Em uma mansão que gritava dinheiro. Estavam quatro adolescentes que não se importavam nem um pouco com a imperiosidade da casa da família Malfoy. Estavam mais interessados em discutir como o plano de Scorpius Malfoy era idiota e cheio de falhas.

Nina Wright estava nervosa, mas não mostrava isso; deitava na cama de Scorpius Malfoy como se nada a preocupasse. Enquanto que ele, Anthony Zabine, e Albus Potter estavam em pé discutindo sobre o plano idiota do Malfoy.

– Esse é o pior plano que você já teve Scorpius! E olha que de plano idiota você realmente entende. - Albus disse irritado.

– É verdade Scorpius. Do jeito que a Rose é, ela arranja um namorado logo depois, só pra mostra que pode. - Anthony disse. Albus concordou, conhecia a prima e era exatamente isso que ela iria fazer, pra mostrar que podia e pra fingir que não estava sentindo nada.

– Isso realmente pode acontecer. - Admitiu o loiro tristonho.

Nina estava nervosa, mais nem por isso deixa de se preocupar com Scorpius. Sabia que ele estava mal desde que descobriu que gostava da Rose. Vendo ele assim sentiu raiva da garota por não aceitar sair com ele, ela não a conhecia, mas sabia tudo sobre ela. E pelo que os garotos falavam, ela era caidinha pelo seu amigo, e era da Grifinória; mas, cadê a coragem dela para ver que Scorpius mudou e lhe dar uma chance?

– Scor, olha para mim. - Ela pediu, e o garoto a olhou, ainda triste porque sua ruiva não aceitava que o amava. Era tão difícil dizer sim para algum dos pedidos para sair que ele a fazia?

– Presta atenção, eu vou ser sua futura namorada perto dela e vou fazer essa garota aceitar sair com você, custe o que custar. Ou eu não me chamo Nina Wright. - Ela disse e Scorpius sorriu pra amiga, com o apoio dela poderia fazer qualquer coisa. Ninguém conseguia tudo que quer como Nina Wright. Pode ser qualquer coisa, mas se ela der tudo de si, ela consegue.

Nem os outros falaram nada depois disso, sabiam da fama de Nina e como ela sempre conseguia o que quer.

– Já que não tem como fazer vocês desistirem, amanhã vamos todos à toca. Lá você vai conhecer a minha família toda, Nina. - Albus disse.

– A família toda não, porque é muita gente, mas a metade você consegue conhecer. - Anthony disse e os outros riram.

– Olha como fala da minha família, Zabine! - Albus disse com raiva.

– Pode parar vocês dois. Eu vou sim amanhã com vocês, Albus. Mas já estou avisando: se a sua prima vier me bater, ela vai apanhar. - A garota disse fazendo uma cara de mal, que nela ficava cômica.

Todos os três riram da cara da garota.

– Não faça essa cara Nina, sua aparência é fofa demais, não conseguiria ficar com cara de mal de jeito nenhum. - Scorpius disse, ainda rindo da garota.

– Fofa?! - Ela disse ultrajada.

– Sim, fofa. Olha pra você: é baixinha, ruiva, tem uma pele de porcelana e um corpo que todas as garotas matariam. Então sim, você é linda e fofa. - Albus disse pra ruiva sorrindo.

– Fofa é a senhora sua vó! Seus vacos! - Ela disse com raiva batendo em todos os três.

– Ei, eu não disse nada! - Zabine disse indignado, pois também recebeu os tapas da ruiva.

– Tenha respeito com a minha querida avó, Nina. - Albus disse fingindo estar ofendido.

– Vacos? Não seriam bois, não? - Scorpius perguntou rindo.

– Mas você riu Anthony, então merece os meus tapas. Eu só terei respeito por ela quando a conhecer Albus. E são vacos sim, Scor. Bois são machos, vacos são garotos que querem ser garotas. Entenderam a diferença? - Ela perguntou os encarando com os braços cruzados.

Eles a encararam indignados, mas quando foram retrucar, escutaram alguém bater na porta delicadamente e Astoria Malfoy entrou.

– Queridos, o almoço está pronto. - Ela disse suavemente.

Astoria Malfoy é uma das mulheres mais refinadas que Nina conhecia. Ela e sua mãe, Apolline Wright, são amigas, mas só porque Astoria é uma mulher fina. Se ela não fosse, sua mãe jamais teria falado com ela. Apolline Wright por ser meio-veela é linda e queria ser perfeita, e só anda com quem estava a sua altura.

Nina sente nojo de sua mãe por ser tão falsa. Ela não merece tudo que tem, e um marido que amava. Tom Wright é um homem bom e honesto que não se importa com o dinheiro que tem, só queria o dinheiro para dar o bom e o melhor a sua filha e sua esposa. Apolline por outro lado só queria o dinheiro do marido. Não se importava com a filha e muito menos com o marido que dava tudo para ela.

– Nós já vamos mãe. - Scorpius disse. E Astoria assentiu, fechando a porta.

– Eu não vou ficar, tenho que resolver um problema. - Nina disse, e pela primeira vez no dia os garotos perceberam o quanto a garota estava nervosa.

– Pra onde você vai? - Anthony perguntou.

– O que você tem? - Scorpius e Albus perguntaram ao mesmo tempo.

A garota rolou os olhos e tentou mostrar que não tinha nada, mas sabia que ela não conseguiria fingir que estava bem por mais tempo, principalmente para esses três, que a conheciam como ninguém.

– Eu vou encontrar um amigo. E estou ótima. - Quando ela disse isso, deu tchau, mandou beijos pros amigos e aparatou.

– Ela está estranha, como se estivesse escondendo algo, não acham? - Scorpius perguntou intrigado. Ele sabia que a amiga estava escondendo alguma coisa, ela nunca fica nervosa assim.

~*~

Em um lugar muito distante de onde os amigos tiravam suas conclusões sobre o que Nina Wright poderia ter, a garota aguardava a chegada de James Potter.

Só que ela não sabia que seu nome é James Potter. Para Nina ele chamava-se Sirius Black.

Nina o conheceu há dois meses, quando estava fazendo inveja pros amigos aparatando e desaparatando, pois eles eram menores de idade e não podiam aparatar.

Só que ela aparatou sem querer em uma praça de Londres, onde ela foi apenas uma vez, mas lembrava perfeitamente da praça porque era linda. Tropeçou e quase estrunchou; mas um garoto a segurou antes que pudesse cair.

Ele era lindo. Cabelo preto todo bagunçado de um jeito que o deixava sexy, olhos verdes e um sorriso de lado maroto. Ele era alto, mais de 1,90, e tinha um corpo que deixaria qualquer garota babando, e ela não estava de fora desse grupo, apesar de não se orgulhar disso.

– Você está bem? - O lindo garoto perguntou parecendo preocupado.

– Estou ótima. Pode me soltar, por favor? - Perguntei friamente, não deixaria nunca ele ver como a sua aparência a afetou.

– Estava apenas tentando ajudar. - Ele disse a soltando e levantando as mãos.

– Você ajudou e obrigada por isso, mas agora tenho que ir. - Nina disse já se preparando para aparatar.

– Qual é o seu nome? - O garoto sorriu. Um sorriso que faria qualquer garota cair aos seus pés, mais ela não era qualquer garota.

Nina levantou as sobrancelhas.

– E porque eu lhe diria? - A garota perguntou.

– Porque você é linda e eu sou lindo, faríamos um belo par. - O garoto disse levantando as sobrancelhas de forma engraçada.

Ela riu, mesmo sem querer.

– Não faríamos não. - Nina disse sorrindo e se concentrou na casa dos Malfoy pronta para aparatar.

– O meu é Sirius. Sirius Black. - O garoto disse com um sorriso maroto quando Nina já estava aparatando.

Depois disso Nina via Sirius quase sempre. Ela não sabia ao certo quando começou a gostar dele, sabia que um dia não gostava e no outro começou a gostar.

~*~

James Potter aparatou na praça, onde sabia que Nina estava a sua espera. Estava decidido a lhe contar que não era Sirius Black, e sim James Potter. Não sabia por que mentiu quando disse o nome do padrinho do seu pai, apenas achou engraçado na hora. Só que na mesma hora se arrependeu; mas já tinha dito o nome para a garota.

Agora se via em um impasse, pois sabia que tinha que contar para Nina e sabia também que ela ficaria furiosa por ele ter mentido e provavelmente não falaria mais com ele.

– Nina. - Ele disse abrindo um grande sorriso. Estava com saudades da sua ruiva.

Ela apenas o olhou, não sorriu ou o abraçou como sempre o fazia.

Parecia nervosa e mantinha certa distância dele.

– O que houve? - Ele perguntou preocupado.

Nina respirou fundo.

Sabia que devia terminar com ele, mas estava sendo difícil. Principalmente porque ele estava mais lindo que o normal, com uma calça preta que marcava a suas pernas musculosas devido ao quadribol, uma blusa verde que era exatamente da cor dos seus olhos e uma jaqueta de couro para completar. Ele estava perfeito. E ela teria que terminar com ele.

– Não podemos nos encontrar mais, Sirius. Acabou. - Nina tentou dizer isso friamente, mais falhou, pois seu coração estava quebrado por terminar com ele.

Mais ela precisava. Tinha aceitado ajudar Scorpius e pra isso teria que terminar com Sirius.

– Como assim acabou? - Ele perguntou incrédulo.

– Terminou, acabou. Nós não vamos mais nos encontrar, não vamos mais nos ver. Acabou. - Ela disse. Dessa vez conseguindo dizer friamente.

James Potter não estava acreditando no que escutava. Nina queria terminar com ele. Com ele. Ela era a sua Nina, sua ruiva, como queria terminar com ele? E todo esse tempo que passaram juntos? Não significou nada para ela? Sentiu raiva, ódio da garota por tê-lo enganado, quando ele deixou de ficar com outras por causa dela.

– Você brincou comigo é isso? Quando eu posso ter qualquer garota que eu quero nos meus pés e escolhi uma coisinha como você. - Ele foi cruel, sabia, mais ela o enganou e não importava o quanto ela era linda, ela não precisava saber que ele achava isso.

Nina o olhou chocada e magoada.

Como ele pode dizer isso dela? Ela o amava e ele diz isso, humilha-a como se ela fosse nada.

– Eu pelo menos terminei antes que você enjoasse de mim e me largasse pela primeira vadia que aparecesse! - Ela disse com raiva.

Porque apesar de amá-lo não seria humilhada por ninguém, nem mesmo por ele.

– Como é que estava pensando em pedir você em namoro? Apresentar você aos meus pais? - Ele disse com nojo.

Nina queria morrer nesse momento porque jamais imaginaria que ele um dia fosse a pedir em namoro, muito menos apresenta-la aos seus pais, pois sabia que pra ele seus pais eram mais sagrados que tudo. Seu coração já despedaçado deixou de existir nesse instante.

– Sirius eu terminei mais tenho um... - Antes que ela pudesse continuar ele aparatou.

–... Motivo. - Ela terminou e olhou para onde ele estava a um segundo atrás e chorou.

Chorou até escurecer, chorou esperando ele voltar dizendo que foi tudo uma brincadeira de mau gosto, mas ele não voltou. E ela finalmente parou de chorar e tentou consertar seu coração quebrado. Ela sabia que nunca mais iria vê-lo, e isso a fazia querer voltar a chorar.

Ela não sabia, porém, que o destino adora pregar peças, e que ela o veria mais cedo do que imagina.