Zumbilândia - Matar ou Morrer. escrita por The Huntress


Capítulo 43
Noite de Natal – Capítulo Bônus.


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys. Não queria terminar a fanfic no capítulo "O início do fim", então resolvi colocar esse capítulo bônus (não é o último). Enfim, boa leitura cupcakes :3



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Kimberly

Alguns minutos depois que Justin chegara, Donna mandou que os levassem para a casa nova. Porém, Justin insistiu para que pudesse tomar um banho e trocar de roupa. Depois, fizeram curativos em Justin, as mordidas já estavam cicatrizando. Eles entraram em uma van e seguiram caminho até a casa nova. Kimberly foi contando a Abiagail tudo o que acontecera com ela e com os amigos desde o início do apocalipse zumbi. Enquanto seguiam viagem, Kimberly pôde ver vários grupos de homens e mulheres aventurando-se nas ruas atrás de zumbis. Eles estavam muito bem equipados com roupas, armas e com os soros. Ela conseguiu ver quando um cara injetou em um zumbi o liquido. Ele caiu no chão, parecia morto. Mas aos poucos foi recobrando a consciência. Ainda parecia um zumbi, mas não estava atacando ninguém. Parecia que seu desejo insano por carne humana estava sumindo.

Kimberly não conseguiu conter o sorriso. Aconchegou-se ao lado de Justin e acabou dormindo. Quando acordou, a van já estava estacionando na frente de uma casa. A casa não era enorme, mas parecia ser bem aconchegante. Todos desceram da van e entraram na casa. Como Abigail dissera, a casa estava enfeitada. Não era a decoração mais linda do mundo, mas, ainda sim, era uma decoração. Tinha até uma árvore de Natal.

Abigail distribuiu tarefas para eles. Ela, Kimberly, Justin, Drake, Erika, Dallas e Kate ficaram na cozinha, enquanto os outros iriam arrumar o resto da casa.

–Eu nem acredito que estamos preparando uma ceia - dizia Justin, animado, enquanto cortava algumas verduras. - Sério, se a gente não tivesse uma ceia...

–Justin, sossega - Kimberly disse, rindo - Nós teremos uma ceia, está bem?

–Drake, seu animal! - ralhou Erika ao se aproximar de Drake. - Você está fazendo tudo errado!

Kimberly riu da expressão assustada do amigo.

–Meninos, por favor, vocês vão quebrar isso! - Abigail falou, arrepiando-se ao ver Justin e Dallas jogarem um para o outro três bolinhas brilhantes.

–Eles não crescem nunca, cara - disse Kate, fazendo todos rirem.

Quando eles terminaram tudo eram quase oito horas da noite. Kimberly subiu para o seu quarto e ao adentra-lo viu uma caixa simples em cima da cama. Kimberly abriu a caixa e viu um vestido com um cartão dentro.

"Kimberly, encontrei esse vestido quando estava atrás das coisas para enfeitar a casa com Dallas. Não foi fácil acha-lo. Porém, mesmo com o mundo de cabeça para baixo, ainda é seu aniversário e quero que você fique linda. Com amor, vovó."

Era o que estava escrito no cartão. Kimberly abriu um sorriso. O vestido era lindo, nem parecia que tinha ficado tanto tempo guardado no fundo de alguma loja. Ela ficou admirando o vestido por um tempo até reparar três pessoas na porta. Eram Abigail, Kate e Erika. Kate segurava um sapato preto de salto nas mãos. Kimberly revirou os olhos.

–Não vou usar um sapato de salto alto - ela disse.

–Ah, vai sim, querida - Kate disse. - É seu aniversário e todas nós sabemos que você não leva o menor jeito para se arrumar, então viemos dar uma ajudinha.

–É aniversário do Justin também. Vão perturba-lo!

–Só queremos deixa-la apresentável hoje, querida - Abigail disse. - Agora, fique quieta e nos deixe trabalhar.

–x-

Alguns xingamentos mais tarde, Kimberly estava pronta. Ela olhou seu reflexo no espelho e se assustou com o que viu. Em situações normais nunca teria se produzido tanto. Tocou seu penteado e depois analisou o próprio rosto. Nem parecia que era a mesma Kimberly Mclean. Nunca se sentira tão bonita. O vestido que a avó lhe dera tinha o caimento perfeito. Certo, ficou grande aqui e ali, mas a avó deu um jeito.

Erika e Kate saíram do quarto depois de dar os últimos retoques em Kimberly. Abigail tocou o ombro da neta e encarou o reflexo da mesma no espelho. Kimberly era parecida com a avó. Tinham os mesmo olhos azuis claros. Os mesmos cabelos ruivos. E agora as duas estavam radiantes.

–Vó, eu nem sei como lhe agradecer – Kimberly disse, encarando a avó pelo espelho.

–Minha querida – Abigail segurou as mãos da neta e sentou-se na cama com ela. – É o seu aniversário e o nosso natal... Tem que ser algo bem especial depois de tudo o que você passou.

–Mas, não precisava se arriscar indo atrás de um vestido para mim.

–Considere isso um presente de natal e aniversário – Abigail piscou para a neta. Kimberly a abraçou. – Agora, vamos lá para baixo. Alguém está esperando por você.

Abigail desceu e Kimberly olhou seu reflexo novamente. Era incrível o que Kate, Erika e Abigail tinham feito com ela com apenas algumas maquiagens (que Abigail encontrara e que ainda estavam na validade) e com alguns grampos. Kimberly nunca deixara suas sardas tão expostas como estavam ultimamente, mas Justin as adorava e Kimberly adorava vê-lo feliz então sempre deixava a mostra. Hoje não foi diferente. Ela pediu para Kate não passar a base e o compacto. Não, ela queria estar o mais natural possível. E agora ela estava, realmente, deslumbrante. Pensar em Justin a vendo desse jeito, fez seu coração acelerar. Será que ele a acharia bonita estando toda produzida?

Kimberly não quis demorar muito, afinal, era apenas o natal e seu aniversario e não seu casamento. Ela respirou fundo e desceu as escadas. Kimberly procurou por todos na sala de estar. Todos já estavam lá. Abigail, Jason, Jasmyn, Christopher, Amber, Drake, Erika, Dallas, Kate, Lucy, John e, finalmente, Justin. Ele estava lindo, concluiu Kimberly. Todos calaram-se quando a avistaram, Kimberly sentiu-se constrangida, mas limitou-se a sorrir.

–Wow, você está linda. Kimberly Mclean, usando vestido? Quem é você e o que fez com a minha namorada? – Justin sorriu, segurando a mão de Kimberly e a recebendo com um selinho. – Pensei que não estaria vivo para ver esse dia.

Um calafrio percorreu o corpo de Kimberly. Ela não gostava de se lembrar da morte de Justin. Se ela não tivesse injetado o soro na veia de Justin, a essa hora ele seria mais um zumbi. Ela lançou um olhar diabólico para o namorado e foi ao encontro de Dallas e Kate. Todos pareciam estar se divertindo. Abigail, Christopher e Amber estavam brincando com as crianças. John, Lucy, Drake e Erika estavam conversando, enquanto ela, Justin, Dallas e Kate também conversavam. Kimberly pediu para Kate a acompanhar até a cozinha e ela não hesitou. Precisavam conversar.

–O que aconteceu? – Kate perguntou, olhando para a amiga com preocupação.

–Bem, tirando o fato de que eu estava morrendo de saudade de ficar a sós com você... Não aconteceu nada – Kimberly deu de ombros.

Kate abriu um sorriso e envolveu a amiga em um abraço. Donna parecia ter pensado em tudo. Ela mandou que colocassem água e alguns suprimentos nos armários e geladeira. A luz, de vez em quando, faltava, mas voltava rapidamente. As linhas telefônicas ainda estavam mudas e as redes wi-fi não estavam funcionando – o que deixou Drake e Christopher bem chateados. Mesmo com as limitações, eles estavam bem. E era isso que importava.

–Kate, o que aconteceu com seus pais? – Kimberly perguntou. Era a vez dela de olhar com preocupação para a amiga.

–Ah, – Kate suspirou. – eles preferiram ir atrás de Austin. Eu disse que era arriscado, mas eles não quiseram me dar ouvidos. Não consegui mais ter contato com eles.

Kimberly a envolveu em um abraço. Ela esperava que a amiga chorasse, mas tudo que Kate fez foi dar um sorrisinho.

–Vamos lá, Kim. Nada de coisas tristes hoje. É natal e aniversário seu e do Justin. Hoje é um dia feliz, não?

–Sim. Um dia feliz – Kimberly sorriu.

Elas voltaram para a sala de estar abraçadas. Encontraram-se com os namorados e todos cantaram parabéns para Kimberly e Justin. Abigail serviu a ceia improvisada e todos deliciaram-se. Quando todos já estavam cheios, Kimberly ficou de pé, ergueu o copo que continha água e sorriu.

–Eu só queria agradecer a vocês por tudo isso. Por estarem aqui. Durante esses meses passamos por poucas e boas. Perdemos muitos, mas ganhamos ainda mais. Eu não teria conseguido nada disso se não tivesse vocês ao meu lado. Eu não podia pedir um Natal-barra-aniversário melhor. Meu namorado, minha avó, meu irmão, meus amigos... Esse sim é o Natal-barra-aniversário dos meus sonhos. O Natal e aniversário com a minha família.

Foi um "own" geral, abraços e beijos de todos os lados. Mas era a verdade. O Papai Noel não podia trazer presente melhor a Kimberly do que o amor e o carinho de todos eles. Todos levantaram-se da mesa e seguiram para a sala de estar. A televisão ainda não estava pegando, mas divertiram-se contando de seus natais passados. Era divertido ouvir as histórias de Abigail.

Em algum momento da história de Drake, Justin chamou Kimberly e ela o seguiu. Eles ficaram na varanda da casa, sentados e abraçados. Era quase impossível acreditar que eles estavam ali sem estarem correndo o risco de serem mordidos por um zumbi. A noite estava escurava por conta da neve e uma ou outra casa tinham enfeites e pessoas conversando dentro das mesmas. Kimberly teve a sensação de dever cumprido. Ela aconchegou-se nos braços de Justin, ele ainda tinha os curativos no braço, mas ela não se importou com isso, simplesmente sorriu.

–O que foi? – Justin perguntou, encarando-a.

–É difícil acreditar que finalmente conseguimos.

–Enquanto faziam o curativo no meu braço e na minha perna, perguntei a um enfermeiro o que fariam com o soro já que eles tinham a prova de que funcionava.

Kimberly o encarou.

–E o que ele respondeu?

–Donna vai exportar cópias do soro para todos os países. Claro, vai dar o devido reconhecimento a você, a mim e ao nosso grupo. Vamos ficar famosos.

Kimberly riu, seguindo a risada de Justin. Era bom escutar a risada dele.

–Mas, agora que somos só “Kimberly e Justin, sobreviventes do apocalipse zumbi”, o que acha de aproveitarmos?

–E você está pensando em que? – Kimberly ergueu uma sobrancelha.

Justin levantou-se e caminhou até o jardim que estava coberto de neve. Fez uma bola de neve e acertou Kimberly.

–GUERRA DE BOLA DE NEVE – Justin gritou.

Kimberly riu, tirou os sapatos e correu até o jardim. Começaram uma guerrinha. Nenhum zumbi apareceu para atrapalhar. Justin correu atrás de Kimberly e a segurou pela cintura, mas acabaram caindo na neve e encararam-se. Kimberly não percebera que estava chorando até aquele momento. Mas, estava chorando de felicidade. Em meses, desde o inicio do apocalipse, não tinha conseguido imaginar um dia deitada na grama cheia de neve com Justin ao seu lado. Parecia loucura, mas era real. E ela sabia que Deus estava agora olhando para ela com uma expressão de aprovação. Bem, ela imaginava isso. Imaginava que Deus estava tão feliz quanto ela.

Desde quando conheceu Justin, Kimberly achava estranho estar com alguém que não falava o que sentia – não diretamente e não tão diferente dela–, mas quando estava com ele... Apenas o jeito dele de olhá-la, já fazia com que seu coração disparasse, era um jeito de olhar tão sereno e puro que ela sabia que aquilo era maior e melhor que qualquer declaração ou um eu te amo. Ela poderia ficar parada olhando para ele o dia inteiro que não se cansaria, não enjoaria. Até sem nem se quer se mexer, ele a fazia bem. O som da respiração dele trazia uma paz que ela nunca imaginou que pudesse sentir com outra pessoa ao seu lado, o sorriso de lado no canto direito da boca sempre a fazia sorrir, e aquele olhar? Era absurdamente hipnotizador. Kimberly percebeu que, naquele momento, enquanto encaravam-se, queria que Justin a amasse tanto quanto ela o amava.

–Nós vamos ficar bem, não é? – ela perguntou, ficando de pé. Justin repetiu o movimento. Kimberly encarou a neve sobre seus pés, a noite estava fria, mas era agradável estar ali fora sem nenhuma jaqueta.

–Isso só o tempo vai dizer – Kimberly sentiu os dedos de Justin em seu queixo, erguendo-o para que suas faces estivessem na mesma altura. – E é claro, algumas companhias, como nosso grupo, também podem contribuir para que o processo seja mais rápido.

Uma pequena risada escapou da boca de Kimberly, e ela observou um sorriso formar-se no rosto de Justin.

–Você vai estar ao meu lado? – o coração de Kimberly batia extremamente descompassado naquele momento. – Vai estar aqui para me ajudar?

–Não acredito que perguntou algo tão óbvio – a expressão de Kimberly tornou-se confusa. – Estaria do seu lado mesmo que você não quisesse, Mclean.

Justin selou seus lábios e eles começaram um beijo profundo e apaixonado. Porém, alguém limpou a garganta fazendo-os encerrarem o beijo. Era Dallas. Ele estava de pé na varanda da casa, segurando uma bola de neve com luvas nas mãos. Os outros estavam atrás dele.

–Vocês querem começar uma guerra de bola de neve sem nós? – Dallas perguntou erguendo a sobrancelha. Kimberly e Justin sorriram.

–Venham logo – Kimberly chamou.

Todos desceram e Kate deu uma bota para Kimberly e luvas para ela e Justin. Todos estavam divertindo-se. O clima estava frio, mas Kimberly mal sentia o vento gelado tocando sua pele. Ela estava mais concentrada em correr, junto com Justin, atrás de Jasmyn e Jason. Quando uma pequena nevasca começou, todos entraram, mas, antes de entrar, Kimberly olhou para o céu negro e sorriu.

–Eu disse que não ia decepcionar você, Eleanor. Cumpri minha promessa. Espero que esteja feliz.

Justin abriu a porta e colocou a cabeça para fora. Olhou para Kimberly e estendeu a mão.

–Vem. Só falta você, amor.

Kimberly assentiu e correu para dentro da casa. Para juntar-se a sua família. Esse foi o melhor Natal/aniversário que Kimberly poderia ter. As coisas poderiam até piorar, mas, se estivessem juntos, poderiam passar por qualquer coisa. E, como Justin dissera, não era um apocalipse zumbi fedorento que iria mudar isso. “Um por todos e todos por um”, lema dos três mosqueteiros e agora, também, da família de Kimberly.

"Falta acreditar em alguma coisa de verdade. Falta o senso de missão, de dever cumprido, de fazer algo realmente importante, que será diferente e melhor. Faça a diferença!" - Edigleide Rabelo


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam do Natal-barra-aniversário da Kimberly e do Justin? Comentem, please :3



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