nada, fechou a cara e ficou encarando Amaya, normalmente mulheres irritantes não irritam minha amiga, mas por alguma razão Kim estava incomodando Amaya, já tinha alguns dias que ambas trocavam farpas, apesar do alvo ser eu é claro. O professor de matemática chegou, e então a aula ocorreu normal, a medida do possível, os olhares assassinos que as duas lançavam estava me deixando preocupada, mas sabia que na hora da saída Kim fingiria estar tudo bem, e agiria como a vadia falsa e fofa de sempre.

[...]

– Eu estou te convidando, poderia ao menos ir assistir comigo, em respeito a nossa cultura – insistiu novamente, era a terceira vez que Dan pedia para que o acompanhasse na estreia de Godzilla, não que eu não quisesse ir ver, só queria que ele prometesse ir assistir A Culpa é das Estrelas comigo também.

– Eu te ofereci um acordo – falei calmamente – é pegar ou largar – conclui sorrindo no final.

– Ah é feminino demais – resmungou.

– Não é não! – Rebati – você poderia ser legal com a sua namorada... – completei irritada.

Eu não sei por que, só sei que na a palavra “namorada” fugiu de mim, eu não queria dizer aquilo, e acabei dizendo, Dan me lançou um olhar assustado fazendo meu sangue ferver, arregalei os olhos e tentei falar alguma coisa, em vão...

– Namo... O que? – Disse atônito, ah céus agora eu queria poder sumir, sabe tipo a Mulher Invisível? Desaparecer e pronto.

Alguns minutos depois um sorriso sem jeito apareceu nos lábios de Dan, ele me deu um abraço e um selinho, ainda estava um pouco nervosa por dizer algo tão estúpido.

– Isso foi a coisa mais fofa que você já sem querer falou para mim – sussurrou me dando outro selinho, pronto se antes eu estava envergonhada agora estava querendo fugir dele, não por não ter gostado e sim porque tinha medo da minha felicidade ser “demais”

“Será que ele consegue ouvir o meu coração? Pois nesse momento ele parece estar gritando o seu nome”.

– Dan, meu filho onde o café dessa casa está? – Interviu Isao, ou melhor, o pai do Dan, que fez algumas caretas e levantou-se do sofá indo ajudar seu pai que ainda não se entendia com a casa.

– Ele é realmente muito apaixonado – comentou Itachi, que havia aparecido do nada me assustando.

– Hã? Do que... Está falando? – gaguejei encarando um pouco sem graça, se fosse qualquer outra pessoa pela forma como ele me encarava, eu poderia jurar que estava com ciúmes.

– Nada... – murmurou ele encarou o caminho onde Dan há pouco havia passado, alguns minutos apenas, mas pareceu uma eternidade – Vamos. – completou.

– Vamos? Oi? – Respondi sem entender, ele ainda encarava a porta da cozinha, observava de longe o Dan – Itachi... Nós vamos aonde? – Perguntei outra vez.

– A prova... – Murmurou.

[...]

Desculpas, sempre acabado dando várias delas ao longo do dia. Hoje não foi diferente, acabei inventando uma desculpa nem um pouco convincente ao Dan, eu nunca fui boa em mentir.

Sakura e Kero explicavam algo sobre a prova, não era um labirinto seria algo bem diferente. Somente uma pessoa tapada como eu pensaria que eles fariam uma prova parecida com o treinamento.

– Resumindo tudo – exaltou Sakura – Nós faremos uma batalha, entre os guardiões de vocês, o que acontece é que os viajantes vão dar as ordens de ataque e defesa. É isso.

Olhei pro Happy e pisquei incrédula, ok ok eu entendi tudo que tinha que fazer o problema é que NUNCA NOS ENTEDEMOS. Como vamos vencer uma luta se ele não me obedece?

– Itachi – sussurrei ele continuou a encarar o nada (ele só pode estar encarando o nada) – por favor, me diz como eu faço aquele gato alado me obedecer? – falei tentando inutilmente manter uma conversar com ele.

Silêncio desconcertante.

– Nossa... Ele tá te ignorando Nana – intrometeu-se Happy, bufei zangada e voltei minha atenção ao ringue de boxe em minha frente, a primeira luta iria começar.

Lorena Paiva e Diogo Migliori foram os primeiros a colocarem seus guardiões dentro do ringue, ela era alta, loira e com o corpo que tinha sequer aparentava ter 15 anos. Eu aparento ter 15 anos... Ele já é magro vive com um sorriso malicioso nos lábios ajeitando os óculos grandes e quadrados têm uns cabelos castanhos bagunçados que aparentemente não são cortados com frequência.

Chopper era o guardião da Lorena enquanto o Kon era do Diogo.

– Hei docinho, com esse corpo você não gostaria de sabe... – começou Diogo ele ajeitou os óculos e sorriu, aquele sorriso me dava nojo revirei os olhos.

Lorena riu, e com um grito ordenou que Chopper desse dois ganchos de direita em Kon que caiu no ringue sem conseguir se mecher, Nami deu um abraço na loira e as duas comemoraram, deixando Diogo atônito e muito irritado.

No placar em atrás do ringue 50 pontos foram acrescentados ao lado da imagem da Lorena, ela comemorou mais uma vez e enquanto pulava animada pude notar o seu símbolo, era um sol em sua nuca, os seus longos cabelos loiros escondiam muito bem, ao contrário da minha flor que ironicamente todo mundo via. Fitei o desenho em minha mão.

“Eu sou tão sensível assim para receber essa flor?” me perguntei.

As lutas continuaram a acontecer, algumas durando mais que dois socos e outras acabando mais rápido do que um piscar de olhos. Até que o nome de Kim foi anunciado.

Calmamente ela andou até próximo do ringue, um sorriso vitorioso já estampava seu rosto, ela estava com uma blusa bege de alça deixando visível o raiki em seu ombro, Sasuke estava ao lado dela enquanto Charlie mais séria adentrava no ringue.

Então Sakura olhou na folha novamente enquanto todos aguardavam ansiosos pelo nome que ela anunciaria claro que nenhum deles aguardava como eu, era questão de honra se fosse eu a sua adversária eu venceria Kim a qualquer custo.