CAPÍTULO ANTERIOR

Como ele ousa sentar no sofá da minha mãe com tanta elegância? Nem meu avô senta assim. E esse terno, que terno lindo, deve ter sido o olho da cara. Ele continua a me encarar, observando cada movimento que dou, como se eu fosse uma rosa desabrochando.

— Deixa eu começar então, estou vendo que você não quer falar. Menina tímida. Bom... Que eu saiba, você não sabe meu nome, então...Prazer me chamo Caliban.

—-----##------------##------------##------------##-------------##-------

P.O.Vs Elizabeth Taylor

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Ele disse o nome dele como se eu quisesse saber. Única coisa que queria no momento era acordar.

— Desculpa querida, nós temos muito que conversar. — diz Caliban calmamente — Voltando ao assunto, eu gostaria de ser franco com você, por que antes de tudo eu quero ganhar sua confiança.

— Minha confiança? Não tem como você ganhar ela transformando meus sonhos em pesadelos e minha vida em um inferno!— digo gritando.

— Tecnicamente, os pesadelos são uma forma de proteção da sua cabeça. No momento que parar de me bloquear tudo será mais simples.— explica Caliban como se tivesse falando com uma criança— E a questão da sua vida, também não tenho culpa.

Minha cabeça está confusa, nada disso faz sentido, como assim esse cara não transforma meus sonhos em pesadelos? É óbvio que a culpa é dele. 

— Claro que a culpa é sua, cínico. 

— Princesa eu não estou aqui para desperdiçar meu tempo e energia com essas briguinhas. Com o tempo tudo vai fazer sentido. — Caliban continua calmo em sua cadeira.— Como estava dizendo, eu realmente quero ganhar sua confiança e quero ser seu amigo.

— Por que raios eu seria sua amiga? Me dê motivos cabíveis para fazer essa loucura.

Ele dar uma risadinha irritante.

 — Eu sei como você é uma garota inteligente e sábia. Na hora certa saberá que desde sempre quis apenas o seu bem. Eu te conheço desde o seu nascimento, lembro que quando nasceu nem chorou. Um lindo bebê. — Caliban olhava para o nada, parecia mesmo que estava relembrando de algo. — Acompanhei seus primeiros passos, lembro das suas olimpíadas de soletração, de quando arrancou os dentes. Eu lembro de tudo, por que estava lá te acompanhando.

Acho que estou mais assustada do que antes.

— Estou com alguns projetos em mente. No momento meu reino está em construção, mas em breve estará pronto. Só que tenho um probleminha, preciso que alguém governe ele, mas não pode ser qualquer um. Então venho aqui para fazer esse convite à você.

— Espera, espera. Antes de tudo você não acha que deveria me explicar de onde veio, o que é você? — exijo explicações concretas. Essa história está muito confusa, não consigo entender direito para que rumo essa conversa está indo.

— Certo, já que deseja. Eu não tenho origem concreta, sei que estou aqui no universo desde de sempre. Sou tão velho quanto a Morte e a Vida. Sou como um espírito, só que mais forte e real.

— Então você é Deus?

Caliban dar altas gargalhadas quando termino de falar.

— Não criança, claro que não sou Deus, para ser sincero nem chego perto de ser um tipo de deus.

— Onde fica exatamente esse reino que tanto se orgulha? — pergunto curiosa.

— Fica em uma realidade paralela a nossa. Como uma dimensão.

Permaneço calada e dou espaço para que termine a explicação. Percebo que ele entende meu silêncio.

— O que precisa saber por agora é apenas isso. Não vou exigir nada ainda. Vou lhe dar três meses para decidir. — ele levanta e arruma o terno— Bom preciso ir. Até a próxima, princesa.

Acordo com uma dor de cabeça insistente, ainda estou encostada no armário. Meu Deus, devo ter dormido uma aula inteira. Saio correndo ainda zonza. Quando olho as horas no meu relógio, parece que ainda não começou a aula do terceiro período, espera, parece que dormi apenas trinta segundos. Tento me acalmar de uma forma falha, será que aquilo tudo foi apenas um sonho? Não tem outra explicação melhor.

Acho melhor ir para minha sala, no intervalo falo com Amélia o que aconteceu comigo. Duvido muito que ela acredite no que aconteceu comigo. 

Minha aula acabou e vou correndo procurar Amélia. Acho ela na biblioteca, ela vê minha cara de desespero e corre ao meu encontro.

—Pelas barbas de Merlin, o que aconteceu com você?

Contei tudo. Quando acabei ela pareceu assustada.Algo me diz que ela sabia de algo, ela pareceu assustada, mas não surpresa e muito menos cética. Caso fosse ela contando essa história para mim, eu não acreditaria e ainda iria desconfiar que ela esteja usando algum tipo de drogas. Na hora que ia me falar algo o sinal tocou.

— Olha eu preciso ir, mas não vai para casa sem mim, ok? Quero falar algo com você.

— Ok... Deixa eu ir que agora é minha aula de Educação Física.— digo.

P.O.Vs- Brooke Sullivan

A aula daquela múmia ambulante acabou agora, cinquenta minutos de puro tédio. O mais irônico disso tudo é que ela dava aula de história. Creio que seja uma "ótima" professora, nem precisou fazer faculdade já que ela viveu nas épocas estudadas.

Tive mais duas aulas, uma de filosofia e outra de economia, depois foi a hora do intervalo. Fui na cantina e comprei algo doce e uma garrafinha de água. Encontro uma árvore afastada e sento lá.

OK. Até agora o meu dia foi tranquilo, não arranjei nenhuma confusão. Nem me animo muito por que sou eu e ainda é a metade do dia, pode acontecer tudo até o fim dele. Pego o papel com os horários das minhas aulas no meu bolso. A próxima aula é Educação Física. Ótimo, odeio praticar exercícios e logo no meu primeiro dia tenho aula de Educação Física. Sou o ser mais sedentário existente. Além de não gostar de praticar esportes, também não sou boa em nada. Só se for cair ou me machucar.

O sinal toca e vou direto para os vestiários, onde eu acho que seja. Entro no vestiário e as garotas que se encontram presente olham para mim. Algumas meninas me ignoram e voltam a fazer o que estavam fazendo e outras apontam para mim e dão risadinhas. Olha para mim para ver se tem algo de errado com minha roupa, olho para o espelho que está ao lado direito para analisar meus cabelos e nada de errado com ele também. Ignoro elas e vou me trocar. O vestiário é bem amplo, com paredes brancas, no lado esquerdo ficam os chuveiros e do lado direito os armários e algumas pias com espelho. 

Cada armário tem uma chave com uma numeração, o meu era o armário 237. Perto de mim tinha uma menina baixinha e que usava óculos, ela era mais branca que eu, olha que eu sou tipo um fantasma ambulante. A garota não parecia ser uma ameaça, tinha cara de ser decente. Mas não estou afim de fazer amizades hoje.

Saio do vestiário e vou para o campo. O sol em dias normais já me irrita, porém quando estou com uma puta ressaca ele parece estar mais forte e quente. Eu achei que minha turma dessa aula seria melhor que as anteriores, mas me enganei. Essa com certeza é a pior turma de todas. São vinte alunos por turma, dez meninos e dez meninas. O problema é que a maioria eram do time de futebol e líderes de torcida ou eram de alguma entidade fútil.

— Galera, olha que sorte a nossa. A loirinha de mais cedo é da nossa turma e ainda de Educação Física. — diz um moreno. Seus olhos estão em mim. — Oi, gata. Me chamo Drake. Posso saber o seu?

Não acredito que aquele pedaço de merda está falando de mim.

— Não interessa a você, palhaço.

Saí de perto dele e sentei nas arquibancadas até o professor chegar.

P.O.Vs- Ethan Hale

As primeiras aulas acabaram e o sinal do intervalo tocou há poucos minutos. Não sei por que fui falar com essa menina, ela simplesmente não sai da minha cola, sem comentar que a risada dela é irritante, disse a ela que vou ao banheiro. Agora sim posso respirar um ar puro, o perfume dela era muito forte e doce. Odeio cheiros assim, ainda mais vindo de mulheres. 

Chego no lado de fora e procuro meus amigos, ficamos conversando o intervalo todo sobre coisas banais. Minha próxima aula é de Educação Física, melhor aula na minha humilde opinião. Chamo o Drake e vamos para aula, Mason não teria a mesma aula que nós.

Fomos direto ao vestiário e já trocamos de roupa, vamos ao campo. Minha cabeça ainda está doendo por causa da ressaca, então volto no vestiário para pegar uma aspirina no meu armário.

Quando estou voltando vejo que a loira gostosa de mais cedo está na mesma turma que eu e devo ressaltar que a visão dela de short de ginástica é maravilhosa. Bom, parece que a loirinha é nervosa, Drake acabou de levar um fora dela. Ela anda até a arquibancada e senta. 

O professor ainda não chegou, acho que está na hora de domar a fera. Coloco o meu melhor sorriso e vou ao seu encontro. Eu pego essa garota senão não me chamo Ethan Hale.

Estratégia número um de como pegar uma garota: seja simpático.

— Olá, sou Ethan. Desculpa meu amigo, ele ás vezes é idiota. — estendo a mão para ela, mas ela não faz nada e me olha com cara de nojo.

— Se é amigo dele, provavelmente é um idiota também. — responde ela com desdém.

Nossa, que arisca. Estratégia número dois: colha informações.

— Nova aqui, certo? De onde você veio?

— Nossa que garoto insuportável. Tem como fazer um favor para sociedade e morrer?

— Olha como fala comigo novata. Eu apenas queria ser educado contigo, mas você não merece nada. 

— Ótimo, olha minha cara de que gosta de você.

Não espero ela terminar o showzinho. Vou ao encontro da galera.