Onde você está? JW

(15 minutos depois)

Sherlock, isso é sério, onde você está? Já não tenho notícias suas há mais de 9 horas! Você simplesmente sumiu! JW

(10 minutos depois)

Se isso é um jogo, já perdeu a graça! Você saiu de manhã e nem se despediu de mim, aposto que nem tomou café. JW

(20 minutos depois)

Sabe de uma coisa, eu desisto! Cansei de me importar tanto com você! Se pelo menos você tivesse a decência de avisar onde está. JW

O telefone de John começa a tocar em suas mãos, e ele o atende rapidamente.

— Alô?

— Olá, John, sou eu, Mycroft. Lestrade me contou que você ainda não teve notícias do meu irmão.

— Ainda não, já tentei ligar, mandei várias mensagens e nada. —  A preocupação e raiva estava incorporada à voz do militar.

— Só não avise aos meus pais. Com todo o histórico do meu irmão mais novo… Digamos que eles têm muita razão para ficarem preocupados.

— Falando dessa maneira, você não está ajudando. —  John falaria mais, mas alguém bateu à sua porta. Então, avisou a Mycroft que desligaria, pois poderia sem alguma pessoa com notícias sobre Sherlock.

Do outro lado da linha, Lestrade encontrava-se deitado sobre a cama, os sapatos já tirados. A expressão no seu rosto era de  cansaço. Tudo o que queria era chegar em casa e se aninhar em Mycroft, mas sabia que não seria assim. Desde à tarde, Watson vinha perguntando se Sherlock estava em algum caso para polícia. Mas não. Seu cunhado realmente estava desaparecido.

— Querido. —  O policial se virou para seu noivo. —  Agora que Sherlock sumiu... —  Greg se aproximou ainda mais, e beijou vagarosamente o pescoço de Holmes e foi descendo até encontrar o tórax do companheiro. —  Nós podemos aproveitar nossa vida sem ele, não precisamos nos preocupar tanto. Pense pelo lado bom.

— Gregory! —  Mycroft se esquivou. — Como você pode falar isso?! Ele é meu irmão e seu amigo! —  O político se levantou e ajeitou a blusa que fora aberta pelo policial. Eu vou dar alguns telefonemas, para ver se consigo algumas informações.

— Ah, Mycroft, você sabe que eu estava brincando. Vamos, volte para cama.

Não adiantou, Mycroft saiu do quarto.

— Droga! —  Greg se deitou novamente e tapou o rosto com o travesseiro. Se pelo menos tivesse ficado calado! Mas não, tinha que abrir a boca.

Enquanto isso, na Baker Street, John abria a porta. Molly, acompanhada de Anderson, entraram rapidamente, e a senhora Hudson veio logo atrás.

— Oh, John! O que aconteceu com o meu menininho? —  A senhoria colocou a mão na cabeça e depois foi na direção da cozinha preparar um chá. — Vou fazer um chá, isso sempre me ajudar a acalmar.

Watson nem conseguiu abrir a boca para agradecer e foi interrompido pelo dois forenses.

— Nós sabemos o que aconteceu com Sherlock! —  Anderson se pronunciou.

— Hã? Mas como? Vocês têm certeza? —  John estava mais confuso do que nunca.

— Sim, temos! Ligamos para Lestrade, que vai chegar daqui a pouco com Mycroft. —  Foi a vez de Molly falar.

Passaram-se de 15 a 20 minutos, e os dois chegaram ao flat.

— Bem, agora que já estão todos aqui, e o chá já foi servido... -— Anderson deu um leve sorriso para a senhora Hudson que corou um pouco. — ...Podemos dizer onde está Sherlock.

— Ou melhor. —  Molly continuou o raciocínio. —  Com quem ele está!

— Com que ele está? O que vocês estão insinuando?! —  John se levantou da cadeira, mas Gregory o impediu.

— Sinto muito, John, eu sei que você ama Sherlock. —  Molly estava sendo o mais doce possível. — Mas eu lhe trago a triste notícia que ele fugiu com outro.

— E esse outro é Moriarty. —  Anderson estava convicto do que falava.

— Ai meu Deus! —  A senhora Hudson ofereceu uma xícara de chá a John. —  Eu nunca pensaria que Sherlock poderia te deixar! Ele parecia te amar tanto… Mas esses homens de hoje em dia... No primeiro flerte resolvem abandonar a família!

— Ele não me abandonou! Eu e ele estamos ótimos, quer dizer, pelo menos eu pensava isso!

— Bem, pensou errado. Pois agora parece que ele está com outro. —  Mais uma vez, Lestrade foi infeliz nos seus comentários.

Não demorou muito para Watson pular para cima dele tentando socá-lo, Mycroft a todo custo tentava proteger o espetor. Anderson e Molly, sem sucesso, tentavam apartar a briga. Já a senhora Hudson, sem reação, sentou-se no sofá e terminou seu chá. Não acreditava no que estava acontecendo, Baker Street estava parecendo um ringue.

Repentinamente, a porta se abriu e Sherlock entrou.

— Que confusão toda é essa aqui?

— Sherlock! —  Todos soltaram um grito surpreso.

John correu para abraçar o namorado. —  Eu estava tão preocupado com você. –— Logo depois, John deu um forte tapa no rosto do detetive. — Seu idiota! Porque não respondeu as mensagens e não atendeu às ligações? Todos nós estávamos extremamente preocupados!

— Eu até pensei em responder, mas só me atrasaria mais. Além disso, eu poderia estragar a surpresa.

— Que surpresa?

— Ontem, antes de nós dormimos, você disse que gostava de suco de uva. Então eu fui para a Itália, procurei o melhor vinheiro e preparei o suco. Mas devido a presença de todos vocês aqui, percebo que posso ter demorado demais.

— Sabe, Sherlock, às vezes eu não sei se te odeio ou te amo! Você definitivamente é louco!

Os dois sorriram e se beijaram. Mas não antes de John dar outro tapa em Sherlock pelo susto.

— Obrigado pelo suco! Eu realmente adoro suco de uva, mas da próxima vez avise-me que vai sair. Eu acho que a Itália seria muito mais divertida com a minha companhia.