Cidade de Paris, 23 de outubro de 1835.
Isabella termina sua apresentação na casa de espetáculos La Femine e é ovacionada por sua bela voz. Um par de olhos rubros a olha intensamente enquanto se dirige para trás do palco.
Tânia: Bela apresentação menina. –Diz Tânia ao adentrar o camarim da jovem.
Bella: Obrigada, senhora Tânia. –Diz Bella terminando de arrumar seu cabelo em um coque displicente.
Tânia: Tenho uma boa noticia. Logo poderá deixar esta vida como minha empregada para ter uma vida digna e luxuosa. O que acha?
Bella: Como isso é possível, senhora Tânia? –Disse Bella espantada.
Tânia: Uma pessoa deseja conhece-la pessoalmente, está muito interessado em sua pessoa. Tenho certeza que se você se aproximar dele deixará de ser minha funcionaria.
Bella: Disse “ele”?
Tânia: Lorde James é seu nome. Ele é um cliente assíduo e de grande prestigio pela fortuna que possui. Ele está encantado com você menina, quer conhecê-la e tenho certeza que depois desse encontro fortuito ele pedirá você em matrimonio.
Bella: Mas eu não poderia casar com alguém que não conheço!
Tânia: Não seja boba! Precisa casar-se com alguém abastado, é assim que deve ser! Quer passar o resto de seus dias trabalhando como cantora de um bordel?
Bella: Ao menos ganho de forma digna meu dinheiro. Apesar de trabalhar neste lugar, eu não me prostituo.
Tânia: Eu sei, mas menina... É o seu futuro!
Bella: Lamento, mas depois de perder meus pais decidi que farei apenas o que o meu coração mandar. Se tiver que casar, será com alguém que eu amo.
Tânia: Ao menos o conheça. Não há mal nisso... Há?
Bella: Que seja então.
Tânia: Irei chamá-lo. –Não demora a um galante rapaz de longos cabelos castanhos e olhos da mesma cor adentrar o recinto, era elegante. Usava vestes caras e finas. Aproxima-se de Bella que se encontrava de pé, estende uma rosa vermelha a jovem que apenas diz “obrigada” pelo gesto. Ela oferece um local para sentar e assim ele o faz.
James: Senhorita Isabella, permita-me... –Pega delicadamente a mão pequena de Bella beijando-a suavemente. –Precisava cumprimentá-la a altura.
Bella: Obrigada por sua gentileza, Lorde James. Soube pela senhora Tânia que desejava me conhecer. Pois bem estou aqui diante de seus olhos.
James: E não sabe o quanto fiquei satisfeito por ter aceitado meu pedido para conhecê-la, senhorita Isabella. Tenho esperado por este dia desde que a vi aqui nesta casa de espetáculos pela primeira vez há seis meses atrás.
Bella: Lorde James, eu fico lisonjeada com a rosa, seu cumprimento e o tratamento que me dispensa, mas sei de suas reais intenções, Tânia me comunicou. Creio que não sou digna de ser algo sua.
James: Não diga tal infâmia. É justamente a companheira que procuro. –Sorriu deixando uma Bella atônica com o olhar que parecia preso a sua pessoa. Aquele olhar a encantava, mas ao mesmo tempo em que se sentia eufórica, sentia-se temerosa.
“-O que sinto ao vê-lo? Apesar de sentir certa atração, sinto um medo gigantesco! Ele possui tanta maldade em seu olhar.” –Deixou de olhar para os olhos de James passando a fitar o chão.
Bella: Lorde James, eu não sei o que pretende com seus atos, mas saiba que não estou disposta a participar de nenhum acordo matrimonial. Eu só irei casar com o homem que amo, não importa se este tiver posses ou não. Eu não o conheço e por esse motivo não pretendo ter absolutamente nada com o senhor. Agora eu me retiro, preciso ir para minha casa. –Bella sai enquanto James permanece atônico. Logo Tânia adentra o local, sabia o que Bella havia dito assim como sabia a reação explosiva que James teria pela rejeição. Nada disse, sentiu seu corpo ser jogado violentamente na parede e uma mão apertar fortemente seu pescoço.
Tânia: MALDITO!
James: EU A QUERO! PENSEI QUE A CONVENCERIA A FICAR COMIGO, MAS VEJO QUE NÃO FEZ O QUE ORDENEI!
Tânia: NÃO TEM PODER SOBRE MIM! PODE TER SIDO ESCOLHIDO PARA SER O RESPONSAVEL PELA CIDADE DE PARIS PELA ORDEM VAMPIRESCA, MAS DENTRO DE MINHA CASA NÃO TEM PODER! –Consegue libertar seu pescoço, mostra um olhar furioso de cor rubra. James mantinha seus olhos rubros em Tânia, estava em sua forma de vampiro tal como a moça a sua frente. Retirou-se do local com um olhar calmo, isto preocupou a Denali.
James: Eu sempre tenho o que desejo. –Falou antes de desaparecer por um corredor. Tânia suspirou aliviada pela partida do rapaz, mas algo lhe preocupou.
Tânia: Bella... –Passados alguns minutos, alguém entrou novamente no local, Tânia permaneceu sentada escovando seus cabelos, era ele.
Tânia: Conde Cullen.
Edward: Tânia - Entregou uma rosa à mulher que lhe sorriu, a beijou voraz. A olhou atentamente.
Edward: O que há? Sinto que algo a perturba.
Tânia: Veio em um momento não muito bom, querido. Adoraria entretê-lo, mas creio que isso não será possível hoje.
Edward: Pena, eu estou sentindo saudade de seu corpo macio. –Aproximou-se da mulher beijando-lhe delicadamente a curva do pescoço, Tânia suspirou com o contato.
Edward: Eu a deixarei, mas antes me diga o que a perturba.
Tânia: É James. Desde que foi escolhido pelos vampiros tem exigido a minha melhor funcionaria para que seja sua.
Edward: Fala da senhorita Swan? Mas ela não é uma meretriz.–Disse Edward fitando o chão. Tânia o observou enquanto falava.
Tânia: Não, pensei que dizendo isso ele desistiria de te-la, mas minhas palavras apenas aumentaram seu desejo. Ele acaba de ser dispensado por ela, não ficará de braços cruzados diante do que ocorreu.
Edward: Por que se preocupa com uma simples humana? Humanos são gado para nós. -Falou frio.
Tânia: Não vejo Isabella como fonte de alimento já que sou uma vampira e creio que você também não a vê assim, Conde Cullen. –Edward permaneceu de costas para Tânia.
Edward: Preciso ir. Já é tarde da noite. –Este sai sendo observado por Tânia que sorri.
Já passava da meia noite. As ruas de Paris estavam praticamente vazias. Uma jovem passou a correr freneticamente sendo seguida por dois homens robustos. Acabou por cair, levantou-se rapidamente. Um dos homens que a perseguia a segurou pelos cabelos, o outro se pôs de frente para ela.
-Temos de levá-la para ele sem nenhum ferimento, mas isso não impede de nos divertimos com essa bela jovem. –Disse com um sorriso cínico estampado na face.
-Tem razão. –Disse o outro ainda segurando os cabelos castanhos de Bella. A arrastaram para um beco. Bella lembrou-se do pequeno punhal dado por Tânia a ela, escondia a faca no pequeno decote do vestido simples que usava. Sem hesitação cortou um pouco do próprio cabelo para assim se livrar de um dos homens, feriu o outro cravando o pequeno punhal em seu ombro passando a correr. Novamente caiu. Sua testa bateu em algo pontiagudo que estava na calçada do beco, nem ao menos conseguiu levantar-se.
-MALDITA! –Disse o homem ferido retirando o pequeno punhal do ombro. Quando ia tocar em uma Bella praticamente desacordada, um vulto o lançou longe. Antes que pudesse balbuciar algo o homem fora degolado, a estranha criatura que o atacou, não satisfeita com o feito, atacou o segundo homem ingerindo vorazmente o liquido rubro que corria pelo seu corpo. Bella assistiu a cena sem nada poder fazer. Viu a criatura de olhos rubros se aproximar, desmaiou antes de fugir.
