Segunda Chance - Porque Eu Tenho Que Amar Você? escrita por Reptiliano


Capítulo 13
Como Um Filho




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“Hoje um dos nossos foi levado. Não vou mentir para vocês: nossa situação não é favorável e em breve a Ultra virá até nós. Os que quiserem ir embora podem ir, mas aqueles que escolherem ficar e lutar serão bem vindos no grupo. Uma guerra acabou de começar e em pouco tempo o mundo inteiro estará envolvido. Russell foi capturado e mesmo que isso nos exponha não vamos deixar nosso amigo morrer nas mãos da Ultra. Não vamos mais deixar que nenhum outro Ser Do Amanhã morra nas mãos daqueles que querem nos tirar desse mundo ao qual também pertencemos. Estamos fartos de nos esconder, é hora de revidar!”

Todos levantaram as mãos e gritaram mostrando o apoio à sua líder. John a encarava orgulhoso e os outros, apesar da situação, pareciam felizes. Muitos tinham saído, é verdade, mas os que ficaram e resolveram lutar fizeram parecer que tudo sairia bem no fim.

– Onde está Stephen? – Perguntou Edward.

– Ele está descansando, mas irá se juntar a nós – Respondeu John.

– E qual o plano?

– Morpheu vai nos levar à alguns minutos atrás, no tempo, isso nos permitirá chegar até lá e impedir que a Ultra comece os experimentos em Russell. – Começou John.

– Morgan vai ser uma distração. Ela e o Jedikiah tinham um caso e acredita-se que ele ainda a ame. – Continuou Cara – Ela vai estar na linha de frente e claro, não vai estar sozinha, no entanto Jedikiah não vai conseguir se concentrar direito, com medo de machuca-la.

– Então ela é o “calcanhar de Aquiles”, ok. Mas e se ela ainda o amar? – Perguntou uma menina com mechas de cabelo azul usando um piercing labial e roupas escuras. – Existe a possibilidade de traição.

Cara não respondeu, até porque pensava o mesmo. Morgan se postou mais à frente e falou para todos.

– Eu não posso falar muito, mas em resumo: Jedikiah não me machucaria e em troca eu deveria ficar escondida em meio aos humanos, no entanto eu sempre soube o que a Ultra fazia com os que eram capturados e isso me revoltava por dentro, mas eu nunca fiz nada para mudar isso. Eu não vou dizer que era chegada ao Russell, mas após saber o que a Ultra pretende fazer com ele esta noite eu tomei minha decisão. Jedikiah deve cair.

– Uma vez lá dentro, Irene e Stephen irão tentar hackear o sistema. – Continuou Cara – Um grupo estará cobrindo os dois e outros dois grupos irão resgatar Russell e distrair o Fundador. – A maioria começou a cochichar fazendo especulações sobre distrair o Ser Do Amanhã mais poderoso. – Não vou dizer que vocês não correm risco de vida, mas a nossa vantagem sobre eles é que nem mesmo o mais poderoso de todos pode nos matar.

– Ele não precisa nos matar para acabar conosco. – Falou outra menina em meio aos que assistiam Cara revelar-lhes o plano.

– Infelizmente – Concordou Cara. – Morpheu estará exausto por nos levar de volta ao tempo, principalmente por levar todo mundo por isso, Josh ficará com ele enquanto nós entramos. O grupo que cobrirá Stephen e Irene será liderado por Edward. Apesar de eu não concordar muito com suas atitudes, você é uma pessoa... Bom... De atitudes. John e Morgan irão atrás de Russell e eu vou liderar o terceiro grupo para distrairmos o Fundador e esperar que Jedikiah não esteja com ele.

Era um bom plano. Cheio de falhas, mas ainda assim, um bom plano.

“Stephen, hora de irmos.” John o chamou telepaticamente.

Stephen se juntou aos outros e foi atualizado sobre o plano. Alguns grupos se juntaram para fazerem orações pelo sucesso da missão e pelas vidas que talvez fossem perdidas e quando Cara os chamou, todos se postaram no salão principal e se teleportaram juntos.

Eles apareceram em uma rua escura, todos juntos sem se preocuparem em serem ou não vistos por humanos. Se aproximaram do prédio da Ultra e viram pelos vidros do prédio flashes e sinais de luta (barulhos de tiro e colisões de objetos variados). Um agente da Ultra voou pela janela em direção ao chão e Cara viu sua versão futura postada na janela. Ela não foi a única e isso aumentou a confiança dos que estavam por perto.

Morpheu se postou à frente e pediu à todos que dessem as mãos. Sumiram reaparecendo no mesmo lugar, só que minutos mais cedo. O prédio da Ultra ainda estava silencioso e pelas horas, as versões anteriores de Stephen, John, Cara e Russell deviam estar enfrentando o Fundador.

Irene e Stephen foram na frente com um pequeno grupo de cinco pessoas atrás deles. Chamaria atenção, mas a essa altura a Ultra já sabia que Stephen era um agente duplo e, nesse momento estavam atrás dele, então a atenção dos agentes, no momento era outra. Stephen entrou e, para passar por uma enorme porta de metal utilizou o cartão magnético de agente. Como o sistema obedeceu, concluiu que ainda não haviam removido Stephen completamente do sistema.

Edward passou atirando nos D-chips para que seus poderes continuassem funcionais e não demorou muito para que topassem com um grupo de agentes mirando-os. Era um grupo de cinco, então os invasores tinham a vantagem. Dois deles eram Seres Do Amanhã também, mas no fim, eles conseguiram passar. Edward ficou com dor de cabeça após quase atirar em um dos agentes.

– Vamos, Irene. – Chamou Stephen. A menina estava com os braços parados em frente ao rosto como se ficasse invulnerável.

“Tudo ok, Stephen?” John estava preocupado do lado de fora.

“Está tudo bem. Já chamamos atenção e provavelmente mais agentes aparecerão aqui, além disso, Jedikiah já deve estar ciente de que invadimos a Ultra.”

Stephen tentou usar o cartão magnético para abrir outra porta, mas nesse meio tempo em que lutara com os agentes da Ultra, o rapaz tivera o cartão bloqueado. Edward atirou no painel que havia do lado da porta, na esperança que ela abrisse. Felizmente funcionou.

A sala estava repleta de agentes, a maioria não era boa de luta, mas haviam alguns humanos ali prontos para tirar a vida de muitos. Stephen se teleportou para trás de um, acertando-lhe com socos e chutes. Em seguida lançou-o contra a parede usando telecinese, fazendo-o desmaiar.

Irene corria desnorteada e parou quando viu um agente da Ultra cair bem na sua frente. Sem reação, começou a esbofetear o homem. Fechou os olhos, nervosa, e acertou-lhe um soco no nariz causando um sangramento. Não foi suficiente já que o homem continuava acordado. Ela ficou assustada e com os olhos arregalados. Edward apareceu do seu lado e chutou o rosto do homem várias vezes.

– Faça seu trabalho. – Falou Edward enquanto cobria Stephen e Irene.

A dupla dinâmica correu para o outro lado da sala ajeitando-se em frente ao computador principal. Era maior e ocupava toda a parede. Tremendo freneticamente, Irene tirou do bolso de seu jeans um pendrive e o plugou na primeira entrada USB que viu em sua frente. Uma janela se abriu no enorme monitor e então a menina começou a digitar. Passava os dedos pelo teclado como se estivesse tocando alguma música. Todo o nervosismo e a adrenalina do momento parecia ter cessado. Irene estava no paraíso.

Do lado de fora da Ultra, o Fundador e um grande grupo de agentes chegaram apressados. Jedikiah e um grupo de agentes seguiram com Russell para um lado. O Fundador comandava outro grupo e um terceiro foi, liderados por uma mulher, para onde estava Stephen.

Jedikiah seguia pelo corredor portando uma pistola e sendo seguido por um grupo. Russell estava desacordado para impedir que tentasse escapar, pois mesmo sem os poderes, Jedikiah sabia que o menino era bom em luta então toda precaução ainda seria pouca. Estavam levando Russell para uma sala que nunca havia sido usada... Até agora.

Jedikiah virou o corredor e apontou a arma para uma mulher, não muito alta, de cabelos negros que escorriam pelos ombros e o encarava com um olhar sombrio.

– Morgan, por favor.

– É hora de parar, Jed.

– Então é isso? Você vai mesmo se unir à eles?

– O que você faz não é certo e...

– Então acho que isso simplifica as coisas! – Jedikiah atirou sem demonstrar qualquer emoção em seu rosto.

Morgan se abaixou, sendo acertada no ombro, mas sabia que o ex-namorado havia mirado em outro lugar. John apareceu ao lado de Morgan e tomou a arma de Jedikiah com telecinese e no segundo seguinte mais quatro Seres Do Amanhã apareceram ao seu lado.

“Josh, precisamos de você aqui.”

Josh apareceu onde estava John, pegou Morgan e saiu.

Uma menina com mechas de cabelo azul se teleportou para o lado do agente que segurava Russell. Tal agente tentou acertá-la com um soco, mas rapidamente John atirou no braço do homem, fazendo-o gritar de dor. A menina segurou o braço de Russell, que estava caindo no chão, e se teleportou com o garoto dali.

Enfurecido, Jedikiah pegou a arma de uma agente um pouco mais baixa que ele e tentou atirar em John, mas este por sua vez já estava atrás de Jedikiah. John o pegou pela gravata e os dois sumiram dali.

O Fundador estava andando rapidamente pelos corredores da Ultra, mas parou de repente. Os agentes que o acompanhavam ficaram assustados, sem entender nada, mas tudo se esclareceu quando Cara e alguns amigos apareceram ali. Todos apontaram armas para a jovem e seu grupo, mas nenhuma bala passou. Mesmo sem mover um único músculo, Cara criou uma barreira telecinética. O Fundador a encarou com um sorriso no rosto, mas Cara retribuía o olhar com desprezo e ódio.

Os dois grupos começaram a avançar. Um dos agentes tentou atirar novamente, mas Cara o fez levitar e puxou para perto. Deu-lhe socos e, quando ia acertar um chute, seu pé fora parado, ainda no ar, pela telecinese do Fundador. Um rapaz que acompanhava Cara chutou o homem por ela enquanto uma menina que se teleportou para atrás do grupo do Fundador tentava chegar até o mesmo. Rapidamente os agentes se viraram apontando armas, mas eles voaram em várias direções pela telecinese da menina.

Cara sorriu e, pela pequena distração do Fundador, se teleportou para ajudar a menina. Tentou jogar o Fundador para longe, mas esse rapidamente se teleportou para trás de Cara e a tocou na cabeça, fazendo-a sentir uma dor aguda na cabeça e cair desmaiando. Os outros do grupo se aterrorizaram com a cena e se teleportaram dali.

Uma mulher loira e prontamente armada apareceu na sala onde estavam Irene e Stephen. Irene fora jogada para o lado, voando da cadeira e Stephen jogado contra a parede, ambos por telecinese. Edward tentou ajuda-los, mas outros agentes eram seu problema naquele momento.

– Então é assim que vai ser, Hillary? – Falou Stephen com as forças que lhe sobravam.

– Sinto muito, Stephen. Você faz o que pode para acabar com a Ultra, eu faço o que posso para acabar com você. Sabe, se estivéssemos do mesmo lado, poderíamos ser amigos.

Hillary levantou o braço tentando enforcar Stephen, mas de repente a dor passou e ele caiu de pé. Hillary estava imóvel como uma estátua de cera perfeita, assim como todos que estavam ali. Stephen andou pela sala com cuidado, pois não sabia como tinha parado o tempo novamente e nem como ou quando o efeito de seu poder cessaria.

Stephen viu uma bala parada no ar, apontada para as costas de Edward. Ele a tocou, mas nada aconteceu além de o pequeno objeto mover-se um pouco para o lado. Ele pegou a bala com as pontas dos dedos e colocou atrás do ombro do agente que atirou. Em seguida deu uma olhada nos bolsos dos agentes à procura das pulseiras que os impediam de usar os poderes. Felizmente achou quatro em diferentes bolsos de diferentes agentes. Colocou uma em Hillary e as outras três nos que ele sabia que tinham poderes também, já que chegou a trabalhar com alguns do que estavam ali.

Stephen se abaixou e segurou no braço de Irene, se teleportando. Ao fazer isso, o tempo voltou a correr. Um agente levou um tiro no ombro sem saber onde a bala saiu e os outros ficaram mais vulneráveis sem os poderes. Hillary ficou surpresa, mas sabia que Stephen podia parar o tempo então virou-se para ajudar os colegas, mas viu em seu braço a pulseira e logo se rendeu à Edward.

“Stephen?”

“Estou no covil e Irene está comigo. Eu já estou indo.”

John e Jedikiah reapareceram caindo no chão do que parecia ser uma antiga sala de laboratório. Os dois sabiam muito bem o que aconteceu naquela sala e Jedikiah sabia que dessa vez não haveria um “esconde-esconde” com John. Nem ele e nem John fugiriam.

– Essa sala me trás boas lembranças – Falou Jedikiah se levantando.

– Boas só para você. Você me transformou em um monstro. – John se lembrou do projeto “Anexo” e dos experimentos realizados na sala em que estavam.

– E esse monstro está prestes a fazer exatamente o que repudia. John, estou começando a achar que você é bipolar.

John se teleportou para trás de Jedikiah e tentou acertar-lhe um soco, mas o homem se defendeu com o braço.

– Eu não sou indefeso. – Ele falou e logo acertou John nas costelas com um dos pés – muito menos idiota.

Usando telecinese, John o jogou contra uma mesa cheia de objetos de pesquisa. Jedikiah sentiu-se desconfortável e ficou com medo de que algo pontiagudo o perfurasse, mas logo percebeu que objetos pontiagudos eram a menor de suas preocupações. John se teleportou e apareceu no ar, em cima de Jedikiah. Este, por sua vez, jogou o corpo para o lado fugindo do chute de John caindo no chão.

Ainda em cima da mesa, John fez Jedikiah levitar e novamente o jogou longe. Jedikiah bateu com as costas na parede. Apesar da dor, levantou-se rapidamente e puxou uma arma sabe-se Deus de onde e atirou várias vezes contra John. O rapaz caiu propositalmente atrás da mesa no qual estava em cima para se desviar das balas.

Jedikiah ficou atento, com a arma apontada para a mesa, esperando que John aparecesse, mas rapidamente virou para a direita dando tiros surpreendendo John que acabara de se teleportar. Um dos tiros passou de raspão em sua bochecha esquerda e logo o sangue começou a escorrer.

John se teleportou novamente aparecendo na frente de Jedikiah, mas ao invés de acertá-lo com um golpe se teleportou de novo, e de novo e várias vezes, deixando Jedikiah confuso.

Após se teleportar inúmeras vezes em inúmeros lugares diferentes, John acertou Jedikiah. Sem saber ao certo de que direção veio o soco, Jedikiah caiu sentindo o sangue escorrer pelo canto da boca.

John tomou sua arma por meio de telecinese e atirou em Jedikiah, acertando-o três vezes no peito enquanto o mesmo tentava escapar.

O homem caíra semimóvel e ofegante no chão.

– Você... era... como... um filho para... mim.

John o olhou friamente e entrou em sua mente antes que Jedikiah parasse de respirar, ainda tinha mais uma coisa a ser feita e para isso precisava de uma informação que só Jedikiah tinha.


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