Pov’s Jack

A tarde estava se passando rápido demais. Atravessei a floresta e fui para Nothehan atrás de Breu. Agora que estava sozinho novamente, ficaria mais fácil encontrá-lo. Fui sorrateiramente na Montanha Frozen, na toca do cara cinza. Desta vez eu teria que usar mais dos meus poderes, então peguei um impulso forte e voei até o topo da montanha, depois dei uma volta e fiz uma grande neblina que logo se dispensou em granizo. Bati as minhas mãos e uma grande rajada de neve bateu na misteriosa caverna. O gelo foi se misturando com as paredes rochosas e virou uma parte congelada.

– Achei – disse vitorioso pois acabara de encontrar a entrada da caverna de Breu, então só bastou bater meu cajado no gelo e logo uma fenda se abriu.

Entrei fácil na caverna. Ela estava diferente. Úmida, mais rochosa e muito mais escura, não havia um ponto de luz se quer. A cada passo que eu ia entrando lá, mais escuro ficava, a luz da fenda estava se distanciando. Teve um momento em que fiquei sem luz alguma. Bati meu cajado na parede e o gelo foi se dissipando na caverna, eu o segui. Fui devagar pois não fazia ideia de onde estava indo. Um vento passou por mim, não sei se era neblina ou vento, só sei que era muito estranho. Um ruído irritante surgiu – que mais parecia um assobio – eu corri na direção que vinha. Então alguma coisa me puxou na direção contrária, algo tão forte que fiquei sem reação.

– Frost! Que coisa feia! Entrar assim sem avisar! – Breu me mobilizou na parede

– Temos que conversar cara cinza

– Conversar? Hehe, mas é agora você quer conversar? Decidiu finalmente cuidar da sua vida?

– Então você faz pesadelos?

– É, não é incrível? Você deveria saber como é bom ver o pânico daqueles pentelhos... – não me aguentei e joguei uma rajada mas ele revidou

– Já chega Breu!

– Ui que rebeldia é essa jovem?

– Rebeldia? O que você ganha vendo o desespero das crianças? Não só das crianças, de adultos também!

– Ah eu já ia esquecendo, como vai a Rapunzel? Ela ainda fala com você?

– Oras, e porque ela pararia de falar comigo? O que você fez?

– Eu? Nada Frost, talvez eu só esteja abrindo os olhos dela

– E que pesadelo foi aquele? Espera, se você quer mesmo fazer isso porque não vai na frente dela e fala... ah! Esqueci que não dá, você não pode atacar quem não tem medo de você não é? Ela tem sonhos e tudo que você não suporta – cruzei os braços em sinal de satisfação

– Haha, Jack Frost você não sabe de nada, nadinha de nada do que sou capaz e não há ninguém que possa me deter, nem você – cavalos sombrios vieram pra cima de mim e me encurralaram.

Ele sumiu da minha visão enquanto isso, lutava contra seus “cavalinhos de sombra”. Estava de costas para Breu que aproveitou a oportunidade. Nem percebi mas Breu me apontava uma lança negra que estava a ponto de me acertar

– Preciso de um aliado e você serve – quando ele ia atirar a lança em mim uma areia dourada veio pra cima de Breu em empurrando-o para o outro lado da caverna

– O que? – perguntei e um carinha dourado surgiu furioso

– Quem é você? – Breu perguntou ainda no chão meio desacreditado. O carinha soltou uma risada silenciosa e fez um sinal de silêncio e fez Breu cair no sono

– Uou! Como fez isso? Seu poder...? – ele olhou pra mim e apenas fez um gesto de saudação e depois saiu dali com pressa

– Espera, quem é você? Algum mágico? – ele olhou novamente pra mim e mostrou seu relógio de pulso como se dissesse “desculpe tenho que ir”, ele foi tão rápido que nem tive como impedir

Olhei para Breu que dormia tranquilamente. Segui o carinha até o final da caverna (puxa vida! Já era o começo da noite) Vi ele subir em uma nuvem dourada bem lá no céu e depois lançar fitas de areia dourada em várias casa. O mais incrível é que das fitas saiam golfinhos, dinossauros, poneys, bonecas e várias outras coisas que pareciam ser boas. Meus olhos brilharam ao ver tal coisa, jamais em minha vida – que eu me lembro – tenho visto uma cena mais mágica do que esta. Voei dali e fui para as casas onde iam as fitas. As fitas passavam por cima das cabeças das crianças, vi os sorrisos em seus rostos enquanto dormiam – nessa época, a maioria das crianças dormiam cedo porque a noite era muito perigosa – uma coisa raríssima de se ver. Pareciam estar sonhando. Fui no quarto de uma garotinha, a fita passou por cima de sua cabeça e lindas flores voavam pelo quarto. Voltei a observar aquele carinha lançando as fitas às casas de todo o reino. Quando ele parou o aplaudi.

– Maravilhoso! Isso é incrível! – ele me fez uma reverência

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