Leb Die Sekunde escrita por bi4


Capítulo 10
É possível conviver com você assim.


Notas iniciais do capítulo

Gentem eu tô mto deprê esses dias sabe? Para o ritmo que eu tava escrevendo, eu to lerdando agora então eu preciso da ajuda de vocês, por favor, mandem comentários se querem que eu continue ou não, sua opnião é MUITO importante para mim =DD



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Acordei com a cabeça doendo, as pernas tremendo:

-Thy? – Minha voz quase não saía.

-Eu estou aqui. – Ela sussurrou do meu lado, percebi que estava na sua cama. – Calma.

Levantei bruscamente correndo para o banheiro procurando uma roupa limpa:

-Onde está minha calça? – Eu estava completamente sem voz.

-Você já vai sair? – Minha tia estava dura de tanta surpresa.

-Sim. – Enfiei uma bermuda que achei no caminho. – Vou para o hospital.

-Você não quer tomar café? Um suco? Uma torrada? – Ela levantou vindo para o banheiro.

-Não estou com fome. – Meu cabelo estava impossível, taquei creme nele.

-Você vai comer sim. – Minha tia falou irritada. – Você tem que comer Beatriz! Quer ficar doente?!

-Não... Eu vou comer. – Eu falei indo para cozinha correndo levando a bolsa comigo.

-Porque você está com tanta pressa? – Ela não entendia.

-Nada. – Dei de ombros pegando três torradas e enfiando na boca. – É para pegar uma boa vaga no estacionamento. – Ela não engoliu essa.

-Coma devagar! – Ela tirou as torradas da minha boca. – Sente- se na mesa e coma civilizadamente. – Ela já estava bolada comigo.

-Tudo bem. – Sentei e peguei as torradas, passei geléia nelas e comi uma a uma.

-Você tem que voltar a estudar. – Ela tomava um capuccino. – A vida continua.

-Eu vou para escola. Amanhã. – Falei séria.

-Tudo bem. – Ela me deu o jornal. – Cuidado para não ser apedrejada a rua.

Sim, eu estava lá no jornal, claro, como namorada do Bill:

-A imprensa não deixa nada passar. – Falei levantando. – Fofoqueiros.

-Cuidado. – Ela me deu uma chave.

-O que é isso?

-Você acaba de ganhar um carro. – Ela deu um pequeno sorriso. Eu não sabia o que dizer.

-Nossa... Obrigada! – Dei um abraço nela e peguei minha bolsa. – Muito obrigado!

-De nada. Mas, seja prudente.

-Tudo bem. – Saí porta afora.

Estava incrivelmente frio, enfiei-me no meu novo carro. Uma Mercedes:

-Minha tia acertou em cheio. – Falei ligando o motor.

Coloquei o carro no estacionamento quase vazio e subi pelas escadas, quando eu ia pelo elevador muitas pessoas faziam perguntas para mim:

-Beatriz? – Simone estava no corredor acenando para mim. – Chegou cedo!

-Sim. – Falei dando um pequeno sorriso. – Carro novo.

-Huum! Parabéns! – Ela bateu palmas.

- Obrigado. – Falei entrando no quarto. – Cadê o Tom?

-Foi para casa. – Ela pegava uma bolsa laranja. – Eu preciso tomar um banho e comer alguma coisa. Você fica aí? – Ela falou delicada.

-Sim. – Coloquei minha bolsa no sofá cama.

Ela saiu do quarto e fechou à porta, eu cheguei perto do Bill. Bom, aquilo seria muito idiota, mas... Não custava tentar:

-Haam... Eu sei que isso é ridículo, mas... Eu acho que você pode me ouvir. – Não, aquilo era muito patético. – Tudo bem... Você não pode me ouvir. – Voltei para a cadeira e olhei apreensiva para o Bill...

Eu tinha que tentar pelo menos... Se a Carah disse, devia ser verdade. Eu levantei novamente, pegando a cadeira e colocando do lado da cama:

-Haam... Bill. – Sussurrei olhando para os lados. Levantei e fechei a porta. – Bill. – Bom, eu não sabia realmente onde começar. – Acho que eu devo mil desculpas a você. – Eu toquei sua mão já azul, sem vida. – Eu não devia ter dito aquilo quando eu saí correndo, devia ter o explicado. – Tinha um bolo de choro na minha garganta. Apertei de leve a sua mão. – Me... Perdoe. – Deixei uma lágrima cair em sua mão branca. – Quando você acordar... Se você não quiser mais falar comigo... Eu irei entender, porque eu fui muito grossa com você. Mas... Tente me perdoar. – Eu não podia continuar mais aquilo, só estava fazendo meu coração doer mais ainda. Levantei e deitei no sofá, olhando para ele, imóvel como uma estátua. Sentei novamente na cadeira:

-Tudo bem, eu sou patética. – Falei dando uma risada negra. – Mas... Você quando acordar terá que continuar o CD não é? Suas fãs também estão tão preocupadas com você! – Eu estava me sentindo incrivelmente melhor, eu estava até dando risadas! – Você também disse que iria me mostrar a cidade... Se você me perdoar. – Finalizei tristemente.

-Desculpe a demora! – Simone abriu a porta. – A tranca teve um probleminha. – Ela olhou para mim.

-Não tem problema. – Falei dando uma risada. Ela retribuiu surpresa.

-O que você tanto faz que nem viu o tempo passar? – Ela falou aproximando-se curiosa.

-Nada. – Olhei para o Bill na esperança dele acordar naquele momento e o assunto acabar.

-Você estava... – Ela olhou para mala. – Conversando? – Como ela sabia?

-Mais ou menos. – Confessei.

-Isso funciona mesmo, Beatriz. – Ela sentou ao meu lado afagando o meu rosto. – Continue.

-Tudo bem. – Fechei meus olhos e dei um sorriso tímido.

- Você tem muito que aprender, meu filho. – Ela sussurrou no ouvido de Bill. – Terá que aprender a se expressar mais a quem ama. – Ela beijou sua testa. Eu não entendi muito o que ela disse, mas estava muito feliz por eu está melhor.

Nós ficamos a tarde conversando sobre o Bill, era legal, nós damos risadas e eu me senti leve e feliz, mesmo naquela situação chata.

Simone parecia que me conhecia há muito tempo, que me esperava de algum jeito, e eu adorava ela, porque ela conseguia ver o lado bom das coisas:

-Parece que você me conhece a um grande tempo. – Soltei alegremente. Ela deu um sorriso censurado, será que eu tinha falado alguma coisa errada?

-Sim. De alguma forma eu já a conhecia. – Ela deu uma risada. – Você é uma menina forte, decidida, que nunca cansa. Você era a menina que eu tinha em mente quando fiquei grávida. – Ela afagou os cabelos de Bill. – Mas eu ganhei dois menininhos muito danados! – Ela deu uma gargalhada chegando perto de mim. – Mas eu amo eles mais que tudo.

-É verdade. – Ela ficou estonteante com meu comentário.

-Você conseguiria ser irmã do Bill? – Parecia um desafio.

-Acho que não. – Falei a verdade. – Se eu fosse tão familiar a ele, ele nunca seria meu melhor amigo! Irmãos brigam demais! – Mesmo eu nunca vendo o Bill e o Tom brigarem feio. Simone deu uma gargalhada.

-Sim! Sim! – Ela estava emocionada com não sei o que. Olhei meu relógio:

-Já são 20h! – Eu arregalei os olhos. – Eu vou para casa. – Eu já sentia que o Bill estava seguro, eu tinha minhas recaídas, mas eu estava muito melhor.

-Que bom que você está melhor. – Ela mexeu na bolsa.

-Graças a você! – Ela veio até a mim e me deu uma foto.

-Uma foto do Bill quando era pequeno. Ele era tão danado! – O Bill era tão fofinho!

- Obrigada! – Dei uma última olhada e guardei na minha bolsa. Fui até o Bill e dei um beijo em sua testa. – Tchau. – Sussurrei. – Tchüss tchüss! – Falei com Simone. – Até amanhã!

-Até, Bê! –Ela acenou alegremente junto do Bill.

Desci as escadas dando risadas, as pessoas pareciam absorver o meu estado de espírito:

-Boa Noite, Beatriz! – A recepcionista falou com uma voz agradável.

-Boa noite, Frida! – Fui para o estacionamento correndo e cantarolando “Break Away”. Era minha música preferida.

Cheguei em casa quase pulando:

- O Bill acordou? – Minha tia levantou do sofá.

-Se ele tivesse acordado, eu não estaria aqui. – Dei uma risada.

-Porque você está tão feliz? – Ela franziu a testa olhando para a minha cara. – Alguma coisa aconteceu. Você estava tão deprimida hoje e agora está feliz da vida! O que está acontecendo com você? Alguém está fazendo mágica com você? – Ela estava com ciúmes de Simone. Estava escrito na testa dela.

-Eu descobri uma forma de conviver com o Bill assim. – Peguei um suco de laranja direto da caixa. – A Simone me ajudou. – Testei para ver se era verdade. Ela fez uma cara bem feia e voltou para o sofá.

Não era justo eu deixar minha tia assim. Segui-a e dei um abraço por trás:

- Tia... Você sabe que você é a minha Best. – Choraminguei. – Simone é uma amiga... Você é a minha tia querida, minha amiga baladeira. – Dei uma gargalhada. – E eu sou sua sobrinha problemática que te ama tanto!

Ela virou e me deu um abraço. Nós ficamos imóveis. Minha tia estava chorando?

Ela olhou com seus olhos cinza profundos cheios de lágrimas:

-Eu senti tanto a sua falta, Bê. Eu estou me sentindo tão sozinha com esses trabalhos que me infernam o juízo, eu estou tão preocupada com você e suas oscilações de humor, sua depressão... – Ela não conseguia falar por causa do choro.

-Calma, Thy. Eu vou melhorar! Você vai ver! – Afaguei seus cabelos ondulados.

-Vamos ser diretas, Bê. – Ela parou de chorar e ficou séria. – Você só irá melhorar completamente quando o Bill acordar, mesmo você não querendo, ele faz parte da sua mente agora, de seu corpo. Ainda temos que pensar se ele NÃO acordar! O que irá acontecer com você? – Era pura preocupação, mas ela estava certa.

-Ele vai acordar. – Falei e fui para o meu quarto. Eu odiava quando as pessoas falavam essas bobagens. Era claro que ele ia acordar!

Tirei minha roupa e coloquei meu moletom com blusa simples. Deitei na cama e peguei meu celular, eu tinha que falar com minhas amigas.

Foi uma longa conversa, eu expliquei o que tinha acontecido e o que eu estava fazendo. É claro que eu chorei e elas me acompanharam, emocionadas.

A cada dia o Bill tomava mais conta da minha mente, eu não conseguia pensar em mais nada, a não ser dar os meus palpites em que dia ele iria acordar e se ele iria me perdoar por eu ter feito ele quase morrer. Mas uma coisa que era proibida na minha cabeça era o fato dele morrer. Aquilo não iria acontecer. Eu tinha certeza.

Eu dormi preocupada com o dia seguinte. Eu voltaria para a escola. E o que aconteceria? Eu não fazia a mínima idéia.

 

Uma semana se passou. E as coisas só pioravam para mim:

 

-Bill! – Gritei segurando o seu rosto. – Você está bem?

-Não seja boba! – Ele levantou me segurando pela cintura. – Vamos!

Ele me levou para um quarto claro e no fundo tinha a praia mais bonita que eu já tinha visto:

-Que lindo, Bill! – Gritei puxando-o pela mão. – Onde nós estamos?

- Maldivas! – Ele gritou dando uma risada alegre. Eu fiquei ouvindo emocionada.

De repente o sol foi embora e caiu uma tempestade horrível quebrando as janelas de vidro e arrancando as cortinas amarelas.

Bill começou a ficar cinza, seus olhos começaram a se fechar e de repente ele estava no chão. Quase morto:

-NÃÃÃÃÃO! – Gritei caindo da cama e levando o abajur, o MP3 e minha bolsa cinza. – Não, não, não, não, não, não, não. – Eu gritava doidamente me arrastando no chão pegando meus sapatos e colocando-os nos meus pés azuis de frio. – Bill. – Minhas recaídas estavam demasiadas.

-Bê? – Minha tia apareceu com seu pijama clássico.

-Eu vou sair. – Minha voz não saiu. – Hospital.

- São 3h da manhã! – Ela olhou para o relógio da cozinha. – Você está louca?

-Tchau. – Saí correndo pegando a minha bolsa.

-Beatriz! – Ela segurou meu cotovelo. – Aonde você pensa que vai? – Ela estava extremamente raivosa, nunca a vi tão irritada.

-Vou ver o Bill. – Falei obviamente.

-São 3h da manhã. – Ela argumentou. – Volte para cama.

-Não estou conseguindo dormir. – Minha voz não saía, eu estava sussurrando.

- O que está acontecendo com você, Beatriz Abbehusen? – Ela me balançava irritada. – O que você tem?

- Se eu for dormir... Eu vou sonhar. – Sussurrei olhando para a porta. – Deixe-me ir, tia. Eu preciso dele.

Ela oscilou, mas me soltou. Eu fui correndo para a porta da rua:

-Espere. – Ela falou mais calma. – Eu vou com você.

Ela pegou o carro dela e fomos para o hospital. Bem devagar:

-Vai mais rápido, Thy! – Falei baixo.

-Acalme-se. – Ela apertou o pé no acelerador. – O Bill não vai desaparecer.

- Eu sei. – Suspirei.

Chegamos ao hospital e eu andava parecendo que era a minha mãe que estava na emergência morrendo:

-Boa... Noite, Beatriz. – Frida falou quando eu apareci subindo as escadas, impaciente.

-Bom dia, Frida! – Gritei da escada, todos olharam irritados comigo.

-Ande mais devagar! – Thy pegou meu braço e me apertou. – Eu vou AMANHÃ procurar um psicólogo para você.

-Para com isso. – Cumprimentei as enfermeiras e fui até a pia lavar as mãos.

- Qual é a graça ficar aqui? – Ela olhou enojada. – Não tem nada para fazer.

-Fica na sua tia. – Falei entrando no quarto. – Eu fico bem aqui. – Cheguei perto do Bill. – Bom Dia. – Minha tia olhou para mim surpresa.

-Você... Conversa? – Ela apontou.

-Sim. Faz bem para mim. – Eu afagava a testa branca do Bill, ninguém tinha prestado atenção, mas eu tinha a ligeira impressão que ele estava mais corado. – Tenho certeza que faz bem para ele também.

-Você que sabe. – Thy sentou no sofá. – Você está ficando problemática e não quer ser tratada.

-Não pira, por favor. – Fechei os olhos para a minha tia. – Você que está muito estressada.

-Você vai para a escola. – Não foi uma pergunta.

- Sim. – Concordei morrendo de medo dos meus colegas idiotas. – Infelizmente.

- Muito bem. – Ela chegou perto do Bill. – Como é que ele toma banho? – Ela soltou curiosa.

-As enfermeiras dão banho nele. – Falei dando uma risada. – Você não sabe?

- Nunca fui muito fã de medicina nem enfermagem. – Ela falou enojada. – Imagine eu como médica! Nada haver!

-Com certeza. – Concordei. – Teria o risco de você desligar todos os aparelhos e matar um paciente de tanto que você é desastrada! – Dei uma gargalhada rouca em seguida tossindo loucamente. – Eu estou mal.

-Claro! Você não liga mais para você mesma! – Minha tia achou uma brecha na minha armadura. – Só fica grudada aqui no hospital!

-Ai menina você está atacada hoje! – Levantei já bolada. – Eu gosto de ficar aqui! Sinto-me bem, ok?

-Ok, ok... – Ela levantou. – Eu vou embora. Venho te pegar 5h. Eu não me esqueci do colégio. – Ela falou séria. – Até mais.

-Até! – Falei com um sorriso. Ela me olhou repulsiva. Eu merecia, eu merecia.

Ela bateu a porta e eu me sentei na cadeira perto da cama:

- Está vendo, Bill? Eu também sofro! Minha tia acha que eu sou louca. Tudo bem, eu não estou bem, mas ela não precisava ficar assim, não é? Eu vou melhorar depois. Depois que você melhorar também. – Cuspi desabafando. – Ontem o Matt tentou me agarrar. Sim, eu dei um murro nele. Ele é um estúpido e tenho certeza que você vai achar isso quando você conhecer ele! Minha tia também nem me chama mais para sair, ela está se sentindo sozinha. Mas... Porque ela não me chama mais, Bill? Eu sempre saí com ela... Normalmente. – Filosofei olhando para ele procurando respostas. – Eu nunca me sinto sozinha... Porque eu tenho você. E espero que eu faça alguma diferença aqui, que você não se sinta largado, porque você sabe que eu sempre vou estar aqui com você. Obvio. – Eu não conseguia parar de falar. Suspirei e tossi por causa da minha rouquidão. – Eu vou agora ficar quieta. Minha garganta está doendo, acho que você entende. – Coloquei minha cabeça perto do travesseiro dele. – Amanhã... Bom, ainda hoje, eu vou ter um dia cheio. Minha primeira aula de teatro. – Fechei os olhos. – Eu sou boa em teatro... Eu acho. – Eu não conseguia, mas falar, o sono veio com tudo pelo meu corpo. – Tudo bem, eu não quero te incomodar, mas eu também estou com sono. Hoje eu tive um pesadelo horrível, como sempre. Por isso que eu venho correndo te encher o saco. – Eu dei uma risada trêmula. – Você sabe que eu só consigo dormir perto de você. – Sussurrei já quase “dormindo acordada”. – Boa noite, Bill. – E eu dormi até a hora que a enfermeira me acordou dizendo que minha tia tinha chegado.

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, fiz com carinho pra vocês =DD
Bejô ;*