Segunda Chance - Porque Eu Tenho Que Amar Você? escrita por Reptiliano


Capítulo 3
Redenção




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Stephen passou durante o dia inteiro estudando as localizações dos D-Chips, para poder passar as informações necessárias à Higor, mais tarde.

No dia seguinte, assim que Stephen saiu da escola, foi direto para a Ultra. Jedikiah havia dito, no dia anterior, que o treinamento de hoje seria interno: Luta corpo a corpo. Stephen tinha facilidade em controlar os poderes, mas numa luta sem os mesmos, o rapaz não duraria muito.

Após uma hora de treino, Stephen pediu um tempo de descanso. Seu professor de luta não concordou muito com isso, mas Stephen não estava treinando com muita vontade, então talvez deixando-o mais à vontade, os resultados melhorariam.

Assim como a maioria dos alunos, Stephen não fora ao banheiro, mas aos andares mais baixos do prédio, onde tinha-se o controle geral da energia do prédio. Stephen despistou alguns agentes e fiscais, mas conseguiu entrar sem muitos problemas. Abriu uma caixa enorme, quase do próprio tamanho, mas não sabia qual alavanca ligava/desligava o que.

“John, eu preciso saber qual delas eu abaixo.”

“Antes de você abaixar, pedi ao Tim que colocasse as câmeras de vigilância em loop, para que você não seja pego.”

“É impressão minha ou você está preocupado comigo?”

Stephen sorriu sem perceber.

“Stephen... E se acharem que você está envolvido nessa operação? Jedikiah e o Fundador suspeitam muito de você, pelo o que você nos conta.”

“Provavelmente vão tentar ler a minha mente, mas Cara tem me ajudado a bloquear melhor.”

“Cara tem te ajudado bastante então.”

“John, desculpa, eu...”

“Se liga. Dez segundos.”

Stephen olhou fixamente para o painel cheio de alavancas e chaves, girando todas elas ao mesmo tempo usando telecinese e então se teleportou para o banheiro masculino, que por sorte – e por Tim continuar monitorando os corredores – não tinha ninguém para vê-lo chegar. No banheiro, Stephen se concentrou nos D-chips que observara na entrada e, dentro dos aparelhinhos brancos de tela azul, os chips se quebravam por dentro.

“John, ele está com você?”

“Estou indo Stephen.”

Higor apareceu na entrada da Ultra sem se preocupar em ser visto ou não. Os seguranças da portaria foram em sua direção, mas todos lançados para trás de volta. Higor entrou fazendo cacos de vidro, que uma vez foram as portas de entrada, voarem para todos os lados.

Vários agentes e seguranças vinham aparecendo, mas Higor, ágil não só com os poderes mas em luta corpo a corpo, nocauteou todos eles.

Higor se abaixou próximo à um que estava consciente e tocou em sua testa, usando seu poder de persuasão.

– Me guie até o prisioneiro Abel. Atire em quem estiver no caminho, mas não atire para matar e atire nos D-chips para destruí-los.

O agente se levantou e Higor tomou uma arma de um outro agente.

– Só por precaução, tome outra arma. Vamos.

E assim foram. Duas ou três pessoas atiraram contra Higor e o agente que o acompanhava, mas não acertaram e com a ajuda do agente conseguiram passar. Stephen informava telepaticamente a localização dos D-chips para que os destruíssem.

Passaram por um corredor onde só tinham agentes da espécie dos Seres Do Amanhã.

– Parado! Nós sabemos que você não pode matar.

– Não, mas ele pode!

O agente que estava sob o domínio de Higor atirou em todos para que pudessem prosseguir.

Enfim chegaram à sala onde estavam Jedikiah e Abel, o irmão de Higor. Stephen apareceu para ajudar o chefe, ou pelo menos era para que ele pensasse assim, mas se deixou ser nocauteado por Higor. Jedikiah também não conseguiu muita coisa.

Stephen se levantou , mas o agente que estava com Higor, considerou Stephen uma ameaça que estava no caminho do “mestre” então atirou, mirando na perna do garoto.

Quando Higor viu o que aconteceu, tocou a testa do agente.

– Durma!

“John, eu não posso levar Stephen. Vão descobrir que ele me ajudou.”

Tirou as amarras do irmão e o ajudou a se levantar.

“Você precisa levar Stephen.”

“Foi um tiro na perna, John. Ele vai sobreviver. Eu estou indo.”

Higor e Abel se teleportaram.

John continuou monitorando Stephen e viu que logo a ajuda chegou e levaram-no à ala médica da Ultra, o que deixou John menos preocupado.

* * *

Abel estava dormindo, descansando. Higor estava sentado do lado do irmão comendo algo em um tigela. John apareceu e agarrou Higor pelo cangote.

– Porque você não ajudou Stephen, seu desgraçado?

– Se eu ajudasse ele, o disfarce ia por água abaixo. Além disso, ele trabalha para uma companhia que nos caça, eles treinam soldados. Você acha que não teria pelo menos uma boa ala médica lá? Ou você se esqueceu do seu tempo na Ultra?

– Como você sabe que eu trabalhei para eles?

– Stephen me mostrou ajudando os Seres Do Amanhã. Na mente dele havia algo sobre você, Ultra e aquele cara... Jedikiah, eu acho.

John soltou Higor. Ele tinha razão. John sabia que os agentes da Ultra tinham suporte médico, sabia que o disfarce de Stephen estava em jogo e também sabia que jamais ficou daquele jeito por causa de Stephen.

– Eu sei que você ficou preocupado com o seu namoradinho. Mas eu não ia deixá-lo lá, a menos que eu tivesse outra opção. E foi o que aconteceu.

John fechou os olhos colocando as mãos na cabeça. Essa preocupação toda, talvez esteja ligada ao fato dele ter matado Roger e procurando por redenção esteja tentando proteger seu filho. Não, era bem mais do que isso. Não era uma simples preocupação, tinha algo a mais.

John abriu os olhos e se viu num quarto branco, onde Stephen estava deitado, olhando o rapaz preocupado logo à sua frente.

– John? Como você veio parar aqui? E porque você está aqui? Se Jedikiah...

– Você está bem?

Stephen parou de falar, ficou surpreso com o tom de preocupação na voz de John.

– Sim. Sim, eu estou legal. Vou mancar por um tempo... Como... Porque você está aqui?

– Eu não sei. Eu fui conversar com Higor e quando fechei os olhos eu devo ter me teleportado sem perceber.

– Está me dizendo que os seus pensamentos o trouxeram aqui? Você andou pensando em mim?

– Pobre coitado. Bateu a cabeça e começou a imaginar coisas.

“Você estava sim, pensando em mim.”

– Sai da minha mente, Stephen!

John cruzou os braços fazendo careta enquanto Stephen sorria para o amigo.

– Eu vou voltar lá para baixo e contar à Cara o que aconteceu. Sei que você me pediu segredo, mas ela vai me matar e já não é de hoje que ela deseja isso.

– Achei que a nossa espécie não pudesse matar.

– Não pode. Bom, eu vou nessa. – John se teleportou.

* * *

Os dias se passaram e John ficou pensando no que aconteceu. Em sua preocupação por Stephen ter levado um tiro que não mataria o amigo. Nem mesmo com Cara ele ficava preocupado do jeito que ficou por Stephen. Mas também, pra que se preocupar com Cara? Ela sabia se cuidar. Lidava bem com seus poderes e lutava como ninguém. Não, Cara estava mais do que bem. Além disso, depois que Stephen apareceu em suas vidas, Cara não queria mais saber de John. Era Stephen pra cá, Stephen pra lá. Ele não agüentava! Não suportava todas as vezes que Cara escolhia Stephen ao invés dele.

Russell se aproximou. Enquanto os outros olhavam torto para John, Russell, Stephen, Morgan e Irene eram os únicos que falavam com ele direito. E se tinham alguma raiva do rapaz por ter mentido esse tempo todo, eles omitiam e tentavam agir como se nada tivesse acontecido.

– Cara, você está horrível! Depois do resgate do “menino-mandão” você ficou diferente. Tem alguma coisa a ver com a Cara?

– Não sei o que você quer dizer com isso, Russell.

– Você costumava nos liderar, você era a nossa inspiração, todos queriam ser como o John. O grande John!

– Costumava. Era. Queriam... Passado. Tudo no passado.

– Sim, tudo no passado. E por sua culpa!

John se assustou um pouco. Não estava entendendo Russell completamente.

– Por ter mentido?

– Claro que não! – Russell colocou a mão no queixo como se estivesse pensando – Se bem que... isso foi só o começo. Mas eu não estava me referindo à isso. Olha, eu sei que não sou bom com as palavras como você acabou de ver, mas o que eu quero dizer é basicamente: Larga de ser um vagabundo que não sabe o que quer da vida e vai à luta! Corre atrás daquilo que você quer, mano!

– E você acha que não é isso que eu estou fazendo? Roger me pediu para ajudar os Seres do Amanhã e é isso que eu venho tentando fazer! Stephen e eu estamos procurando pistas para acharmos o corpo do pai dele e depois tentar salvar todo mundo. O que eu quero é redenção por tudo o que eu fiz quando trabalhava para o imundo do Jedikiah, o problema é que ninguém percebe isso!

Cara, estava no fundo observando toda a conversa, acompanhada de Morgan e Irene. As duas olhavam para Cara e, mesmo que não dissessem ao menos uma palavra, a expressão em ambos os rostos eram: Perdoe ele!

– Será que o problema é realmente esse?

John olhou para o amigo. Será que o realmente segurava John de se erguer novamente era a redenção que ele tanto buscava? Ou será que Russell estava certo e havia mais alguma coisa? Era possível. No dia em que Stephen levou o tiro, John sabia que não era apenas preocupação que sentiu pelo rapaz. Era algo a mais. Algo que ele não conseguia explicar e ao mesmo tempo, sabia que nunca tinha sentido por outra pessoa, nem mesmo por Cara.

John olhou para trás como um cachorrinho que acabara de cair do caminhão e viu que Cara o observava com um olhar não muito encorajador.

O que estava acontecendo com ele?


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Notas finais do capítulo

Me desculpem os erros que me passaram despercebidos.



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