Segunda Chance - Porque Eu Tenho Que Amar Você? escrita por Reptiliano


Capítulo 4
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Um mês se passou após o resgate de Abel. Ele e seu irmão ficaram por um tempo com os Seres do Amanhã, mas assim que Abel se recuperou, os dois resolveram sair da cidade. A Ultra sabia sobre Higor e o caçava assim como caçou o irmão, além disso, chamaram bastante atenção com o resgate.

Cara estava passando mais tempo com Stephen e percebia que ele estava com o pensamento longe. Uma vez, aproveitando-se da distração de Stephen, Cara leu sua mente e viu que o rapaz estava pensando em John. O ciúme e a desconfiança tomaram conta de Cara que, sem querer, fez com que Stephen sentisse uma dor aguda no cérebro.

– O que foi isso, Cara?

– Desculpa. Me descontrolei.

– Você se descontrolou? Isso nunca acontece! Além disso, porque você estava em minha mente?

– Porque você só está aqui fisicamente. No que você estava pensando?

– Eu estava pensando em John.

– Você e ele têm ficado bem amiguinhos ultimamente. Achei que, justo você, seria o que mais manteria distância dele. Você o perdoou?

– Mais ou menos.

– Como assim? Digo... Stephen, ele matou seu pai.

– Ele tentou. Além disso, depois que saiu da Ultra, ele realmente veio tentando proteger nossa espécie.

– Nos trancando?

– Do jeito dele.

– Stephen, acho que depois que vocês ajudaram Abel e Higor, você está mais distante de mim. É como se todo aquele amor que você dizia sentir sumisse de repente.

Stephen percebeu que Cara não estava afim de rodeios. Ele não podia culpá-la, afinal, esteve sendo enganada por um bom tempo e isso a deixou diferente. O único problema era se Cara mudasse para algo/alguém ruim.

– Talvez então... Seria melhor eu me afastar de você.

– O quê?

– Eu estou confuso.

– Confuso com o que?

Stephen não respondeu e bloqueou sua mente para que Cara não visse seus pensamentos. Para que Cara não visse John.

– Apenas confuso.

– Então você quer distância? Ok.

Cara desapareceu enquanto Stephen bufava.

Longe dali, no alto de um prédio, estava John, sentado na beira olhando para a cidade com os pensamentos em Stephen.

Porque Stephen não saia de sua mente? Porque ele ficou muito preocupado com Stephen? Porque ele tinha ciúmes de Cara com Stephen, já que ele e Cara não tinham mais nada?

“Talvez eu ainda a ame”, ele pensou. Não, John sabia que por Cara, a única coisa que ele passou a sentir foi respeito e carinho. John não entendia muito bem como que seu amor por Cara simplesmente desapareceu, só sabia que desapareceu e, por mais que tivesse tentado reconquistá-la várias vezes, ele não conseguia amá-la mais.

Pelo menos o seu sentimento por Cara já era algo definido. Mas e as outras dúvidas? Onde ele encontraria as respostas?

Stephen apareceu atrás de John, que se levantou, com cuidado para não cair e poder encarar o amigo.

– Como você me achou?

– Telepatia. E relaxa, eu também tenho algumas dúvidas como essa.

– Como assim?

– Eu não consigo parar de pensar em você.

Stephen respirou fundo enquanto John arregalava os olhos. Não era possível que Stephen estava dizendo uma coisa dessas. John também não conseguia se imaginar dizendo algo assim, e no fundo, ficou feliz por Stephen ter falado.

– O que está acontecendo com a gente? Será que tem alguma coisa relacionada aos nossos sentimentos pela Cara?

– Eu não tenho idéia. Depois que você apareceu lá ala médica da Ultra, eu não consigo mais ver a Cara da mesma forma que vi antes. Você não sai da minha cabeça mais e assim como ela, eu estou cansado de ficar enrolando para falar sobre isso com alguém.

– E você achou que teria que ser eu?

– Melhor do que contar à outra pessoa e isso vazar por aí.

– Podia vazar comigo.

– Não vai. – Stephe se permitiu um sorriso.

– É, eu tenho pensado em você também. – John olhou para o chão com medo da reação de Stephen, mas logo se conformou e encarou o amigo.

– O que está acontecendo com a gente? E não acho que possa ser o que estou pensando!

– Não... Definitivamente! – John sorriu achando a cena engraçada. – Quero dizer, eu não sou gay. E por você estar com a Cara imagino que também não seja.

– Não!

– Garotas! – John cruzou os braços e desviou o olhar

– Nem me fale.

John pensou em pedir que eles... Não. Stephen jamais aceitaria. Como ele mesmo garantiu, ele não era gay, então um pedido desses estava fora de cogitação. Olhou novamente para Stephen e, por um infame de segundo, pensou ter visto um vulto encapuzado com as tatuagens aparecendo pela manga do casaco. Pensando bem, era só Stephen não contar à ninguém.

– Stephen... – O rapaz encarou John, com medo do que viria a seguir – Que tal se nós... Sai da minha mente! – John revirou os olhos e se aproximou – Se eu fizer isso e não sentir nada, vou saber que estava errado. – John se aproximou mais, podendo sentir a respiração do amigo. – E pela minha sanidade, que eu esteja errado!

A boca de John avançou contra a boca de Stephen, que ao invés de recuar, cedeu. A quem ele estava querendo enganar? É claro que ele desejava aquele beijo quente, John via em sua mente. Queria muito sentir os lábios de John sobre os seus e agora que finalmente conseguiu não iria reprimir. Além disso, ninguém sabia que os dois estavam ali e ninguém precisava saber mesmo. Ousado, John abraçou Stephen enquanto o beijava e surpreendentemente, Stephen gostou e o abraçou de volta. As mentes dos dois foram ligadas, dividindo pensamentos felizes sobre os dois, e foi quando souberam que estavam apaixonados um pelo outro.

Quando foram obrigados a respirar, John e Stephen fitaram-se por alguns segundos. Um sorrindo para o outro, contentes por finalmente terem se entendido.

John pegou a mão de Stephen.

– Eu quero te mostrar uma coisa. Você sabe que sou bom com teleporte e eu venho treinando isso há muito tempo.

Stephen fechou os olhos e quando abriu, se viu na coroa da estátua da Estátua da Liberdade. Emocionado, olhou para o moço do seu lado e o beijou, contente por estarem apaixonados um pelo outro.

Stephen estava certo de que a melhor coisa que aconteceu naquele dia, foi a decisão de John arriscar tudo com o beijo.


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