– Ah, que ódio!

– Tenho que fazer alguma coisa.

– Eu também, Carmem. Mas... o quê?

– Eu tive uma ideia!

– Qual?

– Vamos fugir pela janela.

A ideia de Carmem não parecia ser boa...

Se ela fugisse, os pais lhe dariam outro castigo. Mas, se ela ficasse lá, Carmem fugiria de qualquer jeito e sobraria para ela explicar.

Cascuda até pensou que poderia fingir que estava dormindo e dizer que não sabia de nada, mas o desespero era tão grande que ela resolveu fugir.

– Ok, eu vou com você, mas antes...

– Antes o quê?

– Neste quarto tem papel e caneta?

– Sim. Mas pra quê?

– Pra escrever o plano, ué!

– Tomara que seu plano não seja como os do Cebola.

– Fica tranquila que esse erro eu não cometo.

– Ainda bem.

– Então... A gente foge pela janela e...

– ...e voltamos para casa pela porta frente!

– Não, né, Carmem!

– Não?

– Claro que não! Precisamos ir até a Padaria comprar um pão que eu tô com fome.

– E depois?

– Há há há há...

– Tá rindo de quê?

– Você acreditou nessa história de ir à Padaria?

– Er... eu...

– Voltando ao assunto... vamos ter que passar um dia fora de Casa.

– Você tá falando... dormir na Rua?

– É, Carmem. Ou isso ou aturar o castigo.

– Vamos dormir na Rua! No armário tem dois cobertores, um pra mim e um para você.

– E travesseiros?

– Também tem dois. Pega eles aí.

– Meninas. Vou abrir a porta e tirar vocês do castigo, tá? – Sra. Frufru fala.

– Rápido! Corre!