A-Next: Beyond Frontiers escrita por Joke


Capítulo 3
Kayla


Notas iniciais do capítulo

Oiee, tudo de buenas? Temos narradora nova hoje o/

Queria agradecer a Cupcake pela recomendação, obrigada, fique feliz :3

boa leitura



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Capítulo 3 – Kayla Howlett

– Howard, seu idiota, por que você não nos avisou disso antes?! – A filha do Homem-Aranha, a ruiva descabelada também conhecida como Mayday, está histérica, quase espancando o garoto Stark depois que este contou que havia encontrado o Duende-Macabro antes do ataque. Howard teve sorte do namorado da maluca estar ao lado dela para impedi-la de deixar uma marca permanente em alguém.

– Eu não queria te estressar ainda mais! – Stark tenta se explicar, mantendo-se sempre a uma distância segura da amiga alterada. – Você disse que estava a ponto de vomitar!

May bufa.

– Era apenas um modo de falar, jegue mecatrônico!

– Não foi o que pareceu! Isso é uma palavra?

– Eu não posso mesmo dar um tiro nos dois? – Deadpool me pergunta subitamente, já preparando as duas armas e apontando os canos para os dois briguentos. - Ou em mim?

Eu sorrio, abaixando um dos canos com o indicador enquanto encaro Luke e Erika apartarem a briga de Howard e May, que já está no estágio de agressões físicas e verbais.

– O Professor não permite o uso de armas de fogo sem aviso prévio ou alguma autorização no Instituto – relembro meu amigo de umas das principais regras do Instituto Xavier para Jovens Superdotados.

Deadpool dá uma risada irônica.

– Você não pareceu ligar quando pisou aqui pela primeira vez, Lau...

– Não sou mais esse tipo de pessoa, Wade – eu o corto na mesma hora, já o amaldiçoando por ter tocado no passado que há anos tempo esquecer. - E se começar com essas gracinhas de novo, eu te castro e faço você comer as sobras.

Meu amigo não responde, apenas guarda as armas de má vontade e volta pro sofá, tacando o seu corpo de propósito para provocar Dante Maximoff, que ao olhar para Deadpool, o mesmo o ameaça com uma bufada agressiva.

Reviro os olhos, já me levantando para sair da sala quando percebo que alguém me puxa pelo braço. Instintivamente eu exponho minhas garras e me viro, pondo as lâminas afiadas rentes a garganta de Thomas Banner.

– Ok, se não quer conversar é só dar um toque. – Ele ergue ambas as mãos, mostrando que se rende.

Não rio da sua piada, apenas encolho rapidamente as garras.

– Eu podia ter te matado.

– Mas não matou.

– Pura sorte.

– Eu tenho bastante.

– Mayday, quer parar com isso?! – Howard berra para a amiga, afastando-a com um empurrão. – Tem mais uma coisa.

– E o que é?

– Normie estava falando com uma garota – ele volta seus olhos para James. – Ela disse “mande lembranças minhas ao Sargento”.

Agora todos na sala, até mesmo Erika Foster, que antes não parecia querer se envolver na discussão dos amigos, olham para James Rogers. O mesmo se limita a cruzar os braços sobre o peito e encarar Howard de volta.

– Que garota era essa? – O filho do Capitão América inquire enquanto os olhos de gavião da sua namorada se voltam para Howard.

De soslaio, eu olho para Deadpool. Mesmo com a máscara, eu sei que ele observa tudo com um sorriso malicioso nos lábios. Conheço Wade Wilson como ninguém, tenho total conhecimento do seu gosto por confusões.

– Era uma ruiva de cabelos bem curtos... Normie a chamou de “Sin”.

No instante em que o garoto Stark diz o nome da garota, James arregala os olhos, Thomas coça a nuca de modo desconfortável e Luke engasga com o próprio ar.

Arqueio minhas sobrancelhas, não entendendo absolutamente nada. Uma pena que Rachel e Franklin saíram para ir ao cinema hoje, eles seriam uma grande ajuda não somente para mim, mas para o resto do pessoal que aparentemente não tem qualquer conhecimento do que está acontecendo.

– Quem é Sin? – Erika questiona o namorado com uma voz calma, porém firme.

Não é preciso ser muito observador para ver que James Rogers está tão pálido quanto um cadáver. Na verdade, pela sua cara de aflição, creio que ele desejaria estar morto a ter essa conversa com a namorada.

– Er, ok pessoal, vamos parar com o show por aqui – May Parker se ergue num pulo do sofá e empurra James, Erika e Howard para a porta. – Vamos terminar essa conversa lá na base. Foi legal falar com vocês galera, até mais tarde.

O silêncio reina por alguns minutos depois que os quatro Vingadores do Amanhã saem. Percebo que está chovendo lá fora quando o cheiro inconfundível e o barulho das gotículas caindo no telhado chegam até mim. Elise não para de transferir o peso de uma perna para outra, evidenciando que a falta de conversas a incomoda. Deadpool também não para de bater a sola do pé no piso de madeira, fazendo o som ecoar pelos corredores do Instituto. O silêncio também não faz seu estilo.

– Eu preciso matar alguma coisa. – Wade declara por fim, saindo rapidamente da sala já com as duas katanas em mãos. Ele é um tagarela, não consegue ficar muito tempo mergulhado num silêncio fúnebre como o que estamos agora.

– Será que é seguro deixá-lo ir lá fora sozinho? – Thomas pergunta quando Wade bate a porta.

– Ele sabe se cuidar, Banner. – Luke Barton responde sem muita emoção.

– Não é com o Deadpool que me preocupo, Barton.

Sei o que aflige Thomas. Deadpool não é exatamente a pessoa mais estável que nós conhecemos. Quando ele disse que precisava matar alguma coisa, poderia estar se referindo a uma planta, animal... Ou alguém. Depende muito de como ele acordou hoje.

– Ele não vai matar ninguém – eu os asseguro. – Tá de bom-humor, vai no máximo acertar alguns gatos ou pombos.

Apenas Thomas parece realmente se importar.

– Se você diz...

– Elise, se você continuar a fazer isso, vai acabar deslocando a bacia. – Dante Maximoff avisa a prima, que continua com cara de aflita enquanto muda sem parar o peso da perna direita para a esquerda e vice-versa.

Essa sua mania é antiga. Na verdade, foi por esta que nós nos falamos oficialmente pela primeira vez como amigas. Depois de alguns anos sendo parte dos X-Men, eu ainda não era a pessoa mais sociável do mundo e constantemente ficava sozinha no saguão principal assistindo às notícias da madrugada, que só reportavam desgraças. Mesmo não sendo mais uma agente da X-Force, eu ainda não havia conseguido me desconectar completamente da violência com a qual fui criada.

Numa noite, depois da batalha do Ragnarok, enquanto eu acompanhava o caso de uma família que foi morta e degolada à sangue frio por um assassino misterioso, eu percebi que tinha uma menina escondida entre as sombras que a escadaria principal proporcionava. Se ela estava tentando se esconder de mim, deveria parar de se mexer, pois aquilo me entregava facilmente sua posição. Incomodada pela sua agitação, eu respirei fundo e disse.

– Você não fica cansada de ficar sambando de um lado para o outro? - Quando notou que eu falava com ela, a menina se aproximou timidamente de mim. Quando estava mais visível, notei que era a garota que eu havia ajudado lá em Asgard. – Elise Strange, não?

Ela assentiu rapidamente.

– Você é a filha do Wolverine, certo? Kayla Howlett? - Também assenti. – Obrigada, você salvou a minha vida.

Não sabendo o que dizer, sorrio rapidamente antes de voltar meus olhos para a TV. A tela mostrava então algumas fotos da perícia dos corpos, o que fez Elise engolir seco.

– Não consegue dormir? – Ela me perguntou de repente, tomando timidamente um lugar na beira do enorme sofá de couro.

– Já faz alguns anos – digo-lhe, não esperando que ela entendesse meus motivos. – E você?

– Também não... – Elise abraçou os próprios joelhos; seus olhos fixados na tela com as imagens sangrentas e desagradáveis. Eu já estava voltando a prestar atenção no noticiário quando ela complementou. – Não consigo me esquecer da dor... Meu pescoço sendo rasgado... – E começou a tremer.

Mordi meus lábios quando percebo que o raro sentimento de piedade começa a brotar em meu peito. Eu ainda não estava acostumada com as sensações que o amor, carinho e simpatia proporcionavam. Fui criada para ser fria, impiedosa e seguir ordens, não para ser amável e me importar com o bem-estar dos demais.

Por isso mesmo que quando esse sentimento bom que senti, algo diferente do ódio, me tomou, eu desliguei a TV na mesma hora, querendo que ele durasse o máximo possível.

– Vamos pra cozinha – eu lhe convidei, esboçando meu melhor sorriso. – Vou preparar um chocolate quente pra nós duas.

– Fiquei preocupada com toda essa confusão envolvendo a Mayday e o Howard – a Elise do presente declara, puxando minha atenção de volta para o agora. – E agora Erika e James podem estar se matando lá na base. - Não posso deixar de sorrir com a repulsa de Elise por violência. Se ela soubesse quem eu era antes de me tornar Kayla Howlett, tenho certeza de que nunca mais falaria comigo. – É melhor eu ir ver como eles estão.

E com um estalar de dedos, Elise Strange desaparece.

– A gente também deveria ir – Dante fala pra Luke quando vê o Sol se por pela janela.

Luke concorda devagar, demorando em levantar o corpo do sofá.

– Aonde vocês vão? – Thomas inquire com a testa franzida.

– Luke vai visitar a Luna comigo hoje lá no hospital. Eles são bem chatos com o horário de visita – o Maximoff responde rapidamente. – Nos vemos mais tarde. – E bate a porta com força quando sai.

– Espero que ela esteja melhor – Thomas comenta. No começo achei que ele estivesse falando com outra pessoa, porém percebo que estamos apenas nós dois no saguão do Instituto.

– O que ela tem? – pergunto, frustrada por não me lembrar da doença que Elise comentou que a prima de onze anos tinha em uma das nossas conversas.

– Câncer... Dos pesados – ele se senta ao meu lado no sofá. – Eu já a visitei algumas vezes com o Dante e a Elise, ela é uma graça – e olha para as próprias mãos cerradas em seu colo. – Não merecia estar sofrendo tanto.

Observo as feições de Thomas se retorcerem em dor, vendo que ele realmente se importa com Luna Maximoff. Não posso deixar de sorrir, sentindo a ternura tomar conta de mim. Thomas Banner tem um coração que nem mesmo todo o dinheiro do mundo poderia comprar.

– Que tal a gente assistir um pouco de TV? – Sugiro, levantando-me rapidamente. – Você gosta de Supernatural?

Os olhos de Thomas brilharam com a minha última pergunta.

– É a minha série preferida, mas eu nunca consegui sair da primeira temporada.

– Eu também não – eu minto, não me importando de rever o começo da série. – Vai colocando o DVD da segunda temporada enquanto eu vou preparar chocolate quente pra nós dois, ok?


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Notas finais do capítulo

O que acharam da Kayla? Não deixem de dar um "alô" ;)!
Mais alguém aí já assistiu Frozen?O que acharam? Gente, que filme maravilhoso! Virou meu desenho favorito! Recomendo muuuito!!

beijocas e até a próxima!

:*