In the flesh escrita por Mean, SheWolf, Paperback Writer


Capítulo 21
Heil Hitler!!!


Notas iniciais do capítulo

Não. Não somos nazistas ou nada assim, pra quem ta desligado os meninos vão para Alemanha!! Tetra campeã na Copa de 2014... meu core ainda doi dos 7x0 mas... gosto deles!!
Bom apreciem o capitulo!
URGENTE FALAR COM VOCÊS LÁ EMBAIXO!!!
BJS



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Keith’s P.O.V

Eu ofegava e suava enquanto James tentava me fazer desviar dos socos que ele dava. O que começava a ficar difícil, porque, porra, eu estava muito cansado. E por algum motivo, eu e James fomos mandados para onde ele treina, afinal, amanhã iriamos para a Alemanha, e tínhamos que estar bem o suficiente para encarar os agentes alemães.

Haha.

– Sua guarda está baixa. – James riu de leve, tentando acertar um soco no meu pescoço, o que deu meio errado, por que sou mais alto que ele. E eu sabia que a guarda estava baixa, mas eu ainda tinha esperanças de que James acertasse um soco no meu nariz e ele ficasse um pouco melhor.

Sei lá, mas antes que você pense que meu nariz é tão estranho que tenha vida própria, na verdade, ele é grande, mas quando a querida Eleanor fez o favor de quebra-lo, só fodeu com o dorso. E eu, como um cara legal que era, não fui na enfermaria do colégio, então ficou quebrado. Nada de mais.

E logo depois que eu consegui levantar – Depois de James conseguir me nocautear pelas costas, não me pergunte como – seu celular começou a tocar, para meu espanto, aquela música do Titanic, da Celine Dion, ou algo assim.

– Coisa da Nick. – Ele tentou se explicar, mas eu apenas disfarcei o riso, afinal, minhas costas doíam quando eu ria. – Alô?

James? – Pude ouvir a voz de Nick no telefone, fazendo James abrir um sorriso. – Estão muito ocupados?

– Não, o que foi?

Podem vir aqui? Tem uns negócios importantes pra falar com vocês... A Els tá falando com a Lola e o Jace já...

– Claro, claro... Estamos indo. Beijos, até. – E assim que Nick se despediu, ele desativou a tela do celular e voltou a guarda-lo na mochila, exibindo aquele sorriso tolo. – Por que está me olhando assim?

– Porque você é incrivelmente gostoso. – Revirei os olhos.

– Não fale da minha cara, faz a mesma quando está com a Eleanor. – Ele gargalhou, puxando meu braço para me fazer levantar. - Vem logo, sim?

Concordei e fui até a minha mochila, jogada no canto oposto da dele na sala, pegando uma camiseta e vestindo, mas logo a mesma já grudava em minha pele. É, eu precisava urgentemente de um banho.

Assim que entramos no carro dele, deixamos os vidros abertos, afinal, estávamos fedendo e estava um calor da porra.

Sério, o que aconteceu com a “Fria Londres, como os corações dos moradores” ? Porque estou com saudades dela.

E quando chegamos ao apartamento das garotas, encontramos com Lola e Jace na entrada, um sorriso suspeito nos lábios de ambos.

– Keith! James! – Ela nos cumprimentou, mas não nos abraçou. Bom, ela tinha motivos.

– Sua bicha! – Jace brincou com James, fazendo-o rir. – Senti saudades!

– Igualmente.

Após isso, Lola abriu a porta e entramos no apartamento, dando de cara com Nick e Els quase se matando para ficarem na frente do ventilador, com roupas mais curtas do que costumam usar.

– Hm... Bom dia, rapazes. – Nick disse, enquanto ela e Eleanor tentavam sentar no sofá e fingir que nada estava acontecendo.

– Então, o que vocês tinham de importante para falar conosco? – Jace perguntou. – Até porque, aparentemente, vocês não têm Whatsapp. Sério, criar um grupo não mata.

– Idiota. – Lola riu, batendo com a mão no tórax de Jace.

– Mas sério, o que vocês tem para falar? – James disse, enquanto se sentava ao lado de Nick, e de leve segurava sua mão. Eu, Lola e Jace nos acomodamos no sofá que me servia de cama.

– Primero, - Eleanor passou a mão na franja para tirá-la da testa, depois enumerando nos dedos o que falava. – Vocês fedem. Banhos diários já foram introduzidos na nossa cultura, sabem?

Eu e James demos um rápido abraço em Eleanor, que nos fuzilou com o olhar depois, voltando a contar nos dedos.

– Dois, vocês dois não sabem disfarçar que quase se comeram à pouco tempo, - Apontou para Lola e Jace.

– Quem disse que a gente quer disfarçar? – Lola riu. – Se eu quiser, beijo ele aqui mesmo!

Eleanor bufou, mas segurando o riso, depois continuou.

– Três, por acaso algum de vocês já comprou ao menos a passagem para a Alemanha? Quero dizer, após a Alemanha ser tetra, não esperem que não tenha um bando de turistas interessados em ir para Berlim ou Munique.

– Minha cara Els, - Jace disse, inclinando o tronco. – Claro que já compramos, deixei com James.

– Deixou? – James fez uma cara confusa, pude jurar que Eleanor estava preparando a bronca que daria no mesmo. – Calma, calma... Deixou sim. Deixei no armário do “meu” quarto.

– Quatro, vocês três que vão mesmo, certo? – Concordamos – Cinco... – Agora exibia seus dedos abertos, a palma da mão virada para cima. – Como vão fazer com as armas no aeroporto? Acho que não preciso lembrar que não estamos em 1974, uh?

– Vamos dizer que somos da polícia, ora. – James disse.

– Seis... – Agora as duas mãos eram usadas. E antes de perguntar, deu um sorriso malicioso. Quase involuntariamente, sorri junto. – Quem vai na janela?

Rimos, ainda que meio nervosos, e voltamos a esperar que ela falasse mais alguma coisa.

– É só isso. – Ela disse, levando a mão ao cabelo e tentando amarra-los. – Podem fazer qualquer coisa, dês de que isso não envolva pular da sacada. Não precisamos disso agora, ok?

Nick e James começaram a conversar animadamente sobre algo, enquanto Jace se dirigiu para a cozinha e Lola para o quarto.

E quanto a mim, fui até o lado de uma Eleanor sorridente e a beijei de leve.

– Hm... Vou tomar banho, até, Els. – Disse, indo em direção ao quarto que James dormia agora e pegando qualquer outra roupa na minha mala. Sim, deixei no quarto dele, aparentemente era o lugar mais conveniente para deixar. Ignorando o fato de estar à mercê de qualquer ideia psicopata dele. Mas estava quase me convencendo de que ele era um cara legal.

–-

Mais a noite, quando eu tinha um ventilador ligado quase em cima de mim, um abajour ligado e pilhas de prova ao meu lado, vi a porta do banheiro ser aberta e Eleanor e seu pijama consideravelmente curto saírem de lá e irem até o seu quarto, onde fechou a porta.

Tentei voltar a atenção para as provas, mas, no duro, estava sem disposição alguma para corrigir as provas, e ainda sem sono, então, como um bom namorado que eu sou (haha), fui até seu quarto, indo dar um boa noite.

Posso lhe garantir que a única coisa que mudou entre o quarto da Eleanor de 15 anos e a atual foi a outra prateleira cheia de livros, e talvez o pôster sobre código Morse. Até mesmo a estrela Wicca continuava pintada atrás da porta. Jamais entendi o porquê, afinal, ela não era uma Bruxa Wicca.

– Ainda acordada? – Perguntei, sentando-me na beirada da cama.

– Tenho cara de quem está com sono? – Ela sorriu, acendendo o abajur ao lado da cama e se sentando.

– Tem, se quer saber. – Brinquei. – Enfim, boa noite.

Você está com sono? – Ela perguntou, e embora soasse até um pouco irônica, parecia que tinha algo que a incomodava.

– Não. – Levei minha mão até a sua. – Hm... O que foi?

– Como?

– Sério, o que ‘tá te incomodando?

Ela olhou para baixo por um tempinho até voltar o olhar pra mim.

– Vai ficar bem? Eu digo, na Alemanha.

– Eu vou tentar, ok? Não posso te prometer isso. – E fui surpreendido por um abraço calmo.

– Por favor... – Ela sussurrou, enquanto respirava pesadamente na curva do meu pescoço. – Não me faça arrepender de ter te colocado nessa missão. Sério, você não tinha nada a ver com a história toda... Se eu não tivesse te sugerido isso...

– Els, acho que eu tenho idade suficiente para opinar as merdas que eu faço, e se não concordasse, eu diria, não acha? Não que eu concorde com tudo, mas...

Idiota. Mas eu falo sério. Fique bem, ok?

– Ok, ok...

– E, hm... Eu te amo, embora seja estranho dizer isso. Digo, de Inglês para Inglês. – Ela riu abafado - Caso dê qualquer merda amanhã, só quero deixar isso claro.

Sorri, abraçando-a e ela levantou a cabeça, me beijando.

– Igualmente, Els. – Aprofundei a beijo, sentindo suas mãos gélidas passando pelas minhas costas. – Só deixando claro.

Idiota. – Ela sussurrou, enquanto deitava, me deixando ficar por cima dela, enquanto suas mãos tentavam tirar minha camiseta e eu subia a dela, deixando a cintura a vista.

Que seja. – Sussurrei, rindo.

–-

Acordei com o barulho nada discreto da mesa da sala sendo movida, seguido por um sonoro palavrão. Aparentemente, alguém quase perdera o dedo mínimo do pé, e pela voz, era James.

Segurando o riso para não acordar Eleanor, que estava me fazendo de travesseiro, (Viu? Eu sei ser legal.) levantei da cama devagar, afagando-lhe o cabelo e indo em busca das minhas roupas pelo quarto.

Depois de vestido, sai do quarto e fechei a porta, dando uma última olhada para ver se ela continuava dormindo. Sério, não sei como ela consegue não acordar assim. Nem se eu entrasse falando num megafone que o Ringo Starr tivesse morrido, ela não acordaria.

Realmente, impressionante.

James estava sentado ao lado de Nick, sussurrando algo. Sentei perto deles no sofá, arqueando a sobrancelha.

Alemanha. – Nick me explicou. Assenti, mas não prestei atenção na conversa. Nick deve ter percebido e voltou a falar comigo – Pode acordar o Jace? Ele está no quarto da Lola.

– Você realmente quer que eu seja castrado, hein, Nick? – Nós três sorrimos com a piada, e eu fui para o quarto de Lola. Embora realmente estivesse com certo receio de acabar com uma bala alojada na minha perna ou algo parecido.

Entrei devagar no quarto, abrindo a porta em silêncio, mas aquela coisa tinha que ranger. Impressionante como a lei de Murphy sabe atuar bem quando eu estou quase fazendo uns rituais orixás para que eu consiga sair daquele quarto sem fraturas expostas.

Jace foi o primeiro a erguer a cabeça, olhando em minha direção. Lola fez o mesmo, com aquele olhar que praticamente diz: “No muro, vagabundo, no muro!”.

– Calma... – Eu não sou virgem, por favor, não me usem como oferenda para seu Deus maior – É que temos uns quarenta minutos para chegar no aeroporto, e tem... trânsito e tudo mais... – Não faça movimentos bruscos, não olhe nos olhos deles...

– Ah, sim... – Jace balançou a cabeça, ainda meio lerdo por causa do sono.

– Bom dia, Keith. – Lola sorriu, voltando a deitar.

– Hm... Bom dia... – Disse meio incerto. Jace já se levantava.

Saí do quarto de Lola e fui para o quarto de James, trocar de roupa e ao menos escovar os dentes.

Vinte minutos depois, ou algo assim, estávamos todos indo pegar um táxi na frente do prédio. Nick se despediu de todos e voltou para o apartamento assim que táxi chegou.

Ficamos em silêncio por todo o caminho, e assim se seguiu até entrarmos no avião. Onde os dois começaram uma pequena disputa para ver quem ficava na janela. Eu disse que não queria, o que era verdade. Odiava janelas de avião.

No final, James ganhou. Jace ficou no meio, e eu na ponta.

A viagem foi curta e acompanhada por um choro contínuo de uma criança. James e Jace escutavam músicas e eu tive a bela sorte de esquecer os fones de ouvido.

Murphy, obrigado!

Quando aterrissamos, Jace virou para mim e perguntou, enquanto levantávamos para sair:

– Só confirmando, você fala alemão, né?

Ja. – Confirmei.

– Ok. – Ele sorriu, meio aliviado.

Para minha alegria, a Berlim estava um pouco mais fria do que Londres.

Eu jamais tinha ido para a Alemanha, e confesso, fiquei um pouco chateado em lembrar que só ficaríamos um dia, para fazer aquela missão. Afinal, aquele lugar tinha uma história incrível. E não iriamos nem no que sobrou do Muro de Berlim. Triste, triste...

– Ok, vamos para onde, agora? – James perguntou, consultando aqueles mapas de turistas que tirara da mochila preta que pendia em sua costa.

– Almoçar? – Jace chutou.

– Bom, pode ser.

Foi realmente fácil achar um restaurante. Eles são quase tão comuns quanto museus sobre a segunda guerra. Que para minha infelicidade, fui proibido de entrar.

Acho que o único problema dos alemães é que não importa o que eles estevam dizendo, seja “Eu te amo” ou “Vá se foder”. Vai sempre dar a impressão que eles estão gritando irritados com você. Talvez seja assim que eles descubram que é turista e quem é nativo.

Após almoçarmos, James nos fez parar em uma joalheria, deixando-nos sem o porquê, mas de qualquer maneira, não demorou muito, saindo de lá com uma caixinha pequena que tentava esconder no bolso.

Fomos até o hotel, pegamos as chaves e deixamos nossas malas lá. Foi ai que eu me toquei o quão próximos estávamos de entrar na empresa alemã.

Danke. – Agradeci o recepcionista, enquanto íamos andando até a empresa.

Só fizemos isso por ser incrivelmente perto. Sem brincadeira, não sei como uma empresa dessas fica no meio de Berlin e passa praticamente despercebida.

Paramos uma quadra antes. A imponente construção branca estava muito perto de nós. Meu coração, ah, praticamente saltava de meu peito, tamanho era meu medo. Não vou mentir para você, leitor. Eu estava com muito medo mesmo.

Se eu fosse pego, era óbvio que eu morreria. O que me aterrorizava era como fariam isso. Me dariam um tiro? Ok, um pouco menos indolor do que a próxima alternativa. Afinal, nada impede que eu seja pego e colocado sob pressão até contar que diabos as empresas estão fazendo se juntando. E óbvio, provavelmente morreria envenenado. Tão agoniante quanto.

– Aqui, Keith. Coloca isso no ouvido. – James dizia, enquanto me passava algo pequeno e levemente triangular. – Ah, tinha aquele óculos com câmera. Jace, trouxe?

–Estamos fazendo uma refilmagem do Show de Truman, é isso? – Tentei descontrair o clima, é, deu errado, pela cara que os dois fizeram.

– Não... Caralho! Eu esqueci no esconderijo de armas!

– Fala mais alto, Jace. – James retrucou, irritado.

– Desculpe. Ah, Deus... E agora...?

– Vamos só com isso mesmo.

– É... Isso é sério? – Se eu tinha medo de morrer, não sei o que tinha agora.

– É. Seguinte, esse bagulho na tua orelha é para que a gente ajude você a chegar até a sala do Moriarty. Se qualquer merda der no caminho... Sabe morse? – James mordia o lábio inferior.

– Depende.

– É só fazer o SOS. Sabe? Faça no próprio fone. E então nós invadimos a porra toda.

– Ok. Mas... É só isso mesmo? Vocês não vão...

– ACHEI. ACHEI. ESCUTA AQUI, SUA BICHA! EU ACHEI ESSA MERDA. ACHEI. – Jace gritou, literalmente esfregando um óculos escuro no nariz de James.

– Uh, ok... Coloque isso quando entrar. Eu e Jace vamos ficar falando tudo para você, por que eu trouxe tudo que precisamos.

– Eu vou socar a sua cara tão forte que você não vai se lembrar de como ela era antes. – Jace ameaçou.

– Faz isso que as três Inglesinhas arrancam tuas tripas e jogam para Iamanjá. – James gargalhou. Tirando da mochila um notebook e o colocando no colo.

– Gracinhas. – Jace comentou. – Enfim, o que eu vou dizer agora é de suma importância.

Suma? Alguém anda passando tempo demais com a Eleanor.

Foda-se. Como eu ia dizendo, muito importante. No corredor que leva até a sala do Moriarty, tem uma saída de incêndio. Vá até lá se algo der errado e suba.

– Eu não deveria descer?

– Não. Suba. Se algo der errado, vamos ficar sabendo e vamos ficar prontos. Ah, não vamos esquecer. Presentinho da Lola para você. – Jace riu, passando-me nada discretamente uma pistola de 9 mm, que coloquei no meu bolso.

– Ok, agora, seja o que Deus quiser. Boa sorte, Keith. E... Nos mande notícias.

Respirei fundo, acenei com a cabeça e segui até a construção branca. Eu ainda tinha certa desconfiança nos dois, claro. Isso seria quase impossível de não acontecer, devido aos últimos acontecimentos. Mas eu confiava nas garotas, e eu duvidava que elas me mandassem para uma missão em que eu certamente morreria.

Quer dizer, eu espero.

Assim que passei as portas de vidro – Devo dizer que fora mais fácil do que eu tinha em mente. – Comecei a andar até o elevador.

Meu Deus, não podia ser tão fácil assim.

Ao meu lado, quando as portas se abriram, uma mulher loira entrou comigo. Por eu ter ficado mais perto dos botões, imagino eu que ela quisesse que eu apertasse para ela, mas nem eu sabia meu andar, tornando a situação constrangedora o suficiente para eu arriscar alemão com a mulher.

Bitte, was ist der boden des raumes Moriarty? – Por favor, qual é a sala do Moriarty

– Dreinzehn, anfänger... – (Treze, novato) Ela riu de leve, apertando o cinco logo depois.

Logo, ouvi a voz de James naquele fone estranho.

E ai, tudo certo?

– Uhum.

Ok. Desculpe a demora, demoramos para lembrar a senha.

Uhum.

A loira logo saiu, deixando-me sozinho até o andar 13.

Keith, responde mais um ok e eu abordo a missão. – James disse, levemente irritado.

– Desculpe, não podia falar muita coisa, tinha mais gente no elevador.

Ok... Chegou no andar já?

Esperei poucos segundos antes de responder sim, quando as portas se abriram.

Esquerda. A última.

– Ok.

Andei o corredor, virei a esquerda, e lá estava a porta, bem no meio.

Fácil demais.

E a porta entreaberta. Nada cheirava bem.

Mas fui até lá. Entrei.

A sala de Moriarty era ampla, cheia de mapas e jornais colados nas paredes. Uma escrivaninha central com um computador e um porta retrato.

Exato. Porta retrato.

– Eu estou na sala. – Disse.

?!

– Pois é.

Ok, cara. E OS ÓCULOS?

Desajeitado, coloquei-os, indo até a foto.

Não! Ignora a foto! Vai para as gavetas!

Peguei o porta retrato, enquanto vasculhava as gavetas destrancadas, tentava tirar a foto de dentro, que ainda não conseguira ver tão bem.

– Não tem nada aqui! – Larguei o porta retrato dentro de uma das gavetas e a fechei.

Nenhum quadro, qualquer coisa nas paredes ou no chão?

– Tudo limpo, homem.

Não. Pode. Ser.

E eu não menti. Tateei as paredes atrás de qualquer indício de cofre, mas isso só confirmou que eu estava certo.

Aquela sala estava mais limpa do que qualquer outra coisa.

Mas a foto me instigou. A vida pessoal de Moriarty?

Abri o computador, mas era protegido por senha.

Digita: Maggie1234 – A voz de Jace surgiu.

– Certeza?

– Claro.

E o computador destravou. Quando finalmente consegui entrar no histórico, ouvi uma voz conhecida e os pelos da minha nuca se eriçaram.

Eu a amei como nunca amei ninguém mais. Diana era minha vida. Ele a tirou de mim. Ele cuspiu no prato que comeu, e como sempre dizem, aqui se faz, aqui se paga.

Foi quando ouvi passos, meu coração disparou e tentei inutilmente sair do computador, mas a porta se escancarou, fazendo Moriarty aparecer na minha frente.

– Então, isso no seu bolso é uma pistola ou está feliz em me ver? – Moriarty apontou um calibre 40 para mim.

– Ambos. – Apontei o 9mm para ele. Sussurrando depois: - S.O.S

– Ótimo. Não pense que vai sair ileso daqui. Ah, caro rapaz. Sua morte vai ser tão triste... Jace, James e Eleanor se culpariam pelo resto da vida... Lola choraria. Nicole choraria. Seus parentes chorariam. Até seus amigos de trabalho chorariam. Eleanor choraria. Ah, consegue ver a cena? Ela e sua mãe se abraçando, diante o seu cadáver. Horrível, não?

Senti minha mão tremer de leve, e tirei os óculos, que para ser franco, de nada ajudava.

Não escute ele, Keith. – Jace disse.

Tarde demais.

– E o que Faster faria, diante disso? Nada. Acho que você ouviu minha conversa com meu caro assistente.

O tremor de minhas mãos passou a ser mais forte. A mira, que nunca fora boa, só piorava.

Do que ele está falando? – James.

– Depois te falo. Se eu sair vivo.

E eu disparei.

E errei.

A bala acertou na parede ao seu lado.

– Não achei que eu fui burro o suficiente e deixei você entrar de bandeja aqui. Em menos de dois minutos, tropas entrarão e te colocarão na cadeia. Você e todos os outros.

Ao meu lado, uma janela aberta.

Era loucura.

Treze andares, nada difícil de quebrar o pescoço.

Ou morrer.

– Espero que tenha seu lado masoquista, Keith. Por que farei questão que você sofra lá.

Eu corri. Corri como louco até a janela. E quando estava para pular, olhei para trás. Nem Moriarty acreditava no que via. Na verdade, nem eu acreditava.

Foi então que, antes de pular, agradeci mentalmente ao caminhão com a caçamba cheia de galhos de árvore abaixo da janela.

Keith, que diabos você está fazendo? – James disse.

– Acho que a resposta mais plausível seria suicídio.

Eu falo sério!

– Eu também.

E pulei.

E, porra, eu não conseguia mexer meu pé esquerdo depois daquilo.

Olhei para cima, feliz por Moriarty saber que se daria mal se disparasse qualquer bala contra mim. Minha queda não tinha – por incrível que pareça – chamado tanta atenção dos alemães, até por que a rua era calma.

Mas uma bala certamente faria.

Com certa dificuldade, por causa do pé e dos arranhados na mão, que sangravam como nunca, sai da caçamba.

– Aonde estão?

PORRA. VOCÊ TÁ VIVO?

– Aparentemente...

– AONDE VOCÊ TÁ?

– Rua atrás da empresa. Tome cuidado, tem uma tropa vindo pra cá. Ah, acho que torci meu pé.

Em poucos minutos, Jace e James apareceram em um táxi. Não vi sinal das tropas. Talvez Moriarty tivesse desistido.

Quando mostrei a foto do porta retrato para eles, espantados, vimos a versão mais nova do Moriarty, abraçado a outro homem.

Segurando medalhas.

Atrás, em uma letra feminina, dizia “Meus campeões.”

Nos recusamos a supor qualquer coisa até que as garotas estivessem presentes.

– Quando voltamos? – Perguntei.

– Hoje mesmo. – Jace sorriu, tirando uma folha do meu cabelo e picotando-a.


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Notas finais do capítulo

Enfim!! Foi foda mesmo para trazer Lace de volta! Sou dificil u.u mas queria enrolar a historia um pouco para ela não terminar tão rapido!!! Sinto em dizer que estamos no final, mas vocês podem mudar isso!! O QUE ME DIZEM SOBRE UMA SEGUNDA TEMPORADA!?!? Queroooooo muitosss comentarios sobre a minha pergunta então!!! Tia SW espera vocês!! Agradeço do core a Jess Eurimides e a Joyce Natalia que sempre estão comentando!! Amo muito vocês duas!!! Bjs!!!



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