Leb Die Sekunde escrita por bi4


Capítulo 11
Volta


Notas iniciais do capítulo

Capítula MEGA- HIPER -ÜBER- GRANDE APSLPA' mas acho que tá bom, espero que gosteem =D
bejo para todas que estão lendo!



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                                                                              Capítulo XI

 

Entrei na escola devagar e sem vontade nenhuma. Como sempre:

- Você não dormiu bem hoje. – Carah comentou quando cheguei à sala. A aula ainda não tinha começado.

- Sim. – Bocejei involuntariamente se sentando perto dela. – Estou tendo pesadelos. – Ela olhou para mim preocupada.

- Quer dormir hoje na minha casa? – Ela ofereceu solidária. – Podemos ver um filme...

-Eu não sei, Carah. Não me sinto bem na casa dos outros. – Falei a verdade. – Você não quer vim para a minha casa? – Ela deu um sorriso.

- Claro. Se não incomodar. – O professor gritou para todos calarem a boca em um alemão grosseiro. Eu que não ousaria dizer nem uma só sílaba a mais.

A aula foi tranqüila. O intervalo turbulento:

-Olha aí a queridinha do “Billchen”! – Matt gritou junto com os amigos. – Como é que está a nossa baranga?

-Me deixe em paz. – Falei com a minha voz rouca. – Idiota. – Todos olharam para mim.

- O que você disse? – Ele me apertou pela cintura.

-Idiota. – Gritei rebelde. – VOCÊ É UM IDIOTA! – Mordi a mão dele e comecei a chorar.

Então ele me deu um tapa na cara. 

Eu nunca fui uma menina virada à violência... Mas a minha mão coçou:

-Não me bata nunca mais! – Dei um chute em sua virilha e ele caiu no chão. – IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA! – O professor de biologia me segurou pelos braços. Não precisava mais, eu estava já fraca, não agüentava mais.

-O que está acontecendo aqui? – A professora de alemão apareceu com seus óculos de coruja.

-Ela me bateu professora! – Era incrível como a voz dele mudava quando falava com a professora. – Eu não fiz nada!

-MENTIRA! – Minha voz não saía mais. Literalmente. – Minha voz! – Tentei falar.

- Mrs. Abbehusen, AGORA para a diretoria. – Ela falou andando com aquela cara de coruja. Eu a odiava.

- Ele me bateu! – Mostrei meu rosto com a marca dos dedos dele, mas ela nem ligou, me puxou pelo braço grosseiramente. Matt olhou para mim dando uma risada. Masoquista!

Foi uma longa conversa com muitas mímicas, mas não adiantou. Eu ganhei três dias de suspensão:

-Vocês não podem fazer isso comigo! – Gritei.

- Está liberada. – A diretora carrancuda falou com um bico de pássaro. – Tomara que a senhorita tome juízo e não vá se meter mais com meninos.

Saí da sala batendo a porta e derrubando a cortina, eu estava com MUITA raiva, às coisas sempre sobravam para mim. Eu merecia, é claro.

Depois minha raiva foi se transformando em tristeza. Muita tristeza. Porque tudo tinha que dar errado, por quê? Eu só queria ser uma menina normal que estudava, que conversava, que tinha amizades... Mas a única coisa que eu conseguia era sofrer mais ainda:

-Não ligue para o Matt. – Mike falou aparecendo do meu lado. – Ele vai ter o seu troco.

-Espero que sim. – Sussurrei.

-Sua voz está péssima.

-Sim. – Nós estávamos entrando em meu prédio.

-Gargareje com água e sal. É muito bom.

-Obrigada.

Subimos e por um milagre minha tia estava em casa, arrumando algumas coisas:

-Thy, está é Mike. – Apresentei para depois contar que eu fui suspensa.

-Prazer! – Minha tia deu um abraço em Mike. O seu perfume era extremamente forte.

- Eu fui suspensa. – Cuspi rapidamente.

Ela olhou para mim MUITO repulsiva:

- O que você fez desta vez?

- Foi o Matt.

- O Matt nunca fez nada.

-Você está defendendo ele? – Tentei gritar. – Ele que começou me provocando! Você queria que eu fizesse o que? Ficasse parada que nem um pau?

-Sim. Assim você seria inocente.

-Ele me deu um tapa na cara. – Argumentei.

- Mais um motivo para você ter ficado quieta. – Ela falou séria. – O que ele falou que te tirou tanto do sério? – Que tipo de pergunta idiota era aquela?

- Ele implica com o Bill. – Finalizei. Ela suspirou.

- Você não está bem.

- Eu sei.

- E você não quer ajuda.

-Eu quero.

Ela deu um sorriso brilhante:

- Já achei um psicólogo.

-Está certo, Thy. Eu vou. – Suspirei derrotada.

- Aii que ótimo! – Ela saiu rebolando para o quarto. – Vou ligar para o doutor.

- Tudo bem. Eu vou para minha aula de teatro. Lembra?

-Sim. Tchüss!

- Tchau! – Quiquei para fora de casa puxando Mike.

- Você vai adorar o teatro! Principalmente para você que está passando por essa... Fase difícil. – Ela estava estonteante.

- Tomara. Eu preciso-me distrair.

Nós chegamos a um lugar escuro, com um grande palco preto. Um homem que parecia ser gay esperava por nós impaciente:

-Vamos minhas flores! Não temos o dia todo! – Ele era bem simpático.

- Desculpe Dylan, essa é a nova aluna! Beatriz! – Ela gritou colocando nossas mochilas nas cadeiras da platéia.

- Eu conheço você! Você é a escolhida do Bill Kaulitz, né? – Ele falou com... O que parecia inveja.

- Haam... Sim. – Eu era vip no hospital por causa disso, não iria estragar.

-Aii que maravilhoso! Você é uma sortuda! – Uma menina que parecia ter uns 12 anos falou. – O Bill é tão lindo! – Se eles me chamaram para ficar falando que o Bill era lindo e eu era muito sortuda eu iria embora naquele segundo.

-Haam... Sim. – Concordei. – Mas... Vamos começar a aula, né? – Falei feliz. Rouca.

-Sim, sim. – O... Dylan falou. – Aquecimento gente!

Nós fizemos um alongamento bem prático, depois com a voz (eu não consegui.):

- Hoje, vamos falar sobre... Amor. – Dylan falou fingindo apaixonado. Eu engoli seco. Eu odiava falar sobre amor.

-O amor é impossível nós caracterizá-lo. Só vamos saber quando nós nos apaixonarmos. – Ele falava inspirado. – Mas... Como vamos dar vida a uma mulher ou homem apaixonado? Sim, é possível! Alguém quer comentar?

-Eu acho que sei o que é amor. – Soltei sem pensar. Todos olharam para mim admirados. – Amor é quando você olha a pessoa e não consegue disfarçar o quanto a ama, que sua frio, que sente frio na barriga, que tem a impressão de que se aquela pessoa morrer o mundo irá se acabar. – Eu ruborizei. – Que se sente segura quando está perto dele, que daria a sua própria vida para vê-lo vivo e saudável... Que não viveria sem ele. – O que eu estava dizendo? Eu não sabia nada sobre amor. A única pessoa que eu amei me traiu com a menina mais popular da escola, eu não tinha nenhuma prática com o amor. – Desculpe... Isso é bobagem.

-NÃO! –Dylan gritou emocionado. – Isso... É incrível.

-Como sabe de tudo isso? – Mike me cutucou.

-Você é idiota é Mike? Ela é apaixonada pelo Bill, né? – A menina de aparelho falou.

Eu fiquei pálida. Minhas pernas não funcionavam, meus olhos se encheram de lágrimas, minhas mãos tremiam, meu coro cabeludo parecia que ia pegar fogo. Então era aquilo? Aquilo era a fonte de todo o meu sofrimento? Toda a minha depressão? Minhas oscilações de humor?

Eu estava completamente, cegamente e incondicionalmente apaixonada. Muito apaixonada, muito apaixonada:

-Acho que sim. – Tentei ficar calma, mas as pessoas prestaram atenção. – Eu não estou me sentindo bem.

-Vamos. – Mike me puxou para eu levantar, mas eu não consegui.

-Eu vou ficar. – Pela primeira vez eu estava... Digamos... Constrangida de ir ao hospital.

- Nossa! Tudo bem. – Ela me pegou pela cintura. – Você senta e fica olhando a aula.

-Tudo bem. – Engatinhei para o canto do palco.

Eu não consegui relaxar. Aquela descoberta estava cutucando a minha mente. Como eu não consegui enxergar isso há tanto tempo? O Bill no princípio era um amigo, apenas um amigo. Mas agora? O que ele virou?

- Vamos, Bê! – Mike me puxou colocando-me em pé – Gostou da aula?

-Haam... Sim, sim. – Blefei. – Da próxima eu faço.

-Tomara! Nós não vamos falar sobre amor, não se preocupe. – Ela deu uma risada gosando da minha cara.

- Tudo bem. Eu vou... Para casa. – Falei andando devagar.

- O QUE? – Ela gritou incrédula. – Você não vai ao hospital? – Se eu não fosse ela iria desconfiar.

- Vou, vou, vou agora! – Falei apressando o passo. – Você vem comigo?

- Não. Minha mãe disse que é pra eu voltar para casa assim que acabasse. – Ela me deu um sorriso. – Até amanhã!

- Eu estou suspensa. – Suspirei – Quer dormir hoje na minha casa? A Carah vem.

- Eu apareço lá! – Ela ficou animada. – Até hoje à noite!

- Até – Saí correndo morrendo de medo.

Peguei o ônibus e pensei que estava fantasiada de banana de tantas pessoas que olhavam para mim.

Entrei no hospital atordoada:

-Bom... Dia, Frida. – Falei baixo.

- Bom dia, Beatriz. – Ela falou profissional.

Subi pelo elevador com pressa nenhuma, eu não queria ver o que iria acontecer quando eu visse o rosto branquinho do Bill:

- Beatriz! – Simone me abraçou.

-Oi Simone. – Falei rouca.

- Você não está nada bem. – Ela prestou atenção.

- Eu descobri uma coisa. – Eu tinha que contar aquilo para a Simone. Ela era a única que não iria levar na brincadeira.

- O que? – Ela afagava o meu cabelo. Eu não sabia como dizer.

- Eu... Estou apaixonada. – Sussurrei ruborizada.

Ela não se mexeu nem oscilou:

- Quem é o sortudo? – Porque ela perguntou aquilo? Arrghh!

-Haam... Hã... – Eu não conseguia dizer.

-Tudo bem, eu sei quem é. – Ela parou a tortura. – Não fique assim, tudo bem? É super normal.

Como ela conseguia dizer uma coisa dessas? Ele era o meu melhor amigo:

- Haam... –Eu oscilei.

- Você não quer... Entrar? – Ela falou desafiando-me. – O Tom está aí.

- Tudo bem. – Respirei fundo e entrei.

Tom estava no sofá olhando para mim profundamente, chega me assustava:

- Eu preciso falar com você. – Ele falou sério. Será que ele tinha ouvido a nossa conversa?

- Ok. – Sentei-me no sofá ao lado dele. Simone saiu do quarto.

-Olha... Eu não quero lembrar o passado ou coisa parecida... Mas isto está me incomodando faz muito tempo. – Ele suspirou. – Eu quero lhe pedir desculpas pelo o que eu fiz com você. Eu confundi você com uma mulher qualquer, uma menina que eu acho em uma festa e fico. Mas... Você é mais do que isso, você é a nossa amiga. Minha amiga, por mais que nós não sejamos muito chegados. Eu peço que me... Perdoe. – Ele fechou os olhos.

- Tudo bem, Tom. – Eu dei um abraço nele. Ele ficou sem jeito, mas retribuiu. – Você sabe que eu te amo, né? – Rezei para ele não levar no lado romântico.

- Eu sei. – Ele me apertou.

- Está desculpado. – Beijei sua bochecha.

Ele sorriu e eu o soltei. Não era bom pecar pelo excesso com o Tom:

- Eu vou para o estúdio. Estamos gravando mesmo sem o Bill. – Ele de repente ficou triste. – Eu não sei mais se ele vai...

-Ele vai, sim! – Eu arregalei os olhos. – Claro que vai!

- Tomara que você esteja certa. – Ele levantou. – Até mais, Bê.

-Até, Tom. – Levantei para sentar perto da cama. Engoli seco.

Sentei e olhei para o Bill. Ele não era mais apenas um amigo. Com certeza:

- Olha, Bill... Hoje fui para a minha aula de teatro! – Não tive coragem de começar. – Foi muito bom. – Mentira. – Tudo bem, não foi tão bom porque... Porque eu descobri uma coisa. – Cuspi metade.

Minhas mãos foram automaticamente para as dele, eu fechei os olhos:

- Olha, isso é ridículo, mas... Eu acho que... – As palavras estavam presas na minha garganta. – Eu te... Amo. – Sussurrei. – Eu te amo mais que tudo Bill. Por isso que eu estou tão presa aqui, aqui perto de você. – Coloquei minha cabeça no seu travesseiro. – Isso é ridículo, mas...

Eu senti alguma coisa na minha mão.

Era ele... A mão dele estava mexendo! Estava apertando a minha:

- Simone! – Gritei, mas não adiantou muito por causa da minha voz rouca. – Venha cá!

Ele continuou apertando a minha mão. Ele soltava e apertava:

- O que aconteceu, Bê? – Ela gritou desesperada. – Ele parou?

- Não! Veja! – Ela chegou mais perto e soltou uma risada.

- Ele está perto de acordar! Ele pode nos ouvir. – Eu gelei. – O que foi?

- Nada! – Falei cobrindo com um sorriso minha preocupação. – Eu estou feliz. Só isso!

- Sim! – Ela chegou mais perto de mim. – Você contou para ele, não foi? – Ela cochichou.

- Foi. – Apertei a mão dele.

- Não se preocupe. – Ela falou calma.

- Como assim não se preocupe?? – Franzi a testa irritada.

Bill apertou com mais força a minha mão me furando com a sua unha:

- Aii! Pare com isso! – Gritei automaticamente. Ele parou e soltou a minha mão. Simone me olhou com repulsa. – Desculpe.

- Huum. – Bill soltou um murmúrio.

- Bill? – Eu (tentei) subi uma oitava. – Você acordou? VOCÊ ACORDOU? – Eu que apertava o seu braço. – Me desculpe.

Sim, ele abriu os olhos. Seus lindos olhos castanhos claros:

-Eu... – Ele respirou difícil. – Também... Te amo.

Parecia que eu ia morrer naquele exato momento. Era muitas emoções que passavam pelo meu corpo:

- E... – Ele pegou minha mão. – É claro que eu te perdôo! – Ele deu um sorriso tão bonito que a única coisa que consegui fazer foi ficar olhando.

Ele tentou levantar da cama, mas eu o empurrei:

- Espere o médico chegar. – Eu sussurrei.

Bill passou o braço pelo meu pescoço e me empurrou para perto dele:

- O que você está... – Então ele me beijou delicadamente, ainda com seus lábios frágeis e gélidos. Eu retribui delicadamente também, colocando minha mão em seu rosto ainda frio.

- Eu vou esperar pelo médico. – A voz dele estava igual a minha. – Mas eu não podia esperar para fazer isso. – Eu soltei uma risada.

- Macky. – Simone chorava baldes de emoção. – Oh meu filho! Eu pensei que iria perdê-lo!

- Mas não perdeu! – Ele brincou esticando os braços para a mãe.

Ela deu um abraço forte nele afagando seus cabelos pretos:

- Senti tanto a sua falta. – Ela sussurrou no ouvido dele.

Lembrei de Tom. Ele perderia este momento? Eu peguei meu celular e tentei discar o número dele com meus dedos trêmulos de alegria. Nada feito. Precisei respirar fundo e discar devagar para consegui:

- Ele acordou, Tom! – Gritei logo que ele atendeu. Ele desligou logo depois.

- O Tom está vindo. – Falei para o Bill. – Ele estava tão deprimido...

-Nunca vi o Tom deprimido. – Bill coçou os olhos. – Eu quero... AII! – Ele gritou quando mexeu as pernas.

- O que foi? – Simone falou segurando sua mão.

-Minha perna! – Ele gritava descontroladamente. Corri para o botão da enfermeira.

-Bill Kaulitz acordou. – Falei calmamente no microfone. – Mas as suas pernas estão doendo. Preciso de uma enfermeira.

- O médico está indo aí.

Voltei para perto dele:

- Já estão vindo. – Eu não conseguia parar de sorrir. – Eu sempre falei que você iria acordar.

- Verdade. – Simone concordou admirada. – Ela NUNCA falou nem pensou que um dia você poderia morrer! Incrível! Eu sempre pensei positivo... Mas... – Ela olhou para mim. – Você é uma menina tão forte!

-Obrigada. – Bill pegou a minha mão e colocou em seu rosto. – Vocês são tão importantes para mim!

- Não fale assim se não eu vou chorar! – Simone choramingou.

Nesta hora Tom apareceu na porta quase hiperventilando. Ele só conseguia olhar para seu irmão gêmeo que agora estava ali, sã e salvo:

-Bill. – Ele sussurrou.

-Tom! – Bill gritou como uma criança esticando os braços.

 Tom correu e deu um abraço em Bill, eu fiquei tão emocionada que deixei uma lágrima cair dos meus olhos já vermelhos. Era incrível como um ficava mal quando o outro também estava:

- Eu já não tinha mais esperanças. – Tom sussurrou.

- Sempre tenha! Você acha mesmo que eu ia largar do seu pé assim tão rápido? – Ele deu uma gargalhada fina. Todos acompanharam.

Gus e Georg também foram chegando e não acreditando quando viram o Bill acordado dando risadas bem humoradas:

- Bom dia! – O médico chegou. – Meus parabéns, Bill!

- Obrigado. – Ele respondeu amistoso.

- Você terá que ficar em TOTAL descanso por um mês e além de não poder... Andar. – O médico finalizou cuidadoso.

- Huum. – Bill falou um pouco triste. – Eu vou poder cantar?

- Uma semana. – O médico falou sem discussão. – Também terá que usar cadeira de rodas no começo... Depois você passa para as muletas e finalmente poderá andar. O que aconteceu nos seus pés não Foi coisa pequena.

- Nossa. – Ele olhou por baixo do lençol. – Eu estou usando fralda?! – Ele gritou indignado.

- Claro, né? – Falei obviamente. – Você quer que as enfermeiras te levem até o banheiro? – Falei brincando. Ele fez um biquinho para mim.

- Que horas vou poder sair daqui? – Ele estava impaciente mexendo em todos os fios e puxando os esparadrapos.

- Pare com isso! – Peguei suas mãos. – Acalme-se. – Ele deu de ombros.

- Bill, você ficará em observação e logo terá alta. – O médico falou estonteante. – Estou muito surpreso com você! – Ele acrescentou curioso. – O que você sentiu quando abriu os olhos?

Bill deu um sorriso para mim:

- Antes de eu abrir os olhos eu primeiro ouvi a Bê conversando comigo e de repente eu tentei mexer minha mão e consegui! Mas... Ainda tinha uma nuvem negra nos meus olhos... Parecia que tinha tijolos grudados neles! – Ele falava mexendo as mãos. – Foi muito estranho... Mas foi parecido quando eu acordo todos os dias na minha cama. – Ele finalizou satisfeito. O Bill estava de volta. Falando mais que a nega do leite!

- Você conversava com ele? – O médico perguntou para mim. – Isso é muito curioso.

-Haam... Sim. – Falei envergonhada. – Eu não estava passando por uma fase... Boa. – Eu finalizei. O médico entendeu.

-Mas isso é muito bom! – O Bill falou pegando a minha mão. – Bom... Eu não conseguia entender o que você falava, mas... Tinha alguém ali falando comigo. Aquilo era bom.

- Você ouvia? – Tom perguntou.

-Apenas murmúrios. – Ele tentava se lembrar. – Eu não me lembro bem.

- Tudo bem. – Sorri para ele sentando novamente na cadeira.

- Ok, Bill. A enfermeira virá te dar os medicamentos e tirar a sua fralda. –Bill olhava com raiva para a maldita fralda.

- Ok. – Ele sorriu para o médico. – Muito obrigado, doutor.

- Não há o de que! – Ele saiu do quarto.

- - Eu quero sair daqui. – Bill choramingou para mim.

- Acalme-se. – Ele não conseguia parar de quicar na cama. – Talvez você deva beber um tranqüilizante...

- Não! – Ele arregalou os olhos agarrando as minhas mãos. – Eu não quero voltar a dormir! Eu... Eu não quero fechar os olhos...

- Calma! – Eu o abracei. – Calma. Tudo bem... – Eu sussurrava em seu ouvido. A enfermeira chegou.

- Com licença, eu peço para todos se retirarem. – Ela falou educadamente. – Não se preocupe Mr. Kaulitz, você terá alta amanhã. – Ela deu um sorriso reluzente.

- Graças! – Ele falou dando uma risada. Eu dei um beijo na testa dele e saí do quarto.

Simone cochichava com Tom alguma coisa. Resolvi ligar para Carah e Mike:

- Carah? – Cochichei.

-Bê! Como foi o teatro? – Ela falou meio amuada.

-O Bill acordou! – Eu lutava para não gritar.

- O QUE? EU NÃO ACREDITO! – Carah gritou com sua voz extremamente fina. – EU ESTOU INDO PARA AÍ AGORA! – Ela desligou o celular. Eu ri sozinha.

- Bê? – Simone cutucou as minhas costas.

- Haam... Oi! – Falei dando um sorriso bem humorado.

- Talvez eu deva me apresentar como sua nova... Sogra. – Ela deu uma gargalhada. – Eu não mordo.

- Tudo... Bem. – Dei uma risada, meio constrangida. – Estou meio... Confusa ainda. – Admiti. Ela arregalou os olhos.

- Não! Não... Eu... Amo ele. – Sussurrei só para ela ouvir. – Só que... Eu nunca fui muito de... – Aquilo era extremamente embaraçoso.

- Entendo. – Ela deu uma risada maliciosa. – Você é uma menina... Romântica, mas nunca namorou.

- Sim. – Era melhor não se lembrar do passado. – Nenhum menino me interessou. Até agora. Por isso fiquei tão apavorada quando descobri.  – Era incrível como a verdade saía sem problema quando eu conversava com a Simone.

- Isso é super normal. – Ela me abraçou. – O Bill te ama tanto...

Então ela sabia? Ela sabia de tudo e não me contou por quê? Bom, foi melhor ouvir mesmo da boca dele.

Desci e fui tomar um café, todos olhavam para mim felizes e eu retribuía com um grande sorriso. Eu já sabia o nome de todas as enfermeiras e médicos:

- Bê! – Carah chegou ofegando. – Cadê o Bill? Cadê?

- Calma! – Dei uma risada. – A enfermeira está cuidando dele.

- Aii você deve estar tão bem agora! – Ela sentou. – Já contou para a sua tia?

-Não. – Eu engoli mal o café e tossi. – Aii... Ela não vai acreditar! – Comecei a tossi mais forte.

- Você está bem? – Carah me segurou pelos ombros.

-Sim! – Dei uma risada. – Engoli mal! Tem um tempo que eu resolvi adotar esse problema!

- Você é uma figura! – Carah deu uma gargalhada. – Vamos! Eu quero ver o Bill! – Ela levantou me puxando pelo casaco.

- Desde quando você gosta tanto do Bill? – Franzi a testa.

- Desde sempre! – Ela deu uma gargalhada, Carah falou parecendo que tinha soltado 15 toneladas de suas costas. Eu parei de andar.

- O que? – Falei sorrindo.

- Eu sempre gostei do Tokio Hotel. Mas... Vi que o único jeito de se aproximar das pessoas da escola era deixando a banda de lado. – Ela deu um sorriso triste. – Mas, você mostrou para mim que isso é realmente ridículo o que eu estava fazendo a um grande tempo. Se eu gosto de Tokio Hotel não é da conta de ninguém! – Voltamos a andar.

- Nossa... Eu não sabia que eu podia ser uma influência! – Brinquei. – Mas fico feliz por ter te ajudado.

- Sim! – Ela me abraçou. – Eu nunca te contei que vim de Portugal? – O QUE? Então ela sabia falar português!

- Então porque não fala em português comigo? – Falei chocada. – Você não sabe falar?

- Só um pouco. – Ela admitiu envergonhada. – Eu nasci em Lisboa e passei minha infância lá. Eu sabia falar português e inglês. Mas... Quando minha mãe morreu meu pai realizou o último pedido dela: Que eu fosse criada na Alemanha, perto da minha avó. – Ela suspirou ainda feliz. – Então eu fui deixando a língua portuguesa de lado, parecia que eu nunca mais iria usá-la. Mas sei falar alemão e inglês perfeitamente bem. – Ela sorriu saindo do transe. – Talvez você também me dê uma razão para praticar o Português.

- Seria legal conversar com alguém em português. – Lembrei da minha mãe e meu coração apertou-se.

Nós chegamos ao quarto e eu parei para ela lavar as mãos:

- Meu componente preferido sempre foi o Georg. – Ela falou do nada. – Eu me lembro perfeitamente quando eu tinha 13 anos e tinha tudo do Tokio Hotel. – Ela riu. – Eles ainda não faziam sucesso no mundo. Só aqui na Alemanha.

- Você parece conhecê-los a um grande tempo. – Afirmei abrindo a porta. – Eu os conheço há muito pouco tempo.

- Bill? – Carah sussurrou. Ele estava deitado quase com os olhos fechados.

- Haam... Oi. – Ele falou grogue. Com certeza deram tranqüilizantes para ele. – Quem é... Você?

- AH! Desculpe, eu sou Carah, amiga da Bê. – Ela se apresentou.

-Prazer. – Ele falou com dificuldade. – Porque eu estou com sono? – Ele bocejou olhando para mim.

- Devem ter dado... Porque você está muito cansado! – Emendei antes que ele pensasse que eu que pedi para darem para ele tranqüilizantes.

-Estou? – Ele ficou confuso. – Mas antes...

- Shhhh!  - Afaguei sua testa sentando na cadeira de metal. – Você tem que se acalmar, Bill. – Sussurrei. – Se não você não vai sair amanhã.

Ele fechou os olhos e pegou a minha mão, demorou uns 5 minutos e ele estava dormindo:

- Que bonitinho! – Carah falou baixinho. Eu dei um sorriso. – Ainda está de pé hoje à noite?

-Claro! Porque não? – Pela primeira vez eu estava entusiasmada para sair com algumas amigas. – Hoje às 12h na minha casa. Vou ligar para Mike para confirmar!

- Então tá! – Ela olhou para o relógio prateado. – Nossa! Está muito tarde, preciso ir! – Ela me deu um abraço informal. – Agente se ver daqui a pouco! – Ela riu.

- Espera! Porque eu não vou com você agora? O Bill só irá acordar agora amanhã! – Peguei minha mochila. – Vamos!

- Tudo bem! - Ela prendeu o cabelo em um rabo cavalo.

-Boa noite. – Dei um beijo na testa do Bill. – Eu estou aqui amanhã.

Saímos do quarto e fomos direto para o estacionamento. Não vi Simone em lugar nenhum:

- Tenho que passar na minha casa. – Carah falou.

-Então nós iremos passar! – Subi no carro.

-Belo carro! – Ela elogiou. – É novo?

- Sim. Minha tia me deu. – Eu estava muito animada. Liguei o som.

Andamos pela rua cantando as músicas de Bushido. Eu estava me acostumando com o hip hop alemão, era bem estranho.

Chegamos à casa de Carah, no meio do nada. Mas a casa era tão bonita que fazia a graça do lugar:

- Vamos entrar! – Ela me puxou. – Meu pai quer te conhecer!

- Tudo bem! – Nós saímos correndo pela grama verde.

Entramos na casa e os parentes dela estavam jantando:

- Guria, onde estavas? – Um homem que parecia ser o avô dela falou com um sotaque que eu conhecia. 

-No hospital, vô! – Ela gritou beijando a cabeça dele. – O Bill acordou sabia? – O avô ficou carrancudo.

- Não gosto daquele rapaz, Carah! Ele não é um bom exemplo! – Carah deu uma gargalhada. – Na minha época meninos só usavam roupas de meninos, e agora? Eles estão até pintando a cara!

-Tudo bem, vô. – Ela apontou para mim. – Está é Beatriz, pai!

Um homem bonito, loiro dos olhos pretos levantou e veio até mim:

- Prazer em conhecê-la! – Ele falou em português. Minha cara se iluminou.

- O prazer é meu. – Respondi em português. Carah boiou.

- Não quer jantar? – Ele apontou para a mesa cheia de guloseimas e bolos.

- Não, muito obrigada! – Falei amistosamente. – Eu e a Carah estávamos pensando em ir dormir em mim casa. – Não sabia se a Carah pedia permissão ao pai.

- Claro! Ela me disse! Então é melhor vocês irem para não ficar muito tarde! – Eu olhei para Carah que devorava um pedaço de bolo.

- Vamos! – Ela quicou com um pedaço de bolo na mão.

- Espere! – O pai dela falou. – Beatriz, onde estão seus pais?

Aquilo foi um golpe no meu coração, já tinha um tempo que eu estava com saudade dos meus pais. Eu tinha que falar com eles:

- Estão... No Brasil. – Sussurrei.

-Agora vamos! Chega de perguntas! – Ela me puxava para porta. – Tchau, pai!

- Tchau minha filha! – Aquilo só doía mais o meu coração. – Cuidado, hein?

- Pode deixar! – Ela bateu a porta. – Desculpe! Meu pai adorava fazer interrogatórios!

- Tudo bem! – Não deixei me desanimar.

Chegando à minha casa, minha tia não estava lá. Mostrei meu quarto para Carah:

- É bem bonito e simples. Parece que você não passa muito tempo aqui dentro.

- Sim. – Tirei meus sapatos. – Quer alguma coisa?

- Quero conhecer seu banheiro! – Ela abriu a porta do banheiro e entrou. – Aqui sim você passa um grande tempo! – Ela gritou de lá. – SEU BANHEIRO É PERFEITO!

- Obrigada! – Corri para lá. – Às vezes eu invento de pintar as unhas. – Dei uma risada.

-Que tal? – Ela pegou minha caixa enorme de esmaltes. – Quero pintar suas unhas de preto e rosa!

- Nossa! – Ela me puxou para eu sentar na cadeira perto da bancada. – Você vai ver, vai ficar bonito!

- Tudo bem! – Me ajeitei na cadeira.

- Haam... Bê. – Ela começou.

-Sim.

- Onde realmente estão seus pais? – Ela perguntou preocupada. Ela prestou atenção quando eu respondi seu pai.

- Eles estão no Brasil. – Respondi de cabeça baixa. – Eu que... Fugi de casa. – Ela parou de tirar o esmalte renda da minha unha.

- O QUE? – Ela estava quase tendo um aneurisma.

- Sim. – Falei novamente. – Eu pensei que eu nunca teria coragem para fugir de casa, mas... Eu consegui.

- Porque você fugiu de casa? – Ela continuou com a minha unha. Eu suspirei aliviada.

- Porque minha mãe não confiava em mim. – Estava bom.

- Huum... Então você veio ficar com a sua tia? – Ela tentava entender.

- Sim. Ela concordou em ajudar-me. Sou eternamente grata a ela. – Eu tentava não deixar a tristeza me abraçar.  Estava cansada de ficar triste. – Mas... Eu estou com saudade da minha família.

- Então... Porque não liga para a sua mãe? – Ela começou a passar o esmalte.

- Tenho medo dela não me perdoar. – Admiti.

- Bê. – Ela parou tudo e olhou para mim. – Quando nós amamos uma pessoa de verdade, nós somos capazes de perdoar muitas coisas que para outras pessoas são imperdoáveis, tem alguns que até perdoam o outro por tentar matá-lo! Porque sua mãe não iria te perdoar?

Lembrei do Bill imediatamente. Ele me perdoou por eu ter quase o matado de certo modo... Porque ele me amava:

- Bê? Você vai ligar? – Ela me tirou do transe.

- Acho que sim. – Sussurrei. – Talvez amanhã.

- Que bom! – Ela continuou com as unhas.

Ela acabou minhas unhas e eu gostei do resultado. Estava bem exótico:

- Nossa! Ficou bem... Doido. – Dei uma risada.

- Danke! – Ela pegou um spray de dentro do armário e colocou em minhas unhas. – Suas unhas são bem fáceis de fazer.

- Todo mundo diz isso. – Ouvi a porta da casa abrir-se. – Minha tia chegou. – Nós corremos para a sala.

- Você está em casa? – Minha tia franziu a testa.

- O Bill acordou. – Dei um sorriso. – Eu disse que ele iria acordar! – Vi a Thy quase morrer de tanta incredulidade.

- Sério? – Ela falou dando um sorriso. – Que bom! – Thy me deu um abraço apertado. – Você está melhor? Ainda precisa de psicólogo?

- Não. Eu estou bem! – Falei dando uma gargalhada. – Você tinha razão.

- Eu sempre tenho em relação a você! – Ela deu uma risada. – Carah não é?

- Sim! – Carah acenou para a minha tia.

- O que vocês irão fazer? – Ela colocou as coisas na mesa de jantar que ninguém jantava nela.

-Não fazemos a mínima idéia.

- Que tal sair? – Minha tia mostrou a chave do carro.

-Não, Thy! – Falei com repulsa. – Não quero acordar grogue amanhã. Quero uma coisa bem caseira.

- Eu não faço a mínima idéia. – Thy falou monótona.

-Que tal brincar de verdade ou conseqüência? – Carah falou de repente. – Bom... É meio idiota, mas dá pra passar o tempo.

- Tudo bem! – Minha tia falou. – Eu quero conhecer os podres da Bê mesmo! – Carah deu uma gargalhada. – Vou fazer pipoca para a gente.

- Ok. – Sentei no sofá. Eu estava ansiosa. Carah mexia no meu notebook.

-Nossa! Que foto massa! – Era a foto de eu com os Tokio hotel no shopping. Ela sobreviveu a meu ataque.

-Haam... Sim. – Dei um sorriso indo para o lado dela. – Foi no shopping.

- Você é muito sortuda! – Carah apertou minha bochecha. Cara, eu odiava quando faziam isso. – Em que grau de amizade você e o Bill estão? – Ela falou com uma cara maliciosa.

- Haam... –Era uma pergunta bem difícil de responder. – Talvez... No máximo. – Talvez ela pegasse a palavra chave.

Ela entendeu:

- NOSSA! – Ela gritou.

- O que eu perdi? – Thy apareceu na sala com um balde de pipoca.

-A Bê está...

- Nada! – Tampei a boca dela. – Era brincadeira! – Olhei para ela com censura.

- Ahh! Então tudo bem. – Ela quietou.

Pegamos uma garrafa e colocamos no chão, Carah rodou e deu que a Thy perguntava e eu respondia:

-Verdade ou conseqüência?

- Verdade.

- Fale a verdade: Você é apaixonada pelo Bill. – Parecia que ela tinha acabado de ouvir o que eu tinha dito para a Carah. Eu gelei.

-Sim. – Admiti. Ela deu um sorriso surpreso.

- Pensei que você não daria o braço a torcer. – Ela riu.

- Já estava na cara.

- Verdade.

- Mas... Eu descobri hoje.

- Hoje?

- Sim.

- Huum. – Ela olhou nos meus olhos. – Não parece estar sofrendo.

- Não estou sofrendo.

- Então... Você é correspondida. – Não foi uma pergunta.

-Sou. – Respondi com um sorriso doce.

- Tudo isso aconteceu hoje?

- Sim.

- Eu preciso parar de trabalhar para acompanhar seus acontecimentos! – Ela deu uma risada.

- Talvez. – Continuei meio séria.

Rodou mais uma vez e deu Carah perguntasse para mim. Ora, bolas sempre caíam em mim!

- Verdade ou conseqüência?

-Conseqüência. – Soltei sem pensar.

- Huum. Você terá que ir lá ao sétimo andar e dar uns pegas no Matt. – Minha tia pareceu gostar.

- Não. – Falei obviamente. – Você não quer que eu beba a água da privada, não?

- Desculpe! – Ela falou. – Eu esqueci que você está comprometida! – Ela riu. – Que tal você... Pular na piscina? – Parecia normal.

- Tudo bem.

- Pelada. – Thy completou. Eu engoli seco.

-Ferrou. – Sussurrei.

- Pode ir tirando a roupa! – Minha tia arrancou minha blusa. Eu gritava para ela parar mais não adiantava muito.

Elas arrancaram a minha roupa toda e me deixaram de calçinha e sutiã naquele frio de rachar:

- E-e –e u vou mo- mo r – rer! – Peguei meu casaco. – Aii está muito frio!

-Vamos! – Minha tia abriu a porta.

- Se eu morrer... – Carah me empurrou para o elevador.

O pior de tudo. Um homem estava no elevador e começou a olhar para as minhas pernas. Eu corei.

Chegamos e minha tia me empurrou para a área de lazer do prédio. E ali estava à grande piscina azul escuro:

- Vai lá! – Thy gritou me empurrando para eu subir as escadas.

 Eu subi devagar enquanto elas assistiam morrendo de rir. Soltei meu casaco e fiquei com as minhas roupas de baixo:

- Nossa! Onde você comprou esse lingerie lindo? – Carah brincou com a minha cara.

Retirei vagarosamente o meu sutiã, morrendo de frio:

- Vocês me pagam. – Sussurrei jogando o sutiã na cadeira. Elas riram mais alto.

Eu já estava hiperventilando e olhando para os lados, se alguém aparecesse, eu pularia imediatamente na piscina molhada e fria.

Retirei minha calçinha rapidamente e pulei naquela água horrivelmente fria:

- ARRASOU! – Minha tia gritou dando gargalhadas.

Eu tremia de frio. Parecia que uns montes de facas atravessavam o meu corpo bem devagar. Eu gritei desesperada.

Elas correram para cima, onde ficava a piscina:

- Você está bem, Bê? – Minha tia falou franzindo a testa.

Eu não conseguia responder, meu queixo estava tremendo e às vezes eu mordia a minha língua. Nadei devagar para a escada e sai da piscina tremendo:

- Nossa! – Thy me enrolou com uma toalha. – Você treme demais!

Eu ainda não conseguia responder, minha boca já estava machucada.

Subimos pelo elevador de serviço. Thy me segurava para eu não cair e Carah segurava as minhas roupas:

- Aii! –Consegui dizer. – Está friio!

-Se acalme. – Carah não conseguia parar de rir da minha cara. – Nós já estamos chegando.

Chegamos a casa e eu corri para o banheiro ligando a água quente. Em seguida, liguei o aquecedor no máximo e me enfiei mesmo molhada nos meus cobertores:

- Coitada! – Carah chegou ao quarto com minhas roupas. – Eu vou pegar umas roupas quentes para você.

- O-o – obrigada. – Tentei dizer. Ela deu uma risada.

Quando a água já estava quente eu entrei na banheira soltando um suspiro:

- Aii. – Gemi de prazer.

Acho que demorei uns 40 minutos na banheira, eu precisava esquentar meu corpo que aos poucos foi parando de tremer:

- E então, geleira? – Thy apareceu na porta. – Nossa! Isso está parecendo uma sauna!

- Sim... – Sussurrei. – Eu quero dormir e só acordar amanhã depois dessa! – Dei uma risadinha.

-Tudo bem. Vou fazer a sua cama.

- Eu agradeço.

Saí da banheira de má vontade e coloquei a roupa que a Carah pegou:

- Já vai dormir? – Ela mexia no meu lixo. O que ela estava procurando?

-Sim. – Deitei na cama. – Quer dormir aqui ou no quarto de hóspedes? – Falei me jogando no travesseiro.

- No de hóspedes. Você deve estar bastante cansada. – Ela pegou sua mochila amarela. – Boa noite, Bê!

- Boa noite, Cah! – Sussurrei.

Dormi imediatamente pensando no dia seguinte. O Bill estaria livre do hospital.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu necessito de reviews com seus comentários, principamente desse capítulo ok?
Küssen ;*
obs: To postaando outra fic, Humanoid o nome dela, quem quiser dar uma olhada lá =DD