Filhos da Máfia escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 6
Capítulo 6




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/46260/chapter/6

Logo o ferimento feito por Bella estava limpo e um curativo o cobria, a dor parecia ser mais incomoda do que o esperado, mas Edward não se importou.

 

-Valeu à pena ganhar esse ferimento pela pequena diversão.

 

Bella olhou a haste relativamente pontiaguda, olhou para a grade da janela em seu quarto. A grade era um pouco enferrujada como pode constatar.

 

-Se eu conseguir quebra-la com esse pedaço de metal... –E assim pegou a haste e caminhou para a janela.

 

O rapaz saiu da casa indo em direção a sacada. O ferimento estava coberto e havia trocado de camisa. Suspirou cansado.

 

-Não acredito que ela insiste em tentar essas idiotices! –Saiu apressadamente para algum lugar. Enquanto isso Bella corria desesperadamente por um pequeno bosque, havia conseguido quebrar parte da grade enferrujada e agora corria sem saber para onde poderia ir. Tropeçou cortando o joelho, não pareceu se importar.

 

“-Preciso fugir!”  - A sua frente apenas um rio que cortava o local, adentrou o mesmo sem pensar duas vezes. Ela sabia que sua falta de habilidade em nadar poderia ser fatal, mas a idéia de ficar a mercê da organização criminosa Fork era assustadora. Esforçou-se para nadar, não conseguiu. Chegou a um ponto profundo, como estava fraca não conseguia sair do lugar. Só existia um lugar para onde poderia ir: para o fundo do rio.

 

Edward parou, sentia que Bella estava próxima, mas sua vista não a encontrou.

 

-DROGA! –Viu as bolhas de ar que logo cessaram indicando que alguém estava no fundo. O rapaz pulou, encontrou a garota próxima do fundo. A pegou e a ergueu para logo mais retira-la da água. Bella estava gelada e o pior, não respirava. Sacudiu a moça, não adiantou.

 

-DROGA! –A deitou fazendo boca a boca e massagem cardíaca, Bella não reagia.

 

-BELLA ACORDA DROGA! –O desespero começou a tomar conta de Edward que ainda fazia os procedimentos a fim de fazer Bella respirar. Logo mais a garota cuspiu água, despertou lentamente. Edward a abraçou e ouviu um sussurro dizendo:

 

-Meu amor... Eu tive... Tive um pesadelo horrível... Você era um assassino... –Esta desmaia. Edward a abraça fortemente, sente dor mesmo sem saber que tipo de dor poderia ser. A raiva que até então sentia por Bella pelo que fizera pareceu desaparecer. Levou a moça em seus braços.

 

Abriu preguiçosamente os olhos, parecia ser noite. Ele estava a sua frente, podia ver seu rosto iluminado pela pouca claridade que a janela ainda aberta oferecia. Sentou-se na cama, não olhou para Edward.

 

-Como vim parar aqui?

 

-Te tirei do rio e a trouxe aqui. –Este se levantou, pegou uma caixa de primeiros socorros e começou a cuidar do corte no joelho da moça, esta apenas o observava.

 

-Vejo que ainda não sabe nadar direito. Disse para mim há um ano atrás que faria natação.

 

-Desisti depois que terminamos. –Falou Bella num to amistoso.

 

-Sabia que poderia morrer quando pulou no rio, não é? –Olhou Bella por alguns instantes.

 

-Sabia.

 

-Sua vida está tão ruim para querer se entregar a morte fácil desse jeito? –Voltou o olhar para o machucado da moça.

 

-Eu amo minha vida!

 

-Não é o que parece.

 

-Só não temo a morte Edward, só isso.

 

-Todo mundo tem medo da morte, Bella. Não creio que você seja exceção.

 

-Vejo que você conhece muito pouco de mim Edward. Também só ficamos três meses, você não deve saber nada sobre mim.

 

-Sei algumas coisas sobre você sim.

 

-E o que seria então, Edward?

 

-Você gostava de cantar no videokê aos sábados, não suportava o cheiro de bebida alcoólica, adorava ouvir Coldplay, gostava de usar lingerie rosa e outras coisas mais. –Manteve sua expressão seria já enfaixando o joelho.

 

-Nossa! Pensei que não prestasse atenção em mim.

 

-Era difícil não notar esse tipo de coisa. –Deu um meio sorriso que Bella pode notar, a atitude de Edward era estranha, porem encantadora. Lembrou-se dos bons tempos em que tinha o rapaz para si.

 

“-Talvez não seja tão impossível, talvez o antigo Edward ainda exista nesse desconhecido.” - Pensou Bella vendo Edward guardar algumas coisas dentro da maleta.

 

-Você vai ficar em outro quarto, um quarto ao lado do meu. Venha. –Bella levantou-se, não conseguiu caminhar muito bem. O corte tinha sido mais sério do que imaginava. Edward apenas a olhou de relance entendendo o porquê dela não sair do lugar. Deixou a maleta em cima da mesinha, a pegou no colo conduzindo-a até um quarto bem melhor do que o que se encontrava. Ela permaneceu calada, as imagens do antigo Edward e as imagens do atual de agora a confundiam.

 

-Espero que não faça nenhuma idiotice. Tem algumas roupas minhas no armário. Pode tomar um banho e vesti-las. Vou trazer comida. –Saiu deixando Bella na cama. Esta caminhou até o armário, havia apenas dois pares de roupas. Bella logo tomou seu banho e vestiu um camisão e uma bermuda. Deitou-se na cama inalando o cheiro bom que saia da roupa, um cheiro entorpecente invadiu as narinas da jovem, cheiro este que ela sentiu quando Edward a imobilizou na cama.

 

“-Ele tem um cheiro tão bom! O mesmo cheiro da época em que éramos namorados, o cheiro que me entorpecia...” - Balançou a cabeça diante de tais pensamentos. Ela deveria odia-lo, não é? Ela não sabia.

 

Edward estava na cozinha, enquanto preparava a refeição para ele e para Bella lembrou-se das palavras ditas pela jovem quando esta despertou depois de ter se afogado.

 

“-MALDIÇÃO! O QUE ESTÁ HAVENDO COMIGO?” - Acabou por queimar a mão, uma queimadura leve que fez pouco caso. Logo entrou nos aposentos de Bella, ela estava próxima a janela gradeada.

 

-Pensando em fugir?

 

-Não. Essa grade não está enferrujada como a outra.

 

-Trouxe comida. –Depositou a bandeja. Bella o olhou vendo o machucado.

 

-Machucou sua mão?

 

-Não foi nada.

 

-Deixe-me ver esse ferimento. –Bella se aproximou Edward não parecia concordar com a idéia dela cuidar do ferimento, mas sabia que a garota era persistente. Bella pegou a caixa de primeiros socorros no seu antigo quarto e cuidou da queimadura.

 

-Não vai me atacar com a tesoura que tenho na maleta, eu espero.

 

-Acha que eu faria isso, Edward?

 

-Não tenho duvida.

 

-Desculpe pelo que fiz em seu ombro.

 

-Tudo bem. Teria feito o mesmo se estivesse em seu lugar, alem do mais logo esse ferimento vai desaparecer.

 

-Como sempre fazendo pouco caso de ferimentos. Pronto, terminei! –Bella disse risonha.

 

-Como sempre fazendo coisas desnecessárias. –Edward murmurou indiferente.

 

-Não é desnecessário. Alem do mais é uma forma de agradecê-lo por ter me ajudado no rio. 

 

-Não precisa agradecer, eu... Eu só fiz o meu trabalho. –Edward saiu sem fitar Bella, esta ficou aborrecida com o comentário dito. –Coma. –Saiu.

 

Aquele Edward surpreendia Bella. Aquela Bella confundia Edward. A jovem estava deitada, retirou do pescoço um colar com um pingente de cristal, presente do rapaz de dia dos namorados. Edward usava seu lap top, lembrava da sensação que teve ao acreditar que Bella podia ter morrido.

 

“-Não quero sentir aquilo nunca mais!” - Pensou tentando afastar a lembrança amarga.

 

-PRAGA! –Praguejava a menina que havia achado um pente e tentava arrumar o cabelo. –ESSES MALDITOS GRAMPOS QUE COLOQUEI NO MEU CABELO NÃO QUEREM SAIR! –Parou. Só então se tocou dos grampos negros que colocou no cabelo. Retirou com cuidado dois desses grampos. Caminhou para a porta.

 

O rapaz estava distraído, ouviu o celular tocar e logo atendeu.

 

-Olá Edward.

 

-O que quer, James?

 

-Saber como a refém está. O medico cuidou dela?

 

-Sim.

 

-Bom. Edward tenho uma tarefa para você.

 

-Tarefa?

 

-O chefe de policia não quer ceder as nossas chantagens. Temos que fazer algo para persuadi-lo.

 

-E o que sua mente doentia tem em mente, James?

 

-É simples: quero que de uma boa surra na refém e grave algumas imagens dela para serem enviadas para o chefe de policia.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!